
Em um pronunciamento oficial, feito nesta terça-feira, 15 de junho, o   presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu obrigar a  British  Petroleum a pagar pelos estragos causados por sua “imprudência”  no  vazamento de petróleo no Golfo do México e demonstrou sua  indignação com  o maior desastre ambiental da história. Mas o maior  destaque do  comunicado foi o comprometimento de Obama em abandonar a  dependência do  petróleo e migrar o país para um sistema de energia  limpa e renovável  nos próximos anos.
No discurso televisionado diretamente do Salão  Oval, na Casa Branca,  o presidente norte-americano afirmou que vai  instruir os funcionários  da BP a oferecer os recursos que forem  necessários para compensar os  trabalhadores e empresários prejudicados  pelo incidente. “Vamos lutar  contra esse vazamento com tudo o que temos,  pelo tempo que for preciso.  Vamos fazer com que a BP pague pelo estrago  que sua companhia causou”,  assegurou.
O presidente ainda se  comprometeu a investir na restauração  ambiental do Golfo do México que  já vinha sofrendo com a degradação  antes mesmo do vazamento de petróleo,  com danos causados pelos furacões  Katrina e Rita, além dos descuidos  ambientais local.
A resposta de Obama à pior catástrofe ecológica  dos Estados Unidos  terá implicações não apenas para a gigante de  energia britânica BP, mas  para o futuro das perfurações norte-americanas  em alto mar. O  presidente anunciou que não suspenderá uma moratória de  seis meses para  a exploração de petróleo em águas profundas do país até  que as causas  da tragédia sejam conhecidas.
“O momento de  abraçarmos um futuro de energia limpa é agora”
Além de lembrar a responsabilidade da BP sobre  o ocorrido e garantir  os esforços para evitar novos desastres, Obama  aproveitou o  pronunciamento para criticar a dependência americana do  petróleo e  reforçar suas intenções de migrar o sistema energético do  país para  fontes limpas e renováveis.
Obama lembrou que os  Estados Unidos consomem 20% de toda a produção  mundial de petróleo,  mesmo tendo em seu território apenas 2% das  reservas e como, mesmo com  todas as precauções, é impossível acabar com  os riscos inerentes à  extração do combustível fóssil.
“O petróleo é uma fonte finita.  Por décadas nós falamos sobre como  os dias de petróleo barato, fácil e  acessível estavam contados. Por  décadas nós falamos na necessidade de  acabar com a dependência  histórica da America dos combustíveis fósseis. E  por décadas nós  falhamos no senso de urgência que esse desafio requer”,  reforçou o  presidente.
Em outro trecho do discurso, Obama citou  indústrias chinesas que  estão investindo em produção e tecnologias  verdes que “deveriam estar  na América” e como “a tragédia que está  ocorrendo na costa é o lembrete  mais doloroso e poderoso de que o  momento de abraçarmos um futuro de  energia limpa é agora”.
Ele  ainda reforçou que, mesmo conhecendo as barreiras de tempo e   investimentos que uma transição como esta requer, muito já foi feito no   último um ano e meio e que os custos em longo prazo para a economia, a   segurança nacional e o meio ambiente são muito maiores. Ele ainda   lembrou que já existe um movimento forte a favor das mudanças.
“Fábricas  velhas estão reabrindo para produzir turbinas eólicas, as  pessoas estão  voltando a instalar janelas com eficiência energética e  pequenas  empresas estão fazendo painéis solares. Os consumidores estão  comprando  carros e caminhões mais econômicos e as famílias estão  construindo suas  casas com maior eficiência energética. Cientistas e  pesquisadores estão  descobrindo novas tecnologias de energia limpa que  um dia irão conduzir a  industrias totalmente novas”, disse no discurso.
Por fim, Obama  lembrou que após a recessão econômica, a transição  para uma energia  limpa tem o potencial de estimular a economia e criar  milhões de novos  empregos. Ele disse que estava aberto a ideias de  democratas e  republicanos para reduzir a dependência norte-americana do  petróleo, mas  insistiu, “a única abordagem que não vou aceitar é a  falta de ação”.
 
 
 
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