Todos os anos, como tradição, acontece no município de Inhambupe o Arrastão da Concertina. Mas você sabe como começou esse movimento cultural? Toda essa história já foi contada, através de livreto confeccionado pelo grupo e distribuído durante o arrastão na comemoração dos seus 40 anos. Mas como a nossa memoria é falha e 50 anos é uma data significativa, procuramos conversar com pessoas que participam do grupo e recontar um pouco dessa experiência festiva.
Neste domingo, 23 de junho, o Arrastão da Concertina completa 50 anos de São João. O grupo surgiu de uma brincadeira de amigos que cursavam o 4º ano do ginásio, isso lá no ano de 1969. Assim, como outros grupos da cidade, costume da época, sai pelas ruas, de casa em casa, a perguntar: “São João passou por aqui?” Enquanto com o passar dos anos os demais grupos se dispersaram, este se manteve unido na tradição e, como contava com vários músicos na sua composição, quando chegava nas casas fazia a festa. Nesse período, o grupo ainda não tinha nome, a denominação “Arrastão da Concertina” surgiu por volta do ano de 1974, quando Nequinha, irmão de Pedro Aristisdes, ao ver o grupo da sua janela disse: “ La vem o grupo da Concertina”. Estava, nesse momento, batizado o grupo.
Concertina era como se chamava no passado um pequeno instrumento de acordeom.
Ao longo dos seus 50 anos, vários foram os homenageados pelo grupo: Abigail, Luis Gonzaga, Joaozinho da Gomeia, seu Batista, Antônio Lins, Seu Guega, o grupo os Tupãs etc. As homenagens são feitas sempre de maneira espontâneas e no improviso, celebrando as memórias de pessoas que contribuíram para o enriquecimento da cultura local e nacional.
Nesses 50 anos, o arrastão tomou grandes proporções, levando hoje centenas de pessoas às ruas, mas sempre mantendo o espirito original do grupo: a confraternização, a amizade, a alegria. É importante lembrar de que as festas juninas sempre foram marcadas pela fartura, comemoração da boa colheita, a valorização da economia rural que é nossa matriz, a partilha, a brincadeira em família e com os amigos, o reencontro com os que estavam fora. No caso do Arrastão da Concertina, tudo é feito de forma espontâneo, sem grandes arrumações e sem o apelo comercial presente nas festas juninas atuais. São as pessoas, com o jeito, com a alegria, com a generosidade de cada um, que fazem a festa e a animação da Concertina.
Fonte: Professor Gilson Santana em conversa com o Professor Silvio Carvalho
Confira algumas fotos do Facebook de Silvio Carvalho em anos anteriores.
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