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sexta-feira, 19 de junho de 2020

Jornalista e escritor, João Carlos Teixeira morre aos 84 anos

O escritor e jornalista João Carlos Teixeira faleceu na última quinta-feira (18) no Hospital da Bahia, em Salvador. Ele tinha 84 anos. O motivo da morte não foi revelado. 

João Carlos Teixeira será cremado nesta sexta-feira (19), no Bosque da Paz, em cerimônia restrita. 

“Pena de Aço”, como era conhecido por colegas de profissão, foi autor da biografia Memória das Trevas – Uma devassa na vida de Antônio Carlos Magalhães.

Membro da Academia Baiana de Letras, João Carlos Teixeira ocupava a cadeira de número 15. 

Como jornalista, ele ajudou a fundar o Jornal da Bahia e ocupou diversos cargos de 1958 a 1977. Também já passou pelo jornal A Tarde e foi secretário de Comunicação Social do governo de Waldir Pires na década de 80. 

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/249930-jornalista-e-escritor-joao-carlos-teixeira-morre-aos-84-anos.html

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Um dos maiores escritores do Brasil, Rubem Fonseca morre aos 94 anos



Faleceu no início da tarde desta quarta-feira (15), aos 94 anos, o escritor Rubem Fonseca. Considerado um dos maiores escritores do Brasil e um dos mais importantes contistas do século XX, ele sofreu um infarto em seu apartamento. 

Segundo informações do colunista Lauro Jardim, do O Globo, Rubem chegou a ser levado com vida de sua casa no Leblon para o Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro. O escritor completaria 95 anos no dia 11 de maio. 

Entre os trabalhos de destaque de Fonseca estão “A cólera do cão” (1963), “Lucia McCartney” (1967), “Feliz ano novo” (1975), “O Cobrador” (1979), “O Caso Morel” (1973), “A Grande Arte” (1983), “Agosto” (1990), além do mais recente trabalho, o livro de contos “Carne Crua” (2018). 

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/cultura/noticia/37571-um-dos-maiores-escritores-do-brasil-rubem-fonseca-morre-aos-94-anos.html

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Morre Ariano Suassuna, autor de "O Auto da Compadecida", aos 87 anos


O escritor Ariano Suassuna, autor de livros como "O Auto da Compadecida" e "O Santo e a Porca", morreu às 17h15 desta quarta-feira (23), aos 87 anos. Ele teve uma parada cardíaca após sofrer, no início da semana, um AVC hemorrágico, segundo boletim médico do Real Hospital Português de Recife. O velório será aberto ao público a partir das 23h no Palácio do Campo das Princesas, e o enterro está marcado para as 16h de quinta no Cemitério da Morada da Paz, ambos em Recife. 
O governador do Estado de Pernambuco, João Lyra Neto, decretou luto oficial de três dias. O presidente da ABL (Academia Brasileira de Letras), Geraldo Holanda Cavalcanti, também determinou luto oficial de três dias e que a bandeira da instituição fique hasteada a meio mastro.

Eleito para a ABL em 1989, Suassuna escreveu mais de 15 peças teatrais e seis romances ficcionais. Ficou conhecido nacionalmente por "O Auto da Comparecida", de 1955. A história virou minissérie da TV Globo em 1999 com Matheus Nachtergaele e Selton Mello, e foi adaptada para o cinema em 2000.
 A obra de Suassuna --traduzida para diversas línguas, como alemão, espanhol, inglês e polonês-- mescla características do modernismo, simbolismo e barroco com traços da cultura nordestina, como a literatura de cordel. Elementos da região, como a improvisação, são comuns em seus textos. Ele foi um dos criadores, em 1970, do Movimento Armorial, que mistura literatura, dança, teatro, música e outras manifestações artísticas para se fazer arte erudita a partir da cultura da região.
Formado em direito e em filosofia, exerceu, entre outros cargos públicos, o de secretário de Cultura de Pernambuco durante o terceiro governo de Miguel Arraes, em 1995. Atualmente, era assessor especial do governo de Pernambuco. Suassuna trabalhava havia mais de 30 anos no livro "O Jumento Sedutor", que faria parte de uma série de sete volumes que misturariam romance, poesia, teatro e gravura.
Suassuna era casado desde 1957 com Zélia de Andrade Lima, com quem teve seis filhos (Joaquim, Maria, Manoel, Isabel, Mariana e Ana). Ele era avô de 15 netos.
Internação
Suassuna sofreu um AVC hemorrágico na última segunda-feira, quando deu entrada no hospital. Ele foi submetido a uma cirurgia neurológica às pressas para receber dois drenos que controlariam a pressão intracraniana. Na noite de terça, porém, piorou o estado de saúde do escritor, que estava em coma e respirando com a ajuda de aparelhos.
Em agosto do ano passado, Suassuna, que sofria de diabetes, teve um infarto agudo do miocárdio e, semanas depois, foi internado com aneurisma cerebral
Os problemas de saúde, no entanto, não o impediram de seguir seus trabalhos e, em março deste ano, ele participou do Galo da Madrugada de Recife, onde foi homenageado. Teatrólogo e romancista, ele também continuava ministrando suas "aulas-espetáculos" (palestras que misturavam concerto com dança). A última foi na sexta-feira passada durante o 24º Festival de Inverno de Garanhuns, e havia outra já marcada para o dia 5 de agosto, em Curitiba.

Suassuna é o terceiro integrante da Academia Brasileira de Letras a morrer em três semanas. No dia 3 de julho foi Ivan Junqueira e no dia 18, João Ubaldo Ribeiro. Apesar de não integrar o órgão, o escritor Rubem Alves morreu no dia 19.
Biografia
Ariano Vilar Suassuna nasceu em 16 de junho de 1927, em Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa, capital da Paraíba, mas mudou-se para Recife em 1942. Desde pequeno teve sua vida afetada pela política. Seu pai, João Suassuna, era integrante do governo da Paraíba e foi assassinado por motivos políticos no Rio de Janeiro, durante a Revolução de 30.
A família então se mudou para Taperoá, entre 1933 a 1937, onde Suassuna fez seus primeiros estudos. Foi lá que ele assistiu pela primeira vez a uma peça de mamulengos e a um desafio de viola, cujo caráter de improvisação seria uma das marcas registradas também da sua produção teatral.

Em 1942, Suassuna mudou-se para Recife. Foi lá onde conheceu Hermilo Borba Filho, e com ele fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco. Publicou sua primeira peça teatral, "Uma Mulher Vestido de Sol", aos 20 anos.
 Para curar-se de uma doença pulmonar, viu-se obrigado a mudar-se de novo para Taperoá. Entre 1952 e 1956, Suassuna dedicou-se à advocacia, sem abandonar a atividade teatral. São desta época "O Castigo da Soberba" (1953), "O Rico Avarento" (1954) e "O Auto da Compadecida" (1955), que foi considerada, em 1962, por Sábato Magaldi "o texto mais popular do moderno teatro brasileiro".
Em 2002, Ariano Suassuna foi tema de enredo no carnaval carioca na escola de samba Império Serrano; em 2008, foi novamente tema de enredo, desta vez da escola de samba Mancha Verde no carnaval paulista. Em 2013, "O Auto da Compadecida" foi o tema da escola de samba Pérola Negra em São Paulo.

Sexto ocupante da cadeira nº 32 da ABL e doutor honoris causa da Faculdade Federal do Rio Grande do Norte, Suassuna é fundador do Teatro Popular do Nordeste e do Movimento de Cultura Popular, além de idealizador do Movimento Armorial. Ele também é membro da Academia de Letras de Pernambuco e da Paraíba. Saiba mais sobre a vida e a carreira de Suassuna.
Fonte: Uol
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sábado, 19 de julho de 2014

Morre em Campinas, aos 80 anos, o escritor e teólogo Rubem Alves

  • O escritor Rubem AlvesO escritor Rubem Alves
Morreu na manhã deste sábado (19), às 11h50, o escritor Rubem Alves, aos 80 anos. A informação foi confirmada ao UOL pela assessoria de imprensa do Hospital Centro Médico de Campinas, onde Rubem estava internado desde o último dia 10 de julho.
Segundo o hospital, Rubem veio a óbito por falência múltipla dos órgãos. Ele estava na UTI por apresentar insuficiência respiratória devido a uma pneumonia. O escritor, psicanalista, teólogo e educador era considerado um dos maiores pensadores contemporâneos da educação no Brasil.
O velório de Rubem será realizado no Plenário da Câmara Municipal de Campinas a partir das 19h deste sábado. O corpo do escritor será cremado no Crematório Metropolitando Primaveras, em Guarulhos (Grande São Paulo).
Rubem era casado com Lidia Nopper Alves e deixa três filhos.
Biografia
A trajetória de Rubem Alves foi em muito forjada e influenciada pela religião. Na juventude no Rio de Janeiro, encontrou no divino um abrigo para as maldosas brincadeiras das quais era alvo de seus colegas de escola, que o viam como um caipira de Minas Gerais – é que ele nasceu no dia 15 de setembro de 1933 em Boa Esperança, quando a cidade ainda se chamava Dores da Boa Esperança. Terminado o ginásio, foi estudar teologia no Seminário Presbiteriano do Sul. Depois de formado, voltou para seu Estado natal para atuar como pastor em meio a pessoas simples e pobres.
Nesse momento, já forjava o pensamento que seria um dos pilares da Teologia da Libertação, movimento que propunha que a religião fosse interpretada e praticada sob a perspectiva dos mais pobres, questionando, por exemplo, a noção de pecado e baseando-se, principalmente, em princípios de amor e na liberdade. Acreditava que a religião deveria ser mais um meio para melhorar o mundo dos vivos do que para garantir algo às pessoas depois de mortas. Contudo, suas ideias não foram bem recebidas pela Igreja. Como o teólogo e escritor Leonardo Boff, seu colega e amigo, sofreria retaliações pelos pensamentos que expôs e pela postura que adotou.
Depois de uma temporada de estudos em Nova York, voltou ao Brasil logo após o golpe militar de 1964 e foi denunciado como subversivo pela Igreja Presbiteriana. Para escapar daqueles que o perseguiam, retornou aos Estados Unidos junto de sua família. Lá, à convite da United Presbyterian Church – EUA (a Igreja Presbiteriana estadunidense) e do presidente do seminário teológico de Princeton, escreveu sua tese de doutorado, intitulada "Towards a Theology of Liberation", na qual colocava no papel as ideias que tomariam corpo como movimento.
Reprodução
Capa de "A Escola que Sempre Sonhei que Pudesse Existir", de Rubem Alves
Retornou ao Brasil já Ph.D, quando rompeu com a Igreja Presbiteriana e ficou desempregado. Voltaria a trabalhar lecionando no ensino superior, na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Rio Claro, e, a partir de 1974, seria professor da Unicamp até a sua aposentadoria.
Casou-se em 1959 com Lídia Nopper e juntos tiveram três filhos, Sérgio, Marcos e Raquel. Graças à garota, começou a escrever histórias para crianças. Dedicou-se à literatura e à poesia, entendia que ambas eram alimento para o corpo e agrado para a alma. Escrevendo realizou seu frustrado sonho de ser pianista. Via nas palavras o dom que lhe faltava para as notas musicais. Inspirado por Albert Camus, Nietzsche, Jorge Luis Borges, Roland Barthes, Fernando Pessoa e Manoel de Barros, dentre muitos outros, tornou-se um dos escritores brasileiros mais prolíficos e queridos.
Sua obra conta com mais de uma centena de livros –divididos entre infantis, de crônicas, educação, religião, teologia e até biografia ("Gandhi: a Magia dos Gestos Poéticos") –, dentre os quais merecem destaque "Ostra feliz não faz pérola", segundo colocado na categoria "Contos e crônicas" do prêmio Jabuti de 2009, "O que é religião", livro de introdução ao pensamento religioso, "A alegria de ensinar", no qual discute o conhecimento e as formas de transmiti-lo de geração a geração, "A Escola que Sempre Sonhei", também sobre educação, e os infantis "A Pipa e a Flor", "A Menina e o Pássaro Encantado" e "A Volta do Pássaro Encantado". Entendia que deveria abordar temas de complexidade filosófica de modo simples e compreensível, para que fossem acessíveis ao maior número de pessoas possível.
Reprodução
Capa do livro infantil "A Menina e o Pássaro", de Rubem Alves
Na década de 1980, tornou-se psicanalista –dizia-se heterodoxo, pois acreditava que a beleza habitava as profundezas do inconsciente. Teve sua própria clínica até 2004 e de seus pacientes tirou inspiração para boa parte de suas crônicas. Em depoimento publicado no site de Rubem Alves, Leonardo Boff disse que o amigo "transformou-se em mestre com pontos de vista originais sobre os mais diversos assuntos. Ele sabe falar poeticamente do prosaico e prosaicamente do poético. Na minha opinião, é um dos que melhor maneja a língua portuguesa em nossa geração com uma elegância e leveza de estilo que nos causam verdadeiro fascínio".
A formação humanista, o apreço pelas artes, o questionamento do poder e a carreira acadêmica transformaram Rubem Alves em um grande e respeitado educador – talvez o que melhor o defina na última parte de sua vida. Pensando sobre a educação, passou a questionar o modelo de ensino estabelecido, afirmava que a função do professor deveria ser a de provocar os alunos a procurarem respostas para as perguntas adotando uma posição mais próxima aos aprendizes, e não mais o adulto que simplesmente despeja conteúdos. O ambiente de aprendizado também deveria passar por mudanças profundas, aproximando-se mais das próprias casas das crianças, onde os cômodos serviriam como espécies de laboratórios íntimos que despertariam a atenção dos pequenos para as matérias a serem ensinadas. "A escola, querendo ou não, é um ambiente artificial. A vida não está acontecendo lá", declarou em entrevista à revista Educar para Crescer.
Em seu site, escreveu "Minha estrela é a educação. Educar não é ensinar matemática, física, química, geografia, português. Essas coisas podem ser aprendidas nos livros e nos computadores. Dispensam a presença do educador. Educar é outra coisa. De um educador pode-se dizer o que Cecília Meireles disse de sua avó – que foi quem a educou: 'O seu corpo era um espelho pensante do universo'. O educador é um corpo cheio de mundos.... A primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O mundo é maravilhoso, está cheio de coisas assombrosas. Zaratustra ria vendo borboletas e bolhas de sabão. A Adélia ria vendo tanajuras em voo e um pé de mato que dava flor amarela. Eu rio vendo conchas, teias de aranha e pipocas estourando... Quem vê bem nunca fica entediado com a vida. O educador aponta e sorri – e contempla os olhos do discípulo. Quando seus olhos sorriem, ele se sente feliz. Estão vendo a mesma coisa. Quando digo que minha paixão é a educação estou dizendo que desejo ter a alegria de ver os olhos dos meus discípulos, especialmente os olhos das crianças". Por essa colocar em prática essa linha de pensamento, receberia o título de professor emérito da Unicamp, em 1996, o prêmio "O educador que queremos", oferecido pela PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais), em 2003. 
 
 Fonte: 
http://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2014/07/19/morre-aos-80-anos-o-escritor-rubem-alves.htm