Dirigentes do PSB ainda se recusam a
falar sobre o assunto, mas a morte do candidato à presidente pelo
partido, Eduardo Campos, desmontou o quebra-cabeças eleitoral montado
até esta quarta-feira (13). Dos diversos cenários traçados, a ascensão
da vice, Marina Silva (PSB/Rede), é apontada como um caminho natural – inevitável na avaliação de alguns
-, porém o PSB precisa definir como lidar com a perda do expoente
máximo do partido – além de candidato à Presidência da República, Campos
também era presidente nacional da legenda. No curto tempo em que esteve
em contato com a imprensa, Marina não falou sobre a sucessão
presidencial. Limitou-se a lamentar a morte do companheiro de “10 meses
de intensa convivência”. Em sua fala, a ex-senadora reforçou que
aprendeu a respeitar, admirar e confiar em Campos, que, em uma jogada
importante no tabuleiro político, trouxe Marina para o PSB após a
frustrada tentativa de criação do Rede Sustentabilidade.
Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias
Muito emocionada,
a candidata do PSB ao governo da Bahia, Lídice da Mata, também não
falou sobre o comportamento político da própria campanha a partir de
agora. Desde o início da corrida - e principalmente quando se afastou do
PT para ser candidata, no final de 2013 -, a senadora apontou a
candidatura de Campos a presidente como uma das principais motivações
para deixar o arco de alianças petista na Bahia. Nos últimos meses,
todavia, tomou gosto pela ideia e passou a adotar uma postura mais
crítica com relação ao governo de Jaques Wagner, antigo aliado de longa
data. A morte de Campos não deve pôr fim ao projeto de Lídice. Mas
arrefece os ânimos de uma campanha de “milhões contra tostões”, como sugeriu o coordenador do partido, Antônio Carlos Tramm.
Para além de mexer no cenário político nacional, o falecimento de
Campos pode causar duas reações distintas na Bahia: ou motiva os
correligionários a continuar ou sepulta o projeto de alternativa que o
PSB tentava pregar no estado, como buscava fazer na batalha federal.
Mais uma vez, a decisão nacional vai ter impacto direto na decisão
local.

Foto: Eduardo Braga/SEI
Apesar de detentora de um patrimônio de quase 20 milhões de
votos em 2010, a também ex-ministra do Meio Ambiente está longe de ter
ascendência total sobre as lideranças socialistas. Em diversos
estados-chave como São Paulo e Minas Gerais, divergiu – e perdeu – para
as motivações políticas do então candidato ao Palácio do Planalto. Sem
Campos, que possui doutorado político do DNA de Miguel Arraes, Marina
não atrai as mesmas visualizações positivas de setores empresariais que
tendiam a financiar o projeto do PSB para o plano federal. Enquanto o
partido não decide o futuro político da campanha – o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) confirmou que a sigla tem 10 dias para recompor a chapa
-, o instituto Datafolha anunciou mudanças na pesquisa eleitoral
prevista para o final de semana. Ao invés de Campos, o certame trará
Marina na disputa contra Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). Por
enquanto, não é possível afirmar se ela será candidata ou se a morte do
presidenciável influenciará no pleito. A negativa das lideranças do PSB
em falar do assunto, todavia, aumenta o que já era indefinido. E um novo quebra-cabeças começa a ser montado no plano federal.

Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias
Fonte:http://www.bahianoticias.com.br/noticia/158778-morte-de-campos-traz-indefinicao-aos-cenarios-politicos-do-brasil-e-da-bahia.html
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