quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Falta pouco para Irmã Dulce ser considerada Santa


Maria Rocha

Até dezembro o Papa Bento XVI deverá assinar o decreto de beatificação de Irmã Dulce, grau anterior ao de Santa. A partir daí fiéis de todo o Brasil poderão venerar, cultuar e adorar a Beata Irmã Dulce. O anúncio foi feito ontem pelo Cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo durante uma coletiva realizada na sede das Obras Sociais Irmã Dulce.

Sem data definida, a beatificação ocorrerá na Bahia com a presença do presidente da Congregação para a Causa dos Santos, o arcebispo italiano, Dom Ângelo Amato.

Segundo Dom Geraldo, um grupo de cardeais encarregado para avaliar os exames do milagre reconheceu por unanimidade, apresentou o parecer declarando que se tratava de um caso extraordinário. A avaliação dos cardeais foi encaminhada para os peritos do Vaticano, onde finalmente será decretada pelo Papa a beatificação. A previsão é de que até o final do ano, já se tenha uma resposta definitiva.

Depois do título de beatificação, as Igrejas poderão usar as imagens de Irmã Dulce. “Após a beatificação, mais um milagre confirmado pelos peritos, ela será reconhecida Santa. O Brasil já pode dizer que tem a beata Irmã Dulce. O Papa já tem tudo pronto para a canonização”, ressaltou o cardeal.

Esteve presente também na coletiva o médico que acompanhou todo o processo de análise dos peritos encarregados de avaliar o caso de milagre de Irmã Dulce. Segundo o cirurgião e intensivista, Sandro Barral, o parecer dos peritos confirma que houve sim algo inexplicável e, portanto, só poderia se tratar de um milagre.

Muito emocionada, a sobrinha de Irmã Dulce e superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce, Maria Rita Pontes revelou que o momento é de muita felicidade, pois finalmente toda a dedicação da religiosa será reconhecida pelo Vaticano. “Acompanho o processo desde o início e posso afirmar que foi bem rápido, considerando os diversos casos que ocorrem. Posso até dizer que a rapidez também é um milagre. Hoje estou muito feliz e realizada”, contou Maria Rita.

Milagre – Dentre as mais de 4 mil graças alcançadas pela beata, a junta médica escolheu um caso considerado de maior relevância. O ocorrido numa pequena cidade do Nordeste, onde uma paciente após dar a luz a uma criança, apresentou quadro de hemorragia importante. Os médicos da região fizeram o que puderam, mas nenhuma intervenção apresentava regressão.

Ao mesmo tempo um pároco da pacata cidade e amigo da paciente, em suas orações pediu ajuda a Irmã Dulce. Quando um outro médico chegou para assinar o atestado de óbito encontrou a paciente, cujo nome não foi revelado, conversando completamente recuperada.
Esse foi um dos milhares de casos relatados e sem explicação científica alguma. De acordo com Barral, os médicos que relatam o caso se emocionam muito e afirmam que a cura da paciente se deu por um milagre.

E cuja ciência não soube explicar, e, portanto admitiu-se que houve a interseção de Irmã Dulce na reabilitação da paciente. Uma graça só é considerada milagre após atender a quatro pontos básicos: a instantaneidade, que assegura que a graça foi alcançada logo após o apelo; a perfeição, que garante o atendimento completo do pedido e a permanência do benefício e seu caráter preternatural, o que não é explicado pela ciência, os quatro pontos foram confirmados no caso relatado acima.

Religiosa viveu virtudes cristãs

Desde janeiro de 2000 que a causa de beatificação de Irmão Dulce tramita. A validação do virtual milagre foi emitida pela Santa Sé em junho de 2003. Em abril de 2009, o Papa Bento XVI reconheceu as virtudes heróicas da Serva de Deus Dulce Lopes Pontes, autorizando oficialmente a concessão do título de Venerável à freira baiana.

Reconhecimento de que a religiosa viveu em grau heróico, as virtudes cristãs da fé, esperança e caridade.O voto favorável e unânime da Congregação foi concedido em janeiro de 2009 pelo colégio de cardeais, bispos e teólogos após análise do documento canônico misto de relato biográfico e das virtudes e resumo dos testemunhos do processo.

De acordo com os teólogos que estudaram a vida da freira a definiram como “Madre Teresa do Brasil” por causa da semelhança do testemunho cristão com a Beata de Calcutá.

Fonte:http://www.tribunadabahia.com.br/news.php?idAtual=63406

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