A Covid-19 tem se mostrado mais letal entre negros do que entre brancos, segundo dados divulgados nesta sexta (10) pelo Ministério da Saúde.
Embora minoritários entre os registros de afetados pela doença, pretos e pardos representam quase 1 em cada 4 dos brasileiros hospitalizados com Síndrome Respiratória Aguda Grave (23,1%) mas chegam a 1 em cada 3 entre os mortos por Covid-19 (32,8%).
Com os brancos, ocorre o contrário: são 73,9% entre aqueles hospitalizados com Covid-19, mas 64,5% entre os mortos.
"Chama a atenção essa diferença de 10 pontos percentuais entre negros hospitalizados e negros mortos pela Covid-19", diz Denize Ornelas, diretora da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade.
"Ou seja, se as chances de morte pela doença não dependem de raça ou cor, tem algo errado, uma outra influência neste resultado, seja o tipo de tratamento oferecido, seja alguma outra comorbidade que as pessoas negras tenham."
A diferença de letalidade entre brancos e negros pode ser maior já que, do total de 1.056 óbitos pela doença contabilizados, 32% não tiveram a cor/raça da vítima registrada. "O fato de não existir um terço da informação sobre os óbitos é algo grave e indica que o Ministério da Saúde tem falhado ao orientar os profissionais no preenchimento dos dados relativos à Covid-19", avalia Ornelas.
Segundo ela, esses dados refletem a primeira onda de contaminados pelo novo coronavírus: pessoas de alto poder aquisitivo, que viajaram para fora do país e voltaram com o vírus. "São pessoas majoritariamente brancas e que tiveram acesso aos testes e a serviços hospitalares", diz.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, 67% dos brasileiros que dependem exclusivamente do SUS (Sistema Único de Saúde) são negros, e estes também são maioria dos pacientes com diabetes, tuberculose, hipertensão e doenças renais crônicas no país —todos considerados agravantes para o desenvolvimento de quadros mais gravosos da Covid-19.
Ornelas avalia que, como a onda de manifestação da doença entre pessoas periféricas começou no início do abril, e isso ocorreu concomitantemente ao que chamou de "blecaute" na disponibilidade de testes, o quadro atual pode ser mais grave do que aquele apresentado pelos dados. Apenas em São Paulo há uma fila de ao menos 17 mil testes aguardando processamento.
Para Luis Eduardo Batista, pesquisador do Instituto da Saúde da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e membro do grupo de trabalho de racismo e saúde da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), os dados atuais já indicam que o coronavírus chegou às periferias antes do que se pensava.
"Com 20 dias desde o primeiro óbito, termos 32% das mortes entre pessoas negras indica que o isolamento social não retardou a chegada do coronavírus nas periferias como esperávamos", diz. "A epidemia começou com uma elite, majoritariamente branca, mas que tem sua cozinheira, sua faxineira, seus cuidadores, majoritariamente negros."
Para a assistente social Lúcia Xavier, diretora da ONG de mulheres negras Criola, organização que integra a Coalizão Negra por Direitos, os dados do Ministério da Saúde são um "sinal vermelho" sobre os efeitos da pandemia entre os negros no país.
"A pandemia atingiu inicialmente uma população com condições muito favoráveis e foi dura mesmo neste grupo de pessoas brancas, ricas e com amplo acesso à saúde. É assustador pensar nos seus efeitos sobre a população negra, que tem péssimas condições de vida e comorbidades associadas", diz.
Segundo ela, boa parte dessas comorbidades são ligadas a questões sociais, como a falta de saneamento básico, e agravadas pelas desigualdades raciais, como condições precárias de moradia, que favorecem doenças como a tuberculose, ou alimentação inadequada, que promove doenças como diabetes e hipertensão arterial.
"Essas condições socioeconômicas vão gerando maior vulnerabilidade em saúde que vai pesar muito durante a pandemia", avalia.
Além disso, afirma Xavier, quando os negros adoecerem, eles encontrarão um sistema de saúde que vem sendo esgarçado há muito tempo. "Isso significa a população negra, em muitos casos, pode nem alcançar esse serviço."
Nos EUA, o novo coronavírus está matando negros em taxas mais elevadas do que na população em geral. E autoridades interpretam que o fato se deva às disparidades no acesso a cuidados e atendimento de saúde —o que poderá ocorrer também no Brasil.
Na quarta-feira (8), a Coalizão Negra Por Direitos entrou com pedido, via Lei de Acesso à Informação, para que o ministério da Saúde divulgasse os dados relativos à pandemia do coronavírus com recortes de raça, gênero e localização.
O pedido também foi feito pelo Grupo de Trabalho de Saúde da População Negra da SBMFC, que pressiona as autoridades sanitárias para que os dados sobre as mortes e casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) sejam desagregados por bairros nos municípios.
Enfermeiras da Cruz Vermelha transportam vítima da gripe de 1918 em Sant
As doenças existem desde que o mundo é mundo, mas as epidemias, como a que vivemos atualmente, ou algo parecido, ocorrem em populações que passam certo tempo sob circunstâncias anormais, por exemplo, sob o desgaste de uma guerra, quando os campos deixam de ser cultivados e a fome se espalha. Mas e agora, por que as andanças do coronavírus em uma cidade do Oriente ocasionou tamanha letalidade mundo afora? Quando foram inventadas as quarentenas? Os Governos se aproveitam das pandemias? Quais são os bodes expiatórios? O medo é manipulado? Ana María Carrillo Farga é historiadora da Medicina, especialista em pandemias e professora do departamento de Saúde Pública da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM). Conversar com ela é como participar de um jogo de perguntas e respostas sobre a história da ciência.
Os dias no deserto
Quem acha que vivemos algo excepcional atualmente deveria saber que as quarentenas existem desde a época dos Estados venezianos do século XIV. Na época se desconhecia o período de incubação das doenças (e muitas outras coisas de caráter científico e sanitário), de modo que se estabeleceu um isolamento arbitrário de 40 dias, um número bíblico, de fato, os que Jesus Cristo passou na sua travessia espiritual pelo deserto. A peste era o demônio da época. As quarentenas não só isolavam ao doente do saudável como também impediam o desembarque de navios que chegassem ao porto, e mesmo assim a população se contagiava misteriosamente… Só no final do século XIX, com o desenvolvimento da bacteriologia (os vírus ainda eram pequenos demais para serem detectados com a tecnologia disponível), o campo do conhecimento saltou da Bíblia para a ciência.
A infância da globalização: duas teorias
Marinheiros e exploradores estenderam os limites do mundo e levaram o comércio além dos estreitos horizontes então vislumbrados. As epidemias naquele tempo eram uma ferramenta de conquista ―por exemplo, a varíola no processo de colonização da Mesoamérica. E tiveram um papel determinante na drástica queda da população ocorrida nos séculos XVI e XVII. Mas quando não foram úteis, buscou-se uma forma de combatê-las. No final do século XVIII havia duas posições a respeito, duas escolas: uns acreditavam na teoria do contágio entre pessoas e defendiam o isolamento (chamado com razão de sequestro). Estes eram os conservadores, os que não queriam mexer em nada, só controlar. Os espanhóis eram destes, para proteger o comércio das suas colônias.
No outro grupo estavam os que defendiam a teoria miasmática, os ingleses entre eles. Acreditavam que os corpos em decomposição, o lixo e as águas residuais emanavam eflúvios que adoeciam a população ao serem inalados. Estes se inclinavam pelo saneamento das cidades e pela melhoria das condições trabalhistas e domésticas como medidas mais eficazes para a saúde pública. Ambos tinham parte da razão; os segundos, se não na causa, pelo menos a respeito das consequências de viver em cidades insalubres. Mas algo continuava escapando ao entendimento: se a tripulação de um navio permanece isolada e não há contato entre pessoas nem circunstâncias ambientais, por que a população em terra acabava se contagiando? Faltava um terceiro elemento: os vetores, geralmente insetos, mosquitos, pulgas…
Paciente com febre amarela em isolamento no ano de 1910.TIME LIFE PICTURES / GETTY IMAGES
Uma estratégia internacional
A saúde começou oficialmente a ser um assunto de todos em 1851, na primeira reunião internacional sobre ela realizada em Paris, ainda com uma aparência muito europeia. Em 1881 o evento ocorreu em Washington. “As primeiras convenções sanitárias buscavam proteger os países e regiões da chegada de epidemias, mas tratando de interferir o mínimo possível no livre comércio e no trânsito de pessoas”, diz Ana María Carrillo.
A pauta daqueles encontros tinha outros objetivos secundários, como impulsionar a criação de organismos de saúde nos Governos de cada país ou insistir em que, em caso de pandemia, o conveniente era informar com transparência à comunidade internacional, assim como a pertinência do saneamento de portos e cidades. Preocupavam especialmente naqueles anos o cólera e a peste, que causavam estragos desde meados do século XIX e que foram o estopim destas cúpulas sanitárias. Depois seria a febre amarela.
As duas Guerras Mundiais deixaram seus respectivos avanços neste campo. Depois da Primeira, criou-se a Liga das Nações, com sua respectiva área sanitária, e em 1948 surgiu a Organização Mundial da Saúde (OMS). México, Estados Unidos, Guatemala, Costa Rica e Uruguai já tinham fundado em 1902 a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) que, com o tempo, se tornaria uma filial da OMS. Todos estes organismos procuram respostas coordenadas em tempos de pandemia. Em 1969 foi redigido um primeiro regulamento sanitário internacional que insistia na não interrupção do trânsito de pessoas de forma radical. “É semelhante ao que faz o México hoje em dia. Aquele documento dizia que parar o comércio não detém as epidemias”, afirma Carrillo.
O peso do comércio
O equilíbrio entre a proteção da saúde e a estabilidade econômica, buscado de forma tão desesperada por muitos países atualmente, tem séculos de tradição. Naquelas reuniões internacionais de sanitaristas e higienistas do século XIX tinham muito peso as intervenções políticas e empresariais, a diplomacia comercial. “Os comerciantes sempre tratavam de ocultar as epidemias, e os Governos também preferiam evitar certo pânico, assim que os alarmes chegavam tarde para o controle efetivo da doença, que se espalhava cada vez mais. Foi preciso convencê-los de que a transparência ajudava o controle e, portanto, a economia.”
O comércio já estava globalizado, e a América Latina e o Caribe se incorporavam a esse negócio internacional quando se atravessava a segunda revolução industrial. O México, por sua vez, começa um intercâmbio de mercadorias muito desigual, mas intenso, com os Estados Unidos. Como nos tempos da conquista espanhola, as epidemias também se transformaram nesse período em uma ferramenta, neste caso de controle comercial, para fechar fronteiras e estigmatizar certos países. “O Texas mantinha o México sob quarentena permanente para atrapalhar o comércio, enquanto os Estados Unidos olhavam para o outro lado argumentando que cada um de seus Estados era soberano”, conta a professora da UNAM.
Um grupo de voluntárias da Cruz Vermelha durante a gripe espanhola em 1918.GETTY IMAGES
O vírus como estilingue
A política clássica da OMS condena que países sejam estigmatizados por serem identificados como a origem de uma pandemia. Recrimina, assim, denominações como cólera asiática, vírus chinês, gripe mexicana, gripe espanhola… Há duas boas razões para isso. A primeira é que os vírus não são de ninguém, pois “é difícil determinar onde começa uma pandemia e possivelmente onde acaba”. Em segundo lugar, apontar um povo como o causador da desgraça não contribui para sua erradicação, porque “se alguém se sente marcado ou perseguido se esconderá, certo? E isso impede um melhor controle e um freio na transmissão da doença”.
Mas os direitos humanos não costumam estar em primeiro lugar na pauta, e poucos resistiram a utilizar as pandemias em benefício próprio. O México, por exemplo, tem uma triste historia de discriminação com a população chinesa em seu território, que não só contribuiu para a construção de ferrovias e outras obras públicas como também se integrou plenamente e se transformou em uma comunidade próspera dentro do país. Eis aí o pecado. “Sempre foram acusados de transmitir doenças. Inclusive a cor da sua pele acabou sendo associada à febre amarela, quando [o nome da doença] só tinha a ver com a icterícia que causa”. Também se atribuía a eles a peste que o México sofreu em 1092/1903, quando esse grupo étnico se mostrou imune.
Também o nome atribuído à mortífera gripe espanhola escondia certos interesses. “Tratava-se de evitar que o pânico se espalhasse entre as tropas [na Primeira Guerra Mundial], assim era muito mais simples circunscrevê-la à Espanha, ausente na luta”. Sempre houve bodes expiatórios ―os gays no caso do HIV, ou as prostitutas em tempos de sífilis. O H1N1 que circulou pelo México em 2009 foi fatal para o comércio da carne suína no país, que precisou de exibições públicas dos políticos comendo tacos para esconjurar os temores.
Manipular o medo
Esta pandemia que o mundo atravessa atualmente viaja de avião, o que se reflete num primeiro contágio entre pessoas ricas e uma segunda fase de contágio local que cedo ou tarde afetará em maior medida os mais pobres, como todas. “Nem sempre as pandemias têm sua origem nas classes superiores para passar depois às mais desfavorecidas. Houve um tempo em que chegavam de ferrovia ou de navio com o deslocamento da classe operária, os migrantes”. Por suas condições de vida e profissionais, os pobres sempre acabam sofrendo mais contágios e ficam em pior situação quanto à cura. E isso os torna bodes expiatórios como os que vimos anteriormente, porque a origem e a propagação da epidemia acabam sendo atribuídas a ele. Isto também se deve a interesses. Ana María Carrillo cita o exemplo do México. “No final do século XIX ocorreu a chamada peste cinza, transmitida por um piolho, e, embora houvesse infectados de todas as classes, manipulou-se o medo contra os pobres, que certamente foram mais afetados. Conseguiu-se expulsá-los do centro de várias cidades e se estabeleceram colônias [bairros] de ricos, como as hoje famosas e acomodadas colônias Condesa e Roma, na Cidade do México, enquanto as classes baixas foram deslocadas para a periferia.”
As pandemias são muito eficazes também para direcionar ou controlar o comércio. A professora Carrillo vê com receio a “insistência atual em criminalizar os chineses”, que circulou não só nas redes sociais com humor mais ou menos ácido, mas também pela boca de líderes políticos como Donald Trump, em cujos discursos não deixava de citar o “vírus chinês”. A insistência com a China, opina a professora, teria neste caso a ver “com a expansão do comércio nesse país, muito poderoso nos últimos anos. Não me atrevo a apontar a origem da pandemia, mas vejo pressões comerciais na denominação que lhe foi dada. Historicamente, as pandemias foram usadas para frear comércios florescentes. Os Estados Unidos já tinham feito isso com a febre amarela, por exemplo”.
Trabalhadores de saúde chineses da província de Shandong participam de uma cerimônia antes de deixar Wuhan.ROMAN PILIPEY / EFE
Ensinamentos para o futuro
Dizia-se no princípio deste artigo que as epidemias surgem quando uma sociedade está passando por um mau momento ―fome, guerras, fragilidade ou tudo junto. Mas o que está acontecendo agora para que a Covid-19 esteja ceifando uma população aparentemente sã e em perfeito desenvolvimento? A professora Carrillo se soma aos que opinam que “o neoliberalismo político” teve muito a ver com a transmissão e expansão do vírus.
“Por um lado, as sociedades estão mais empobrecidas devido às crises econômicas recentes, e isso é um caldo de cultivo para os contágios, como dizíamos. Em segundo lugar, os sistemas sanitários públicos sofreram com estas políticas durante muito tempo, foram privatizados, tiveram recursos cortados.” São fatores que não deixam de ser recordados nos países europeus e que alimentam a disputa política nas últimas semanas. Além disso, leva-se em conta que haverá os mesmos contágios em quase todos os países, e o que estes fazem então é tratar de que seus hospitais, tão carentes de recursos, não fiquem sobrecarregados.
Carrillo Farga cita em terceiro lugar as comorbidades que se destacam como um fator de risco acrescentado na letalidade do vírus. Todas essas doenças que agravam o risco de morrer de Covid-19 estão relacionadas com um mundo onde as classes pobres, sobretudo, foram perdendo a dieta tradicional para se integrar ao mercado das calorias vazias, dos refrigerantes borbulhantes no café da manhã, almoço e jantar. Obesidade, diabetes e hipertensão serão a gota d’água para muitos destes doentes que sucumbiram a necessidades geradas antes que o produto lhes fosse oferecido. “Acho que esta pandemia resultará em uma melhora dos sistemas sanitários públicos. O ensinamento que deixará será que é preciso reforçar os Estados nos recursos e serviços para a saúde pública”.
Os contribuintes que estão enquadrados no perfil de declaração do Imposto de Renda para Pessoa Física, o IRPF 2020, devem ficar atentos. O calendário para este ano para o pagamento da restituição foi divulgado e os recebimentos devem chegar mais cedo.
Para esta edição, está programado para dia 29 de maio a entrega do primeiro lote, já o último é marcado para o dia 30 de setembro. As consultas serão liberadas logo depois que a janela de entrega das declarações for fechada; confira:
Calendário restituição IRPF 2020
1° lote: 29 de maio
2° lote: 30 de junho
3° lote: 31 de julho
4° lote: 31 de agosto
5° lote: 30 de setembro
Mesmo assim, não se sabe qual é o lote no qual cada pessoa estará enquadrada. A Receita Federal destaca que há critérios pré-definidos, mas o repasse será realizado e informado com antecedência.
O recebimento será dado de forma prioritária para alguns grupos detalhados pela Receita Federal.Constituídos pelos seguintes perfis:
Idosos acima de 80 anoS;
Pessoas entre 60 e 79 anos;
Contribuinte com alguma deficiência física, mental ou doença grave;
Contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério
Para saber se teve a restituição liberada, o contribuinte deverá acessar a página da Receita Federal na internet. Através do serviço e-CAC é possível ver o extrato da declaração e consultar se há inconsistências de dados identificadas pelo processamento. Ainda é possível ligar para o Receitafone, no número 146.
Os valores de restituição ficam disponíveis para saque em até um ano. Caso não haja o recebimento dentro deste prazo, o contribuinte deverá fazer requerimento por meio da Internet, mediante o Formulário Eletrônico – Pedido de Pagamento de Restituição, ou diretamente no e-CAC, no serviço Extrato do Processamento da DIRPF.
Imposto de Renda 2020
Com mais um ano de declaração de Imposto de Renda para Pessoa Física, os contribuintes devem ficar atentos a alguns pontos. O mais importante é saber se você faz parte do perfil de contribuintes que irá declarar os ganhos do último ano.
De acordo com a Receita Federal, estes são os perfis que devem realizar o procedimento:
Brasileiros que tiveram rendimento tributável com valor igual ou acima de R$ 28.559,70;
Rendimentos tributáveis e não tributáveis vindo direto da fonte com valor igual ou acima de 40.000,00;
Brasileiros que chegaram a ter renda com valor igual ou acima R$ 142.798,50;
Quem passou a ter posse de bens cujo o seu valor seja igual ou maior a R$ 300.000,00;
Teve algum ganho de capital sobre alienação de bens e direitos;
Cidadãos que chegaram a fazer ações na bolsa de valores, mercados futuros ou atividades correlacionadas;
Cidadãos residentes em áreas rurais que tenham interesse em fazer alguma compensação de prejuízos ou perdas relacionadas ao ano anterior.
Este público, por sua vez, deve ficar atento e baixar o programa que realiza a declaração no seu computador. Nele serão imputadas as documentações referentes aos ganhos e investimentos no último ano.
Ainda há isentos de realizar o pagamento. Este público são pessoas com renda relativas a aposentadoria, pensão ou reserva/reforma (militares) e portadores de doenças específicas. Para ter conhecimento sobre cada uma delas, acesse o site da Receita Federal.
Você não consegue se cadastrar no auxílio emergencial de R$ 600 – o qual ficou conhecido como “coronavoucher” – devido a irregularidades do seu CPF? Nesta quinta-feira (9), a Receita Federal anunciou que irá regularizar a situação dos documentos suspensos por pendências eleitorais.
O registro fica irregular caso haja pendências na entrega de declarações de Imposto de Renda ou com a Justiça Eleitoral. Além disso, se o órgão identificar alguma espécie de fraude ou dados incorretos.
A Receita explica que a regularização excepcional será feita devido à suspensão das atividades dos cartórios eleitorais, durante este período de quarentena devido à pandemia de coronavírus.
Se você não sabe a situação do seu CPF, a orientação da entidade é que o requerente tente fazer o cadastro no site do auxílio emergencial para ver se gera algum tipo de irregularidade. O indivíduo também pode consultar por meio do site da Receita Federal (neste link).
Como solicitar a regularização?
Caso haja pendência no seu documento, você poderá solicitar – de graça – a regularização pela internet. São duas opções pricipais: pelo formulário eletrônico (aqui) ou por meio do chat da Receta (link).
O atendimento ainda pode ser feito por e-mail, basta mandar os documentos exigidos pelo site da Receita. O órgão público também indica que o contato deverá respeitar a região de onde você mora. Para cada localização, há um contato distinto. Confira:
1ª Região Fiscal (DF, GO, MT, MS e TO): atendimentorfb.01@rfb.gov.br
2ª Região Fiscal (AC, AM, AP, PA, RO e RR): atendimentorfb.02@rfb.gov.br
3ª Região Fiscal (CE, MA e PI): atendimentorfb.03@rfb.gov.br
4ª Região Fiscal (AL, PB, PE e RN): atendimentorfb.04@rfb.gov.br
5ª Região Fiscal (BA e SE): atendimentorfb.05@rfb.gov.br
6ª Região Fiscal (MG): atendimentorfb.06@rfb.gov.br
7ª Região Fiscal (ES e RJ): atendimentorfb.07@rfb.gov.br
8ª Região Fiscal (SP): atendimentorfb.08@rfb.gov.br
9ª Região Fiscal (PR e SC): atendimentorfb.09@rfb.gov.br
10ª Região Fiscal (RS): atendimentorfb.10@rfb.gov.br
Você teve problemas para solicitar o “coronavoucher” devido a irregularidades no seu CPF? Diga para a gente no espaço abaixo.
Os cofres públicos do estado e dos municípios baianos receberão um reforço para o combate ao coronavírus. Em edição extra do Diário Oficial da União, publicado na noite da última quinta-feira (9), o Ministério da Saúde publicou uma portaria que libera mais de R$ 100 milhões para a Bahia. Em âmbito nacional, o valor chega a R$ 4 bilhões.
Conforme a portaria, o dinheiro deverá ser utilizado para aquisição de materiais e insumos, abertura de leitos, além do custeio de profissionais de saúde, de acordo com a necessidade local.
O RL News selecionou os valores do município de Itapicuru e os que integram a microrregião de Alagoinhas.
Segundo o Ministério da Saúde, estes são os valores por município: Alagoinhas R$ 1.242.870,59, Aporá R$ 46.721,54, Acajutiba R$ 210.960,40, Aramari R$ 38.230,82, Itapicuru R$ 167.695,56, Inhambupe R$ 190.196,35, Araças R$ 162.366,75, Crisópolis R$ 112.496,96, Rio Real R$ 318.826,65 e Sátiro Dias R$ 95.359,22.
Na oportunidade, veja outros municípios da região: Olindina R$ 276.423,91, Nova Soure R$ 360.022,95 e Água Fria 232.335,42.
No incio do mês, Inhambupe já havia sido contemplado com outros repasses para combater o COVID-19, totalizando R$ 268.696,35.
Um novo aplicativo lançado pelo governo da Bahia permitirá ao consumidor baiano realizar cotações em segundos e sem sair de casa. Denominado Preço da Hora Bahia, o app traz informações em tempo real extraídas das notas fiscais eletrônicas, bastando fazer a leitura do código de barras impresso na embalagem, usando o celular, ou digitar o nome do produto desejado. É possível comparar, por exemplo, os preços de itens hoje difíceis de encontrar, como álcool em gel, máscaras e luvas, em meio a seis milhões de produtos comercializados diariamente em toda a Bahia.
O Preço da Hora Bahia abrange todos os produtos vendidos no varejo, com destaque especial para combustíveis e medicamentos. Solicitada a pesquisa, o aplicativo irá apresentar os preços de venda do produto nas últimas horas, na região em que está o consumidor, utilizando a localização do seu celular. Estas informações têm como fonte exclusiva as notas fiscais armazenadas na SefazBa.
As informações são fornecidas pelas cerca de 180 mil empresas presentes nos 417 municípios da Bahia, ao emitirem a Nota Fiscal do Consumidor Eletrônica (NFC-e) ou a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e). Diariamente, são mais de 3,2 milhões de notas fiscais processadas pela Sefaz-Ba, com picos superiores a 4,4 milhões. Só em Salvador são emitidas mais de 1,2 milhão notas fiscais eletrônicas todos os dias. O Interior, por outro lado, responde por 68% do total de produtos comercializados no varejo.
Para utilizar o Preço da Hora Bahia bastará ao consumidor baixar o app e, ao abri-lo, informar o produto a ser pesquisado. O aplicativo irá utilizar a geolocalização do aparelho para encontrar os menores preços em um raio de até 30 quilômetros, que pode ser ajustado a parâmetros informados pelo usuário. Ao receber a relação de preços e locais onde eles estão sendo praticados, o consumidor terá na tela informações sobre quando foi realizada a última venda, telefone e rota para chegar ao estabelecimento. É possível, ainda, acessar um gráfico com o histórico de preços do produto.
O Preço da Hora Bahia baseia-se em uma solução desenvolvida pelo governo da Paraíba em parceria com o Tribunal de Contas do Estado (TCE-Pb), cedida para a Bahia como parte da política de intercâmbio de boas práticas entre os estados no âmbito do Consórcio Nordeste, presidido pelo governador Rui Costa. Disponível para celulares Android e iOS, a ferramenta permite ao usuário fazer suas próprias listas de compras e obter as melhores cotações para elas, possibilitando assim definir produtos favoritos para facilitar a pesquisa. Além do App, a solução inclui também uma página web, que amplia as possibilidades de navegação a partir do computador.
O novo coronavírus já matou 1.057 pessoas no Brasil. O número foi divulgado pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira (10). Os dados apontam que o total de casos confirmados da doença chegou a 19.638 no país.
Até esta quinta-feira (9), os casos confirmados eram 17.857 e os óbitos 941.
O Brasil teve uma queda de mais de 90% do seu tráfego aéreo com a pandemia do coronavírus. Entre os meses de março e abril, o número de voos domésticos semanais no país saiu de 14.781 para 1.241.
De acordo com Eduardo Sanovicz, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), parte dos voos mantidos servem para manter o tráfego de transporte de cargas, levados nos porões dos aviões comerciais.
Com a redução brusca no número de viagens, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), entrou em acordo com três companhias áreas para manter a circulação entre 46 localidades do Brasil.
De acordo com o portal G1, através de informações do FlightRadar24, o número de voos em circulação no mundo teve uma redução de 64,86%. Já na América do Sul o fluxo atingiu cerca de menos 80%, em comparação entre os dias 7 de março e 7 de abril. “Frotas inteiras estão estacionadas. Nunca passamos por isso", declarou Ian Petchenik, o diretor de comunicação do FlightRadar24.
Em meio ao avanço de casos do novo coronavírus, o Ministério da Saúde começou a distribuir nesta sexta-feira (10) um conjunto de 60 respiradores para atendimento de pacientes com quadro grave da doença em três capitais: Fortaleza, Manaus e Macapá.
Os equipamentos devem ser distribuídos pela Força Aérea Brasileira. Em nota, a pasta diz que a distribuição leva em conta a situação de "espiral" da epidemia, ou seja, um cenário de aumento acelerado de casos.
Isso significa que, nestas cidades, há "mais doentes indo aos hospitais ao mesmo tempo e ocupando toda a capacidade de assistência do sistema de saúde".
Atualmente, as regiões de saúde de Fortaleza, Manaus e Macapá estão entre as cinco do país com maior incidência de casos de Covid-19.
Um primeiro avião, com uma carga de 30 respiradores, estava previsto para sair às 15h do aeroporto de Guarulhos para Fortaleza, região cujo coeficiente de incidência do novo coronavírus já atinge 43,9 casos a cada 100 mil habitantes. O volume da carga dos equipamentos é de 1,5 tonelada.
A previsão é que o material chegue ao Ceará às 20h50 desta sexta. O equipamento deve ser distribuído ao hospital Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, referência para atendimento de casos da doença.
Outros 30 respiradores -20 para Manaus e 10 para Macapá- devem ser enviados em outro voo, cuja decolagem é prevista para a manhã de sábado (11).
Em Manaus, os equipamentos devem ser destinados ao Hospital Delphina Abdel Aziz, que entrou em colapso na madrugada desta sexta, segundo funcionários de plantão ouvidos pela Folha de S.Paulo.
Segundo o ministério, a rápida ocupação de leitos na capital do Amazonas tem sido verificada desde a última semana. Atualmente, o estado tem 899 casos confirmados do novo coronavírus, com 40 mortes.
Quando observado o coeficiente de incidência, que engloba o total de casos pela população, a região de saúde de Manaus está em terceiro lugar, com 28 casos a cada 100 mil habitantes.
Já os respiradores destinados a Macapá irão para a Maternidade Dra. Euclélia Américo, que fica na zona norte da cidade. Lá, o índice é 16,8 casos a cada 100 mil habitantes.
Para o ministério, o sistema de saúde do local "já começa a chegar a um nível de alerta".
Antes de iniciar a distribuição, os equipamentos estavam no aeroporto de Guarulhos, sob controle da Receita Federal. Desde o início de março, o governo determinou que cargas de empresas e destinadas a exportações seriam retidas.
Ainda segundo o ministério, esta é a segunda carga de respiradores enviadas a Manaus em menos de uma semana. No último domingo, uma carga de 10 destes equipamentos foi enviada a pedido da secretaria de Saúde.
Inicialmente, o plano de contingência havia reservado 69 leitos de UTI na rede pública para atendimento de casos do novo coronavírus. Em nota, o ministério diz que as cidades precisam ampliar "com urgência" o número de leitos de UTI para tratamento de doentes.
Informações do Ministério da Saúde divulgadas nesta sexta-feira (10) contataram que 64,5% dos pacientes mortes em decorrência do novo coronavírus eram brancas, de acordo com o critério de autodeclaração utilizado no Brasil. A mesma estatística indica que 8,5% das vítimas eram pardas; 4,3%, pretas; 2,5%, amarelas e 1,2%, indígenas.
De acordo com o portal Metrópoles, a discriminação da cor das vítimas da Covid-19 foi uma demanda de movimentos sociais. Na quinta-feira (9), um grupo de 150 entidades representando o movimento negro e as periferias enviou, em carta ao ministro da Saúde e às secretarias de saúde estaduais, um pedido pela divulgação das informações.
Há uma preocupação quanto à letalidade do vírus para a população negra, que vem se apresentando como a maior vítima do coronavírus nos Estados Unidos.
Na 14ª posição mundial em relação ao número de casos confirmados do novo coronavírus, o Brasil é o país que menos realiza testes entre as nações mais atingidas pelo vírus. O protocolo adotado em maior parte do Brasil é de testar apenas casos graves, mortos e profissionais de saúde. Nesta semana o Ministério da Saúde reconheceu que há subnotificação.
Reportagem do jornal O Globo destaca o déficit de testes no Brasil e faz comparações com outros países. Enquanto aqui são feitos 296 testes por milhão de habitantes, o Irã, o segundo que menos testa entre os mais afetados, faz 2.755 por milhão. Os EUA, 7.101 por milhão. A Alemanha, um dos países com menor taxa de mortalidade, testou 1.317.887 pessoas — 15.730 por milhão.
A Bahia fechou o feriado de Sexta-feira Santa (10) com registro de 616 casos confirmados do novo coronavírus. O número, de acordo com a Secretaria da Saúde representa 6,58% do total de casos notificados.
Até o momento, 3.404 casos foram descartados e houve 19 óbitos, sendo 11 do município de Salvador e oito nos municípios de Lauro de Freitas (1), Itapetinga (1), Utinga (1) e Adustina (1), Araci (1), Itagibá (1), Uruçuca (1) e Ilhéus (1).
Este número contabiliza todos os registros de janeiro até as 17 horas desta sexta.
O estado soma 146 pessoas recuperadas e 25 encontram-se internadas, sendo 11 em UTI.
Os casos confirmados estão distribuídos em 67 municípios do estado, com maior proporção em Salvador (55,36%).