quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

3 casos em que um único voto mudou a história



 O direito ao voto é um dos grandes pilares da democracia. Afinal, o voto assegura que todos os cidadãos possam ser ouvidos em tomadas de decisões importantes, que são determinadas de acordo com a escolha da maioria.

Mas, curiosamente, muitas decisões importantes dependeram de um único individual. Há vários casos em que o poder de uma escolha solitária gerou marcas na história, alterando o curso dos acontecimentos.

  • 1. A eleição pelo direito das mulheres ao voto no Tennessee, em 1920
(Fonte: History / Reprodução)
O voto do senador Harry T. Burn deu direito ao voto feminino. (Fonte: History / Reprodução)

Em 1920, o estado americano do Tennessee se tornou o último a ratificar a 19ª Emenda, garantindo às mulheres o direito de votar. Havia então o impasse na assembleia legislativa, e um único voto, o do senador Harry T. Burn, garantiu a aprovação da lei.

Inicialmente, Burn se opôs à emenda. No entanto, ele acabou mudando o seu voto após receber uma carta de sua mãe, Febb Burn. Ela pedia para que o filho fosse "um bom menino" e fizesse a coisa certa, votando pelo sufrágio feminino.

Com essa decisão, a 19ª Emenda obteve a maioria necessária de três quartos dos estados, assegurando a validade da lei. Esse momento histórico possibilitou que milhões de mulheres norte-americanas pudessem votar, recompensando décadas de movimentos de luta pelos direitos femininos.

2. A nomeação de Adolf Hitler como chanceler em 1933

(Fonte: GettyImages / Reprodução)
O voto do Partido do Centro assegurou plenos poderes a Hitler. (Fonte: GettyImages / Reprodução)

Para que Adolf Hitler pudesse ascender ao poder, ele dependia de uma votação crítica no Reichstag, o parlamento presidencial alemão. Isso só ocorreu com a aprovação da Lei de Concessão de Plenos Poderes de 1933, que concedeu controle ditatorial a ele.

  • Só que a lei só passou por conta de um único voto, que veio do Partido do Centro, cujo apoio foi garantido depois que Hitler prometeu proteger as liberdades religiosas (posteriormente, ele quebrou a sua promessa).

A aprovação da Lei de Concessão de Plenos Poderes foi a que permitiu legalmente que Hitler consolidasse uma ditadura, já que deu poder aos nazistas para que pudessem contornar o parlamento por um período de quatro anos. Por consequência, desmantelou todas as instituições democráticas da Alemanha, iniciando o nazismo.

Na prática, Hitler usou todo esse poder para suprimir a oposição, promulgar leis antissemitas e lançar expansões territoriais invasivas. Ou seja, um único voto teve como consequência direta o começo da Segunda Guerra Mundial e do Holocausto, que exterminou milhões de vidas. 

3, Quando Vasili Arkhipov impediu a guerra nuclear, em 1962

(Fonte: Future of Life / Reprodução)
O oficial soviético Vasili Arkhipov impediu que houvesse uma guerra nuclear. (Fonte: Future of Life / Reprodução)

Mas às vezes um único voto pode também ter consequências positivas. E foi isso o que aconteceu durante a Crise dos Mísseis Cubanos, um confronto direto entre os Estados Unidos e a União Soviética que ocorreu em outubro de 1962.

O oficial naval soviético Vasili Arkhipov foi responsável por um voto que impediu o lançamento de torpedos nucleares de um submarino alvejado por forças americanas. O capitão do submarino e o oficial político apoiaram o disparo, imaginando que a guerra havia iniciado.

  • O protocolo exigia que, em caso de ataque inimigo, houvesse um consentimento unânime dos três oficiais do mais alto escalação no submarino para o lançamento das bombas. Dois deles defendiam o lançamento, mas Vasili Arkhipov se negava a participar.

Por conta desse voto, os torpedos não foram lançados. Ele se posicionou pensando que isso agravaria a situação. A decisão de Arkhipov provavelmente evitou um conflito nuclear catastrófico, uma vez que os torpedos teriam desencadeado uma guerra gigantesca entre os Estados Unidos e a União Soviética. 

Muitos anos depois, os historiadores reconheceram que ele foi uma figura chave na defesa da paz, e que sua decisão pode ter salvado a humanidade da aniquilação.

Fonte: https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/3-casos-em-que-um-unico-voto-mudou-a-historia

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Você conhece os 7 tipos de amor segundo os gregos?

 

O amor é uma emoção universal, mas, para os gregos, ele vai muito além do que estamos acostumados a pensar. Para eles, o amor não é um sentimento único, mas sim várias formas de conexão que afetam nossas vidas de maneiras diferentes.

Cada tipo de amor tem sua essência, sua forma de se manifestar e seu impacto nas nossas relações. Descubra os sete tipos de amor dos gregos e o que eles ensinam sobre a vida e os relacionamentos.

  • 1. Philautia
Amor próprio. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Amor próprio. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

O primeiro e mais essencial tipo de amor é o philautia, ou amor próprio. Antes de dar amor aos outros, é importante aprender a se amar e a cuidar de si mesmo. Esse tipo é fundamental para a saúde mental e emocional.

Quando praticamos o amor próprio, estamos criando uma base sólida para nossas relações e, de quebra, desenvolvendo autoestima e confiança.

  • 2. Philia
Amor entre amigos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Amor entre amigos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

A amizade é um tipo de amor profundo, e para os gregos, philia representava esse vínculo de lealdade e confiança entre amigos.

Diferente do amor romântico, a amizade é baseada no apoio mútuo, no respeito e na busca pelo bem-estar do outro. Amizades duradouras, que nos acompanham por toda a vida, são um exemplo perfeito de como o philia se manifesta.

3. Pragma

Amor verdadeiro entre casais. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Amor verdadeiro entre casais. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Pragma é o amor que cresce e se desenvolve ao longo do tempo. Ele não é baseado em paixão ou atração física, mas sim em compromisso, respeito e esforço mútuo para manter o relacionamento forte.

Esse tipo de amor é o que vemos em casais que estão juntos há muitos anos, construindo uma vida juntos e superando desafios.

4. Ludus

Amor dos amantes. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Amor do flerte. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

ludus é o amor leve e divertido, aquele que está presente no início de um relacionamento, no flerte e nas trocas cheias de excitação e incerteza.

É o tipo de amor que não exige compromisso profundo e é mais sobre diversão, aventura e explorar a conexão entre duas pessoas.

5. Eros

Amor apaixonado. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Amor apaixonado. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Eros, nomeado assim em homenagem ao deus grego do amor e do desejo, representa a paixão intensa e a atração física e emocional. É o tipo de amor que nos faz sentir vivos, energizados, mas também imprevisíveis.

É aquele fogo que pode acender um relacionamento, sendo muitas vezes o ponto de partida de muitos amores românticos.

  • 6. Ágape
Amor incondicional. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Amor incondicional. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

ágape é, talvez, o mais puro de todos os tipos de amor. Ele é incondicional, altruísta e não espera nada em troca. Esse amor é associado à bondade, compaixão e carinho sem limites.

É o amor que vemos nos gestos de solidariedade, no voluntariado, nos atos de caridade, e também no amor que sentimos por nossos entes queridos, mesmo com suas imperfeições.

7. Storge

Amor familiar. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Amor familiar. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

storge é o amor familiar, o que sentimos naturalmente por nossos pais, filhos e irmãos. Ele é baseado na proximidade emocional e no vínculo profundo que se forma dentro do contexto familiar.

Ao contrário de outros tipos de amor que podem ser escolhidos ou conquistados, esse é mais instintivo e nasce de uma conexão natural.

Fonte: https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/voce-conhece-os-7-tipos-de-amor-segundo-os-gregos

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Diferenças entre as línguas europeias começaram em migrações pré-históricas

 


Uma equipe internacional de 91 pesquisadores descobriu uma divergência genética entre dois grupos de pessoas, durante a Idade do Bronze (entre 3300 a.C. e 1200 a.C.). Essa separação permitiu estabelecer algumas conexões relevantes entre o desenvolvimento das línguas indo-europeias e a composição genética das populações daquela época.

O estudo, hospedado no repositório de pré-impressões bioRxiv e ainda não revisto por pares,  sugere que as populações espanhola, francesa e italiana receberam parte de sua herança genética de populações das estepes da Eurásia, transmitida pelo povo Bell Beaker. Já o grupo grego e armênio adquiriu ancestralidade das populações Yamnaya. 

  • A família indo-europeia, que engloba a maioria das línguas faladas no mundo, incluindo os grupos românico, germânico, eslavo, báltico, celta e helênico, está intimamente ligada aos grandes movimentos migratórios originados na Estepe Ocidental, região que engloba hoje partes da Ucrânia, sul da Rússia e Cazaquistão. 

Analisando as divergências entre as línguas indo-europeias

x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
As variações linguísticas estão ligadas às migrações pré-históricas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Para testar a ocorrência dessas conexões, os autores analisaram o DNA de 314 indivíduos antigos do Mediterrâneo. Na pesquisa, a equipe utilizou isótopos de estrôncio nos ossos e dentes de 224 deles, para rastrear a mobilidade das antigas populações. 

A técnica permite determinar onde essas pessoas viveram, pois regiões diferentes possuem assinaturas isotópicas diferenciadas. Essas assinaturas são as formas pelas quais um mesmo elemento químico se manifesta em determinadas regiões geográficas. É como se fossem "impressões digitais" do local, pois variam conforme a geologia e o ambiente da área. 

Dessa forma, analisar as proporções do estrôncio em ossos e esmalte dos dentes pode mostrar com relativa precisão onde um indivíduo viveu e obteve seu alimento e água, permitindo aos pesquisadores traçar um mapa do seu padrão de migração. Embora não seja uma localização 100% exata, a técnica revela diferenças entre quem habitou uma área e quem não habitou.

Principais conclusões sobre evolução das línguas na Europa

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O estudo não esclareceu completamente todas as árvores genealógicas. (Fonte: Genetics, 2024/Divulgação)

Embora os resultados do estudo tenham se mostrado consistentes com as hipóteses linguísticas ítalo-celtas e greco-armênias que explicam as origens da maioria das línguas indo-europeias mediterrâneas da Antiguidade Clássica, dizem os autores, a análise não conseguiu esclarecer completamente todos os ramos da árvore genealógica indo-europeia.

A relação entre as línguas germânicas e ítalo-celta, por exemplo, não foi desvendada. Houve também casos de heranças mistas. Italianos da Idade do Bronze podem ser divididos em: do norte e centro da Itália (linhagem Bell Beaker ligada à França e à Espanha), e os da costa adriática da Itália (ancestralidade Yamnaya, como a das populações dos Bálcãs e da Grécia).

  • Havia ainda um terceiro grupo italiano, da região de Olmo, com ascendência elevada de agricultores neolíticos, anterior às migrações da Idade do Bronze. Ou seja, como qualquer estudo humano, não há respostas prontas, mas pistas genéticas, arqueológicas e linguísticas que podem clarear um pouco o nosso passado nebuloso e confuso.

Fonte: https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/diferencas-entre-as-linguas-europeias-comecaram-em-migracoes-prehistoricas


segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

O que a Bíblia diz sobre os demônios?

 A demonologia é o campo da teologia que se dedica ao estudo sistemático dos demônios a partir dos textos bíblicos. E foram os pesquisadores dessa linha que nos revelaram que muitos espíritos tradicionalmente não demoníacos acabaram sendo categorizados como "demônios", simplesmente porque não se encaixavam nos limites das crenças cristãs.

  • Ainda assim, a Bíblia deixa claro: os demônios seriam os anjos caídos e os espíritos malignos. Embora o livro fundante do cristianismo não dê tantos detalhes sobre eles, há uma série de coisas que podemos aprender sobre demônios a partir das escrituras sagradas.

1. Demônios bíblicos no Antigo e no Novo Testamento

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Alguns demônios famosos deram as caras na Bíblia. (Fonte: GettyImages / Reprodução)

De acordo com os estudos bíblicos, o mal nasceu em dois contextos: a tentação de Adão no Jardim do Éden, descrita no Gênesis, e a queda do homem descrita no Livro de Enoque, uma obra não contido na Bíblia e atribuída ao bisavô de Noé, Enoque.

Nesses textos, afirma-se que os demônios surgiram como os anjos caídos que se opuseram à vontade de Deus e queriam corromper a humanidade. O Livro de Enoque menciona alguns anjos especificamente pelo nome, como Satanael, Azazel e os arcanjos Miguel e Lúcifer, o último dos quais já foi um dos anjos favoritos de Deus. Lúcifer, junto com alguns outros "anjos caídos", teria se rebelado e travado uma guerra no céu contra os anjos leais de Deus, liderados por Miguel.

  • No final, os anjos rebeldes foram derrotados e expulsos do céu. Depois disso, alguns foram viver no inferno e outros foram presos. Esta queda é descrita no Apocalipse: "O grande dragão foi lançado para baixo — a antiga serpente chamada diabo, ou Satanás, que engana todo o mundo. Ele foi lançado para a terra, e seus anjos com ele".

2. Os demônios explorados na Demonologia

(Fonte: GettyImages / Reprodução)
A Demonologia se dedica ao estudo dos demônios nas diferentes tradições. (Fonte: GettyImages / Reprodução)

Certos estudiosos ficaram tão obcecados pelo tópico dos demônios que se aprofundaram e estabeleceram categorizações. O próprio Livro de Enoque propõe a leitura de que os demônios eram os espíritos desencarnados dos Nefilim, uma prole formada por anjos caídos e mulheres humanas. 

O texto os descreve assim: "E agora, os gigantes, que são produzidos a partir dos espíritos e da carne, serão chamados espíritos malignos sobre a terra, e na terra será sua morada. Espíritos malignos procederam de seus corpos; porque eles nasceram de homens e dos santos Vigilantes é seu começo e origem primordial; eles serão espíritos malignos sobre a terra, e espíritos malignos serão chamados".

  • Há também tentativas de descrições dos demônios na Bíblia. Em Coríntios, lê-se que “até Satanás se disfarça de anjo de luz”, trecho que sugere que os demônios poderiam aparecer aos humanos como anjos para enganá-los.

Já a imagem contida no Livro do Apocalipse é apavorante: "E vi subir do mar uma besta, com dez chifres e sete cabeças, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças nomes de blasfêmia… Então vi subir da terra outra besta; tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro, e falava como um dragão".

Mesmo que os demônios levantados pela demonologia possam parecer assustadores, é importante lembrar que esta área de estudo pode ser entendida como uma investigação teológica de textos cristãos de modo que os crentes possam entender melhor o tema, ao invés de simplesmente se afastarem do conhecimento por medo.

3. A classificação de demônios feita por Heinrich Cornelius Agrippa

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 Heinrich Cornelius Agrippa tentou categorizar os demônios. (Fonte: GettyImages / Reprodução)

Por fim, um nome muito lembrado no estudo dos demônios é o de Heinrich Cornelius Agrippa, um intelectual polímata e escritor do esoterismo da Renascença. Ele sugeriu que o inferno teria uma hierarquia similar à hierarquia do céu, com demônios designados a papéis específicos. 

Ele nomeia alguns demônios que depois se tornaram conhecidos, como Belzebu, também chamado de Senhor das Moscas; Belial, o Instrumento da Iniquidade e da Ira; Asmodeus, que governa os Vingadores da Maldade; e Satanás, o Imitador de Milagres.

Mas há alguns questionamentos em relação à sua categorização. Belzebu, por exemplo, é um nome derivado de um deus filisteu, e alguns outros demônios também foram tirados de religiões pagãs. Há quem afirme que o esforço feito por Agrippa acabou provocando uma confusão e gerando um pânico em relação a coisas consideradas "demoníacas", mas que não eram originalmente associadas ao Diabo pelo Cristianismo.

Fonte: https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/o-que-a-biblia-diz-sobre-os-demonios