Manifestantes entraram em confronto com a polícia nos arredores do estádio de Brasília
Os já habituais protestos do 7 
de Setembro ganharam força neste ano, quase três meses após a onda de 
manifestações que varreu o país. Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo 
foram palco dos protestos mais violentos. Houve confronto com a polícia e
 dezenas de detenções.
                     
O protesto teve os manifestantes habituais, como
 os movimentos sociais em torno do Grito dos Excluídos (de inspiração 
católica). Mas, neste ano, foi engrossado por muitos dos manifestantes 
que em junho foram à ruas pela primeira vez, durante os protestos dos 20
 centavos. E cenas de confronto voltaram a se repetir.
                     
No Rio, manifestantes entraram na 
avenida do desfile cívico-militar pela manhã. Houve confronto, bombas de
 águas e feridos, entre manifestantes e público. À tarde, manifestantes,
 incluíndo black blocks, seguiram ao monumento Zumbi dos Palmares, na 
avenida Presidente Vargas, e queimaram a bandeira do Brasil. O grupo 
seguiu depois ao palácio da Guanabara, sede do governo. Segundo 
informações oficiais, 27 manifestantes foram detidos.
                     
Na capital de São Paulo, manifestantes 
chocaram-se com a polícia no centro antigo. Um grupo, com black blocks, 
tentou depredar a Câmara Municipal e seguir depois para a Sé. Ainda não 
há balanço oficial sobre o número de detidos.
                     
Em Brasília, manifestantes se enfrentaram e 
foram dispersos pela polícia nos arredores do Congresso, do estádio Mané
 Garrincha e no Museu da República. Segundo informações oficiais, foram 
detidos 35 adultos e 15 adolescentes.
                     
O protesto teve início em frente ao Congresso 
Nacional, com cerca de 3 mi manifestantes. A concentração se deu a pouca
 distância da tribuna onde a presidente Dilma Rousseff acompanhava o 
desfile cívico-militar em comemoração aos 191 anos da independência.
                     
Parte do grupo dirigiu-se depois ao entorno do 
estádio Mané Guarrincha, onde a Seleção Brasileira enfrentou a Austrália
 em jogo amistoso.
                     
A Polícia Militar do Distrito Federal bloqueou o
 acesso, com a tropa de choque e a cavalaria. Manifestantes entraram em 
confronto e a cena seguinte foi de corre corre em meio ao gramado seco 
da capital federal.
                     
Bombas de gás lacrimogênio e spray de pimenta 
foram usados na dispersão dos manifestantes, que voltaram a se enfrentar
 com os policiais na rodoviária.
                     
Os manifestantes seguiram pelo eixo monumental 
em direção ao Congresso. Foram contidos pela polícia, deram meia volta e
 seguiram ao Museu da República, onde se deram outras cenas de 
confronto.
                     Rio
Bombas de gás foram lançadas próximo às arquibancadas no Rio (Foto: Júlia Carneiro)
No Rio, pela manhã, houve confronto com a 
polícia nos arredores do desfile militar na Avenida Presidente Vargas. 
Manifestantes, em sua maioria membros dos black blocs, furaram o 
bloqueio e entraram na área da parada militar, segundo relato da BBC 
Brasil, Júlia Carneiro.
                      "Os black blocks entraram na faixa paralela à do
 desfile e começaram a acompanhar a parada. Mas um grupo de cerca de 15 
policiais do Batalhão de Choque chegou por trás do protesto e começou a 
atirar bombas de gás lacrimogêneo, embora os manifestantes estivessem 
logo ao lado das centenas de pessoas que assistiam ao desfile de 
arquibancadas. A correria foi imediata – as bombas de gás atingiram 
igualmente os manifestantes e as famílias, crianças e idosos que foram 
ao centro para acompanhar as celebrações do 7 de Setembro".
"Os black blocks entraram na faixa paralela à do
 desfile e começaram a acompanhar a parada. Mas um grupo de cerca de 15 
policiais do Batalhão de Choque chegou por trás do protesto e começou a 
atirar bombas de gás lacrimogêneo, embora os manifestantes estivessem 
logo ao lado das centenas de pessoas que assistiam ao desfile de 
arquibancadas. A correria foi imediata – as bombas de gás atingiram 
igualmente os manifestantes e as famílias, crianças e idosos que foram 
ao centro para acompanhar as celebrações do 7 de Setembro". 
"Após o fim do desfile militar, outro protesto –
 o tradicional Grito dos Excluídos, organizado todo ano paralelo aos 
desfiles da Independência – seguiu por uma Presidente Vargas já vazia em
 tom mais festivo, com músicos puxando palavras de ordem em ritmo de 
carnaval. Grande parte das frases era contra o governador Sérgio Cabral,
 chamado de ditador pelos manifestantes".
                     
"O protesto manifestação seguia pacífica mas 
houve confrontos com a polícia próximo à Central do Brasil e correria 
quando bombas de gás foram lançadas. O protesto terminou na Estátua 
Zumbi dos Palmares. Manifestantes subiram nos mastros em frente ao 
monumento e retiraram as bandeiras do Brasil e do Estado do Rio que 
estavam hasteadas. Um grupo rasgou e queimou as bandeiras para depois 
hastear uma bandeira preta no lugar".
                     País
Em São Paulo, manifestantes se concentraram em 
frente ao Masp (Museu de Arte), na avenida Paulista, que ficou tomada 
por policiais.
                     
Um grupo seguiu para o centro antigo da capital 
paulista. Outro grupo fechou a avenida 23 de Maio. Houve confronto com 
os policias em frente à Câmara Municipal. Agências bancárias foram 
depredadas na região da Sé.
                     
No Rio Grande do Sul, agências bancárias também foram depredadas e houve prisões em Porto Alegre.
                     
Em Minas Gerais, manifestantes black blocks também entraram em confronto com a polícia na praça da Liberdade, em Belo Horizonte.
                     
                     
Manifestantes mascarados usaram fogos de artifício durante protesto no centro do Rio de Janeiro
Protestos foram ainda registrados em Teresina 
(PI), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), Curitiba (PR), Belém (PA) e outras 
capitais. Manifestantes portando máscaras foram presos em Fortaleza 
(CE).
                      Em Maceió, integrantes de movimentos sociais interromperam o desfile cívico após ocupar a área da parada militar.
Em Maceió, integrantes de movimentos sociais interromperam o desfile cívico após ocupar a área da parada militar.Protestos e reforço de segurança
O Dia da Independência chega quase três meses 
após a onda de protestos que tomou as ruas do país. No Facebook, a 
convocação do grupo Anonymous para o autodenominado "maior protesto da 
história do Brasil" tinha mais de 400 mil confirmações para eventos em 
149 cidades até sexta-feira, ainda que isso não necessariamente reflita o
 número de pessoas que estarão nas ruas.
                     
Outros grupos, como o Grito dos Excluídos e o 
Movimento Brasil Contra a Corrupção, também convocaram protestos em 
quase todos os Estados.
                     
Já se previa que o uso de máscaras fosse um dos 
pontos polêmicos durante as manifestações. Diferentes Estados criaram 
regras distintas sobre o assunto.
                     
No Distrito Federal, a polícia está autorizada a
 deter manifestantes mascarados que não quiserem se identificar. 
Pernambuco também proibiu que os manifestantes cubram o rosto. Já em São
 Paulo, o governador Geraldo Alckmin disse que não há orientação nenhuma
 à Polícia Militar para abordar pessoas com máscaras.
                     
No Rio de Janeiro, o governo voltou atrás e 
decidiu permitir o uso de máscaras, mas os policiais fluminenses podem 
pedir às pessoas que descubram o rosto e se identifiquem.
Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/09/130907_sete_setembro_mm.shtml 
 

 
 
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