Oito pessoas no planeta possuem tanta riqueza quanto a metade mais pobre
da população mundial, situação "indecente" que "exacerba as
desigualdades", denuncia a ONG britânica Oxfam em um relatório publicado
antes do Fórum Econômico Mundial, que começa na terça-feira (17) em
Davos.
"É indecente que tanta riqueza esteja concentrada nas mãos de uma
minoria tão pequena, quando se sabe que uma em cada dez pessoas no mundo
vive com menos de US$ 2", afirmou uma porta-voz da Oxfam, Manon Aubry.
O relatório, intitulado "Uma economia a serviço dos 99%", revela "como
as grandes empresas e os indivíduos mais ricos exacerbam as
desigualdades, ao explorar um sistema econômico desfalecente, sonegando
impostos, reduzindo salários e aumentando os rendimentos para os
acionistas".
A Oxfam, que tradicionalmente denuncia as crescentes desigualdades por
ocasião do Fórum de Davos, adverte neste ano sobre "a pressão exercida
sobre os salários em todo o mundo", assim como os benefícios fiscais das
empresas ou o recurso a paraísos fiscais.
"As empresas otimizam seus lucros, especialmente aliviando o máximo
possível sua carga fiscal, privando os Estados de recursos essenciais
para financiar as políticas e os serviços necessários para diminuir as
desigualdades", destaca o documento.
A ONG, que se baseia em "novas informações mais precisas sobre a
divisão da riqueza no mundo", convoca os governos a reagir promovendo
uma economia mais humana.
"Quando as autoridades políticas deixarem de estar obcecadas pelo PIB,
se concentrarem no interesse de todos os cidadãos e não apenas de uma
elite, será possível um futuro melhor para todas e todos", afirma Aubry.
No ano passado, a Oxfam havia denunciado que o patrimônio acumulado do
1% mais rico do mundo havia superado em 2015 os 99% restantes com um ano
de antecedência em relação ao previsto.
Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/oxfam-critica-concentracao-indecente-de-riqueza-no-mundo.ghtml
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