quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Cidade-símbolo das chuvas em SC em 2008 é "redestruída"


Ilhota, cidade catarinense mais atingida pelas águas em 2008, perdeu com as chuvas deste ano 70% das obras de infraestrutura que haviam sido refeitas após a tragédia, segundo a prefeitura.

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A Defesa Civil municipal estima que R$ 12 milhões dos R$ 17 milhões investidos desde então foram pelo ralo.

O serrador Adriano Tolardo, 35, de Ilhota (SC), reviveu na semana passada cenas da catástrofe de novembro de 2008, que matou 135 pessoas.

Na época, ele passou cinco dias isolado em casa e, junto com vizinhos, foi resgatado com uma tirolesa. Ficou cinco meses fora de casa.

Após as chuvas que atingiram o Estado no fim de janeiro, a ponte que havia sido reconstruída após as chuvas de 2008 desabou. Tolardo ficou mais de uma semana ilhado.

Para sair de casa, ele, a mulher e os vizinhos precisavam passar a pé por uma ponte de menos de um metro de largura, que eles mesmos construíram sobre toras.


CRÍTICAS

À Folha, moradores criticaram a qualidade das obras, feitas com recursos municipais, estaduais e federais.

"Quando eu falei para o engenheiro que a água passaria mais alto que a ponte, ele riu. Foi dinheiro jogado fora", reclama Tolardo. O vizinho Hélio Schultz, 35, conta que a ponte foi construída sem estacas e sobre areia.

A casa da lavradora Doracy Bruns, 56, que teve suas plantações levadas pela água, tinha acesso ao mundo por duas pontes. Ambas caíram. Ao lado dos escombros, estão ruínas de outra ponte, destruída em 2008.

A região do morro do Baú, a mais afetada nas duas ocasiões, é uma sequência de estradas e obras novas destruída pelas últimas chuvas.

SEM RECURSOS

O vice-prefeito Antonio Schmitz (PMDB) atribuiu o novo caos ao volume "maluco" das chuvas. Para a Defesa Civil local, choveu 200 mm em uma hora no dia 21 de janeiro. Em 2008, caíram 500 mm em três dias. Cada milímetro equivale a um litro de água por metro quadrado.

Schmitz afirmou que "falta recurso para fazer uma coisa mais bem acabada" e que, se houvesse mais dinheiro estadual e federal, faria pontes e estradas mais largas e com mais concreto.

O governo estadual diz que liberou R$ 50 mil de verbas emergenciais.

Para o engenheiro civil Ademar Cordero, da Universidade Regional de Blumenau, as obras deveriam ter sido planejadas para permitir a passagem de mais água, e as pontes teriam que ser mais altas. "Quando chove, a água não passa e vai procurar o caminho normal dela."

Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/869311-cidade-simbolo-das-chuvas-em-sc-em-2008-e-redestruida.shtml

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