segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Uma relação afetiva ou de gratidão


"... Entre eu e o candidato em que voto há muito mais do que uma relação afetiva ou de gratidão. Se sou grato a uma pessoa reacionária posso e devo manifestar minha gratidão a ela. Mas minha gratidão não pode estar envolvida com o interesse público. Se minha utopia, meu sonho, pelo qual luto ao lado de tantos outros, são o contrário antagônico do sonho reacionário, não posso nele ou nela votar. Minha gratidão não pode me levar a trabalhar contra meu sonho que não é meu. Não tenho o direito de expô-lo para pagar minha dívida que é só minha.
Votar em A ou B não é uma questão de ajudar A ou B e sim eleger, mas delegar alguém, em certo nível de poder político, na democracia, a possibilidade de brigar por um sonho impossível.
Em nenhuma hipótese, pois, devo e posso votar em alguém que, eleito ou eleita, vai brigar contra meu sonho." p.21

FREIRE, Paulo. Professora sim tia não. Olho d'água, 1993
integracaobrasil.blogspot.com

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