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quinta-feira, 4 de junho de 2020

Qualidade do sono pode ajudar no combate à covid-19

O novo coronavírus pegou o mundo desprevenido e fez boa parte da população mundial mudar hábitos e se adaptar a essa nova realidade. Para tentar conter a proliferação do vírus, as orientações são diversas: lavar as mãos, evitar tocar nos olhos, boca e nariz sem higienizá-las, manter-se hidratado, evitar aglomerações, usar máscara de proteção, entre outras.
Além disso, uma boa noite de sono é uma aliada para manter a saúde. Segundo o médico do sono e neurologista da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Lúcio Huebra, dormir bem auxilia no fortalecimento do sistema imunológico, fundamental na prevenção da doença.
“É durante o sono que boa parte das funções do corpo se recupera e isso também acontece com o sistema imune.  É preciso uma boa qualidade do sono para que as células de defesa sejam restauradas e, dessa forma, garantam a produção de anticorpos para as diversas infecções de maneira adequada”, diz o neurologista.
Há uma relação bidirecional entre a qualidade do sono e a imunidade. Um sono de má qualidade ou encurtado leva o organismo a uma situação de estresse, aumentando a liberação do cortisol, hormônio com efeito imunomodulador e que acaba reduzindo as defesas do corpo.
Um estudo brasileiro sobre o impacto do sono na eficácia da vacina contra a hepatite A mostrou que pessoas com privação de sono tiveram resposta reduzida pela metade ao serem vacinadas, em relação ao grupo que dormiu bem. Existe também evidência de que o sono curto, com menos de seis horas, está associado a um aumento da sintomatologia do resfriado comum. Ou seja, pesquisas comprovam que pessoas que dormem menos do que o necessário ficam mais suscetíveis a infecções respiratórias.
“É importante lembrar que cada pessoa precisa de uma quantidade mínima de horas de sono diferente. Os números são médias populacionais, então pode ser que certas pessoas precisem de mais ou menos tempo. O importante é estar sempre revigorado no dia seguinte”, enfatiza Lucio Huebra.

Além da imunidade

Além da queda da imunidade, o sono de má qualidade ou insuficiente traz outras repercussões negativas para o organismo. Quando a quantidade ideal de horas de sono não é respeitada, algumas consequências podem surgir, sejam elas agudas, que aparecem já no dia seguinte a uma noite mal dormida, ou crônicas, aquelas que podem surgir ao longo da vida, como consequência de diversos episódios de sono de má qualidade.
Fadiga, sonolência, irritabilidade, desatenção, dificuldade de memorização, dor de cabeça e tontura são alguns dos exemplos de impactos agudos da restrição do sono. A longo prazo podem surgir complicações metabólicas como obesidade, dislipidemia, maior risco de diabetes; complicações cardiovasculares como hipertensão, maior risco de infarto ou acidente vascular cerebral (AVC).
Além disso, várias noites mal dormidas consecutivas podem levar a um processo de declínio cognitivo, prejudicando a memória ou acelerando um processo de demência em pessoas que já tenham predisposição.
Juntamente com esses aspectos, a falta de sono adequado pode acarretar prejuízos em diferentes níveis da vida social como reduzir a produtividade, dificultar o aprendizado e aumentar o risco de acidentes, seja no trânsito ou no trabalho. O humor também fica alterado, deixando as pessoas mais irritadas e com menor tolerância à frustração, atrapalhando o trabalho em grupo e o convívio social.

Sono de qualidade

Para dormir há inúmeros conselhos que constituem a chamada higiene do sono. O processo é um conjunto de ações que buscam proporcionar um sono de qualidade todas as noites. Entre as recomendações estão:
Escolher um ambiente adequado para dormir: silencioso, confortável e escuro.
O local deve ser utilizado exclusivamente para a função, então só usá-lo quando realmente for dormir e se deitar na cama apenas quando estiver com sono. Evitar, ao longo do dia, permanecer na cama.
Todas as luzes artificiais são péssimos estímulos que interferem no sono, como celular, computador, televisão. Sendo assim, evitar usá-los próximos do horário de dormir. Durante o dia, se expor ao máximo à luz, especialmente deixando as janelas abertas, e se expondo à luz externa.
Garantir temperatura adequada, tanto do ambiente em si quanto do pijama, que precisam ser confortáveis e permitir boa mobilidade.
Ter uma boa rotina noturna, com horários regulares, fazer sempre as mesmas tarefas próximo à hora de se deitar para sinalizar ao cérebro que já é o momento de o sono vir.
O ideal é fazer refeições leves e não abusar da ingestão de líquidos. Além disso, precisa ser evitado qualquer tipo de estimulante (café, refrigerante, chocolate), tanto no fim do dia quanto durante a noite.
O neurologista lembra que o período é de grandes preocupações e ansiedade, o que também prejudica uma boa noite de sono. “Então, é importante reservar de 30 minutos a uma hora antes de dormir para se desligar de todas as notícias, buscando fazer algo que seja prazeroso e relaxante para que o sono possa vir com qualidade”.
Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-06/qualidade-do-sono-pode-ajudar-no-combate-covid-19

Isolamento social causou crises de ansiedade e depressão em 38,9% dos baianos, diz pesquisa



O isolamento social interferiu no psicológico de 38,9% dos baianos, que relataram ter tido crises de ansiedade, depressão e outros problemas do tipo em meio à pandemia. O dado consta em um levantamento realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas em parceria com o Bahia Notícias.

Os que negaram ter sofrido algum tipo de problema psicológico durante o período de isolamento representam maioria: 59,6%. Enquanto 1,4% não respondeu.

Entre as mulheres o índice das que reconheceram ter sofrido crises de ansiedade ou depressão neste período foi maior que entre os homens. Elas somam um índice de 42,2%, enquanto eles são 35,%.
Para a realização desta pesquisa foi utilizada uma amostra de 2.016 habitantes, sendo esta estratificada segundo sexo, faixa etária, grau de escolaridade e nível econômico. O trabalho de levantamento de dados foi feito através de entrevistas pessoais telefônicas com habitantes com 16 anos ou mais em 184 municípios entre os dias 25 e 28 de maio de 2020. O nível de confiança de 95% para uma margem estimada de erro de aproximadamente 2% para os resultados gerais.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/249369-isolamento-social-causou-crises-de-ansiedade-e-depressao-em-389-dos-baianos-diz-pesquisa.html

quarta-feira, 3 de junho de 2020

Presidente da Fundação Palmares chama movimento negro de ‘escória maldita'



O presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, classificou o movimento negro como “escória maldita”, que abriga “vagabundos”, e chamou Zumbi de “filho da puta que escravizava pretos”. A portas fechadas, Camargo também manifestou desprezo pela agenda da “Consciência Negra”, se referiu a uma mãe de santo como “macumbeira” e prometeudemitir diretores da autarquia que não tiverem como “meta” a demissão de um “esquerdista”. 

As afirmações do presidente da Fundação Palmares foram feitas durante reunião com dois servidores, no dia 30 de abril. O Estadão teve acesso ao áudio da conversa (ouça abaixo este e outros áudios) e apurou que o encontro ocorreu, na tarde daquele dia, para tratar do desaparecimento do celular corporativo de Camargo. Ao ser cobrado pelo ressarcimento do telefone, ele ficou irritado e alegou que o aparelho sumiu no período em que estava afastado do cargo, por decisão judicial.

No diálogo, Camargo diz que havia deixado o celular numa gaveta da fundação e insinua que o furto pode ter sido proposital, com o intuito de prejudicá-lo. É nesse momento que ele se refere ao movimento negro de forma pejorativa, segundo o Estado de São Paulo.

“Eu exonerei três diretores nossos (...). Qualquer um deles pode ter feito isso. Quem poderia? Alguém que quer me prejudicar, invadir esse prédio para me espancar, invadir com a ajuda de gente daqui... O movimento negro, os vagabundos do movimento negro, essa escória maldita”, disse o presidente da Fundação Palmares. “Agora, eu vou pagar essa merda aí”, completou, numa referência ao telefone.

Aos dois servidores, um deles coordenador de gestão, Camargo afirmou ter sido afastado do comando da Palmares, durante três meses, por uma liminar que censurou suas opiniões em redes sociais. Na época, a Justiça considerou suas declarações, minimizando o crime de racismo, incompatíveis com o cargo. Camargo contou que, por causa da suspensão, teria de devolver o salário de dezembro de 2019 e tentaria parcelar o débito em dez vezes, pois havia contraído cerca de R$ 50 mil em dívidas. Logo depois, ameaçou fazer retaliações.

Entre um palavrão e outro, o presidente da Fundação Palmares assegurou que o processo para tirá-lo do comando da autarquia “não vai dar em nada” porque teria havido “usurpação” do poder do presidente Jair Bolsonaro. “Esses filhos da puta da esquerda não admitem negros de direita. Vou colocar meta aqui para todos os diretores, cada um entregar um esquerdista. Quem não entregar esquerdista vai sair. É o mínimo que vocês têm que fazer”, advertiu.

Sob o argumento de que suas opiniões refletem “liberdade de expressão”, Camargo mais uma vez criticou Zumbi dos Palmares, que dá nome à autarquia. “Não tenho que admirar Zumbi dos Palmares, que, para mim, era um filho da puta que escravizava pretos. Não tenho que apoiar agenda consciência negra. Aqui não vai ter, vai ter zero da consciência negra. Quando cheguei aqui, tinham eventos até no Amapá, tinha show de pagode no dia da consciência negra”, protestou.

O Ministério Público Federal (MPF) encaminhou representação à Procuradoria da República no Distrito Federal, no mês passado, pedindo que o presidente da Fundação Palmares responda na Justiça por improbidade administrativa. A iniciativa foi tomada depois de Camargo ter determinado, no dia 13 de maio – data em que a abolição da escravatura completou 132 anos –, a publicação de uma série de artigos depreciativos sobre Zumbi, símbolo do movimento negro no Brasil, no site oficial da instituição e nas redes sociais. 

No áudio ao qual o Estadão teve acesso, Camargo também se referiu a uma mãe de santo como “macumbeira” e avisou que não daria verba para terreiros, numa alusão a locais usados para cerimônias de candomblé e outras religiões de matriz africana. “Tem gente vazando informação aqui para a mídia, vazando para uma mãe de santo, uma filha da puta de uma macumbeira, uma tal de Mãe Baiana, que ficava aqui infernizando a vida de todo mundo”, disse ele, numa referência a Adna dos Santos. 

Conhecida como Mãe Baiana, Adna é uma das lideranças mais atuantes do candomblé no Distrito Federal. “Não vai ter nada para terreiro na Palmares enquanto eu estiver aqui dentro. Nada. Zero. Macumbeiro não vai ter nem um centavo”, garantiu Camargo. Em outro trecho da gravação, ele trata com desdém a cultura afrodescendente. “Eu não vou querer emenda dessa gente aqui. Para promover capoeira? Vai se ferrar”, esbravejou.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/249315-presidente-da-fundacao-palmares-chama-movimento-negro-de-escoria-maldita.html

sábado, 30 de maio de 2020

Brasileiros se queixam de distúrbios do sono e alimentação na pandemia, diz pesquisa


Pesquisa do Ministério da Saúde em todo o país mostra que 41,7% dos brasileiros relatam distúrbios do sono, como dificuldade para dormir ou dormir mais do que o de costume, durante a pandemia de Covid-19.

Foram entrevistadas mais de 2.000 pessoas no segundo ciclo da Vigitel (Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico). Falta ou aumento de apetite foi relatada por 38,7% dos entrevistados.

A pesquisa também apurou como anda a saúde mental dos brasileiros neste momento: 35,3% relatam falta de interesse em fazer as coisas; 32,6% disseram se sentir para baixo ou deprimido; 30,7% se sentir cansado, com pouca energia.

E mais: 17,3% descreveram lentidão para se movimentar ou falar ou estar muito agitado ou inquieto; 16,9% relataram sentir dificuldade para se concentrar nas coisas.

Segundo Eduardo Macário, diretor do Departamento de Análise em Saúde e Vigilância em Doenças Não Transmissíveis, a questão da saúde mental é muito importante e merece atenção especial.

"Eventos relacionados à saúde mental muitas vezes são colocados de lado numa situação como a que estamos vivendo. Mas é fundamental serem monitorados e acompanhados."

O levantamento também avaliou a questão do isolamento social e constatou que 87,1% dos adultos no país relatam que precisam sair de casa ao menos uma vez.

Entre os principais motivos estão compra de alimentos (75,3%), trabalho (45%), procurar serviço de saúde ou farmácia (42,1%), tédio ou cansaço de ficar em casa (20,5%), ajudar um familiar ou amigo (20,2%), visitar familiares e amigos (19,8%), praticar atividades físicas (13,6%) e caminhar com animal de estimação (5,6%).

Os moradores com idades entre 35 e 49 anos (89,8%) das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste (89%) foram os mais saíram de casa.

Sobre as práticas de higiene recomendadas para a prevenção da contaminação pelo coronavírus, o segundo ciclo da pesquisa apontou que o percentual de adultos que relataram higienizar as mãos e objetos tocados com frequência foi maior em mulheres (88,6%).

A pergunta foi feita nos dois ciclos da pesquisa e a porcentagem de pessoas que segue as práticas de higiene aumentou de 82,7% no primeiro ciclo para 84,6% no segundo ciclo.

Para Luciana Sardinha, coordenadora-geral de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis, os dois ciclos da pesquisa foram muito importantes para entender de que forma a população brasileira está enfrentando a pandemia.

O monitoramento sistemático dos riscos em saúde pública auxilia os gestores na adoção de medidas, de modo a reduzir o número de pessoas afetadas.

O segundo ciclo da pesquisa Vigitel Covid-19 foi realizado em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), entre os dias 25 de abril e 5 de maio de 2020, e entrevistou 2.007 pessoas com 18 anos ou mais, em todo o país.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/80944-brasileiros-se-queixam-de-disturbios-do-sono-e-alimentacao-na-pandemia-diz-pesquisa.html


Consumo de bebidas alcoólicas e sintomas de depressão cresceram na pandemia, diz estudo

A pandemia do novo coronavírus tem sido responsável por diminuir a renda, aumentar o consumo de bebida alcoólica e piorar o estado emocional dos brasileiros. É o que aponta uma pesquisa realizada pela Fiocruz, em conjunto com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Unicamp. As informações são da coluna Viva Bem, do Uol.

Segundo o levantamento, 55% das pessoas afirmaram que tiveram redução na renda familiar, e 7% estão sem nenhum rendimento. A parte mais afetada foi a população pobre, com renda per capita inferior a meio salário mínimo. A pesquisa aponta que 3% perderam o emprego e 21% ficaram sem trabalhar. Quanto ao consumo de cigarro, cerca de 23% aumentaram o consumo diário em quase 10 cigarros, e 5% estão fumando mais de 20 cigarros a cada dia.

A publicação ainda mostra que 18% dos entrevistados afirmaram que estão bebendo mais. A parcela que mais aumentou o consumo de bebidas alcoólicas foi a de adultos entre 20 e 39 anos, com 26%. Entre idosos, o crescimento foi de 11%. Cerca de 24% disseram que estão bebendo mais por estarem com sentimentos de tristeza e depressão.

Ao todo, 44.062 pessoas responderam ao questionário disponibilizado na internet entre os dias 24 de abril e 8 de maio.

Outro ponto analisado na pesquisa foi o nível de produtividade da população em meio à quarentena. Cerca de 40% das pessoas entrevistadas relataram dificuldades em grau moderado e intenso para realização das atividades de rotina e de trabalho.

Isso gerou uma piora na saúde do brasileiro, de acordo com 29% dos entrevistados. Metade daqueles que tinham alguma espécie de problema crônico de coluna relataram aumento da dor, e 40% das pessoas que não tinham esse problema disseram que começaram a sentir dores.

Houve também mudanças no estado de ânimo, já que 40% revelaram que se sentiram mais tristes, e 54% mais ansiosos. E isso influi diretamente na qualidade do sono, pois 29% dos entrevistados relataram que começaram a ter problemas para dormir, e 16% relataram que os problemas pioraram.

Outra coisa que também teve crescimento considerável foi o consumo de alimentos não saudáveis em dois dias ou mais por semana (5%).

A atividade física também foi muito afetada pelo coronavírus: 62% dos entrevistados alegaram que não se exercitam. Entre as pessoas que faziam atividade física por três ou mais dias por semana, 46% deixaram de fazê-la. Entre as que se exercitavam cinco dias ou mais por semana, 33% pararam.

O dado tem relação direta com o crescimento do tempo médio diário do brasileiro assistindo televisão. O crescimento foi de uma hora e 20 minutos em relação ao que era observado antes da pandemia, resultando em três horas por dia. 

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/saude/noticia/24239-consumo-de-bebidas-alcoolicas-e-sintomas-de-depressao-cresceram-na-pandemia-diz-estudo.html

segunda-feira, 25 de maio de 2020

Acidentes domésticos geram preocupação na quarentena da Covid



Após ser decretada, por causa da luta contra o novo coronavírus, a quarentena passou a ser uma oportunidade para as famílias ficarem mais tempo juntas. Mas também se tornou uma dor de cabeça, uma vez que os acidentes domésticos se tornaram mais frequentes.

"Quando se está em casa há propensão a ter mais acidentes. E alguns são gravíssimos, como idosos caindo em piso escorregadio no quintal ou no banheiro, dando topadas em objetos com partes do pé", alerta Marcos Palumbo, capitão do Corpo de Bombeiros, que também destaca a importância de tirar tapetes em residência de idosos.

Um caso desses ocorreu com a aposentada Celeste Kirsten Rocha, 76 anos, que caiu na garagem à noite após se assustar com um gato, o que provocou contusões no braço e nos joelhos.

"Fiquei caída quase meia hora, mas ninguém apareceu. Acabei me levantando sozinha. Ainda bem que tinha um carro onde consegui me apoiar", conta ela, que é viúva e mora sozinha.

Em vez de procurar atendimento médico, ela optou por se cuidar em casa mesmo. "A UPA de Itaquera está sempre lotada e fiquei com medo de pegar o coronavírus", diz dona Celeste.

Segundo o médico Francis Fujii, socorrista do Samu, o principal acidente doméstico é queimadura provocada por líquidos que caem de panelas no fogão, quando os cabos são deixados para fora. Mas incêndios também podem ocorrer.

A designer têxtil Angélica Giovannini, 51 anos, se salvou de um, mas perdeu o pano de prato. "Estava com 3 ou 4 panelas simultaneamente cozinhando até que comecei a sentir cheiro de queimado. Primeiramente, achei se tratar da comida queimando, até perceber que era o pano de prato encostado na chama em uma das bocas de trás do fogão. Em seguida levantou aquela labareda, e o susto foi grande", conta ela, que quase perdeu uma panela em outro dia, o que a fez mudar a rotina para se proteger.

"Entendi com isso que, pela minha falta de prática no assunto, não deveria cozinhar várias comidas ao mesmo tempo, e também passei a prestar atenção exclusiva a esta atividade, que, por um simples descuido, poderia ocasionar danos irreversíveis", afirma Angélica, que ainda cuida dos gêmeos Franco e Marcelo, de 12 anos.

Sem improvisações O capitão Palumbo e o médico Francis Fujii alertam para um outro tipo de situação que costuma provocar muitos acidentes dentro de casa: as improvisações para realizar atividades das quais não estamos acostumados ou não temos a ferramenta necessária.

"Para evitar acidentes é não ter improvisações para trocar uma lâmpada ou um chuveiro. Ninguém está trazendo técnicos para dentro de casa na quarentena e acaba pegando para fazer o serviço, o que pode provocar acidentes", destaca Palumbo.

Uma dica de Fujii para as pessoas evitarem acidentes é fazer alguma atividade física, com segurança, para que o corpo se mantenha alerta e com bom reflexo.

COMO PREVENIR ACIDENTES
- Evite subir em escadas ou telhados sem estar devidamente protegido
- Ao subir em telhados, confirmar se esses suportam o seu peso
- Evite adornos e tapetes na casa
- Dê preferência por móveis de cantos arredondados e, se possível, evite móveis com vidro
- Não deixe objetos espalhados ao longo das escadas
- Opte pela instalação de piso antiderrapante
- Se for mexer com instalação elétrica, desligue a chave


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/80316-acidentes-domesticos-geram-preocupacao-na-quarentena-da-covid.html

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Adolescência agora vai até 24 anos devido a comportamento da nova geração, diz ciência

Cientistas recentemente definiram um novo período para as idades que compreendem a adolescência: se antes a vida adulta começava a partir dos 19 anos, hoje um indivíduo é considerado adolescente até completar 24 anos.

Idade da adolescência

De acordo com um estudo feito na Austrália e publicado pela revista científica Lancet Child & Adolescent Health, a nova definição é resultado das mudanças de comportamento da nova geração.
Como os jovens atualmente estudam por um tempo mais longo e não somente até a faculdade, consequentemente adiam outras decisões que marcariam o início da vida adulta, como casamento, saída da casa dos pais e maternidade/paternidade.
Segundo os pesquisadores, a definição da etapa é fundamental para o desenvolvimento de leis, políticas sociais e serviços. O levantamento ainda lembra que, no passado, o início da adolescência já havia sido antecipado: costumava ser padronizada como 14 anos e, hoje, está estabelecido aos 10.

Adolescência e puberdade

  • Uma em cada quatro meninas tem depressão na adolescência
  • Cérebro do adolescente necessita que as aulas comecem mais tarde
  • Ansiedade em crianças e adolescentes: por que cada vez mais cedo?
Fonte: https://www.vix.com/pt/comportamento/554725/adolescencia-agora-vai-ate-24-anos-devido-a-comportamento-da-nova-geracao-diz-ciencia?utm_source=Facebook&utm_medium=VixMulher&utm_campaign=Opportunity&fbclid=IwAR3dlkqy1KsOShut-4Fy2-fgK3qMJISPcjP6IdvH4jONZNofjCNZlu_ZVms

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Google corrige verbete que associava definição de 'professora' à de 'prostituta'

Quando buscado no Google, o termo “professora significado” não é mais associado à definição de “prostituta com quem adolescentes se iniciam na vida sexual” e nem atribuída a “brasileirismo”. A ferramenta de buscas divulgou que verbete, produzido por site parceiro, foi alterado nesta quarta-feira (23). 
Diferente do resultado mostrado anteriormente, agora o buscador fornece apenas a definição “mulher que ensina ou exerce o professorado” referente à profissão de professora. “Nossa missão é tornar as informações acessíveis e úteis para todos”, disse o Google por meio de nota.
Segundo a assessoria de imprensa do buscador, as definições de palavras utilizadas pela ferramenta são fornecidas pela Oxford University Press, que trabalha com dicionários tradicionais no Brasil. Após repercussão do caso, a organização decidiu excluir a definição equivocada de sua base de dados.
“Trabalhamos com conteúdo licenciado de dicionários parceiros para ajudar nossos usuários a encontrar de forma fácil informações sobre palavras na Busca. Não editamos nem removemos as definições fornecidas pelos nossos parceiros que são os especialistas em idiomas”, justificou o Google em nota.
Já a Oxford University Press afirmou, também por meio de nota, que após investigar o segundo significado da palavra professora “o time de Dicionários estabeleceu que a definição é de uma gíria regional em desuso” e, por isso,  e, “tomou a decisão de removê-la de seu dicionário para resultados de busca”. 
“Esta definição veio de uma fonte confiável e foi classificada como gíria regional, entretanto, não a consideramos popular ou relevante o bastante para que seja mostrada de maneira tão proeminente”, diz nota da organização.


Definição de
REPRODUÇÃO/GOOGLE

Definição de "professora" foi corrigida por dicionário parceiro do Google.

Ao buscar no Google os termos “professora significado”, a primeira definição dada pelo dicionário utilizado pela ferramenta era “mulher que ensina ou que exerce o professorado”. Mas a segunda, considerada “brasileirismo” pelo verbete, ou seja, algo próprio do português do Brasil, a profissão estava definida como “prostituta com quem adolescentes se iniciam na vida sexual”.
Entre esta segunda-feira (21) e a manhã desta quarta-feira (23), imagens com a definição da profissão ligada ao sexo feminino viralizaram nas redes sociais e circularam em grupos de WhatsApp e repercutiram na imprensa.
Devido à repercussão, segundo informações do Google Trends, na noite da última terça-feira (22), o termo chegou a ser buscado mais de 500 mil vezes. O HuffPost Brasil fez o teste na ferramenta de busca na tarde de ontem e obteve o mesmo resultado divulgado nos grupos e redes sociais.
Definição semelhante aparece também em dicionários online como o cultuado Houaiss, o Aurélio e Aulete, que destacam em verbete que o uso pejorativo do termo “professora” é usado em “algumas regiões do Brasil, para se referir à pessoa com quem se teve a primeira relação sexual”. 
A pesquisa do Google, porém, mostrava resultado diferente quando a busca é feita em relação à profissão no sexo masculino. “Professor significado”, no masculino, resulta na definição de “aquele que professa uma crença” primeiro e, em segundo; “aquele que ensina” (veja abaixo).


ProfessorREPRODUÇÃO/GOOGLE

Professor

Ontem, questionada pelo HuffPost Brasil, a assessoria de imprensa do Google informou ao HuffPost Brasil que privilegia resultados de fontes confiáveis para os quadros que aparecem em primeiro resultado dos termos buscados e que, no caso do box “dicionário”, o conteúdo gerado é produzido por parceiros.
“Os resultados incluem usos coloquiais que podem causar surpresa, mas não temos controle editorial sobre as definições fornecidas por nossos parceiros que são os especialistas em linguagem. Reconhecemos a preocupação neste caso e vamos transmiti-la aos responsáveis pelo conteúdo”, disse em nota.

Google consertou o algoritmo de buscas para o termo “lésbica” 



Close up of hands of diverse races. Diverse races
SANTYPAN VIA GETTY IMAGES

Close up of hands of diverse races. Diverse races concept.

Recentemente, o termo “lésbica” deixou de ser mais associado a páginas de conteúdo pornográfico e sexual quando digitado na busca do Google. A empresa anunciou em julho que consertou seu algoritmo com a intenção de fornecer resultados mais precisos e de alta qualidade para este tipo de consulta.
Desde o dia 19 de julho esta correção está ativa. Antes, o mecanismo de busca mais famoso do mundo trazia em seus primeiros resultados conteúdos ligados a sites pornô, mesmo se a pesquisa fosse feita por um conteúdo de cunho educacional ou informativo, o que contribuía para a sexualização de mulheres.
Foi este tipo de efeito negativo que motivou um grupo feminista francês a criar o movimento “SEOLesbienne” nas redes sociais e a pressionar o Google por uma mudança efetiva, apontando problemas e possíveis soluções.
“Do nosso lado, tentamos repetidamente entender como sites pornográficos confiam em consultas e por que o Google não fez nada para alterar os resultados ‘naturais’ sobre esses tópicos, como pode fazer para os outros”, disse uma das porta-vozes do grupo ao site francês Numerama.
Buscas relacionadas a outros termos ligados à comunidade LGBT, como homossexual ou trans não levavam a conteúdos pornô e, sim, a páginas como Wikipedia ou reportagens de grande engajamento sobre esses temas.
Fonte: https://www.huffpostbrasil.com/entry/google-significado-professora_br_5db0a163e4b01ca2a856ce5d

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Três em cada 10 brasileiros já sofreram preconceito devido a classe social

O número de brasileiros que foram vítimas de discriminação por causa de sua classe social cresceu, segundo uma pesquisa do Datafolha, divulgada pela Folha de S. Paulo. Atualmente 30% dos entrevistados afirmam ter sofrido preconceito de classe, mas em 2008, no último levantamento feito pelo instituto sobre o tema, a porcentagem era de 23%. Em 2007 o número era ainda menor: apenas 21% dos brasileiros se sentiram discriminados devido à condição financeira. Esse tipo de preconceito é menos comum no Nordeste, declarado por apenas 25% dos entrevistados. A região Sudeste é onde a discriminação social é mais sentida (35%), seguidas pelo Centro-Oeste e Norte (29%) e Sul (27%).
Segundo a psicóloga Patrícia Estrela, sofrer preconceito pode afetar o psicológico de diversas formas. “Qualquer tipo de trauma, constrangimento ou humilhação pode acarretar sentimentos de injustiça, insegurança, medo e tristeza. E esses sentimentos vão de certa forma moldar os comportamentos desde individuo”, salienta.
O estudo também considerou outras razões pelas quais os brasileiros se sentem discriminados. Em segundo lugar no ranking, “local onde mora” foi apontado por 28% dos entrevistados como motivo de discriminação. Em seguida vêm religião (26%), sexo (24%), cor ou raça (22%) e orientação sexual (9%).
Ainda segundo o levantamento do Datafolha, entre os entrevistados que se declararam homossexuais, 55% disseram ter sido vítimas de preconceito por causa da orientação sexual; e uma a cada três mulheres que responderam a pesquisa disseram ter sofrido preconceito de gênero.
Racismo
Entre os que sofreram preconceito por raça, a maioria se autodeclara preta (55%), 30% são indígenas, 18% pardos e 11% brancos. “Pela lei, o crime de racismo é inafiançável e imprescritível, com a pena prevista de reclusão de um a três anos e multa. Pode ser agravado no caso de ser cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza”, explica Elisabete da Silva Montesano, Presidente da Comissão da Igualdade Racial OAB de São Caetano do Sul.
Quando se trata de racismo, não são apenas palavras ou imagens que configuram a discriminação. O preconceito também pode acontecer por meio de outros atos como impedir o acesso a estabelecimentos, recusar atendimento, impedir o uso de transporte público ou negar o ingresso de um aluno em um estabelecimento de ensino público ou privado.
O jornalista Denis Nunes foi vítima de preconceito. Ele foi impedido de alugar um carro por ser negro e, como consequência, deixou de viajar. Desde o começo do atendimento, os funcionários do local cismaram com o rapaz, tentando invalidar o aluguel das mais diversas formas. “Imaginei ser um procedimento padrão, já que nunca tinha alugado um carro lá, mas depois contatei a assessoria de imprensa e eles me informaram que isso era feito quando os atendentes desconfiavam de alguém”, relata.
Apesar de ser a ocasião em que Denis se sentiu mais ofendido até hoje, ele conta que existem situações cotidianas na qual ele é vítima de preconceito racial com bastante frequência. “Isso das pessoas se ‘confundirem’ é a coisa do estereótipo, né? Na loja é o negro que tem que trabalhar, é comum. Negro no aeroporto é ajudante, não passageiro. É esse lance que passa despercebido”, comenta.
Situações semelhantes também acontecem com a psicóloga Ellen Moraes Senra. “Já acharam que eu recepcionista do local ao invés de psicóloga, além de ter enfrentado certos comentários da família do meu marido no início do namoro. Eles têm descendência espanhola e ficam testando meu conhecimento algumas vezes”, conta. De acordo com a especialista, ser vítima de preconceito pode minar a autoestima do indivíduo fazendo com que ele acredite estar em um local ao qual não pertence. “Além de poder desencadear muitas inseguranças e até mesmo levar o indivíduo a um processo depressivo”, complementa Senra.
A denúncia de racismo pode ser feita em delegacias comuns e naquelas especializadas em crimes raciais e delitos de intolerância. A queixa também pode ser realizada pelo disque-denúncia próprio de cada cidade ou estado. Quem sofreu racismo pela Internet ou redes sociais, pode fazer a denúncia pelo site do Ministério Público Federal.
Fonte: http://atarde.uol.com.br/brasil/noticias/2027320-tres-em-cada-10-brasileiros-ja-sofreram-preconceito-devido-a-classe-social

terça-feira, 10 de outubro de 2017

83% dos brasileiros acham que pessoas comuns podem fazer a diferença no combate à corrupção

 Apesar de estarem divididos em relação aos esforços do governo para combater a corrupção, os brasileiros parecem cada vez mais convencidos de que podem ajudar a resolver o problema que consome recursos públicos, interfere no crescimento econômico e abala a imagem internacional do país.
Pesquisa da Transparência Internacional divulgada nesta segunda-feira indica que 83% dos brasileiros acreditam que pessoas comuns podem fazer a diferença no combate à corrupção. É o maior percentual da pesquisa feita em 20 países da América Latina. Logo abaixo aparecem Costa Rica e Paraguai, ambos com 82%.
Em contrapartida, 56% dos brasileiros acham que o governo não está fazendo um bom trabalho para sanar o problema.
O Brasil também atinge a maior taxa na América Latina e Caribe no empenho para levar adiante um caso de corrupção: 71% dos entrevistados dizem que passariam um dia num tribunal para relatar casos de suborno. Depois do Brasil, estão Uruguai (70%) e Costa Rica (66%).
Os mesmos três países - Uruguai, Costa Rica e Brasil - aparecem entre os três que mais concordam com a frase: "se eu testemunhasse um caso de corrupção, eu me sentiria obrigado a reportá-lo".

Impeachment

O levantamento foi feito com 22.302 pessoas entre maio e dezembro de 2016.
No Brasil, o período em que a pesquisa foi feita coincidiu com o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Foram 1.204 entrevistados entre 21 de maio de 2016 e 10 de junho de 2016.
Apesar de admitir que o clima daquele momento possa ter influenciado as respostas dos entrevistados, Fabiano Angélico, consultor sênior da Transparência Internacional no Brasil, afirma que a pesquisa levanta pontos positivos e importantes no combate à corrupção.
"Quando a pesquisa foi feita tinha protesto e pessoas nas ruas, pode ter um viés sim. Mas, por mais que o papel de combater a corrupção seja dos órgãos públicos, em nenhum lugar do mundo essa luta não prosperou sem o envolvimento da sociedade", observa Angélico.
O levantamento assinala que relatar corrupção é um ato que exige coragem na América Latina porque 28% dos que denunciaram suborno dizem ter sofrido retaliações.
Ainda de acordo com a pesquisa, a propina é um dos tipos de corrupção mais experimentados pelos latino americanos. A Transparência Internacional estima que 90 milhões de pessoas na região já pagaram propina para ter acesso a serviços públicos básicos, como saúde e educação.
O Brasil, nesse quesito, aparece como exceção. Segundo o estudo, o brasileiro é o que menos paga propina para ter acesso a serviços públicos e é o mais disposto a denunciar a prática.
Ainda assim, 78% dos entrevistados disseram que a corrupção aumentou - na frente do Brasil nesse quesito, apenas Venezuela (87%), Chile (80%) e Peru (79%).

Grande e pequena corrupção

"É muito importante diferenciar a grande corrupção da pequena. Elas têm dinâmicas diferentes e tudo indica que não acontecem na mesma proporção no Brasil. Aqui a grande parece ser sistêmica e a pequena não", explica Fabiano Angélico.
O consultor da Transparência Internacional se refere à corrupção chamada de rua ou de balcão. É, por exemplo, o dinheiro pago ao policial para se livrar de uma multa, ao médico para ser atendido num hospital público ou a um diretor de escola para conseguir matricular uma criança.
Ao tentar medir a "pequena corrupção", que incluiu situações como as citadas acima, a Transparência Internacional contabilizou que apenas 11% dos brasileiros declararam ter pago propina nos 12 últimos meses antes da pesquisa para ter acesso a serviços públicos.

"Apesar de ser o menor da América Latina, esse número é alto se comparado aos países escandinavos", diz Angélico, emendando que "11% não é um número bom nem desejado".

Delator

Apesar de a pesquisa indicar que o brasileiro apoia quem denuncia a corrupção, Angélico diz que ainda falta ao país uma legislação que proteja delatores.
"Corrupção acontece sempre no escuro e é difícil desvendá-la se não houver um denunciante", observa.
Ele conta que quando o Congresso discutia o pacote de medidas contra corrupção, tentou-se elaborar um texto com direitos e deveres para denunciantes. Congressistas, contudo, rejeitaram a proposta.
"A pesquisa mostra que as pessoas estão dispostas a reportar corrupção e também acreditam em instituições de controle a ponto de gastar um dia num tribunal para relatar casos de suborno".

Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-41559916

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

União e Estado da Bahia são obrigados a custear cirurgia de mudança de sexo

União e Estado da Bahia são obrigados a custear cirurgia de mudança de sexo
Foto: Reprodução / Site de Curiosidades
O Estado da Bahia, independente de rateio dos custos com o Município e União, deverá custear o tratamento de transgenitalização, com fornecimento de medicamentos necessários, e despesas gerais de deslocamento e estadia a autora de uma ação. A autora conta que o gênero atribuído na sua formação biológica é o masculino, mas sua identidade psíquica pertence ao gênero feminino, tratando-se de uma mulher transexual. 

Em 2003, iniciou os exames e avaliações para cirurgia de mudança de sexo, sendo que a primeira etapa foi a amputação peniana e, na segunda, foi realizada a construção do canal vaginal. Entretanto, o canal se fechou, tendo a autora realizado novo procedimento em 2007, também ineficaz pelo mesmo motivo. Na ação, ela pede que a União, o Estado da Bahia e o Município de Feira de Santana custeiam a cirurgia para construção de um canal vaginal, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A decisão de 1º grau foi confirmada pela 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) para custeio da cirurgia. 

A decisão deverá ser cumprida em 30 dias. A Turma confirmou a decisão após um recurso da União sustentando sua ilegitimidade passiva para a causa, pois a sentença de 1º grau estabelece privilégios incompatíveis com os dispositivos constitucionais e infraconstitucionais que norteiam a atividade administrativa, especialmente àqueles que versam sobre a universalidade de tratamento, descentralização das ações públicas de saúde, igualdade no acesso aos serviços públicos de saúde, sujeição ao orçamento e legalidade. Ainda sustentou que se fosse confirmada, a União sofreria dupla condenação, por já repassar recursos destinados ao custeio de cirurgias de alta complexidade. 

Segundo o relator, juiz federal convocado Marcelo Albernaz, não há, no caso em apreço, espaço para a reforma do julgado, conforme requereu a União. Isso por se tratar de um caso excepcional, “pois a parte autora comprova não reunir condições materiais para suportar o custo do tratamento, da mesma forma como não existe demonstração de que se encontra a obrigação de fornecimento do tratamento postulado fora da denominada cláusula da reserva do possível”. 

O magistrado ainda esclareceu que discussões relativas à parcela de responsabilidade de cada ente devem ser tratadas em âmbito interno ou por meio de ação judicial própria. “Pelo exposto, não conheço do agravo retido, nego provimento ao recurso de apelação e dou parcial provimento à remessa oficial, para que a discussão quanto aos valores despendidos para o tratamento da parte autora seja feito no âmbito interno dos entes públicos envolvidos, ou mediante ação própria entre eles”, finalizou.

Fonte: http://www.bahianoticias.com.br/justica/noticia/57525-uniao-e-estado-da-bahia-sao-obrigados-a-custear-cirurgia-de-mudanca-de-sexo.html