FRATERNIDADE E SUPERAÇÃO DA VIOLÊNCIA – “Vós
sois todos irmãos” (Mt 23,8)
A
realidade da violência tem aterrorizado o povo brasileiro, deparamos com o tema
violência todos os dias, direta ou indiretamente e, infelizmente, Inhambupe
inclui-se neste cenário de sofrimento e convívio com tantas formas de
violências e tanto sangue derramado. Diante deste contexto, somos desafiados a
agir concretamente.
Inspirados
na Campanha da Fraternidade 2018, uniram-se: a Igreja Católica, Grupo Espírita,
Espiritualista, Igrejas Evangélicas, Religiões de Matrizes Africanas, Polícia
Militar, Secretarias da Educação e Assistência Social, representantes do Comércio,
representante da Sociedade Civil Organizada; todos numa mesma voz e em um mesmo
sentimento, um grande sonho coletivo: SOMOS TODOS IRMÃOS! O AMOR E A
FRATERNIDADE ENTRE NÓS E TODA A SOCIEDADE INHAMBUPENSE É UMA FORTE ARMA DE
SUPERAÇÃO DA VIOLÊNCIA E DE VIVÊNCIA DE UMA CULTURA DE PAZ. Só construindo uma
cultura de PAZ, só trazendo DEUS, o Senhor da Paz, para o centro das nossas
relações superaremos essa violência generalizada.
Em nossas discussões e
diálogos identificamos algumas razões principais que geram a violência:
1 – A desestrutura
Familiar: Quando se perde os valores, o respeito, a
formação do caráter e da ética no berço familiar, isso vai refletir diretamente
na escola, na Igreja, nos postos de trabalho e em todos os setores da
sociedade. Agressividade, desrespeito tem tornado o ser Humano semelhante a
animais selvagens, desafiando estruturas religiosas e educacionais;
2 – A falta de uma base
de Fé Sólida: Quando
não se tem mais temor a Deus, quando as referências éticas e morais já não
levam em conta os ensinamentos Divinos e Bíblicos, quando não se é capaz de
sentir-se amado por Deus e de amar a Deus e ao Próximo será impossível viver em
relações de paz. SEM AMOR NÃO SE
CONSTROE A PAZ! Disse Jesus: “Amai-vos
uns aos outros como eu vos amei”(Jo 15,12). SEM AMOR NÃO SE PODE PERDOAR!
Disse também Jesus, sendo injustamente violentado e assassinado na Cruz: “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”(Lc
23,34);
3 – Uma estrutura
política corrupta:
Não se prioriza os verdadeiros interesses da População. Nos últimos tempos, os
investimentos em segurança tem sido vergonhosos, somados a lentidão, impunidade
e muita “sujeira” em muitos órgãos da Justiça; Políticas públicas e justiça
social igualitárias existem muito pouco na prática. A violência é um dos muitos
reflexos das desigualdades sociais.
4 – Uma população
egoísta, individualista e em busca dos próprios interesses: Pensa-se muito no próprio “eu”. Se o
outro foi ou vier a ser roubado, agredido, injustiçado, morto, sente-se muito,
mas logo busca-se mais proteção pessoal. Porque enquanto acontece com o outro,
não é um problema “meu”, cada um busca sua proteção e dos seus familiares. Não
há um sentir-se responsável com problemas sérios que está acontecendo ao nosso
redor, mas que não nos atinge diretamente, não se vê muita preocupação e
compromisso com o coletivo.
5 – A triste herança
histórica: Desde a
invasão portuguesa, os índios, nativos brasileiros, foram violentados e
explorados, logo depois a violência continuou com a escravidão dos negros
trazidos da África. Anos se passaram e mesmo vivendo em uma democracia, essa
relação de violência e exploração continua impregnada na mentalidade brasileira,
o “jeitinho brasileiro”, de sempre querer tirar vantagem ante ao outro é uma
triste realidade.
A GRANDE PERGUNTA QUE
FERE E INSTIGA NOSSAS ALMAS:
Existe solução? Eu posso
fazer alguma coisa? O que? Como? Que caminho seguir?
Uma
solução concreta e pronta não existe. O que existe é a certeza de que não
podemos ficar de braços cruzados, precisamos urgentemente fazer alguma coisa. Ainda
acreditamos que é possível sim, criar uma cultura de paz!
O
Grande líder Espiritual e pacifista indiano Mahatma Gandhi, defendia que o
homem deve respeitar não apenas os seres de sua espécie, mas todas as formas de
vida, sendo a paz o mais perfeito ato do ser humano.
Apesar de muitas
tendências violentas encontradas no comportamento humano no decorrer da nossa
história, houve, todavia, figuras extraordinárias que promoveram a paz e o
amor, acima de todas estas personalidades, paira Jesus Cristo, o Baluarte do Amor,
o Príncipe da Paz, pacífico por excelência, assinalando o caminho a ser
trilhado ao apresentar o Sermão da Montanha (Mt 5,1-12).
Jesus disse: “Eu vos dou a minha
paz. Não como o mundo a dá, mas como somente eu a posso dar.” (João, 14,27). Qual
é a paz do Cristo? Sócrates afirmava: “A consciência tranquila, a
palavra reta e os atos corretos.” Quando estamos em paz mentalmente,
não temos vergonha do passado, não temos medo de acusações,
podendo enfrentar as pessoas com tranquilidade, o que demonstra nossa paz.
Pensemos então retamente, falemos de maneira correta e ajamos de forma
saudável. Para
a doutrina Cristã: a certeza do Paraíso e da Vida Eterna torna-se uma fonte de
Paz inesgotável.
No que refere-se a Educação, a mesma
tem um sentido amplo, vai além dos muros da escola, é para vida. A instituição
escolar não pode ser considerada como um mundo à parte da comunidade, e sim,
como uma extensão da vida que existem lá fora. Todos devem ser convocados,
inclusive a Família, a resolver conflitos que existe dentro do ambiente escolar
e que são reflexos do que acontece fora dos espaços escolares. E juntos,
desenvolverem ações que possam contribuir para o aperfeiçoamento dos valores
relativos a paz e superação da violência.
A paz se constrói com o
desenvolvimento do controle dos instintos, transformando-os em emoções de
caráter elevado. O amor é o sentimento que faz com que o homem seja terno,
solidário, compreensivo. Essa é a paz do amor inconstante, a paz que não se
perturba com o mal do outro, tanto quanto, o mal praticado pelo mau não provoca
o mal no ser que é pacífico.
Na
busca constante e urgente pela paz o AMOR é essencial. Cada ser humano precisa
reaprender as regras da convivência e do respeito: isso será possível quando
cada vez mais deixarmos de pensar em nós mesmos e pensarmos também no outro.
A GRANDE CAMINHADA PELA
PAZ EM NOSSA CIDADE a
realizar-se dia 04 de Maio de 2018 unindo
Religiões, Polícia, Poder Público, Comércio e toda Sociedade Civil inhambupense
é sem sombra de dúvida um grande passo para uma cultura de paz!
Agora convidamos você ou
seu grupo para responder e pôr em prática as seguintes perguntas?
1 – Você tem feito
alguma coisa que venha a contribuir com uma cultura de paz em sua casa, trabalho,
Igreja, Bairro, Cidade ou país?
2 - O que você poderia
fazer para gerar mais cultura de paz em vez de violência?
3 – Como você vê a
Caminhada pela Paz a realizar-se em Inhambupe unindo religiões, polícia e
várias outras entidades da sociedade civil?
NOSSA GRANDE ESPERANÇA
Que
esta tentativa de unidade iniciada na cidade de Inhambupe em prol de uma mesma
causa: A SUPERAÇÃO DA VIOLÊNCIA possa nos levar a vivenciar uma Cultura de Paz
e a Cantar de todo coração como cantou São Francisco:
*
Este texto foi elaborado em conjunto por representantes da Igreja Católica, Igrejas
Evangélicas, Grupo Espírita, Religiões de Matrizes Africanas, Secretarias de
Educação e Assistência Social. E organizado pelo Padre José Renato Peixinho
Cruz.
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