quinta-feira, 8 de julho de 2010

Bruno nega acusações e diz que só fala em juízo

Bruno está sendo acusado de ser o mandante no desaparecimento de sua ex-amante Eliza Samudio. Foto: Paulo Vitor | Agência Estado

Agência Estado e Reuters

O goleiro Bruno, do Flamengo, negou envolvimento no desaparecimento de sua ex-namorada Eliza Samudio. O atleta, entretanto, negou-se a prestar depoimento na noite de quarta-feira, 7, na Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca, após se entregar à polícia.

Bruno e Macarrão, segundo a Polícia, vão passar a noite na carceragem da Divisão de Homicídios. Eles chegaram por volta das 19h10, onde deveriam prestar depoimento. Na chegada, dezenas de pessoas hostilizaram o goleiro, chamando-o de "bandido" e "assassino".

Antes, no fim da tarde, o atleta se apresentou à Polinter acompanhado de seu advogado após a Justiça de Minas Gerais decretar a prisão preventiva do goleiro e de Macarrão, por envolvimento no desaparecimento de Eliza.

No Rio, a polícia indiciou Bruno por sequestro, e o Ministério Público do Rio apresentou à Justiça denúncia, também por sequestro e cárcere privado, em 2009, quando Eliza, grávida de cinco meses, acusou o atleta obrigá-la a abortar.

"Pode ser que depois do interrogatório eles sigam para Minas Gerais, onde foi aberto o primeiro inquérito. Tudo isso vai depender de negociações e conversas com a polícia de Minas", disse uma fonte policial.

Agentes das polícias do Rio de Janeiro e de Minas Gerais estão na cidade mineira de Vespasiano em busca do corpo de Eliza. O local foi indicado por um menor de 17 anos, primo de Bruno, que foi até Minas Gerais para auxiliar nas investigações. O adolescente foi apreendido pela polícia na terça, 6, após ser encontrado na casa do goleiro, depois que um tio dele revelou o envolvimento do sobrinho no sumiço de Eliza.

Depoimento - O adolescente contou que ele e Romão sequestraram Eliza no Rio de Janeiro e a levaram em um carro de Bruno para Minas Gerais, onde o jogador tem um sítio. Segundo os investigadores que acompanharam o depoimento, o rapaz relatou que deu uma coronhada em Eliza, provocando sangramento. Ele afirmou que ela foi morta, mas que o golpe com o revólver não teria sido o motivo da morte. O adolescente negou qualquer envolvimento de Bruno no caso.

Exame de DNA feito no sangue encontrado na caminhonete do jogador confirmou que quatro das cinco amostras coletadas eram de Elisa. A mulher de Bruno, Dayane Rodrigues, também teve prisão decretada pela Justiça fluminense e foi detida nesta manhã em Belo Horizonte.

Queixa -
Em outubro do ano passado, Eliza prestou queixa em uma delegacia do Rio de Janeiro contra o goleiro, alegando que tinha sido sequestrada, agredida e obrigada a tomar medicamentos abortivos. Um exame de urina da modelo só foi analisado pela polícia técnica na semana passada, oito meses após a denúncia.

O primeiro exame detectou a presença de substâncias abortivas na amostra, mas a polícia destacou que a combinação de fumo e cerveja poderia acusar a presença das mesmas substâncias.

Um exame de contraprova foi solicitado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o resultado divulgado na terça-feira acusou a presença de piperitina, que pode ser encontrada em alguns chás abortivos.

O resultado, no entanto, descartou a presença de calmantes e sedativos, contrariando o que havia denunciado Eliza em outubro do ano passado. Ela tentava provar na Justiça que Bruno é pai de seu filho de quatro meses, fruto de um relacionamento extraconjugal.

Perícia - A Polícia Civil confirmou na tarde de quarta que o laudo do Instituto de Criminalística (IC) comprovou que foram encontrados vestígios de sangue pertencentes a Eliza Samudio na caminhonete Range Rover do goleiro Bruno. Segundo o diretor do IC, Sérgio Ribeiro, e a chefe do laboratório de DNA, Fabíola Soares Pereira, foram localizadas cinco manchas de sangue no veículo.

O exame apontou que três delas era compatíveis com o sangue de Eliza. A outra mancha não foi identificada e a última mostra foi identificada como sendo de uma pessoa do sexo masculino.

A polícia acredita que esse vestígio poderá auxiliar a identificar o suposto agressor de Eliza dentro do carro. "Temos a materialidade indireta e o vestígio, caso não ache o corpo já dá para fazer o delito indireto do homicídio", disse o delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigações da Polícia Civil em Minas Gerais.

Busca pelo corpo - Por volta das 15h20, policiais conseguiram entrar na casa onde estaria o corpo de Eliza Samudio, no bairro Santa Clara, em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Os policiais tiveram que retirar cachorros da raça rottweiler que estavam no local. Integraram a operação de busca policiais do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, além de delegados dos dois Estados e peritos.

A polícia chegou até o imóvel após receber informações do adolescente. Ele afirmou ter participado do sequestro de Eliza na noite do dia 4 de junho, na saída de um hotel na Barra da Tijuca.


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