sábado, 12 de fevereiro de 2022

Sedentarismo, vícios e falta de leitura são fatores de risco para o Alzheimer

Ter uma vida saudável afeta diversos aspectos do nosso dia a dia, mas também influencia o nosso futuro. No mês de fevereiro é realizada a campanha Fevereiro Roxo, para conscientização sobre doenças como lúpus, fibromialgia e o Alzheimer, um mal temido por muitas pessoas, e que pode ser prevenido a partir de alguns cuidados simples, mas muito valiosos.

 

Em entrevista ao Bahia Notícias, o neurologista e professor da UniFTC, Emerson Marinho Gomes, explicou que o diagnóstico com antecedência do Alzheimer também faz toda diferença na vida do paciente, e pode até diminuir a progressão da doença. 

 

O Alzheimer é um problema diretamente ligado à memória, uma doença que também pode ser relacionada à idade e que, segundo o especialista, a cada tempo que passa vem se percebendo que a população apresenta mais diagnósticos. 

 

“O marcador dessa doença é a memória, mas existem outros sintomas que aparecem antes dessa perda de memória, como agitação, o paciente começa a ficar agressivo, a própria depressão, que hoje em dia é uma doença muito presente na humanidade, inclusive nesse período pós-Covid, além mudança de personalidade e delírios”, enumera o médico. Ainda conforme Emerson, a hereditariedade tem uma relação importante com a doença, mas já foi visto por meio de estudos que o comportamento também está ligado à doença. 

 

“Existem pesquisas que apontam que quanto menor a cultura ou nível intelectual das pessoas, maior o risco de Alzheimer. O que isso significa? Quanto menos leitura e desenvolvimento das atividades diárias, maior o risco de ter a doença”, informa o neurologista. 

 

Para prevenir o Alzheimer, Emerson diz que um dos métodos que têm sido utilizado é a atividade física, que está muito relacionada à melhoria da qualidade de vida e até evitar a doença alinhada com a ansiedade. Entre as dicas dadas pelo profissional, uma alimentação balanceada é indispensável com frutas e verduras. “Atualmente precisamos tomar muito cuidado porque o que está na moda é a beleza e as pessoas começam a usar medicações e evitar certos alimentos, tudo isso pode ocasionar certas complicações, gerando vários danos cerebrais, principalmente aos jovens, que às vezes acabam tendo um pensamento momentâneo sem se preocupar com o futuro. O controle dos fatores de riscos cardiovasculares, como pressão alta, colesterol e diabetes também é importante, assim como evitar fumar e beber em excesso, além de manter atividades profissionais regularmente e fazer exercícios de habilitação cognitiva”. 

 

De acordo com o médico, se você sempre faz suas atividades muito com a mão direita, por exemplo, o ideal é que passe a fazer tudo à mão esquerda. Isso porque, assim, utilizamos mais uma parte do cérebro. Segundo dados apontados pelo especialista, 80% da população desenvolve mais o lado esquerdo do cérebro, então ao começar a realizar movimentos com o lado contrário do corpo que está habituado, a parte direita do cérebro começa a ser desenvolvida, o que consequentemente dificulta a progressão da doença ou adia o seu aparecimento. 

 

O diagnóstico do Alzheimer é feito através de um teste neuropsicológico, mas outros exames, como tomografia ou ressonância magnética, além de exames laboratoriais, também podem ser realizados para auxiliar da análise do paciente e visualizar se existe algum outro tipo de doença que possa estar afetando na memória. Esse diagnóstico inicial da doença é uma peça-chave para que se possa trabalhar em uma estagnação do Alzheimer. 

 

“Infelizmente ainda não há uma cura, então o que fazemos é auxiliar para que a doença não progrida ou que ela diminua a velocidade da progressão. Consequentemente conseguimos estabilizá-la", diz o especialista. “Existem vários estudos, principalmente nos Estados Unidos, sobre medicações que tentam agir na proteína que altera a parte da memória. São necessários muitos dados para evoluir os estudos, mas diante do que a gente vem progredindo, a tendência é que consigamos, com alguns exames que estão para ser liberados, diagnosticar o paciente 10 anos antes dele apresentar sintomas da doença”.

 

O médico explica também que o Alzheimer é muito temido pelas pessoas por não mexer apenas com o paciente, mas com toda a família. Segundo ele, 1,2 milhão de brasileiros têm a doença e são apresentados por ano 100 mil novos casos. “A família dessa pessoa com a doença começa a ter que trabalhar e cuidar do paciente. O que recomendamos para esses familiares é que façam o acompanhamento regular, sempre colocando o paciente para fazer uma atividade física, auxiliando para que ele possa ter uma alimentação saudável e o usar a medicação adequada, que irá fazer com que haja um controle”, ressalta. 

 

Emerson também chama a atenção dos cuidados de pacientes com Alzheimer durante a pandemia de Covid-19. Conforme o especialista, a doença apresentou uma piora durante a crise sanitária, pois os pacientes acabam ficando mais isolados, sem momentos de socialização, como almoços em família e outras atividades importantes, o que faz com que o Alzheimer progrida, sendo necessário dar um maior suporte.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/saude/noticia/28576-sedentarismo-vicios-e-falta-de-leitura-sao-fatores-de-risco-para-o-alzheimer.html

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