O ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, foi preso em sua residência, no Rio
Os presos na 7ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia
Federal nesta sexta-feira, já estão na sede da PF em Curitiba. O avião
da Polícia Federal que levou os 16 detidos deixou o Rio de Janeiro na
madrugada deste sábado (15) e pousou no aeroporto de Curitiba, no
Paraná, às 4h20.
Ao todo, até o início da manhã deste sábado, são
20 presos na nova etapa da operação – quatro se apresentaram à PF do
Paraná. A polícia ainda busca foragidos.
No final da tarde desta
sexta, a Polícia Federal apresentou o balanço desta fase da Operação
Lava Jato, deflagrada em cinco estados e no Distrito Federal. Segundo a
PF, foram cumpridos todos os 49 mandados de busca e apreensão emitidos
pela Justiça do Paraná (dois no Recife; um em Jundiaí-SP; um em
Santos-SP; dois em Curitiba; um no Distrito Federal; 11 no Rio de
Janeiro; 29 em São Paulo; dois em Belo Horizonte).
Também foram
expedidos nove mandados de condução coercitiva, mas apenas sete foram
cumpridos: dois em São Paulo/capital; dois no Rio de Janeiro; dois em
Belo Horizonte; e um no Recife.
A Polícia Federal informou também
que foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, todos na
capital paulista. Foram cumpridos ainda 14 mandados de prisão
temporária: seis em São Paulo/capital; um em Osasco/SP; um em Santos/SP;
cinco no Rio de Janeiro/RJ; um em Salvador (este mandado estava
previsto para ser cumprido em São Paulo/capital).
Entre
os presos pela PF, está o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato
Duque e três presidentes de empreiteiras: José Aldemário Pinheiro Filho
(OAS); Ildefonso Collares Filho (Queiroz Galvão); Ricardo Ribeiro Pessoa
(UTC).
Além de Renato Duque e Jayme Oliveira Filho, que seria
ligado ao doleiro Alberto Youssef, os demais 16 presos, todos vinculados
a empreiteiras, são os seguintes:
OAS - José Aldemário
Pinheiro Filho, presidente; Mateus Coutinho de Sá Oliveira,
vice-presidente do conselho; Alexandre Portela Barbosa; Agenor Franklin
Magalhães Medeiros, diretor; José Ricardo Nogueira.
Engevix - Gerson de Mello Almada, vice-presidente; Carlos Eduardo Strauch Albero, diretor; Newton Prado Júnior, diretor;
Queiroz Galvão - Ildefonso Collares Filho, diretor-presidente; Othon Zanoide de Moraes Filho, diretor
UTC - Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente; Ednaldo Alves da Silva; Walmir Pinheiro Santana; Carlos Alberto Costa Silva
IESA - Otto Sparenberg, diretor
Galvão Engenharia - Erton Medeiros Fonseca.
Cristiano
Kok, presidente da Engevix, foi levado em condução coercitiva, mas foi
liberado. Eduardo Leite, vice-presidente da Camargo Côrrea, segundo a
PF, já é considerado foragido.
Foram feitas operações de buscas
no escritório da Odebrecht. Empresários estranham o fato de nenhum
integrante da direção dessa construtora ter tido a prisão preventiva ou
temporária decretada pela Justiça.
De acordo com a Polícia Federal
um dos mandados de prisão temporária expedidos foi contra o lobista
Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. Segundo a PF, o lobista
não foi encontrado pelos policiais que atuam na operação e já é
considerado foragido. De acordo com depoimento do doleiro Alberto
Youssef feito em outubro, Fernando Baiano operava a cota do PMDB no
esquema de corrupção ligado à Petrobras.
De acordo com a PF, quem
ainda não foi localizado está automaticamente impedido de deixar o país.
Será feita uma operação especial de controle de passaporte em
aeroportos com o objetivo de localizar executivos de empreiteiras
ligadas ao esquema de fraudes e também pessoas que estariam envolvidas
em transporte de dinheiro para doleiros.
Nesta nova fase da
Operação Lava Jato, o foco são as empresas que pagaram propina. Foi
decretado bloqueio de aproximadamente R$ 720 milhões em bens
pertencentes a 36 investigados. A PF fez buscas em todos os escritórios
das grandes empreiteiras citadas no caso.
Foi decretado também o
bloqueio de valores de três empresas referentes a um dos operadores do
esquema criminoso. Os envolvidos respondem por formação de cartel,
corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro, além de
formação de quadrilha.
À Justiça, o ex-diretor de Abastecimento
da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que as empresas Odebrecht,
Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Iesa, Engevix, Mendes Júnior, UTC
Engenharia, Queiroz Galvão e Galvão Engenharia participavam do esquema
de superfaturamento de contratos firmados com a Petrobras e repasse de
propina aos partidos.
Veja os mandados decretados pela Justiça Federal:
Prisão preventiva:
Eduardo Hermelino Leite, da Construtora Camargo Correa
José Ricardo Nogueira Breghirolli, da OAS
Agenor Franklin Magalhães Medeiros, da OAS
Sergio Cunha Mendes, da Mendes Júnior
Gerson de Mello Almada, da Engevix
Erton Medeiros Fonseca, da Galvão Engenharia
Prisão temporária
Dalton dos Santos Avancini, presidente da Construtora Camargo Correa
João Ricardo Auler, da Construtora Camargo Correa
Mateus Coutinho de Sá Oliveira, da OAS
Alexandre Portela Barbosa, da OAS
José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS
Ednaldo Alves da Silva, da UTC
Carlos Eduardo Strauch Albero, da Engevix
Newton Prado Júnior, da Engevix
Otto Garrido Sparenberg, da IESA
Valdir Lima Carreiro, da IESA
Ricardo Ribeiro Pessoa, da UTC
Walmir Pinheiro Santana, da UTC
Othon Zanoide de Moraes Filho, da Queiroz Galvão
Ildefonso Colares Filho, da Queiroz Galvão
Jayme Alves de Oliveira Filho, subordinado de Alberto Youssef
Adarico Negromonte Filho, subordinado de Alberto Youssef
Carlos Alberto da Costa Siva, emissário das empreiteiras
Renato de Souza Duque, ex-diretor da Petrobras
Fernando Antonio Falcão Soares, lobista
Investigados que sofreram bloqueios bancários:
Eduardo Hermelino Leite
Dalton dos Santos Avancini
João Ricardo Auler
José Ricardo Nogueira Breghirolli
José Aldemário Pinheiro Filho
Agenor Franklin Magalhaes Medeiros
Ricardo Ribeiro Pessoa
Walmir Pinheiro Santana
Sérgio Cunha Mendes
Gerson de Mello Almada
Othon Zanoide de Moraes Filho
Ildefonso Colares Filho
Valdir Lima Carreiro
Erton Medeiros Fonseca
Fernando Antonio Falcão Soares
Renato de Souza Duque
Condução coercitiva:
Edmundo Trujillo, engenheiro, diretor do Consórcio Nacional Camargo Correa
Pedro Morollo Junior, engenheiro civil, OAS
Fernando Augusto Stremel Andrade, engenheiro civil, OAS
Angelo Alves Mendes, engenheiro civil, diretor vice-presidente da Mendes Júnior Trading e Engenharia S.A
Rogério Cunha de Olliveira, engenheiro eletricista, diretor da Área de Óleo e Gás -(ANOG) da Mendes Júnior Trading e Engenharia
Flávio Motta Pinheiro, economista, diretor Administrativo e Financeiro da MENDESPREV – Sociedade Previdenciária
Cristiano Kok, presidente da Engevix Engenharia S/A.
Marice Correa de Lima, cunhada do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto
Luiz Roberto Pereira.
Fonte: http://www.jb.com.br/pais/noticias/2014/11/15/presos-na-operacao-lava-jato-estao-na-sede-da-pf-em-curitiba/