segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Inhambupenses sobem ao pódio no Marathon Night Run em Alagoinhas no último sábado dia 06 de agosto de 2022



No último final de semana, a agenda esportiva de Alagoinhas foi movimentada. Com 850 atletas inscritos de todo o país, e no domingo (07), município realizou a 16ª Marathon Bike, uma das mais tradicionais provas do Montain Bike nordestino. Para completar a festa do esporte, no sábado (06), aconteceu a 7ª edição da Marathon Night Run (para corredores amadores e profissionais), prova com percurso de 5Km e 10Km, e que contará com 550 participantes.


Os atletas de Inhambupe foram ao pódio, no segmento de 5km, o atleta Conceição Pinto ficou em segundo lugar na categoria e no segmento de 10km Janete Souza segundo lugar.


Parabéns aos inhambupense que representam muito bem o nosso município, conversamos com o Atleta Murilo que falou que o seguinte "A emoção é o nosso combustível ,as a diversidade destrói os fracos , constrói os fortes! Venha você também fazer parte da família!".

domingo, 7 de agosto de 2022

Primeiros sinais de estabilidade da varíola dos macacos é observado no Reino Unido

A Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA), informou nesta sexta-feira (5), que os primeiros sinais de estabilidade no número de transmissão do vírus causador da varíola dos macacos, de acordo com o órgão, o número tem caído e isso é um bom sinal.


Segundo o Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, desde junho às autoridades de saúde do Reino Unido recomendam que as pessoas em maior risco de exposição ao vírus sejam vacinadas. Os dados mais recentes mostram que a redução de novos diagnósticos está levando à estabilidade do surto.


A diretora do setor de Infecções Clínicas e Emergentes da UKHSA, Meera Chand, foi cautelosa ao fazer o anúncio. “Embora os dados mais recentes sugiram que o crescimento do surto diminuiu, não podemos ser complacentes”, disse em comunicado.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/saude/noticia/29439-primeiros-sinais-de-estabilidade-da-variola-dos-macacos-e-observado-no-reino-unido.html

sábado, 6 de agosto de 2022

Varíola dos macacos não é exclusiva de homens que fazem sexo com homens; entenda

Em julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) havia recomendado que homens que fazem sexo com homens reduzissem o número de parceiros sexuais como forma diminuir a transmissão da varíola dos macacos. Entretanto, a infectologista Clarissa Ferreira alerta que a doença não é exclusiva deste público.

 

“É importante reforçar que a doença não é exclusiva de homens que fazem sexo com homens, é muito mais por conta da proximidade em decorrência das relações sexuais que eles acabaram se infectando. Simplesmente um estudo dos casos da varíola dos macacos que aconteceu, e que foi avaliado, viu a prevalência da doença, mas qualquer pessoa pode se infectar tendo contado com a pessoa doente”, explicou a especialista, em entrevista ao Bahia Notícias.

 

De acordo com a médica, a transmissão da varíola dos macacos não acontece por conta da orientação sexual, mas sim através das relações sexuais e da próximidade, que são fatores que expõem a doença. “As lesões, qualquer tipo de lesões, mesmo sendo discretas, oferecem riscos de transmissão, inclusive se for por contato direto com essa lesão”, apontou.

 

Entre os sintomas, a varíola dos macacos provoca febre, dor de cabeça, calafrios, dor muscular, além das lesões que podem surgir no rosto, dentro da boca, mãos, pés, peito, genitais ou ânus. Segundo a infectologista, a infecção pode se desenvolver no reto e, no último trabalho publicado sobre os casos que ocorreram no mundo, grande parte das pessoas tiveram lesão no local. 

 

Em relação ao tratamento das lesões, os médicos orientam cuidados sintomáticos, além de recomendar deixar as lesões limpas e secas, e evitar coçar, como forma de prevenir infecções secundárias, que podem ser causadas por microorganismos presentes nas unhas. 

 

Pessoas com sintomas, ou com suspeita da doença, precisam procurar os serviços de saúde. Conforme o protocolo de ação contra a doença, divulgado pela Prefeitura de Salvador, o esquema de ação vai envolver a definição de casos, o isolamento, a avaliação do quadro e o estabelecimento do tipo de isolamento a ser adotado, que pode ser domiciliar (para casos leves) ou hospitalar (em situações mais graves).

 

Entre as dúvidas frequentes sobre a doença, está a prevenção. Clarissa informa que para conter a infecção da varíola dos macacos se deve evitar o contato com pessoas doentes. 

 

“Uma vez que tem alguém com algum tipo de lesão de pele é preciso ficar atento para evitar esse contato, evitar a aquisição desse vírus, porque é uma doença transmitida pelo contato principalmente. E uma vez que você teve contato com alguém é necessário ficar monitorando os sintomas, se vai ter febre, dor no corpo e alguma lesão de pele”, citou a médica. 

 

A imunização contra a doença seria outra maneira de prevenir a varíola dos macacos. A vacina contra a varíola humana tem eficácia de até 85% e, conforme a infectologista, a depender do número de casos circulantes, há a possibilidade de ter que recuperar a vacina para avaliar a aplicação, mas isso depende de questões de políticas públicas. 

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/saude/noticia/29432-variola-dos-macacos-nao-e-exclusiva-de-homens-que-fazem-sexo-com-homens-entenda.html

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Jô Soares morre aos 84 anos, em São Paulo

Ator, humorista, escritor e diretor, Jô Soares morreu na madrugada desta sexta-feira (5), aos 84 anos. Jô estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, desde o fim de julho para tratar de uma pneumonia. A causa da morte não foi informada. As informações são do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.

 

Ex-mulher de Jô, Flávia Pedras informou a morte na sua rede social. “Faleceu há alguns minutos o ator, humorista, diretor e escritor Jô Soares. Nos deixou no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, cercado de amor e cuidados”, disse.

 

O enterro e velório do corpo de Jô serão reservados à família e amigos.

 

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/271123-jo-soares-morre-aos-84-anos-em-sao-paulo.html
 

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Governo da Bahia publica acordo firmado com Tocantins sobre divisas entre os dois estados

O Governo da Bahia publicou na edição desta quinta-feira (4) do Diário Oficial, a atualização do acordo sobre as divisas territoriais com o Estado do Tocantins. Isso ocorre depois da observação, identificação e valorização dos acordos sociais territoriais feitos pelos diferentes atores do processo, buscando propiciar a todos aqueles que vivem nessas faixas fronteiriças o exercício pleno da cidadania e o acesso à segurança jurídica necessária ao desenvolvimento das atividades econômicas na região.

 

O Termo de Acordo Definidor de Divisa Territorial foi celebrado pelos dois estados e o documento assinado pelos governadores da Bahia, Rui Costa, e do Tocantins, Wanderlei Barbosa, em 1º de junho de 2022, durante a Feira Bahia Farm Show, no município de Luiz Eduardo Magalhães. A solenidade contou com a presença de produtores rurais e prefeitos da região. O Termo também foi assinado pelo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eduardo Rios Neto, em evento realizado na presidência do órgão, no Rio de Janeiro, no dia 9 de junho de 2022.

 

O acordo põe fim ao litígio judicial de 37 anos envolvendo limites territoriais estaduais. O pacto operacionaliza e consolida o acordo genérico firmado em 2013 perante o Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da Ação Cível Originária - ACO nº 347, constituindo-se num ato de integração entre os dois entes estaduais.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/271085-governo-da-bahia-publica-acordo-firmado-com-tocantins-sobre-divisas-entre-os-dois-estados.html

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

TSE libera e militares inspecionam sistema das urnas nesta quarta

Técnicos das Forças Armadas inspecionam os dados as urnas eletrônicas nesta quarta-feira, 3, após a solicitação, de forma “urgentíssima”, ser atendida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). 

Os militares pediram acesso aos códigos-fonte do sistema eleitoral, embora esses dados estejam disponibilizados desde outubro pelo Tribunal a partidos e entidades. O código-fonte é a programação de um software com orientações para que o sistema opere corretamente e tenha funcionalidade.

Solicito a Vossa Excelência a disponibilização dos códigos fontes dos sistemas eleitorais, mais especificamente do Sistema de Apuração (SA), do Sistema de Votação (VOTA), do Sistema de Logs de aplicações SA e VOTA e do Sistema de Totalização (SisTot), que serão utilizados no processo eleitoral de 2022", diz trecho do pedido enviado ao Tribunal.

O Ministério da Defesa, que coordena Exército, Marinha e Aeronáutica, aguarda ainda o envio de informações técnicas “preparatórias". 

"Considerando que a ausência das referidas informações poderá prejudicar o desenvolvimento dos trabalhos da supracitada equipe quanto ao cumprimento das etapas de fiscalização previstas na Resolução do TSE e, também, que há a necessidade de um ponto de contato que facilite as ações de fiscalização, reitero as solicitações em comento", detalha o ofício do Ministério. 

A Corte já reuniu representantes de diversas instituições para atuar na fiscalização do processo eleitoral de 2022, incluindo integrantes das Forças Armadas, Controladoria-Geral da União (CGU), o Ministério Público Federal (MPF), universidades etc.

Fonte: https://atarde.com.br/politica/eleicoes/tse-libera-e-militares-inspecionam-sistema-das-urnas-nesta-quarta-1202265

terça-feira, 2 de agosto de 2022

China promete reação militar a visita americana a Taiwan

A provável visita da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, a Taiwan, está se tornando um choque diplomático de grandes proporções com o principal rival de Washington na Guerra Fria 2.0, a China.
 

As Forças Armadas chinesas "não vão esperar sentadas" enquanto a deputada visita a ilha que Pequim considera uma província rebelde, disse o porta-voz da chancelaria Zhao Lijian nesta segunda (1º). Foi a mais direta ameaça militar feita por Pequim desde que a viagem passou a ser especulada.
 

Pelosi está numa viagem por países asiáticos, iniciada nesta segunda por Singapura. Oficialmente, ela irá à Malásia, Coreia do Sul e Japão, mas desde a semana passada há indícios crescentes de que irá adicionar uma parada em Taipé.
 

Ela é malvista em Pequim: em 1991, fingiu uma dor de cabeça numa visita oficial e foi à praça da Paz Celestial fazer um protesto contra o massacre de estudantes lá ocorrido dois anos antes.
 

"A China tem usado uma retórica irresponsável", disse o porta-voz do Pentágono, Jack Kirby, ao comentar o caso. Ele afirmou que a política tem o direito de ir a Taiwan se quiser, e que não há riscos militares embutidos na ação por parte dos EUA -que, pelo sim, pelo não, deslocaram o porta-aviões Ronald Reagan para o contestado mar do sul da China, não distante da ilha.
 

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, por sua vez disse que "não sabia" se Pelosi iria a Taiwan. Parece uma cortina de fumaça: ela é aliada do presidente Joe Biden, e o partido de ambos está em apuros na disputa pela eleição congressual de meio de mandato, em novembro. Uma demonstração de força contra o principal rival sempre cai bem.
 

O problema é que a provocação pode sempre, como o próprio Kirby admitiu, escorregar para o "risco de um erro de cálculo" na altamente militarizada região do estreito de Taiwan. O próprio líder Xi Jinping disse a Biden, por telefone na quinta (28), que os EUA estavam "brincando com fogo".
 

Os chineses já deixaram claro que irão reagir, o que pode vir na forma de uma grande incursão aérea contra as defesas da ilha, mais exercícios de tiro real como os do fim de semana ou algo mais incisivo.
 

Esse algo, apesar de blogueiros nacionalistas chineses terem pedido a delirante derrubada do avião de Pelosi, seria algum tipo de intimidação ao trajeto da aeronave -talvez uma interceptação com caças. Mesmo tal ideia soa agressiva ao extremo.
 

Segundo a imprensa taiwanesa, Pelosi pode chegar à ilha na noite de terça (2, manhã no Brasil) ou na manhã de quarta (3, noite de terça no Brasil). Três pessoas com conhecimento do assunto disseram o mesmo à agência Reuters.
 

Pois Xi está em um momento de grande pressão e não pode arriscar qualquer tipo de confronto real com os EUA. A reestruturação do mercado imobiliário do país, central para sua economia, está rodando em falso: a gigante Evergrande, falimentar, não conseguiu apresentar o plano de reforma que havia se comprometido a entregar no domingo (31).
 

As dificuldades econômicas devido aos lockdowns para garantir a política de Covid zero de Xi também têm cobrado preço. O líder deverá ser reconduzido a um terceiro mandato de cinco anos em novembro, algo inédito desde 1982, quando Deng Xiaoping instituiu o limite de dois termos para evitar a perpetuação de líderes personalistas.
 

Dentro da Guerra Fria 2.0, a maior aliada de Pequim, a Rússia, já demonstrou apoio à política chinesa para Taiwan. Americanos e aliados acusam Xi de preparar uma invasão da ilha semelhante à que Vladimir Putin decidiu contra a Ucrânia e, apesar de os contextos históricos serem incomparáveis, o líder chinês já deixou claro que quer Taiwan integrada de qualquer maneira à ditadura continental.
 

Não o faria agora pelo risco altíssimo, especulam analistas, de trazer os EUA para uma guerra. Washington reconhece o direito chinês sobre a ilha, mas na prática a apoia, equipa com armas e promete proteção militar em caso de agressão. Além disso, há o temor do fracasso de uma ação militar, dadas as características complexas do terreno taiwanês.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/177152-china-promete-reacao-militar-a-visita-americana-a-taiwan.html

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Política fiscal e inflação devem forçar BC a ser ainda mais agressivo na alta de juros

As medidas do governo para aumentar os gastos sociais às vésperas das eleições tendem a colocar uma pressão adicional sobre a inflação, em um cenário no qual o processo de alta dos preços em escala global também tem influenciado a dinâmica inflacionária local.
 

Nesse cenário, economistas avaliam que os reflexos das políticas adotadas pelo governo Bolsonaro na inflação de médio prazo devem forçar o BC (Banco Central) a ter de ser ainda mais agressivo na condução da política monetária.
 

Desde março de 2021, a autoridade monetária já elevou a taxa Selic da mínima histórica de 2% ao ano para os atuais 13,25%. E, no boletim Focus, a estimativa mediana dos economistas indica mais uma alta de 0,50 ponto percentual no encontro dos dias 2 e 3 de agosto, com a taxa básica de juros em 13,75% em dezembro de 2022, recuando para 10,75% até o final de 2023.
 

No entanto, a política fiscal expansionista, bem como as dúvidas que pairam acerca da condução da economia a partir de 2023, faz com que um número cada vez maior de agentes econômicos passe a apostar que o BC tenha de ser ainda mais duro no processo de ajuste nos juros.
 

Seja com mais aumentos do que o previsto pelo consenso de mercado na Selic, seja com a manutenção da taxa em patamares elevados por mais tempo do que o esperado.
 

Economista-chefe da Itaú Asset, Thomas Wu projeta que a taxa Selic irá alcançar os 13,75% ao final do atual ciclo de alta dos juros. Mas, diferentemente dos pares, avalia que dificilmente a autoridade monetária terá espaço para promover alguma redução da Selic em 2023.
 

Wu afirma que o aumento dos gastos pelo governo para ajudar as classes menos favorecidas faz sentido, tendo em vista os choques de preços no Brasil e no exterior, e a pressão causada em itens básicos de consumo, como alimentação e energia. "Vários países estão fazendo alguma política fiscal que protege os mais vulneráveis", diz.
 

A medida, contudo, faz com que a inflação esperada à frente seja mais alta, o que deve impedir que o BC dê início ao processo de afrouxamento da política monetária a partir do ano que vem, afirma o economista-chefe da Itaú Asset.
 

Ele projeta o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 7,7% para 2022, e em 5,5% para 2023 —ambas as projeções estão bem acima da meta de inflação a ser perseguida pelo BC, de 3,5% e 3,25%, respectivamente. "Dificilmente o BC vai ter espaço para corte de juros em 2023."
 

DETERIORAÇÃO DAS CONTAS PÚBLICAS E DA INFLAÇÃO

Na segunda-feira (25), o Citi revisou, de 9,50% para 10,50%, a estimativa para a taxa Selic no final de 2023. Já para 2022, a projeção foi mantida em 13,75%.
 

Embora iniciativas recentes de redução de impostos estejam reduzindo os preços no curto prazo, as perspectivas de médio prazo para a inflação se deterioraram ainda mais, já que as medidas de alívio são apenas temporárias, aponta o Citi em relatório.
 

"A inflação persistente, os estímulos fiscais adicionais e uma atividade mais forte indicam uma taxa Selic de dois dígitos por mais tempo", diz o banco americano.
 

Ainda segundo os economistas do Citi, a contínua deterioração das condições econômicas globais tende a manter o real na recente trajetória de desvalorização frente ao dólar. O Citi projeta a taxa de câmbio em R$ 5,42 no final do ano —a moeda encerrou a sessão nesta sexta-feira (29) negociada a R$ 5,17.
 

A apreciação do dólar, por sua vez, tende a inflar uma inflação que já se encontra em patamares bastante elevados no Brasil, uma vez que, com a moeda americana mais cara, os produtos que o país importa dos Estados Unidos automaticamente também sobem de preço.
 

SANTANDER E CREDIT SUISSE PROJETAM SELIC EM 14,25%
 

Em 14 de julho, um dia depois de a Câmara ter aprovado a PEC dos Benefícios, o Santander aumentou, de 13,50% para 14,25%, a projeção para a taxa Selic no final de 2022, e de 10,50% para 12%, em dezembro de 2023.
 

Segundo o banco, o aumento nas expectativas de inflação para o próximo ano desde a última decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), junto a uma deterioração no balanço de riscos, com os novos impulsos fiscais, foram os principais motivadores que levaram à revisão. Números considerados fortes de emprego também foram citados entre os motivos para o ajuste.
 

"Estes fatores geram risco importante para o cenário de desaceleração da atividade econômica antecipado pelo BC para o segundo semestre de 2022 —o que entendemos como condição estritamente necessária para a rápida desinflação projetada pelos modelos da autoridade", disse o Santander em relatório assinado pela economista-chefe do banco e ex-secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi.
 

Ainda de acordo com a avaliação do banco espanhol, o BC deve evitar um pico ainda mais acentuado dos juros no ciclo atual, mas mantendo as taxas mais altas por mais tempo.
 

"Ainda assim, identificamos a necessidade de um aperto adicional na taxa Selic para que o BC possa trazer a inflação para mais perto do centro da meta em 2023."
 

Também na esteira da aprovação da PEC, o Credit Suisse revisou no dia 13 de julho, de 13,75% para 14,25%, a projeção para a taxa Selic no final deste ano. Para 2023, a estimativa também subiu, de 10,75% para 11,25%.
 

A inflação elevada e disseminada em diversos setores da economia e as estimativas crescentes para o IPCA no ano que vem foram citados pelo Credit Suisse entre os motivos que embasaram as revisões.
 

No boletim Focus de 22 de julho, a projeção para a inflação, embora tenha recuado de 7,30% para 7,20% para 2022, subiu, pela 16ª semana seguida, de 5,20% para 5,30% para 2023.
 

A deterioração do quadro fiscal e um desempenho melhor do que o esperado para a economia neste ano também contribuíram para a visão do Credit Suisse quanto à necessidade de um aperto mais agressivo pelo BC.
 

Economistas avaliam que, embora as medidas fiscais que beneficiam a população de baixa renda, se por um lado, impulsionam o crescimento econômico em 2022, por outro, escondem uma herança maldita para 2023, que deve ser marcado por um crescimento abaixo do previsto inicialmente pelo mercado, com mais inflação e juros.
 

"Interromper o ciclo de aperto neste ponto seria altamente arriscado, dado que as expectativas de inflação estão significativamente desancoradas, o que pode comprometer a credibilidade da política monetária e aumentar o custo da redução da inflação, e pelo fato de que os bancos centrais ao redor do mundo estão tentando reafirmar sua credibilidade e compromisso com o objetivo de manter a inflação baixa, o que aumenta o risco de uma taxa de câmbio doméstica ainda mais depreciada", apontou o Credit Suisse no relatório assinado pelos economistas Solange Srour, Lucas Vilela e Rafael Castilho.
 

SIMBOLISMO PARA ANCORAGEM DAS EXPECTATIVAS

Economista-chefe da gestora Tenax Capital, Débora Nogueira também revisou em 13 de julho, de 13,75% para 14%, a projeção para a taxa Selic no final de 2022.
 

Segundo ela, os dados mais recentes de atividade e inflação sugerem que o quadro em setembro ainda será de descolamento importante dos preços para 2023 em relação à meta, exigindo alguma ação adicional do BC.
 

Já em outubro, o peso de 2024 para o horizonte da política monetária ganhará espaço, enquanto também será maior o peso da contração da atividade econômica em 2023, viabilizando, dessa forma, a interrupção no ciclo de alta dos juros, afirma a especialista.
 

"Esses 0,25 ponto percentual adicionais da Selic em setembro terão impacto reduzido na inflação, mas trazem um simbolismo importante em um momento em que a ancoragem das expectativas é o objetivo", diz a economista-chefe da Tenax.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/177002-politica-fiscal-e-inflacao-devem-forcar-bc-a-ser-ainda-mais-agressivo-na-alta-de-juros.html

domingo, 31 de julho de 2022

Brasil gasta R$ 1,4 bilhão em hospitalizações por insuficiência cardíaca

O Brasil gastou R$ 1,4 bilhão em hospitalizações por insuficiência cardíaca, com morte de 77.290 pessoas, no período de 2018 a 2021. Os dados fazem parte do estudo Dimensionando os impactos da insuficiência cardíaca no ambiente ocupacional brasileiro, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro e pelo Serviço Social da Indústria (Firjan Sesi).

 

O estudou coletou dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), entre 2018 e 2021, enquanto os indicadores previdenciários da ocorrência da enfermidade sobre o trabalhador e a população brasileira se basearam em 35,9 milhões de entradas no sistema de dados da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), entre 2008 e 2021. O impacto da insuficiência cardíaca na atividade laboral foi levantado por especialistas do Centro de Inovação Sesi em Saúde Ocupacional, da Firjan Sesi.

 

Segundo o pesquisador Leon Nascimento, do Centro de Inovação Sesi em Saúde Ocupacional, é difícil mensurar os impactos de uma doença observando apenas os aspectos clínicos. “Quando a gente coloca em consideração os aspectos financeiros, consegue ter uma dimensão melhor do quanto essa doença está impactando a sociedade como um todo. Porque esse impacto é não só sobre o que se está dispendendo financeiramente por conta de uma doença que é crônica e tratável, dentro do contexto socioeconômico possível, mas também a gente está tirando pessoas do ambiente de trabalho que poderiam estar contribuindo com suas famílias e comunidades e, por conta da doença, estão se afastando”.

 

Foram percebidas iniciativas boas para a agregação dessas pessoas e acompanhamento a longo prazo, mas há uma dificuldade grande para a interiorização de acesso aos serviços de saúde especializados. Segundo o estudo, a maioria dos cardiologistas está instalado nas capitais e estados do eixo Sul/Sudeste, enquanto as regiões Norte, Nordeste e, inclusive, o Centro-Oeste ficam menos assistidas, disse Nascimento.

 

Há, segundo ele, uma sobrecarga dos profissionais especializados nessas regiões, o que afeta os indicadores de mortalidade, internações e custo das internações. “No fim das contas, impacta não só a pessoa que está sobre o leito, mas o sistema de saúde, que poderia estar atendendo outras demandas, e também os familiares, as empresas onde os doentes trabalham e a região onde elas vivem”.

 

Somente com benefícios temporários (auxílios doença) pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a perda da produtividade chega a R$ 2,4 bilhões por ano. Somando-se os valores dos benefícios temporários e os diferentes custos com uma nova contratação ou sobrecarga de outro profissional da equipe, o custo dos afastamentos pode chegar até R$ 6 bilhões por ano. “A gente pegou o PIB nacional per capita (por indivíduo) e dividiu pelo número de dias por ano. O valor do PIB per capita diário foi multiplicado pelo tempo de afastamento para cada beneficiário ou pessoa afastada por conta da insuficiência cardíaca”, explicou o pesquisador.

 

A soma total desses valores pode chegar a R$ 6 bilhões por ano. No período de 2018 a 2021, as perdas podem alcançar até R$ 25 bilhões. Somente as internações acumulam perdas de R$ 1,4 bilhão por ano, porque são recorrentes, longas e complexas, afirmou Nascimento destacando que foram utilizados valores das tabelas do Sistema Único de Saúde (SUS), que não representam os valores de mercado, porque não consideram a inflação do período analisado.

 

A insuficiência cardíaca é uma doença crônica e progressiva. Se identificada nos estágios iniciais, há tratamento no SUS e o paciente pode ter qualidade de vida, o que não ocorre quando a doença é diagnosticada em estágio avançado. O impacto da insuficiência cardíaca é consideravelmente maior no sistema de seguridade social do que outras doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. 

 

Segundo o levantamento, no intervalo de 12 anos (de 2008 a 2021), a insuficiência cardíaca provocou, em média, 152 dias de afastamento das atividades produtivas, enquanto a hipertensão e o diabetes ocasionaram um período bem menor, de 12 dias e 9 dias, respectivamente.

 

A insuficiência cardíaca atinge mais de 2 milhões de pessoas no Brasil. Ela se caracteriza por uma progressiva perda da capacidade do coração de bombear sangue. Se não for tratada, pode levar à incapacidade a longo prazo, além de comorbidades, altas taxas de internações e redução global da expectativa de vida.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/saude/noticia/29400-brasil-gasta-r-14-bilhao-em-hospitalizacoes-por-insuficiencia-cardiaca.html

sábado, 30 de julho de 2022

IBGE prorroga inscrição para 15 mil vagas de recenseador no Censo 2022

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) prorrogou para 3 de agosto o prazo final de inscrições para o processo seletivo aberto nesta quinta-feira (28) com o objetivo de contratar recenseadores para o Censo 2022.
 

São 15.075 vagas temporárias para trabalhadores com ensino fundamental completo. A remuneração será conforme a produção do profissional responsável por fazer as entrevistas do censo.
 

Outras datas também foram alteradas. A divulgação dos inscritos passa para 5 de agosto e o resultado definitivo da análise de títulos, para 10 de agosto. Já o resultado final do processo seletivo será dia 15 de agosto. Os prazos para recurso também mudaram.
 

O cronograma atualizado pode ser conferido em comunicado divulgado pelo IBGE.
 

A seleção para participar do censo será feita por meio de análise curricular. Para participar do processo, o candidato precisa ter o ensino fundamental completo. A divulgação do resultado final está prevista para o dia 10 de agosto.
 

Ao preencher o formulário, o candidato deve considerar apenas a titulação acadêmica de maior pontuação. Os pontos não serão acumulativos.
 

CONTRATADOS VÃO TRABALHAR POR TRÊS MESES
 

A previsão é de contrato de até três meses, podendo ser prorrogado conforme necessidade de conclusão das atividades do Censo 2022 e da disponibilidade de recursos orçamentários.
 

A jornada de trabalho tem previsão para que o profissional trabalhe, no mínimo, 25 horas semanais por semana. O profissional também passará por um treinamento obrigatório antes do início da coleta do Censo.
 

O recenseador tem como principal função entrevistar os moradores durante a coleta. Como a remuneração é por produção, ela pode variar de acordo com o tempo dedicado ao trabalho e o grau de dificuldade na abordagem aos domicílios, que pode depender do setor censitário (urbanos ou rurais) e tipo de questionamento (básico ou amostra).
 

É possível calcular uma estimativa neste simulador. A previsão de duração de contrato é de até três meses.
 

CENSO COMEÇARÁ NA PRÓXIMA SEGUNDA-FEIRA, 1º DE AGOSTO
 

Mesmo com a prorrogação do prazo de inscrição para novos recenseadores, o Censo 2022 terá início na próxima segunda-feira (1º). Segundo o IBGE, são mais de 183 mil profissionais visitando todos os domicílios do país. Hoje, o Brasil tem cerca de 75 milhões de domicílios.
 

O censo deve atualizar o número total da população, atualmente estimada em 215 milhões de habitantes, mas também vai ampliar as informações sobre o país, mostrando caraterísticas como idade, sexo, cor ou raça, religião, escolaridade, renda, saneamento básico dos domicílios etc.
 

Programado para 2020, a contagem da população, que ocorre de dez em dez anos, deixou de ser feita por causa da pandemia de Covid-19. Depois, o governo federal resolveu cortar o orçamento da pesquisa, inviabilizando o levantamento e só liber ou o trabalho após determinação do STF (Supremo Tribunal Federal).
 

O STF obrigou o Excetivo a destinar os R$ 2,3 bilhões necessários para a realização da operação censitária. Até o início de novembro, os recenseadores visitarão cada domicílio nos 5.568 municípios do país, incluindo aldeias indígenas.
 

Além disso, pela primeira vez, os moradores de territórios quilombolas serão contabilizados. A coleta domiciliar nas áreas indígenas começa em 10 de agosto, e a dos territórios quilombolas, em 17 de agosto.
 

Os primeiros resultados do Censo 2022 estão previstos para serem divulgados ainda no final deste ano. Outras análises e cruzamentos de dados serão divulgados ao longo de 2023 e 2024.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/176847-ibge-prorroga-inscricao-para-15-mil-vagas-de-recenseador-no-censo-2022.html
 

sexta-feira, 29 de julho de 2022

TRF da 3ª Região suspende investigação contra Neymar por sonegação fiscal

O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) suspendeu uma investigação do Ministério Público Federal sobre a transferência do jogador Neymar quando deixou o Santos rumo ao Barcelona, ocorrida em 2013. A decisão foi proferida nesta quinta-feira (28). O processo por crime de sonegação fiscal não está extinto e o MPF poderá recorrer.

 

"A defesa do jogador, Davi Tangerino Advogados, sustentou que não havia mínima certeza quanto à existência de um fato criminoso (justa causa), tampouco possibilidade de o MPF buscar uma condenação (interesse de agir)", diz a nota.

 

A transferência de Neymar para o Barcelona foi alvo de fiscalização da Receita Federal em 2014, que inicialmente aplicou uma multa de R$ 188 milhões. Porém, a quantia foi reduzida para R$ 88 milhões após a defesa do atleta apresentar recurso. Os advogados do atacante admitem a dívida, mas que seria de R$ 8,7 milhões.

 

A decisão do TRF-3 não tem relação com o julgamento da ação do Tribunal de Barcelona, marcado para o próximo dia 17 de outubro, noticiado pelo jornal El País. Atualmente no PSG, Neymar responderá no qual ele, seus pais e ex-presidentes de Barcelona e Santos são acusados de fraude e corrupção pela justiça espanhola.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/esportes/noticia/62730-trf-da-3-regiao-suspende-investigacao-contra-neymar-por-sonegacao-fiscal.html

quinta-feira, 28 de julho de 2022

Gás de cozinha terá reajuste de 8,2% a partir do dia 1º de agosto, diz Acelen

O gás de cozinha (GLP) terá um reajuste de 8,2% a partir da próxima segunda-feira (1), de acordo com a Acelen, responsável pela refinaria de Mataripe.  No anúncio feito pela empresa nesta quinta-feira (28), a Acelen indicou que os preços dos produtos produzidos seguem critérios de mercado.

 

"Levam em consideração variáveis como custo do petróleo, que é adquirido a preços internacionais, dolar e frete", apontou a empresa. A Acelen reafirmou também que "aposta em uma política transparente, amparada por critérios técnicos, em consonância com as práticas internacionais de mercado". 

 

O último reajuste tinha ocorrido em julho (reveja aqui). Segundo o Sindicato de Revendedores (Sindrevgás) o preço para as distribuidoras foi reajustado em R$ 4,90 e o repasse para o consumidor ficará entre R$ 5 e R$ 7, na época. 

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/270889-gas-de-cozinha-tera-reajuste-de-82-a-partir-do-dia-1-de-agosto-diz-acelen.html

quarta-feira, 27 de julho de 2022

Corpo carbonizado é encontrado dentro de carro queimado em Inhambupe

 


Um corpo carbonizado foi encontrado por moradores na madrugada desta quarta-feira (27) dentro de um carro entre a as comunidades de Trincheiras e a Colônia Roberto Santos, em Inhambupe - Ba.
 

A Policia Militar foi acionada por populares que relataram ter visto um veículo abandonado e totalmente queimado as margens da BA-233 que liga entroncamento da BR-110 em Inhambupe até o município de Sátiro Dias. Ao chegar, os militares constataram a informação e acionaram a perícia técnica. Não foi possível identificar o corpo, apenas o modelo do carro - uno.

 

O caso deve ser registrado na delegacia do município.  Até o fechamento desta matéria, o corpo aguardava o Instituto Médico Legal (IML) de Alagoinhas.


Fonte: https://www.ronaldoleitenews.com.br/2022/07/corpo-carbonizado-e-encontrado-dentro.html

terça-feira, 26 de julho de 2022

Governo negocia doses, mas vacinação contra varíola dos macacos deve ser restrita

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta segunda-feira (25) que não há previsão de vacinar toda a população contra a varíola dos macacos (monkeypox) e que a prioridade deve ser o isolamento dos casos confirmados e orientações sobre as formas de contágio.

 

Como mostrou o jornal Folha de S.Paulo, o Brasil negocia a compra da vacina com a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), mas a ideia é imunizar apenas os profissionais de saúde que lidam diretamente com o vírus, como aqueles que trabalham em laboratórios.
 

"A maior parte, quase a totalidade dos casos, foi identificada em homens que fazem sexo com homens. Isso não é para estigmatizar essas pessoas. Apenas para que tenhamos mais precauções, até porque isso pode se expandir para outros grupos, crianças, gestantes", afirmou Queiroga.
 

"Eu estou falando isso porque é mais importante tomar cuidado com todos esses aspectos, isolamento dos casos, do que com a questão da vacina. Não há previsão de vacinação em massa em relação à monkeypox em nenhum país do mundo. São grupos específicos, que as autoridades sanitárias ainda não têm consenso", completou.
 

A varíola dos macacos foi declarada como emergência global de saúde pública pela OMS (Organização Mundial de Saúde) no sábado (23) e o número de casos confirmados no Brasil já passa de 600, a maioria no estado de São Paulo.
 

A vacina contra a varíola deixou de ser produzida em larga escala com a erradicação da doença, em 1980. Atualmente, existem apenas duas opções: a Jynneos, produzida pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, e a ACAM2000, fabricada pela Sanofi.
 

"Desde que surgiram esses rumores, o Ministério da Saúde dialogou diretamente com a indústria, mas essa indústria não tem representação no Brasil e, portanto, não pode pleitear o registro [da vacina] na Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]", afirmou.
 

"Tampouco a indústria, pelo que eu tenho conhecimento, demonstrou interesse em pleitear o registro, mas o Brasil participa de ações com a Opas e a OMS e, através do fundo rotatório, está negociando para adquirir doses disponíveis para atingir o público que for recomendado para essas vacinas. A princípio, os profissionais de saúde que lidam diretamente com o material que pode oferecer maior risco de contágio."
 

A declaração do ministro ocorreu durante um evento de capacitação sobre vigilância em saúde pública organizado pelo Brasil em parceria com a Opas, em Brasília, que reuniu representantes de 42 países.
 

Queiroga afirmou ainda que o governo pretende expandir a capacidade de diagnóstico da varíola dos macacos por meio dos laboratórios centrais de saúde, que são públicos.
 

Hoje, apenas quatro laboratórios analisam as amostras suspeitas de todo o Brasil: a Funed (Fundação Ezequiel Dias), em Minas Gerais, a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e o Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo.
 

VACINAÇÃO INFANTIL

O ministro da Saúde também afirmou que o Brasil deve importar mais doses de Coronavac para a vacinação contra a Covid-19 das crianças de 3 e 4 anos por meio do consórcio global Covax Facility, e não do Instituto Butantan.
 

Queiroga disse que essa é a opção mais rápida e que o país tem crédito junto ao consórcio porque os imunizantes que tinham sido adquiridos anteriormente foram disponibilizados apenas quando a vacinação já estava avançada.
 

"A opção é adquirir do mecanismo Covax Facility, até porque são doses prontas e teria mais rapidez para disponibilizar vacinas para aqueles que, de forma não forçada, quiserem receber vacinas nas unidades básicas de saúde do Brasil", disse.
 

O ministro também insistiu que os municípios têm doses suficientes de Coronavac para iniciar a vacinação das crianças de 3 e 4 anos --incluídas no Programa Nacional de Imunizações depois que a Anvisa autorizou o uso emergencial do imunizante nessa faixa etária no dia 13 de junho.
 

Na semana passada, o secretário-executivo, Daniel Pereira, afirmou que o ministério vai remanejar as doses de Coronavac que já foram distribuídas diante da reclamação de alguns estados de falta de vacinas.
 

O entendimento do ministério é de que os municípios não precisam esperar a entrega de 100% das doses para dar início à vacinação porque nem todos os pais pretendem vacinar os filhos. Além disso, a avaliação da pasta é de que as prefeituras também podem priorizar as crianças mais velhas ou com comorbidades.


 Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/176199-governo-negocia-doses-mas-vacinacao-contra-variola-dos-macacos-deve-ser-restrita.html

segunda-feira, 25 de julho de 2022

Mulheres negras desistem de ter filhos por medo do racismo e proteção à saúde mental

"E se isso acontecer com um filho meu?" Foi o que se perguntou Lorena Vitória, uma mulher negra de 21 anos, após ver seus namorados, todos negros, serem abordados de forma violenta pela Polícia Militar.
 

O medo de que os futuros rebentos sejam vítimas de racismo faz com que a estudante de design de moda questione se vale a pena ceder ao desejo de ser mãe, ou se é melhor não colocar outra criança negra em um mundo racista.
 

"A gente vê hoje em dia as coisas que acontecem, tanto de abordagem como de morte, e eu sempre fico muito mal e acabo imaginando: se com o filho dos outros já me dói tanto, como seria se isso acontecesse com um filho meu?", diz.
 

A indecisão de Lorena é comum entre mulheres negras. O medo de que seus filhos sofram racismo --que se manifesta na violência policial e obstétrica, no preconceito e na discriminação-- faz com que muitas delas abram mão da maternidade. A decisão também serve como proteção à própria saúde mental.
 

Isso ocorre pois o racismo é motor de sofrimento psíquico, afirma Marizete Gouveia, doutora em psicologia pela Universidade de Brasília e autora da tese "Onde se esconde o racismo na psicologia clínica?".
 

Segundo a especialista, o sofrimento causado pelo preconceito racial faz com que mulheres negras criem mecanismos de proteção à saúde mental. Não ter filhos é um deles, uma vez que não precisariam se preocupar com as violências que viriam a sofrer.
 

"Pode ser uma medida de autoproteção, no sentido de não ter que se preocupar com a criança, mas vai além disso. É também não trazer uma criança para esse mundo violento. Eu vou me poupar de não ter essa preocupação, mas também é um alívio não vivenciar essa criança sendo exposta a esse mundo."
 

De acordo com o Atlas da Violência 2021, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, desde a década de 80, quando começaram a crescer as taxas de homicídio no Brasil, o aumento foi mais acentuado entre a população negra, especialmente entre os mais jovens.
 

E o medo se torna ainda maior se o filho for homem. Um levantamento realizado pelo Fórum com microdados do Anuário de Segurança Pública mostra que negros são 78,7% do total de mortes violentas intencionais entre homens. Isso significa que um homem negro tem 3,7 vezes mais chances de morrer do que um não negro.
 

É o caso da babá Gisele (nome fictício, a pedido), que teve sua decisão pautada na violência crescente entre negros e na sua experiência profissional. Percebeu que era uma inquietação constante a ideia de deixar seus filhos em casa para cuidar dos filhos de outras mulheres.
 

"Como que eu vou me sujeitar a ter um filho e passar a semana fora de casa?", diz ela. "É esse o problema, tirar do filho o direito de ter a mãe por perto, porque esse trabalho consome."
 

Ela, que evita transitar em espaços em que pode sofrer racismo, sente que não vale a pena ter um filho que terá sua liberdade podada para que não passe por situações de preconceito e discriminação.
 

"Muitas vezes você tem o sonho dessa realização na sua vida, mas por falta de opção, por falha do estado e pelo racismo, você tem que tomar outros caminhos."
 

Evelyn Daisy de Carvalho de Sousa, 39, por outro lado, nunca teve um forte desejo de ser mãe devido a uma condição de saúde hereditária. Conforme se tornou adulta, o medo de que seus filhos sofressem violência foi o que era preciso para que ela confirmasse a decisão. Percebeu também que precisava proteger sua saúde mental. Sabia que ter um filho negro seria motivo de preocupação constante.
 

Sua decisão acumula ainda outras variantes. Fundadora do Traçamor, um projeto que atende mulheres em período de transição capilar, Evelyn também é responsável pela criação de dois sobrinhos negros, o que faz com pense constantemente em como os manter vivos e seguros.
 

"Imagina eu tendo gerado, colocado uma criança no mundo para ter essa preocupação? Porque sobrinho e marido não são exatamente uma escolha. Engravidar, não. Você coloca uma pessoa no mundo para sofrer essas consequências."
 

Além disso, viu a irmã sofrer com a violência obstétrica em suas quatro gravidezes, sendo mal atendida por médicos em dois partos. "Na ginecologia nós passamos muita humilhação. Eu passei muita humilhação com o ginecologista do posto do meu bairro. Imagina se eu estivesse grávida?"
 

O estudo "A cor da dor: iniquidades raciais na atenção pré-natal e ao parto no Brasil", publicada nos Cadernos de Saúde Pública em 2017, mostra que mulheres pretas são mais propensas do que brancas a terem um pré-natal inadequado, ausência de acompanhantes no parto e menos anestesia local quando praticada a episiotomia, que consiste num corte na região da vagina para facilitar a saída do bebê.
 

Para Janete Santos Ribeiro, mestre em educação pela UFF (Universidade Federal Fluminense) e ex-coordenadora pedagógica do Grupo de Estudos e Pesquisas Intelectuais Negras da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o racismo tem definido as necessidades e escolhas da população negra. A pesquisadora se diz dividida quanto ao que pensa sobre a decisão de mulheres negras que optam por não ter filhos.
 

Por um lado, crê que a população negra não deve pautar suas escolhas apenas com base na violência que sofre. Por outro, acredita ser importante que essas mulheres encontrem mecanismos que as ajudem a proteger seu bem-estar e saúde mental.
 

"Eu acolho as duas perspectivas, mas acredito que o importante é que a pauta, o agenciamento seja nosso. Não partir das violências impostas historicamente aos nossos corpos. Se não você sai de um adoecimento para outro", afirma Ribeiro, que também é professora da educação básica.
 

A pesquisadora pondera, porém, que a decisão deve levar em consideração se existe o desejo pela maternidade e pensar em quais formas isso será sanado para não virar um fator de sofrimento. "A solidão da mulher negra tem sido uma imposição da cultura patriarcal, elitista e racista. Não queremos mais essa solidão pautando nossas decisões e escolhas."

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/176075-mulheres-negras-desistem-de-ter-filhos-por-medo-do-racismo-e-protecao-a-saude-mental.html