terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O pessoal do Bandeira Científica que aprende com o povo de Inhambupe


“A gente veio para ensinar, mas acabou aprendendo um monte de coisa”

Aprendizado junto à população foi o ponto forte da visita a comunidade de agricultura orgânica de Volta de Cima, no dia 14. Alunos da Poli e da Esalq visitaram a comunidade e observou que as famílias já implementaram a compostagem, irrigação adequada e rotação de culturas.

A comunidade adapta algumas melhorias aos recursos disponíveis e à própria realidade. A compostagem, por exemplo, é feita com um método que permite uma produção maior de adubo seja produzida, enquanto o método que estava sendo apresentado pelos alunos até então era planejado para uma quantidade menor de detritos.

Além disso, o método de irrigação usado é um ótimo exemplo de reutilização de descartáveis. Conectados a uma mangueira, estão tubos de cotonete, devidamente cortados, queimados e adaptados, que garantem uma pressão de irrigação muito boa, quase uma névoa por sobre os vegetais.

Em torno de 10 famílias plantam nessa associação, liderada por um presidente rotativo. As plantações são divididas por módulos, em que cada módulo planta um tipo diferente de cultura. Manuel Sabino Vicente de Souza – “tem mais nome do que gente”, diz ele – tem 36 módulos. Está há 12 anos nessa comunidade e alimenta os três filhos com o fruto da terra. “A família toda ajuda, para plantar ou para vender na feira”, diz.

São plantados, colhidos e vendidos pela comunidade abóbora, erva doce, mamão, alface, couve, pimenta, pimentão, salsinha, cebolinha, coentro, mandioca, aipim, berinjela e muito mais. Os principais pontos de venda são as feiras livres em Biritinga, Sátiro Dias e Inhambupe.

Manuel também mostrou aos alunos como é feita a compostagem comunitária. Ao ar livre ou dentro de um buraco, feito principalmente com esterco de gado e galinha, mato e água. Reviram de mês em mês ou a cada duas semanas. Depois da fermentação, o composto é usado para adubar a terra. O único problema desse método é que o esterco de animal pode carregar doenças.

Segundo Diego, aluno da ESALQ, “viemos para ensinar e aprendemos um monte”. Para Denise, aluna de Engenharia Ambiental da POLI, “do jeito que eles estão fazendo, com os recursos que têm, está excelente. Só falta agora a população valorizar o produto orgânico, porque em cidade pequena o povo deveria dar maior importância a cultura orgânica local”.

Equipe de Comunicação da Bandeira Científica

Por Karin Salomão

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Fonte: http://www.bandeiracientifica.com.br/%E2%80%9Ca-gente-veio-para-ensinar-mas-acabou-aprendendo-um-monte-de-coisa%E2%80%9D-2/

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