A estratégia da presidente Dilma Rousseff de aparecer cada vez mais em
pronunciamentos em rede nacional de rádio e televisão custou até agora
R$ 1,2 milhão aos cofres públicos desde o primeiro ano de seu mandato,
em 2011. Cada vez que a presidente vai à TV, o Palácio do Planalto
desembolsa R$ 90 mil com produção, gravação, edição, computação gráfica,
trilha, locução, equipe e equipamentos. No domingo (29), Dilma fez seu
17º pronunciamento desde que tomou posse. Trata-se de uma média que
supera cinco aparições por ano. Seus antecessores, Luiz Inácio Lula da
Silva e Fernando Henrique Cardoso, registraram uma média inferior a três
pronunciamentos de TV anuais. Nas aparições de 2013, além da que foi ao
ar neste domingo, Dilma divulgou medidas de impacto de seu governo,
como a redução da tarifa de energia (23 de janeiro), a desoneração da
cesta básica (8 de março) e a promessa de destinar dinheiro do pré-sal
para a educação (1º de maio). Foi à TV também para dar uma resposta às
manifestações (21 de junho), para exaltar a criação do programa Mais
Médicos (6 de setembro) e para comemorar a conclusão do primeiro leilão
do pré-sal (21 de outubro). O pronunciamento de 21 de junho, em meio às
manifestações, foi o mais atípico. A aparição foi organizada às pressas e
não contou com a superprodução de R$ 90 mil. Naquela oportunidade, quem
produziu tudo foi a EBC/NBR, estatal de comunicação, "pois não havia
tempo hábil para a mobilização de uma das agências contratadas", segundo
a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Em
condições normais, é a secretaria que fica responsável por contratar uma
agência para a produção dos pronunciamentos da presidente. O senador
Aécio Neves (MG), provável candidato tucano à Presidência, é crítico da
estratégia de Dilma. Ele acusa a presidente de contrariar a legislação
em vigor e apropriar-se "indevidamente" da rede para fins eleitorais.
Para a Secretaria de Comunicação, porém, a presidente vale-se da
prerrogativa dos pronunciamentos "quando há necessidade de comunicar
fatos relevantes de interesse nacional". Decreto de 1979 prevê que as
emissoras de radiodifusão poderão ser convocadas para transmitir
gratuitamente pronunciamentos do presidente da República e dos
presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo
Tribunal Federal, quando o objetivo for a "divulgação de assuntos de
relevante importância".
Fonte: http://www.bahianoticias.com.br/estadao/noticia/21749-cada-aparicao-de-dilma-em-rede-nacional-custa-r-90-mil.html
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