sábado, 9 de maio de 2020

O que os gatos têm realmente a ver com o coronavírus?

A crise do novo coronavírus parece atingir todos os universos e não seria diferente com o mundo animal. Afinal de contas, diariamente saem, em todas as mídias, “notícias” de tratamentos mirabolantes contra a Covid-19, bem como receitas mágicas de como não se infectar. No meio de muita informação séria, as fake news se espalham e confundem uma população cada vez mais sensível e em pânico. E tudo isso em pouquíssimos meses: o que, na dinâmica da ciência, é um curto tempo para tantas perguntas e respostas.
E o que o mundo animal tem a ver com isso? Entre tanta informação, logo se supôs que, se o coronavírus se originou de animais na China, por que, então, cães e gatos, tão próximos do ser humano, não poderiam adoecer e participar da transmissão do agente infeccioso? Bastou uma hipótese não confirmada para o pânico se generalizar.
Mas, mesmo antes de se ter uma resposta acadêmica sobre essa possibilidade, uma simples observação nos ajudaria a entender melhor as coisas. Se cães e gatos adoecessem com a Covid-19, não seria óbvio que hospitais veterinários no mundo todo — principalmente na China e na Europa e, mais recentemente, nos Estados Unidos — estivessem abarrotados de pets internados? Só essa observação nos ajudaria a imaginar que os animais de estimação não enfrentam uma doença tão grave como os seres humanos.
Com o desenrolar da pandemia, porém, sugiram relatos isolados de quatro cães e um gato na China e outro felino na Bélgica que testaram positivos para o Sars-CoV-2. Todos tiveram contato com o vírus de tutores que também testaram positivo. Como os veterinários e cientistas enxergam isso? Ora, que os pets contraíram o vírus simplesmente pela convivência com donos infectados.
Mas adquirir a doença ou mesmo passar a transmitir o patógeno… Aí já é outro negócio. Primeiro porque nenhum desses animais apresentou sintomas clássicos de Covid-19. No entanto, em função dessas observações, duas entidades veterinárias internacionais de respeito (a WSAVA e a AVMA) têm sido claras em suas recomendações: pessoas com o diagnóstico do novo coronavírus devem evitar manusear seus pets sem proteção e, de preferência,  devem evitar o contato com eles.
A precaução se faz necessária porque estamos diante de uma doença nova, com meses de evolução pelo mundo. Até que todas as evidências sejam coletadas, convém proteger os animais de estimação da exposição ao vírus. O fato de alguns poucos bichos, em meio a tantos humanos, testarem positivo indica que pode haver contato mas não há sintomas nem complicações como as observadas em humanos.
E o principal: em todos esses casos não se viu transmissão dos pets para os tutores. E, sim, o contrário!

Os gatos no centro das preocupações
Pois bem, em meio à tanta discussão e novidade, saíram dois trabalhos científicos com felinos: um em fase de pré-publicação (o que significa que ainda não foi revisado e avaliado por especialistas da área) e outro divulgado na conceituada revista técnica Science.
No primeiro trabalho, os estudiosos testaram 102 gatos da província de Wuhan, na China (onde tudo começou), e descobriram que 15 deles tinham anticorpos contra o novo coronavírus. O que isso quer dizer? Quer dizer que esses gatos entraram em contato com o vírus, que possivelmente infectou os animais e eles desenvolveram uma resposta imunológica com a produção de anticorpos. Não quer dizer que esses felinos ficaram doentes tampouco que poderiam transmitir a doença a humanos.
Mas a pesquisa da Science, devidamente analisada por cientistas independentes, aponta que gatos e ferrets (ou furões) podem ser infectados pelo Sars-CoV-2 mais facilmente, ao contrário de cães, porcos, frangos e patos. O experimento chegou a essa conclusão após se inocular o vírus em ambiente de laboratório nesses animais. No caso dos gatos, os pesquisadores colocaram animais saudáveis ao lado da gaiola de felinos que foram infectados.
No entanto, é importante reforçar que não tem como dizer que o mesmo possa ocorrer em um domínio de infecção natural, isto é, no ambiente em que vivemos. A carga viral no ambiente pode ser totalmente diferente daquela mimetizada em laboratório.
Com a doença expandindo-se nos Estados Unidos e tendo como epicentro a cidade de Nova York, já saíram relatos de um tigre e outros felinos selvagens do zoológico da cidade com sintomas respiratórios leves após contato com um tratador que tinha histórico assintomático de Covid-19. Os veterinários então colheram amostras de um tigre e deu positivo para os Sars-CoV-2, como mostra essa matéria de VEJA. Os demais animais não foram testados e permanecem em observação e tratamento, todos com evolução favorável do quadro.
E, de novo, o que isso tem a nos dizer? Basicamente que esses felinos selvagens entraram em contato com o vírus. Tudo leva a crer que os casos são brandos e não há risco de complicações como as observadas em humanos. Enfatizo: são milhões de seres humanos infectados, milhares de casos graves com pessoas entubadas e milhares de mortes mundo afora.
A situação é completamente diferente no mundo animal. Não há evidência científica de que pets ou mesmo felinos selvagens adquiram a doença clássica. No caso dos animais domésticos isso é ainda mais claro. E, mais uma vez, os bichos pegam o vírus de seres humanos — e não o contrário!
Ok, mas por que parece que os felinos têm maior propensão a essa infecção viral? A explicação não é nova para os cientistas. Ao contaminar os seres humanos, o novo coronavírus utiliza um receptor denominado ECA2 para entrar na célula. O que se sabe é que os felinos possuem um receptor ECA2 muito semelhante ao dos humanos e diferente daquele dos cães.
Portanto, teoricamente seria esperado que os felinos pudessem ser mais suscetíveis a uma infecção quando comparados aos cachorros, por exemplo. E muito provavelmente essa é a razão de podermos observar gatos com anticorpos para o Sars- CoV-2 na China.
No meio de tantas dúvidas em relação aos pets, um importante laboratório veterinário americano testou para coronavírus milhares de amostras de cães e gatos com sintomas respiratórios. Todas as amostras foram negativas!  Mais uma evidência de que os animais com sintomas respiratórios nas clínicas veterinárias devem ser testados prioritariamente para outros agentes infecciosos comuns a essas espécies. O laboratório não oferece comercialmente a testagem e continua a monitorar as amostras dos pacientes veterinários.

As orientações na prática

No Brasil, o Conselho Federal de Medicina Veterinária, a exemplo de outras entidades, divulgou uma nota em seu site esclarecendo que, até o momento, não existe necessidade de testar indiscriminadamente os pets para pesquisar a Covid-19.
O que sabemos por ora, e o que vem sendo orientado por instituições como a WSAVA e a AVMA, é que, por enquanto, não existem provas de que os cães e gatos possam transmitir o vírus ou adoecer gravemente com ele. Os poucos casos positivos surgiram do contato com humanos e ou não tiveram sintomas ou apenas um quadro autolimitado.
Repito: a doença é nova e precisamos constantemente monitorar a situação e nos atualizarmos com as descobertas científicas.


No momento, nossa principal orientação é evitar a exposição dos pets a pessoas com suspeita ou confirmação da Covid-19. Lembro, ainda, que bichos que necessitam ir às ruas devem manter, junto aos tutores, as regras de distanciamento social, evitando contato com outras pessoas e animais. E não devemos nos esquecer do papel importante que os pets representam durante a quarentena. Eles nos ajudam a nos cuidar, e nós devemos cuidar deles. Afinal, não tenho dúvida de que são os verdadeiros companheiros dos seres humanos.
Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/pet-saudavel/o-que-os-gatos-tem-realmente-a-ver-com-o-coronavirus/

Não programamos o isolamento, mas podemos pensar em como sair melhor dele

O coronavírus jogou luz sobre certos hábitos que podemos adotar após o fim do isolamento e que contribuiriam para o emagrecimento e a boa forma física

Quando a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) começou, não tínhamos ideia da mudança que estava reservada para nossas vidas. Em poucos dias, muitos brasileiros se transformaram em tele-trabalhadores, ou tele-professores, ou tele-alunos. Ou mesmo tele-amigos e tele-familiares. Tudo em nome do distanciamento social, que é realmente importante.
Estamos com essa situação instalada há cerca de um mês e meio — e vendo os europeus começando a programar a saída do isolamento. Para nós, latinos, esse momento representará um desafio acima do comum. Não acredito que o término do isolamento será como fim de uma Copa do Mundo, em que todos saem correndo pelas ruas abraçando os outros. O retorno à normalidade será vagaroso, com eventuais recuos — e compreender isso é a primeira lição que podemos tomar para manejarmos as expectativas e preservarmos o bem-estar mental.
Mas vamos falar da forma física. Há velhos chavões que atribuem a obesidade a um ou outro inimigo. “A culpa é da indústria dos alimentos”; “A culpa é dos almoços fora de casa”; “A culpa é do lanche da cantina da escola”. Em tempos de isolamento, essas situações deixaram de ocorrer para várias pessoas. E mesmo assim elas engordaram.
O interessante é que muita gente reservou tempo para atividades físicas programadas durante o isolamento. Diferentes amigos que seguiram se exercitando me confidenciaram que, ainda assim, viram a barriga se avolumar, o sono piorar de qualidade e por aí vai.
Se esse pessoal está comendo em casa e reservando tempo na agenda para exercícios físicos, onde então se encontram os fatores que determinam o ganho de peso? Sem medo de errar, está na sobra de energia.
Por mais que a gente separe momentos para exercícios programados durante o período de distanciamento social, no restante do dia ficamos sentados, trabalhando em casa. Ou deitados mesmo. Sequer fazemos mais aqueles deslocamentos de casa para o ponto de ônibus ou para a padaria, da mesa do trabalho para a de um restaurante self-service
Nesse sentido, vale se mexer mais em casa, caminhar pela sala enquanto fala no celular, brincar mais com o cachorro, levantar mais para conversar. Ainda assim, é possível que a gente não alcance o grau de movimentação adequado.
Mas esse cenário pelo menos pode servir para que valorizemos mais a movimentação diária. Deixei abaixo alguns aprendizados do período de isolamento que podem contribuir para que, uma vez superado esse momento de crise, você consiga ajustar sua rotina em nome de bons hábitos e da forma física desejada:
1) A atividade física programada é fundamental, mas não resolve todos os nossos problemas. Precisamos estabelecer uma rotina ativa
2) Realizar deslocamentos frequentes de cinco minutos a cada hora sentada é uma prática mais poderosa do que você imagina
3) Aproveite os horários das refeições para fazer deslocamentos maiores, que ponham o corpo em movimento
4) Quando possível, preparar as refeições ajuda a saborear os alimentos, o que torna nosso corpo mais satisfeito com menos comida
5) Evitar as monotonias alimentares garante o acervo dos nutrientes e a riqueza de sabor, contribuindo para o controle do consumo
6) Estar presente integralmente nas refeições tornará a experiência única, auxiliando a sensação de saciedade


Que a gente saia dessa situação com uma versão melhor de nós mesmos.
Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/o-fim-das-dietas/nao-programamos-o-isolamento-mas-podemos-pensar-em-como-sair-melhor-dele/

Máscaras e mingau: como o mundo tentou conter a pandemia da gripe espanhola em 1918


Algumas recomendações eram semelhantes às que temos para combater a covid-19, enquanto outras eram fruto de pura especulação.


É perigoso traçar muitos paralelos entre o coronavírus e a pandemia de gripe espanhola de 1918, que matou pelo menos 50 milhões de pessoas em todo o mundo.
A covid-19 é uma doença totalmente nova, que afeta desproporcionalmente as pessoas mais velhas. A gripe que varreu o mundo em 1918 tendia a atingir aqueles com idades entre 20 e 30 anos, com fortes sistemas imunológicos.
Mas as ações tomadas por governos e indivíduos para impedir a propagação da infecção têm similaridades.
A agência de saúde pública da Inglaterra (Public Health England) estudou o surto de gripe espanhola para elaborar seu plano inicial de contingência para o novo coronavírus. A lição principal é que a segunda onda da doença, no outono de 1918, foi muito mais mortífera que a primeira.
Mulheres do Departamento de Guerra faziam caminhadas de 15 minutos para respirar ar fresco todas as manhãs e noites

Mulheres do Departamento de Guerra faziam caminhadas de 15 minutos para respirar ar fresco todas as manhãs e noites
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Evitar aglomerações
O país ainda estava em guerra quando o vírus fez sua primeira vítima registrada, em maio de 1918. O governo do Reino Unido, como muitos outros, parece ter decidido que o esforço de guerra viria antes da prevenção de mortes por gripe.
A doença se espalhou rapidamente nas tropas e nas fábricas de munições, além de ônibus e trens, de acordo com um relatório de 1919 de Arthur Newsholme para a Royal Society of Medicine.
Mas um "memorando para uso público" que ele escreveu em julho de 1918, que aconselhava as pessoas a ficar em casa se estivessem doentes e a evitar grandes reuniões, foi ignorado pelo governo.
Newsholme argumentou que muitas vidas poderiam ter sido salvas se essas regras fossem seguidas, mas acrescentou: "Existem circunstâncias nacionais em que o principal dever é 'continuar', mesmo quando há risco à saúde e à vida".
As mulheres usam máscaras de pano de estilo cirúrgico para proteger contra a gripe.
As mulheres usam máscaras de pano de estilo cirúrgico para proteger contra a gripe.
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Em 1918, não havia tratamentos para a gripe e nem antibióticos para tratar complicações como pneumonia. Os hospitais ficaram rapidamente sobrecarregados.
Não havia um bloqueio imposto centralmente para conter a propagação da infecção, embora muitos teatros, casas noturnas, cinemas e igrejas estivessem fechados, em alguns casos por meses.
Os pubs, que já estavam sujeitos a restrições de horário de guerra no funcionamento, geralmente ficavam abertos. As competições de futebol Football League e FA Cup foram canceladas devido à guerra, mas não houve esforço para cancelar outras partidas ou limitar as multidões, com equipes masculinas jogando em competições regionais e o futebol feminino, que atraiu grandes multidões, continuou durante toda a pandemia.

Fake news já em ação

Ruas em algumas vilas e cidades foram borrifadas com desinfetante e algumas pessoas usavam máscaras, enquanto seguiam suas rotinas.
Operadora de telefonia com gaze protetora no rosto
Operadora de telefonia com gaze protetora no rosto
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

As mensagens de saúde pública eram confusas - e, como hoje, as notícias falsas e as teorias da conspiração eram abundantes, embora o nível geral de ignorância sobre como levar uma vida saudável não tenha ajudado.
Em algumas fábricas, as regras para não fumar eram relaxadas, na crença de que os cigarros ajudariam a prevenir a infecção.
Durante um debate parlamentar sobre a pandemia, o deputado conservador Claude Lowther perguntou: "É verdade que uma forma de prevenção contra a gripe é ingerir cacau três vezes ao dia?".
Campanhas publicitárias e folhetos alertaram contra a propagação de doenças através de tosses e espirros.
Em novembro de 1918, o News of the World, jornal britânico em formato tabloide, aconselhava seus leitores a "lavar o nariz com água e sabão todas as noites e manhãs; forçar-se a espirrar de noite e de manhã, depois respirar profundamente."
Recomendava, ainda, voltar caminhando do trabalho para casa e comer bastante mingau.
Nenhum país ficou intocado pela pandemia de 1918, embora a escala de seu impacto e os esforços do governo para proteger suas populações tenham variado muito.
No Brasil, não há uma contabilização exata das vítimas, mas a estimativa é que cerca de 35 mil pessoas morreram no país devido à gripe espanhola. Os relatos são de que o Rio de Janeiro, então capital do país, parou completamente.

Quarentenas nos EUA

Nos Estados Unidos, alguns Estados impuseram quarentenas a seus cidadãos, com resultados variados, enquanto outros tentaram tornar obrigatório o uso de máscaras faciais. Cinemas, teatros e outros locais de entretenimento foram fechados em todo o país.
Barbeiros tomaram precauções para conter a infecção, com uso de máscara
Barbeiros tomaram precauções para conter a infecção, com uso de máscara
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Nova York estava mais preparada do que a maioria das cidades dos EUA, já tendo passado por uma campanha de 20 anos contra a tuberculose. Como resultado, teve uma menor taxa de mortalidade.
No entanto, o comissário de Saúde da cidade ficou sob pressão das empresas para manter tudo aberto, principalmente os cinemas e outros locais de entretenimento.
Um funcionário de limpeza pública na cidade de Nova York usa uma máscara para ajudar a controlar a propagação da epidemia de gripe, em outubro de 1918 (Foto de PhotoQuest/Getty Images)
Um funcionário de limpeza pública na cidade de Nova York usa uma máscara para ajudar a controlar a propagação da epidemia de gripe, em outubro de 1918 (Foto de PhotoQuest/Getty Images)
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Estar ao ar livre era visto como algo benéfico contra a propagação de infecções, levando a algumas soluções engenhosas para manter a sociedade em movimento.
Tribunal realiza reunião ao ar livre em um parque devido à epidemia em San Francisco, 1918. (Foto de Hulton Archive / Getty Images)
Tribunal realiza reunião ao ar livre em um parque devido à epidemia em San Francisco, 1918. (Foto de Hulton Archive / Getty Images)
Foto: Getty Images / BBC News Brasil
Mas foi impossível impedir reuniões em massa em muitas cidades dos EUA, principalmente em locais de culto.
A congregação orando nos degraus da Catedral de Santa Maria da Assunção, onde se reuniram para ouvir missas e orar durante a epidemia de gripe, em San Francisco, Califórnia
A congregação orando nos degraus da Catedral de Santa Maria da Assunção, onde se reuniram para ouvir missas e orar durante a epidemia de gripe, em San Francisco, Califórnia
Foto: Getty Images / BBC News Brasil
Ao fim da pandemia, o número de mortos na Grã-Bretanha era de 228 mil, e acredita-se que um quarto da população tenha sido infectada.
Os esforços para deter o vírus continuaram por algum tempo, e a população ficou mais consciente do que nunca da natureza potencialmente mortal da gripe sazonal.
Um homem em ônibus da London General Omnibus Co, em março de 1920. (Foto de H.F. Davis / Agência de Notícias Topical / Hulton Archive / Getty Images)
Um homem em ônibus da London General Omnibus Co, em março de 1920. (Foto de H.F. Davis / Agência de Notícias Topical / Hulton Archive / Getty Images)

Fonte: https://www.terra.com.br/noticias/mundo/mascaras-e-mingau-como-o-mundo-tentou-conter-a-pandemia-da-gripe-espanhola-em-1918,7245810e1c0f4a8a7fe7359161e0480aibjid0cj.html

Preço da gasolina permanece em queda nos postos, diz ANP



O preço da gasolina nos postos brasileiros caiu, em média, 2,7% esta semana, para R$ 3,823 por litro, segundo pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). No acumulado do ano, a redução já chega a 16%.

A queda reflete a sequencia de cortes nos preços de refinaria promovidos pela Petrobras após o início da pandemia. Esta semana, porém, a estatal decidiu aumentar em 12% os preços, acompanhando recuperação do mercado internacional e a alta do dólar.

Foi o primeiro reajuste positivo desde o início da pandemia, que derrubou as cotações internacionais do petróleo. Com onze cortes antes do reajuste desta quinta, o preço do produto nas refinarias ainda acumula queda de 50% no ano.

De acordo com a ANP, o preço do diesel caiu 3,93% na semana, para R$ 3,077 por litro, em média, no país. Nas refinarias, o produto acumula queda de 38% no ano. Não houve alteração no valor de venda pela estatal esta semana.

A queda dos preços dos combustíveis levou o IPCA, o índice oficial de inflação do país, a fechar abril com deflação de 0,31%, a maior desde 1998.

A ANP ainda não detectou, porém, queda no preço do botijão de gás, que foi vendido em média a R$ 69,65 esta semana, mesmo que a Petrobras já tenha cortado o preço do gás de cozinha nas refinarias em 21% este ano. Os dados não mostram redução nem no preço das distribuidoras nem na margem de lucro dos revendedores.

O consumo de gás de cozinha subiu 12% após o início das medidas de isolamento, que levaram os brasileiros a realizar mais refeições em casa. Com o aumento das vendas, houve dificuldades de entrega em diversos estados e a Petrobras decidiu intensificar as importações do produto.https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/78570-preco-da-gasolina-permanece-em-queda-nos-postos-diz-anp.html

Já as vendas de outros combustíveis caíram, o que vem gerando dificuldades na gestão do parque de refino da Petrobras, já que o gás de cozinha é produzido nas mesmas unidades que produzem gasolina. Isto é, para aumentar a oferta do primeiro, precisa produzir mais a segunda.

Para evitar problemas de armazenagem, a Petrobras vinha realizando leilões de venda do produto com desconto e chegou a consultar clientes sobre a disponibilidade de tanques para guardar parte de seus estoques.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/78570-preco-da-gasolina-permanece-em-queda-nos-postos-diz-anp.html

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Caixa atualiza aplicativo e agiliza atendimento para saque emergencial

O vice-presidente da Rede de Varejo da Caixa Econômica, Paulo Henrique Angelo, participou de entrevista coletiva virtual, direto de Manaus. 
Ele disse que foram realizados 270 mil saques na poupança digital desde ontem(7). Espera-se que 350 mil saques ocorram até o fim desta sexta-feira. O número de saques vem caindo ao longo da semana. O pico de saques ocorreu na segunda(5) e terça-feira, quando foram feitos mais de um milhão de saque do auxílio emergencial. 
Até o momento, foram feitas 20 milhões de transições em poupança digital. Paulo Henrique Angelo lembrou que o aplicativo da Caixa passou por atualização e agilizou a fila virtual. 
Neste sábado, 680 agências da Caixa estarão abertas entre 8h e 12h para pagamento de auxílio emergencial. Clique aqui para saber quais agências vão abrir no sábado. 
A expectativa dos benecifiários é que a Caixa divulgasse hoje quando será pago a 2ª parcela do auxílio emergencial de R$ 600. O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, disse ontem (7), em reunião virtual da comissão mista de deputados e senadores que acompanha as medidas do governo federal para o enfrentamento da covid-19, que o calendário seria anunciando nesta sexta-feira (8).

Veja a entrevista na íntegra

Pagamento do segundo lote dos R$ 600 será mais eficiente, diz Caixa

O pagamento do segundo lote do auxílio emergencial de R$ 600 (R$ 1,2 mil para mães solteiras) será mais eficiente porque a base de dados da Caixa Econômica Federal está montada, disse hoje (6) o presidente do banco, Pedro Guimarães. Segundo ele, o novo calendário, que será divulgado ainda esta semana, terá datas mais espaçadas para evitar aglomerações nas agências.
“Na segunda parcela, poderemos pagar de maneira diferente, estamos discutindo com o Ministério da Cidadania uma maneira onde já temos a base de dados. E a grande maioria das pessoas terá essa organização com datas espaçadas, ou seja, não faremos a forma de pagar [nascidos em] janeiro e fevereiro em um dia ou maio e junho em outro dia. Porque pagar 20 milhões de pessoas com conhecimento muito baixo da questão de tecnologia acabava gerando demanda muito grande”, disse Guimarães em coletiva.

Justiça determina que Caixa adote regras para reduzir filas no Rio

A 3ª Vara Federal do Rio de Janeiro determinou na quinta-feira (7) que a Caixa Econômica Federal adote regras para agilizar a concessão do auxílio emergencial no estado, com o objetivo de diminuir as longas filas em frente às agências do banco de pessoas em busca do benefício concedido durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19).
A decisão atendeu a ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF), pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e pela Defensoria Pública da União.
Com a decisão, a Caixa tem que pagar o auxílio emergencial mediante depósito na conta indicada pelo beneficiário, no prazo máximo de cinco dias, a partir da data da conclusão da análise dos dados pela Dataprev.

Confira como pedir a renda básica emergencial de R$ 600
Lançamento do aplicativo CAIXA|Auxílio Emergencial - Marcello Casal JrAgência Brasil

Paga a trabalhadores informais de baixa renda e a beneficiários do Bolsa Família, a renda básica emergencial de R$ 600 ou de R$ 1,2 mil para mães solteiras será depositada de forma automática para quem já está inscrito no Cadastro Único de Programas Sociais (CadÚnico) a partir de quinta-feira (9) e tem conta no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal. Os demais trabalhadores terão de se cadastrar no aplicativo Caixa Auxílio Emergencial ou no site Auxílio Caixa.
Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2020-05/caixa-atualiza-aplicativo-e-agiliza-atendimento-para-saque-emergencial

Covid-19: Brasil bate novo recorde de mortes; 751 nas últimas 24h

Com 10.222 novos casos confirmados de covid-19, o Brasil chegou a 145.328 pessoas infectadas, um aumento de 7,5% em relação a ontem, quando foram registradas 135.106 pessoas nessa condição. A atualização foi divulgada pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira (8). O número foi o segundo mais alto, abaixo apenas do recorde de quarta-feira(6), quando os novos casos atualizados somaram 10.503.
O Brasil bateu novo recorde de mortes nas últimas 24h, com 751. A marca de 9.897 representou um acréscimo de 8,2% em relação a ontem, quando foram contabilizados 9.146 falecimentos. O número levou a um novo patamar, depois de uma semana na casa dos 600 óbitos ao longo da semana. A letalidade ficou em 6,8%.
Segundo o boletim epidemiológico divulgado nesta noite, até hoje foram identificadas 107 mil hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), cerca de 606% em relação ao mesmo período do ano anterior. Deste total, 27.086 são por covid-19, sendo 37.101 classificados como não especificados e 38.096 em investigação. Ou seja, o número de hospitalizações pode crescer caso essas investigações atestem o diagnóstico de infecção com o novo coronavírus. 
Sobre o perfil das hospitalizações por covid-19, 54,8% são brancos, 36,3% são pardos, 6,7% são pretos, são 1,9% amarelos e 0,3%, indígenas.
São Paulo se mantém como epicentro da pandemia no país, concentrando o maior número de falecimentos (3.416). O estado é seguido pelo Rio de Janeiro (1.503), Ceará (966), Pernambuco (927) e Amazonas (874).  
Além disso, foram registradas mortes no Pará (515), Maranhão (330), Bahia (183), Espírito Santo (165), Minas Gerais (139), Paraíba (114), Alagoas (108), Paraná (106), Rio Grande do Sul (91), Rio Grande do Norte (81), Santa Catarina (63), Amapá (66), Goiás (49), Rondônia (39), Acre (38), Piauí (37), Distrito Federal (37), Sergipe (28), Roraima (16), Mato Grosso (14), Mato Grosso do Sul (11), e Tocantins (9).
Os estados com maior incidência (número de casos por um milhão de habitantes) são o Amapá (2.746), Amazonas (2.588), Roraima (1.684), Ceará (1.638) Acre (1.335) e Pernambuco (1.212).

Leitos

Na entrevista coletiva no Palácio do Planalto, a secretária substituta de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Cleusa Bernardo, explicou que o órgão não conseguiu êxito nos editais para a contratação de dois mil novos leitos anunciados no mês de abril. Até o momento, foram locados 540 leitos aos estados. 
“A empresa que tinha feito o compromisso de entregar 2.540 leitos não conseguiu. Já estamos no 3º edital para entregar o restante”, explicou.
Além disso, também não saiu, até o momento, o levantamento de ocupação de leitos. No dia 14 de abril, o ministério editou norma que obriga os hospitais a fornecerem essas informações às respectivas secretarias de saúde. 
“Em relação à disponibilização dos leitos, está prevista para semana que vem um painel em que vamos colocar os dados. Dos hospitais, já tivemos preenchimento do sistema por 416 unidades. E por que a dificuldade? Porque os hospitais estão sobrecarregados nos atendimentos. Não é fácil para eles ter tempo de fazer essa informação, eles estão encontrando dificuldades”, justificou Cleusa Bernardo.

De acordo com a gestora, foram habilitados novos 116 leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI). Para cada um, a receita diária será de R$ 1,6 mil. A habilitação consiste no custeio pelo governo federal de leitos abertos pelos estados e municípios. Uma lista de quantos leitos cada estado recebeu pode ser conferida no site do MS (https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/46855-ministerio-da-saude-habilita-mais-116-leitos-de-uti).

Barragem de Sobradinho pode chegar a 95% de volume útil até o fim do mês



O reservatório de Sobradinho, na região norte da Bahia, pode chegar a 95% do seu volume útil até o fim do mês, segundo previsão da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf).

Atualmente, a barragem conta com 92,87% do seu volume útil. Esse nível não é alcançado desde 2009, quando Sobradinho chegou a 100% de sua capacidade.

Esse cenário se construiu em virtude das chuvas, ocorrida principalmente em Minas Gerais, que possibilitaram um aumento significativo do nível do reservatório, após oito anos de escassez hídrica.

Por enquanto, não existe previsão para abertura das comportas, o que não acorre desde abril de 2009.


Arte: Paulo Victor Nadal/ Bahia Notícias
Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/municipios/noticia/20629-barragem-de-sobradinho-pode-chegar-a-95-de-volume-util-ate-o-fim-do-mes.html

Carlos Bolsonaro posta fake news contra Rui e Bell Marques, mas apaga logo em seguida

Filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) publicou, nesta sexta-feira (8), um vídeo contendo fake news sobre o governador Rui Costa (PT) e o cantor Bell Marques.

Carlos compartilhou em seu Twitter um vídeo em que Rui Costa estava num camarote no carnaval de Salvador com o embaixador da China. Na filmagem, Bell, está em frente ao local e diz: “nós estamos preparados para esse vírus [...] você é um grande representante da nossa terra”.

O vereador compartilhou o vídeo como se Bell estivesse se referindo ao novo coronavírus, no Carnaval deste ano. Contudo, o registro é da festa de 2017, e o artista se referia ao Zica vírus. “A internet liberta: governador Rui Costa (PT-BA) curtindo o carnaval com embaixador da China. Ouça as palavras do cantor de axé”, escreveu Carlos, antes de apagar o tweet.

De acordo com o governo do estado, em nota, os chineses estavam na Bahia pois a gestão “mantém fortes relações com o país asiático e tem estabelecido parcerias em projetos de infraestrutura”. 

Foto: Reprodução / Twitter

Também pelo Twitter, Rui respondeu a informação falsa e classificou o filho do presidente da República como “criminoso”. “Mais uma mentira que circula contra mim nas redes sociais. Disseminada por criminosos que estão sendo identificados e serão processados. Não vão me intimidar. Não deixarei de tomar as medidas necessárias para salvar as vidas das pessoas”, postou.

Veja o vídeo:


 
Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/248077-carlos-bolsonaro-posta-fake-news-contra-rui-e-bell-marques-mas-apaga-logo-em-seguida.html

Uso excessivo de eletrônicos pode provocar doenças oculares em crianças



Os gêmeos João Mauricio e Carlos Victor, de 11 anos, têm personalidades diferentes. Enquanto um adora esportes, o outro é aficionado por games. Durante este período de quarentena, a paixão de João teve que ficar de lado e ele acabou mergulhando no universo virtual do irmão Carlos.

Além dos momentos de lazer, os dois também usam seus celulares e computadores para manter contato com os amigos e acompanhar as aulas a distância. Tudo com supervisão da mãe, a escritora Cris Coelho, 41, que está atenta para dosar o tempo que eles vão passar em frente às telas para evitar excessos.

A preocupação de Cris, assim como a de milhares de pais, é evitar riscos à saúde, como possíveis danos à visão das crianças, como o surgimento de casos de miopia.

"É uma grande preocupação nossa a questão da miopia. Mas também nos preocupa os outros lados da questão. Não lançar mão da tecnologia significa depressão? Significa isolamento social? Significa um estudo incompleto?", questiona a escritora.

Especialistas ouvidos pela reportagem reconhecem a dificuldade de diminuir o tempo de exposição às telas em meio à impossibilidade de permitir que crianças possam brincar na rua ou no condomínio, mas indicam algumas práticas que podem minimizar os riscos à saúde.

Durante períodos de estudos em plataformas online, por exemplo, é recomendável pequenas pausas, de pelo menos cinco minutos, a cada uma hora. "A cada uma hora ou uma hora e meia em frente ao celular ou computador, deve-se fazer intervalos, olhar pela janela e tentar focar objetos distantes. Isso ajuda a relaxar os olhos", orienta o oftalmologista Leandro Cabral Zacharias.

Médico assistente do serviço de oftalmologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Zacharias diz que os pais devem acompanhar os filhos nessas pausas, de cinco minutos. "O ideal é os pais fazerem as crianças tamparem um olho de cada vez para fazer o exercício de foco. Às vezes, a dificuldade de enxergar pode surgir em apenas um olho", explica.

Edna Almodin, presidente da SBO (Sociedade Brasileira de Oftalmologia) afirma, ainda, que quanto menor a tela, maior o esforço que o olho faz para focar objetos. Assim, caso seja possível acompanhar as aulas em computadores ou pela TV, o cansaço visual será menor.

"Quando uma pessoa se expõe muito ao celular, ocorre a fadiga dos olhos, a pessoa foca demais e o foco é um trabalho muscular", explica Almodin. "O foco na tela eletrônica é pelo menos três vezes maior do que o esforço para ler um papel", acrescenta.

De acordo com os especialistas ouvidos pela reportagem, ainda que a quarentena dure três, quatro ou cinco meses, esse período não seria suficiente para provocar casos de miopia pelo uso excessivo dos eletrônicos.

No entanto, em crianças ou jovens com pré-disposição, como casos na família, esse período pode funcionar como um gatilho para o aparecimento da doença.

Além disso, o hábito desenvolvido durante o isolamento poderá ser carregado quando a pandemia estiver controlada.

"O período de quarentena em si, com dois ou três meses, não seria suficiente para provocar miopia, mas pode deixar sequelas comportamentais", diz a oftalmologista Andreia Zin. "As famílias se habituaram a usar os eletrônicos como babás. Então, para entreter as crianças, os pais costumam colocar vídeos ou joguinhos. Assim, cria-se uma geração dependente do eletrônico para se entreter", alerta a especialista.

Além da miopia, longos períodos à frente de telas podem provocar ressecamento ocular. "Quando uma pessoa fixa os olhos na tela do computador, do celular ou do tablet, instintivamente ela pisca menos. E piscar menos prejudica a lubrificação dos olhos", explica o oftalmologista Sansão Isaac.

Nesses casos, o tratamento poderá ser feito com o uso de colírios lacrimais, sempre com indicação de um médico.

A demora em identificar e iniciar esse tratamento poderá levar a criança a coçar mais a região dos olhos e provocar outras enfermidades, como ceratocone, que afeta a estrutura da córnea e apresenta sintomas como visão turva e sensibilidade à luz e claridade.

"A idade em que os sintomas do ceratocone apareciam usualmente era entre 10 a 15 anos. Atualmente temos visto crianças entre 3 a 5 anos de idade com miopias e astigmatismos altos, acima de 3 graus já com exames suspeitos de ceratocone", afirma a dra. Edna Almodin.

Para evitar esta e todas as doenças citadas na reportagem, os especialistas são unânimes em afirmar que evitar os excessos é o melhor caminho para proteger a saúde dos olhos.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/78337-uso-excessivo-de-eletronicos-pode-provocar-doencas-oculares-em-criancas.html