terça-feira, 30 de julho de 2013

´Religião deveria contribuir mais para uma comunidade global´, diz escritora

Nem é preciso apelar para os exemplos trágicos de terrorismo para reconhecer o impacto negativo do extremismo religioso no mundo. Fundamentalistas islâmicos, judeus, extremistas cristãos, hindus ou budistas, todos eles são capazes de cometer crimes e fazer práticas abomináveis em nome de suas religiões.

Esses são exemplos fortes do que a fé religiosa, ou a distorção dela, pode representar. A escritora Karen Armstrong, uma das mais lidas no mundo no tópico, fala da importância e impacto deste tema de forma clara, ao mesmo tempo em que questiona as contradições e pensa em um papel mais construtivo da religião na comunidade global.

Karen nasceu na Inglaterra, foi criada católica e entrou para um convento ainda jovem, mas depois de estudar Literatura na Universidade de Oxford abandonou os planos de viver como freira. Mesmo sem formação em teologia, ela foi responsável por popularizar e tornar mais acessível a discussão de questões religiosas em livros, artigos e palestras que faz pelo mundo.

“Devemos falar sobre a religião e não colocá-la em um gueto próprio e dizer que é proibido de discutir publicamente”, disse Karen. Ao tratar o tema, a escritora procura explicar e não converter, a não ser para promover o que chama de regra de ouro da compaixão: tratar os outros como gostaria de ser tratado.

Para a escritora, a interpretação literal de trechos dos textos sagrados não ajuda e pode ser extremamente perigosa, além de não ser guiada pelo princípio de caridade. “Se você for analisar os textos sagrados, eles são muito contraditórios. Qualquer leitura deles será extremamente seletiva. Eu os vejo como documentos humanos. A Bíblia, por exemplo, não é apenas um texto, é uma biblioteca de textos escritos em mil anos por diferentes escritores e com mensagens contraditórias”, ressalta Karen.

Ganhadora do Prêmio TED, uma organização sem fins lucrativos dedicada à “ideias que merecem ser compartilhadas”. A ideia de Karen Armstrong é usar a crença para aproximar pessoas, países e culturas. “A religião deveria dar uma contribuição maior a uma das maiores tarefas da nossa época, que é construir uma comunidade global, na qual pessoas de todas as ideologias e etnias possam viver juntas em harmonia. Se não conseguirmos isso, não teremos uma mundo viável para a próxima geração”, comenta a escritora.


Fonte: http://camacarinoticias.com.br/leitura.php?id=222607

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