terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Após teste nuclear, Coreia do Norte ameaça com 'ações mais fortes'

  Terceiro teste nuclear foi realizado com sucesso nesta terça, diz Pyongyang.
País afirmou que 'não vai se curvar' a resoluções da ONU e criticou EUA.

A Coreia do Norte afirmou nesta terça-feira (12) que o teste nuclear desta manhã é só uma "primeira etapa" e advertiu sobre ações "mais fortes", se houver novas sanções contra o país no âmbito das Nações Unidas.
A ameaça foi feita em um comunicado divulgado pela agência oficial norte-coreano.
Ao mesmo tempo, um diplomata do país disse, no fórum de desarmamento das Nações Unidas, que Pyongyang não vai se curvar a resoluções que limitem seu programa nuclear, e que as perspectivas são "ruins" para a desnuclearização da Península da Coreia, por conta do que chamou de "política hostil" dos Estados Unidos.
"Os Estados Unidos e seus seguidores estão tristemente enganados se acreditam que a Coreia do Norte iria respeitar as inteiramentes desarrazoadas resoluções contra ela. A Coreia do Norte nunca vai se curvar a nenhuma resolução", disse Jon Yong Ryong, primeiro-secretásrio da missão norte-coreana em Genebra.
"Se Seul (a Coreia do Sul) realmente quer paz e segurança na Península da Coreia, ela deve pedir que os EUA encerrem sua política hospital em relação à Coreia do Norte, em uma base imparcial", disse.
Terceiro teste
As declarações foram feitas no mesmo dia em que a Coreia do Norte anunciou ter feito seu terceiro teste nuclear, em descumprimento às resoluções da ONU. A atitude gerou reprovação da comunidade internacional.
O país disse que foi feito com sucesso um teste nuclear subterrâneo em seu território, usando o que chamou de um artefato "miniaturizado", confirmando a suspeita levantada pouco antes pela vizinha e rival Coreia do Sul, após o registro de um terremoto provocado por causas "artificiais".
O governo norte-coreano disse que o ensaio atômico tem como objetivo "proteger sua segurança nacional e soberania" contra o que chamou de a "hostilidade" dos EUA, seu inimigo declarado.
“Verificou-se que o ensaio nuclear que foi realizado a um nível elevado de segurança, utilizando um dispositivo miniaturizado e sem impacto negativo sobre o ambiente”, diz a agência estatal.
A Coreia do Norte disse que o teste teve "maior força explosiva" do que os de 2006 e 2009, que foram amplamente analisados como de pequena escala.
Preocupação internacional
O teste foi criticado duramente pelo secretário-geral da ONU, pelo presidente dos EUA, pela União Europeia e pela Otan.
Em Viena, a Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares afirmou que a explosão constituiu uma "clara ameaça à paz e à segurança".
O Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência para as 14h GMT (12h de Brasília), em Nova York.
O Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) detectou um tremor de magnitude 4,9 na região de Sungjibaegam.
O sismo ocorreu às 10h57 da manhã (horário local).
O USGS informou que o epicentro terremoto ocorreu a apenas 1 quilômetro de profundidade.
Seus sismógrafos registraram o tremor nas coordenadas geográficas 41.299 graus norte e 129.081 graus leste. O epicentro se situou a 24 km de Sungjibaegam, 34 km de Hau-ri, 42 km de Kilju, 51 km de Hoemul-li e 378 km de Pyongyang.
A exemplo da Coreia do Sul, a Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares, agência de monitoramento nuclear internacional ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), informou em Viena, na Áustria, que sua rede de estações de medição detectou um “evento sísmico incomum” na Coreia do Norte.
TV em estação de trem de Seul mostra telejornal noticiando possível teste nuclear na Coreia do Norte. (Foto: Lee Jin-man / AP Photo ) 
TV em estação de trem de Seul mostra telejornal noticiando teste nuclear na Coreia do Norte. (Foto: Lee Jin-man / AP Photo)
 
De acordo com a Yonhap, a explosão, segundo estimativa da Coreia do Sul, teria potência entre 6 e 7 quilotons. Segundo o serviço de inteligência sul-coreano, a região onde o sismo ocorreu abriga a base de Punggyer-ri, onde a Coreia do Norte realizou ensaios atômicos em 2006 e 2009.
O presidente de Coreia do Sul, Lee Myung-bak, convocou reunião de emergência de seu Conselho de Segurança Nacional para analisar a questão. O Exército sul-coreano entrou em alerta, e o governo anunciou que vai posicionar mísseis em todo o território com capacidade para atingir a Coreia do Norte.
A Coreia do Norte havia ameaçado, em 24 de janeiro, realizar sua terceira prova atômica como resposta à resolução tomada dois dias antes pelo Conselho de Segurança da ONU, que ampliou as sanções ao país comunista como castigo ao recente lançamento de foguete de longo alcance.

Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/02/apos-teste-nuclear-coreia-do-norte-diz-que-nao-vai-se-curvar-onu.html

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