sábado, 24 de julho de 2010

Jingles ajudam a lembrar nome e número do candidato

Walter Queiroz Jr. inovou e fez outdoor com autopromoção, divulgando seus serviços de compositor

“Eu quero Hilton 50, na capital da resistência...”. Candidato do PSOL à Prefeitura de Salvador em 2008, Hilton Coelho pode até não ter sido eleito, mas o jingle de campanha, um reggae composto por Ednei Santana, tocou nas boates, virou ringtone e teve até comunidade no Orkut. Assim como tantos outros que marcaram época, como “varre varre, vassourinha”, da campanha de Jânio Quadros em 1960 (ouça aqui); e “Lula lá, brilha uma estrela”, da campanha presidencial de 1989, “Na capital da resistência” grudou na cabeça dos eleitores por seguir regras básicas: ter versos simples, refrão repetitivo e ritmo.

Os jingles dividem a opinião dos soteropolitanos. Tem gente, como a aposentada Cleonice Vargas, 74, que acha as “musiquinhas” divertidas. “Eu tento aprender todas, mesmo que o candidato não seja de um partido que eu goste”, conta. E logo deois cantarola “Retrato do Velho”, da campanha de Getúlio Vargas, em 1950. Já outros eleitores chegam a se incomodar com a quantidade de execuções. “Acho que alguns ajudam a tirar o foco de quem você quer votar, mas quem tem um candidato na cabeça não se deixa influenciar”, opina Gledson Jorge Silva, comerciante, 26 anos.

Divertidos ou incômodos, os jingles do pleito deste ano ainda não tomaram as ruas, exceto por “Wagner 13”, do governador candidato à reeleição Jaques Wagner (PT). Wagner recorreu aos tradicionais carros de som, mas outros candidatos, como Geddel Vieira Lima (PMDB), ACM Neto (DEM) e o próprio Hilton Coelho (PSOL) preferiram apostar no diferencial e divulgaram seus jingles em primeira mão no Twitter. Assunto da última semana no microblog, a nova música de Hilton, apesar de desagradar a muitos, que reclamaram da simples adaptação do número do candidato, promete ser “hit” novamente. “Achei a música muito boa, assim como a anterior. Já é toque do meu celular”, diz o tecnólogo da informação e internauta, Daniel Degdede, 34.

Estratégias - Peça publicitária que tem como função principal vender a imagem do candidato, os jingles eleitorais, por serem assimilados com facilidade, têm alto poder de convencimento. Como tudo é milimetricamente pensado, tais músicas traduzem a estratégia do candidato e procuram se adequar ao perfil de cada um. É o que explica o mestrando da Universidade Federal da Bahia (UFBA) José Raimundo Rios que tem, como objeto de estudo, O jingle no âmbito da política.


“Para os políticos que concorrem aos cargos majoritários, como governador e senador, a maior preocupação é com a poética, a letra, porque o tempo de exposição na TV é maior para esses cargos. Já para os proporcionais, como vereador, o tempo é mais curto. Daí a repetição do nome candidato e do número”, explica.

Fonte:http://www.atarde.com.br/eleicoes2010/noticias/noticia.jsf?id=5035499

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