Nem é preciso apelar para os exemplos trágicos de terrorismo para
reconhecer o impacto negativo do extremismo religioso no mundo.
Fundamentalistas islâmicos, judeus, extremistas cristãos, hindus ou
budistas, todos eles são capazes de cometer crimes e fazer práticas
abomináveis em nome de suas religiões.
Esses são exemplos fortes
do que a fé religiosa, ou a distorção dela, pode representar. A
escritora Karen Armstrong, uma das mais lidas no mundo no tópico, fala
da importância e impacto deste tema de forma clara, ao mesmo tempo em
que questiona as contradições e pensa em um papel mais construtivo da
religião na comunidade global.
Karen nasceu na Inglaterra, foi
criada católica e entrou para um convento ainda jovem, mas depois de
estudar Literatura na Universidade de Oxford abandonou os planos de
viver como freira. Mesmo sem formação em teologia, ela foi responsável
por popularizar e tornar mais acessível a discussão de questões
religiosas em livros, artigos e palestras que faz pelo mundo.
“Devemos
falar sobre a religião e não colocá-la em um gueto próprio e dizer que é
proibido de discutir publicamente”, disse Karen. Ao tratar o tema, a
escritora procura explicar e não converter, a não ser para promover o
que chama de regra de ouro da compaixão: tratar os outros como gostaria
de ser tratado.
Para a escritora, a interpretação literal de
trechos dos textos sagrados não ajuda e pode ser extremamente perigosa,
além de não ser guiada pelo princípio de caridade. “Se você for analisar
os textos sagrados, eles são muito contraditórios. Qualquer leitura
deles será extremamente seletiva. Eu os vejo como documentos humanos. A
Bíblia, por exemplo, não é apenas um texto, é uma biblioteca de textos
escritos em mil anos por diferentes escritores e com mensagens
contraditórias”, ressalta Karen.
Ganhadora do Prêmio TED, uma
organização sem fins lucrativos dedicada à “ideias que merecem ser
compartilhadas”. A ideia de Karen Armstrong é usar a crença para
aproximar pessoas, países e culturas. “A religião deveria dar uma
contribuição maior a uma das maiores tarefas da nossa época, que é
construir uma comunidade global, na qual pessoas de todas as ideologias e
etnias possam viver juntas em harmonia. Se não conseguirmos isso, não
teremos uma mundo viável para a próxima geração”, comenta a escritora.
Fonte: http://camacarinoticias.com.br/leitura.php?id=222607
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