Autoridades sanitárias brasileiras investigam o primeiro caso suspeito
de ebola no País. O caso foi comunicado agora à noite pela secretaria
Estadual do Paraná ao Ministério da Saúde. Informações preliminares
indicam que o paciente veio de Conacre, capital da Guiné. O paciente foi
encaminhado para um hospital de referência e material foi coletado para
fazer o exames. A expectativa é a de que amanhã as amostras sejam
enviadas para o Instituto Evandro Chagas, onde será feita a análise para
confirmar se o paciente é ou não portador da doença. A notícia ocorre
no mesmo dia em que o Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da
Saúde, Jarbas Barbosa, afirmar que, embora baixo, existia o risco de o
Brasil registrar um caso da doença. Pela manhã, ele disse que o sistema
de vigilância montado era adequado e que instituições de saúde estavam
em treinamento constante para identificar casos suspeitos e para adotar
as medidas de segurança necessárias, caso isso ocorresse. O mundo vive
hoje a pior epidemia de ebola da história. Foram registrados 8.011 casos
na Guiné, Libéria e Serra Leoa, com 3.857 mortes, de acordo com dados
da Organização Mundial de Saúde. Nigéria, Senegal e Estados Unidos e
Espanha apresentaram transmissões localizadas. Juntos, foram
contabilizados nestes países 21 pacientes com a doença e 8 mortes.
Transmitida por um vírus, a doença é fatal em cerca 65% dos casos. A
infecção ocorre através do contato com sangue, fluidos corporais da
pessoa infectada ou do animal doente, como macacos, capivaras e
porcos-espinhos. Ao contrário de outras doenças, no entanto, a
transmissão ocorre quando o paciente já apresenta os sintomas da
infecção. Os principais são febre, fraqueza, dores abdominais, vômito e
hemorragias. A incubação - período entre o contágio e a manifestação dos
primeiros sintomas - pode variar entre 2 a 21 dias. Não há remédio
específico para o ebola. Em agosto, o Centro de Operações de Emergência
em Saúde do Governo Federal acionou o nível dois de emergência, o
penúltimo na escala de gravidade, que permite o deslocamento de equipes
federais para regiões com suspeita da doença no País sem a necessidade
de autorização dos governos locais.Desde que a Organização Mundial de
Saúde decretou emergência, o Brasil adotou um conjunto de medidas para
prevenir a transmissão e permitir a rápida identificação de um caso
suspeito da doença, com isolamento e tratamento.O grupo Executivo
Interministerial para Emergências em Saúde Pública foi convocado,
videoconferências semanais com todos os Estados são realizadas,
simulações foram feitas em hospitais de referência e em aeroportos. De
acordo com o plano traçado, casos suspeitos devem ser encaminhados para
hospitais de referência. Esses hospitais, no entanto, fazem apenas a
primeira triagem. Casos confirmados, de acordo com a estratégia, devem
ser enviados para dois hospitais: Instituto Nacional de Infectologia, no
Rio e Hospital Emílio Ribas, onde os pacientes ficam internados. O
teste de diagnóstico para comprovação da infecção é feito no Instituto
Evandro Chagas.
Fonte: http://www.bahianoticias.com.br/estadao/noticia/56073-brasil-tem-caso-suspeito-de-ebola-no-estado-do-parana.html