"...
Entre eu e o candidato em que voto há muito mais do que uma relação
afetiva ou de gratidão. Se sou grato a uma pessoa reacionária posso e
devo manifestar minha gratidão a ela. Mas minha gratidão não pode estar
envolvida com o interesse público. Se minha utopia, meu sonho, pelo qual
luto ao lado de tantos outros, são o contrário antagônico do sonho
reacionário, não posso nele ou nela votar. Minha
gratidão não pode me levar a trabalhar contra meu sonho que não é meu.
Não tenho o direito de expô-lo para pagar minha dívida que é só minha.
Votar em A ou B não é uma questão de ajudar A ou B e sim eleger, mas
delegar alguém, em certo nível de poder político, na democracia, a
possibilidade de brigar por um sonho impossível.
Em nenhuma hipótese, pois, devo e posso votar em alguém que, eleito ou eleita, vai brigar contra meu sonho." p.21
FREIRE, Paulo. Professora sim tia não. Olho d'água, 1993
integracaobrasil.blogspot.com
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