sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Google corrige verbete que associava definição de 'professora' à de 'prostituta'

Quando buscado no Google, o termo “professora significado” não é mais associado à definição de “prostituta com quem adolescentes se iniciam na vida sexual” e nem atribuída a “brasileirismo”. A ferramenta de buscas divulgou que verbete, produzido por site parceiro, foi alterado nesta quarta-feira (23). 
Diferente do resultado mostrado anteriormente, agora o buscador fornece apenas a definição “mulher que ensina ou exerce o professorado” referente à profissão de professora. “Nossa missão é tornar as informações acessíveis e úteis para todos”, disse o Google por meio de nota.
Segundo a assessoria de imprensa do buscador, as definições de palavras utilizadas pela ferramenta são fornecidas pela Oxford University Press, que trabalha com dicionários tradicionais no Brasil. Após repercussão do caso, a organização decidiu excluir a definição equivocada de sua base de dados.
“Trabalhamos com conteúdo licenciado de dicionários parceiros para ajudar nossos usuários a encontrar de forma fácil informações sobre palavras na Busca. Não editamos nem removemos as definições fornecidas pelos nossos parceiros que são os especialistas em idiomas”, justificou o Google em nota.
Já a Oxford University Press afirmou, também por meio de nota, que após investigar o segundo significado da palavra professora “o time de Dicionários estabeleceu que a definição é de uma gíria regional em desuso” e, por isso,  e, “tomou a decisão de removê-la de seu dicionário para resultados de busca”. 
“Esta definição veio de uma fonte confiável e foi classificada como gíria regional, entretanto, não a consideramos popular ou relevante o bastante para que seja mostrada de maneira tão proeminente”, diz nota da organização.


Definição de
REPRODUÇÃO/GOOGLE

Definição de "professora" foi corrigida por dicionário parceiro do Google.

Ao buscar no Google os termos “professora significado”, a primeira definição dada pelo dicionário utilizado pela ferramenta era “mulher que ensina ou que exerce o professorado”. Mas a segunda, considerada “brasileirismo” pelo verbete, ou seja, algo próprio do português do Brasil, a profissão estava definida como “prostituta com quem adolescentes se iniciam na vida sexual”.
Entre esta segunda-feira (21) e a manhã desta quarta-feira (23), imagens com a definição da profissão ligada ao sexo feminino viralizaram nas redes sociais e circularam em grupos de WhatsApp e repercutiram na imprensa.
Devido à repercussão, segundo informações do Google Trends, na noite da última terça-feira (22), o termo chegou a ser buscado mais de 500 mil vezes. O HuffPost Brasil fez o teste na ferramenta de busca na tarde de ontem e obteve o mesmo resultado divulgado nos grupos e redes sociais.
Definição semelhante aparece também em dicionários online como o cultuado Houaiss, o Aurélio e Aulete, que destacam em verbete que o uso pejorativo do termo “professora” é usado em “algumas regiões do Brasil, para se referir à pessoa com quem se teve a primeira relação sexual”. 
A pesquisa do Google, porém, mostrava resultado diferente quando a busca é feita em relação à profissão no sexo masculino. “Professor significado”, no masculino, resulta na definição de “aquele que professa uma crença” primeiro e, em segundo; “aquele que ensina” (veja abaixo).


ProfessorREPRODUÇÃO/GOOGLE

Professor

Ontem, questionada pelo HuffPost Brasil, a assessoria de imprensa do Google informou ao HuffPost Brasil que privilegia resultados de fontes confiáveis para os quadros que aparecem em primeiro resultado dos termos buscados e que, no caso do box “dicionário”, o conteúdo gerado é produzido por parceiros.
“Os resultados incluem usos coloquiais que podem causar surpresa, mas não temos controle editorial sobre as definições fornecidas por nossos parceiros que são os especialistas em linguagem. Reconhecemos a preocupação neste caso e vamos transmiti-la aos responsáveis pelo conteúdo”, disse em nota.

Google consertou o algoritmo de buscas para o termo “lésbica” 



Close up of hands of diverse races. Diverse races
SANTYPAN VIA GETTY IMAGES

Close up of hands of diverse races. Diverse races concept.

Recentemente, o termo “lésbica” deixou de ser mais associado a páginas de conteúdo pornográfico e sexual quando digitado na busca do Google. A empresa anunciou em julho que consertou seu algoritmo com a intenção de fornecer resultados mais precisos e de alta qualidade para este tipo de consulta.
Desde o dia 19 de julho esta correção está ativa. Antes, o mecanismo de busca mais famoso do mundo trazia em seus primeiros resultados conteúdos ligados a sites pornô, mesmo se a pesquisa fosse feita por um conteúdo de cunho educacional ou informativo, o que contribuía para a sexualização de mulheres.
Foi este tipo de efeito negativo que motivou um grupo feminista francês a criar o movimento “SEOLesbienne” nas redes sociais e a pressionar o Google por uma mudança efetiva, apontando problemas e possíveis soluções.
“Do nosso lado, tentamos repetidamente entender como sites pornográficos confiam em consultas e por que o Google não fez nada para alterar os resultados ‘naturais’ sobre esses tópicos, como pode fazer para os outros”, disse uma das porta-vozes do grupo ao site francês Numerama.
Buscas relacionadas a outros termos ligados à comunidade LGBT, como homossexual ou trans não levavam a conteúdos pornô e, sim, a páginas como Wikipedia ou reportagens de grande engajamento sobre esses temas.
Fonte: https://www.huffpostbrasil.com/entry/google-significado-professora_br_5db0a163e4b01ca2a856ce5d

Nenhum comentário:

Postar um comentário