terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Estiagem: cesta básica tem maior alta do País

De acordo com o Dieese, a farinha foi o produto com maior variação em Fortaleza, com elevação de 96,63% em 12 meses

Cinco das seis mais altas inflações da cesta básica do País no ano passado são de capitais nordestinas, e Fortaleza lidera esse ranking. A metrópole cearense acumulou 17,46% de aumento nos alimentos essenciais. É a maior elevação do País, seguida por João Pessoa (PB) e Recife (PE), com, 16,47% e 15,26%, respectivamente. A estiagem é a razão preponderante para a majoração dos preços dos alimentos em Fortaleza e na maioria das capitais do Nordeste. No País, o conjunto de produtos subiu mais de 10% em dez das 17 cidades pesquisadas.

Com maior peso na ração, tomate foi um dos principais responsáveis pela alta FOTO: THIAGO GASPAR

Por aqui, os fortalezenses encerraram dezembro gastando mais R$ 37,57 para comprar a mesma quantidade de produtos na comparação com 12 meses atrás. Com o maior aumento do preço da cesta básica do Brasil, Fortaleza passou a ter o conjunto de itens essenciais mais caros do Nordeste, ao custo de R$ 252,78. Ainda assim, na comparação com os demais principais centros urbanos brasileiros, a capital cearense fechou 2012 com a 12ª cesta básica mais cara. Os dados são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Impacto da seca

Na opinião da economista do Dieese, Elizama Paiva, a principal explicação desse reflexo nos preços dos produtos essenciais é a maior seca das últimas décadas no Nordeste. "A estiagem foi a principal causa. Nós passamos a trazer produtos de mais longe. O arroz, por exemplo, passou a vir do Rio Grande do Sul, que, por sua vez, deu preferência à plantação de soja, encarecendo ainda mais o produto", explica.

De acordo com o Dieese, a farinha foi o produto com maior variação em Fortaleza, com alta de 96,63% nos 12 meses do ano anterior. O preço do arroz também deu um salto, aumentando em 15 cidades em igual período. Na Capital cearense, a alta foi de 7,69%. Contudo, na opinião da economista, o tomate foi o produto com maior impacto. "O tomate pesa mais porque ele representa variação de 15% na cesta, quando o valor da farinha só representa 4%", afirma.

Mínimo de R$ 2.561,47

De acordo com o Dieese, o salário mínimo do trabalhador brasileiro deveria ter sido de R$ 2.561,47 em dezembro para que ele suprisse suas necessidades básicas e da família.

Em Fortaleza, ele teve que trabalhar 89 horas e 24 minutos no mês para pagar a cesta básica. Em dezembro/2012, o conjunto dos 12 produtos que compõem a cesta básica da Capital cearense registrou inflação de 3,37%. O tomate apresentou a maior elevação com, 24,60%.

Peso no bolso37 reais e 57 centavos foi o valor que o fortalezense pagou a mais na cesta básica em um intervalo de 12 meses até dezembro do ano passado

ILO SANTIAGO JR.REPÓRTER


Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1221354

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