quinta-feira, 8 de março de 2012

Análise histórica da participação da mulher no mundo do trabalho

Por: Marcia Regina
No decorrer do desenvolvimento capitalista, profundas mudanças de ordem econômica, política e social repercutiram consideravelmente sobre o nível e a composição inteira da força de trabalho. As mudanças tecnológicas decorrestes do processo de industrialização acentuaram a divisão social e sexual do trabalho, atuando diretamente na estrutura do emprego, tanto na zona rural como nos centros urbanos. Partindo dessa análise, a importância que desempenhou a mão de obra feminina no mercado de trabalho cada vez é mais avançada.

O crescimento da participação feminina no mercado de trabalho brasileiro foi uma das mais marcantes transformações ocorridas no país desde os anos setenta.Várias são razões para explicar o ingresso acentuado das mulheres no mercado de trabalho a partir dos anos 70.A necessidade econômica, que se intensificou com a deterioração dos salários reais dos trabalhadores e que as obrigou a buscar uma complementação para a renda familiar é uma delas.Outras causas, portanto, também explicariam o novo comportamento feminino.

A elevação, nos anos setenta,das expectativas de consumo,face à proliferação de novos produtos e a grande promoção que deles se fez,redefiniu o conceito de necessidade econômica, não só para as famílias das classes médias, mas também para as de renda mais baixa, entre as quais, embora a sobrevivência seja a questão crucial, passa a haver também um anseio de ampliar e diversificar a cesta de consumo. Trabalhar fora ajuda no orçamento doméstico, adquire novas possibilidades de definição, que se expressam de maneiras diferentes em cada camada social, armas que só se viabilizam pela existência de emprego. Nos anos 70, a expansão da economia, a crescente urbanização e o ritmo acelerado da industrialização configuram um momento de grande crescimento econômico, favorável à incorporação de novos trabalhadores, inclusive o sexo feminino. A sociedade brasileira passou, naquela década, por transformações de ordem econômica, social de demografia que repercutiram consideravelmente sobre o nível e a composição interna da força de trabalho. As taxas de crescimento econômico e os níveis de emprego aumentaram. O país consolidou sua industrialização, mordenizou seus instrumentos produtivos e se tornou mais urbano, embora ao custo do aumento das desigualdades sociais e da concentração da renda.

Por outro lado, profundas transformações nos padrões de comportamento e nos valores relativos ao papel social da mulher intensificada pelo impacto dos movimentos feministas e pela presença feminina cada vez mais atuante nos espaço público, facilitaram a oferta de trabalhadoras.

Os movimentos feministas surgiram na América atina no momento das crises estruturais, e em conseqüência da multiplicidade de contradições da vida cotidiana. No Brasil,já no início dos anos 70,começaram a surgir grupos de mulheres que buscavam discutir a questão da condição feminina.Em 1975, ano‘‘ Internacional da Mulher” , decretado pela ONU (Organização das Nações Unidas),dá um forte impulso á organização e aparecimento destes grupos.

A formação do movimento feminino pela anistia faz crescer a influência do movimento começam a se fazer comemorações do dia 8 de março em varias capitais, e vários grupos feministas começaram a surgir no país. Paralelamente ao surgimento desses grupos desenvolve-se também a participação das mulheres nos diferentes movimentos sociais .A partir do ano de 1979,começam a ser organizados encontros de mulheres,palestras,seminários e congressos,com objetivos de discutir o papel da mulher na sociedade e seus direitos.

Nos anos 80, surgia nos país uma consciência mais ampla sobre a discriminação das mulheres. Há um aumento do número de organizações de mulheres vinculadas ao movimento popular. Em todos os cantos, surgem organizações de mulheres que se identificam como mulheres e que buscam ampliar os horizontes de sua participação social. Nos grandes centros,onde a atuação do movimento feminista era maior,as organizações de mulheres desenvolvem-se com mais facilidade e se abrem mais para discussões sobre a sexualidade: denunciam e combatem a violência contra a mulher,enfrentam de forma mais aberta as contradições de seu papel familiar.

As feministas dispensas do movimento, remanescentes dos grupos autônomos, mantém sua articulação através dos Encontros Nacionais Feminista, que são fóruns bastante restritos até 1985. Em1985, a realização do terceiro encontro Feminista Latino Americano e do Caribe, em São Paulo, provou um impacto importante em diferentes setores do movimento popular que , desde o inicio da década de 1980,não mantinham contato com uma manifestação de peso, de caráter explicitamente feminina.Embora este encontro não tenha atingindo toda a variedade do movimento popular no país,é inegável que teve repercussões importantes para o movimento.Nos últimos anos o aumento do numero de participantes nós movimentos populares são surpreendentes. A participação da mulher é maciça nestes movimentos é muito importante para o despertar de uma consciência critica do seu contexto social.

Referência Bibliográfica

CABRAL, Márcia Regina; Trabalho de Monografia, O mercado de trabalho na década de 90. Um mundo em transformação. p. 63,1999,Itajaí-sc

 Fonte: http://www.tribunadabahia.com.br/news.php?idAtual=107314

sindacsba.org.br

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