Rio de Janeiro - A Federação Internacional de Futebol (Fifa)
aproveitará as duas semifinais da Copa das Confederações do Brasil, que
ocorrem hoje(26) e quinta-feira (27), para levar aos torcedores
mensagens contra o racismo. A ação faz parte das comemorações aos Dias
contra o Racismo, instituídos pela federação em 2002 e, desde então,
celebrados com campanhas todo ano, em jogos oficiais da Fifa.
Alem de mostrar um vídeo aos torcedores, que propaga a ideia de
unidade, igualdade e respeito, os capitães das equipes do Brasil, da
Espanha, do Uruguai e da Itália lerão mensagens antes do inicio das
partidas em Belo Horizonte (hoje) e Fortaleza (quinta-feira).
O ex-jogador da seleção de Gana e da Liga Alemã de Futebol Anthony
Baffoe disse a modalidade é um importante instrumento de combate ao
preconceito de todos os tipos. Segundo ele, houve avanços no combate ao
racismo, mas ainda há um longo caminho a percorrer.
Hoje oficial da Fifa, que atua na Copa das Confederações como
coordenador do Estádio Jornalista Mario Filho, o Maracanã, Baffoe já foi
algumas vezes vítima do preconceito racial, quando era jogador de
futebol.
"Uma vez durante um jogo, havia outro jogador negro no outro time e a
torcida do meu time começou a fazer barulhos de macaco toda vez que ele
tocava na bola. Então chutei a bola para a lateral e fui falar com o
técnico para que ele pedisse à torcida que parasse com aquilo, porque
também estava me atingindo, um jogador do próprio time deles. Isso
machuca", disse.
Em outra ocasião, ele se viu vítima de comentários racistas de um
colega do próprio time no vestiário. "Eu lhe dei um tapa. O técnico e o
presidente do time vieram me falar que eu não deveria ter feito aquilo,
mas eu lhes disse que faria de novo, porque ninguém deve falar sobre a
minha aparência, minha cor ou minha família. É claro que não deveria ter
recorrido à violência", lembrou.
Baffoe disse que os jogadores vítimas de preconceito não devem lutar
sozinhos contra o racismo, mas devem ter o apoio de todo o time, mesmo
daqueles jogadores que não sofrem com isso.
Segundo ele, a Rússia, país-sede da Copa do Mundo de 2018, é um dos
lugares mais problemáticos hoje em dia. Segundo ele, vários casos de
racismo foram registrados contra jogadores. Mas o ex-jogador acredita
que a Copa do Mundo será uma excelente oportunidade para que os russos
aprendam a respeitar as diferenças raciais.
A Fifa condena o racismo e prevê sanções por meio de vários
documentos como os códigos de Ética, Conduta e Disciplinar, além do seu
próprio estatuto. Em casos de racismo, o oficial da partida faz um
relatório, que é analisado por uma comissão disciplinar e pode resultar
em punições como a suspensão por alguns jogos.
Edição: Juliana Andrade
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Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-06-25/semifinais-da-copa-das-confederacoes-terao-campanha-contra-racismo
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