No primeiro dia da quarta etapa do julgamento do Carandiru, realizado
nesta segunda-feira (17), os dez réus ouvidos negaram que estavam no
quarto pavimento da penitenciária, onde parte dos 111 detentos morreu no
massacre do dia 2 de outubro de 1992.
O julgamento acontece no Fórum
Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. A sessão desta
segunda terminou por volta das 20h. O júri ainda escutou testemunhas de
acusação e de defesa. A acusação dos dez PMs julgados nesta segunda
dispensou a oitiva de uma testemunha e tomou o depoimento do perito
Osvaldo Negrini Neto, que manteve a versão apresentada em outros dois
julgamentos. Segundo Neto, a PM dificulto a entrada perícia no dia do
massacre, e que havia fortes sinais de que os detentos foram alvejados
por rajadas de metralhadora. O perito ainda destacou que as marcas de
tiros dentro das celas mostram que houve disparos contra os presos. As
testemunhas de defesa arroladas foram o juiz corregedor dos presídios da
capital na época do crime, Fernando Torres, e o agente penitenciário,
Maldinei de Jesus. Segundo Torres, a entrada da PM era necessária, mas
destacou que houve excessos.
O agente penitenciário, por sua vez, disse
que nunca foram encontradas armas de fogo dentro do pavilhão e que os
presos mais perigosos ficavam em outras áreas do Carandiru. Nesta
terça-feira (18), o debate entre defesa e acusação será iniciado. Logo
após, o conselho de sentença se reunirá para dar o veredicto. A primeira
etapa do julgamento aconteceu em abril do ano passado, com a condenação
de 23 policiais a 156 anos de prisão pela morte de 13 presidiários. A
segunda etapa foi realizada em agosto, com condenação de 25 PMs pela
morte de 52 presos. A terceira etapa foi iniciada no mês passado e foi
suspensa.
Fonte: http://www.bahianoticias.com.br/justica/noticia/48261-juri-escuta-dez-reus-no-primeiro-dia-da-quarta-etapa-do-julgamento-do-massacre-do-carandiru.html