quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Caso Boate Kiss: músico diz em depoimento que boate estava superlotada

O baterista da Banda Gurizada Fandangueira, Eliel Lima, disse durante depoimento em audiência na manhã desta quinta-feira (1) que a boate Kiss estava superlotada na tragédia de 27 de janeiro, no incêndio que causou a morte de 242 pessoas em Santa Maria. O músico falou durante cerca de uma hora na Comarca de Rosário do Sul, na Região Central do Rio Grande do Sul.

De acordo com Eliel, havia cerca de mil pessoas na casa noturna que, segundo o Corpo de Bombeiros, tinha capacidade para 691. Este seria o dia em que ele tocou para mais pessoas na Kiss, nas palavras do próprio baterista.

Eliel foi o primeiro a falar em audiência na manhã desta quinta. Ele disse que mora em Rosário do Sul e que tocava em Santa Maria uma vez por semana. Na Kiss, ele teria feito entre quatro a cinco apresentações. O baterista também relatou que o uso de fogos de artifício era o carro-chefe da banda era comum.

Ainda conforme o baterista, quem acionava os fogos era o assistente de palco Luciano Bonilha Leão. Eliel afirmou que Luciano não era produtor da banda.

Nesta quinta-feira, o guitarrista Rodrigo Lemos Martins também é esperado na comarca para relatar à juíza Juliana Tronco Cardoso o que viu na noite da tragédia. Segundo as investigações, o incêndio na danceteria começou com uma apresentação pirotécnica durante o show do grupo.

Desde junho, sobreviventes do incêndio participam das oitivas do processo criminal. Eles foram indicados pelo Ministério Público e assistência de acusação como vítimas no processo. Até agora, 48 clientes e ex-funcionários da boate já prestaram depoimento.

Na próxima semana, o juiz responsável pelo caso, Ulysses Louzada, vai revisar o processo, que tem pelo menos 48 volumes.

Outra audiência já está marcada para 19 de agosto em Porto Alegre. A expectativa é de que outra vítima seja ouvida, assim como o gerente da casa noturna, Ricardo de Castro Pasche, que está morando na capital gaúcha.

Os acusados
São réus no processo criminal, por homicídio e tentativas de homicídio
- Elissandro Spohr (Kiko), sócio da Kiss
- Mauro Londero Hoffmann, sócio da Kiss
- Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira
- Luciano Bonilha Leão, produtor da banda Gurizada Fandangueira

Entenda
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, na madrugada de domingo, dia 27 de janeiro, resultou em 242 mortes. O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco.

O inquérito policial indiciou 16 pessoas criminalmente e responsabilizou outras 12. Já o MP denunciou oito pessoas, sendo quatro por homicídio, duas por fraude processual e duas por falso testemunho. A Justiça aceitou a denúncia. Com isso, os envolvidos no caso viram réus e serão julgados. Dois proprietários da casa noturna e dois integrantes da banda foram presos nos dias seguintes à tragédia, mas a Justiça concedeu liberdade provisória aos quatro em 29 de maio.

Veja as conclusões da investigação
- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso no palco
- As faíscas atingiram a espuma do teto e deram início ao fogo
- O extintor de incêndio do lado do palco não funcionou
- A Kiss apresentava uma série das irregularidades quanto aos alvarás
- Havia superlotação no dia da tragédia, com no mínimo 864 pessoas
- A espuma utilizada para isolamento acústico era inadequada e irregular
- As grades de contenção (guarda-corpos) obstruíram a saída de vítimas
- A casa noturna tinha apenas uma porta de entrada e saída
- Não havia rotas adequadas e sinalizadas de saída em casos de emergência
- As portas tinham menos unidades de passagem do que o necessário
- Não havia exaustão de ar adequada, pois as janelas estavam obstruídas

 Fonte: http://camacarinoticias.com.br/leitura.php?id=222941

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