O Brasil caiu no ranking dos destinos mais atraentes para o
investimento de multinacionais até 2018. Dados divulgados na
quinta-feira (6) pela Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que
apenas 11% das grandes empresas do mundo indicaram que têm planos de
aumentar investimentos no Brasil nos próximos dois anos. Isso coloca o
País na sétima colocação entre as economias mais cobiçadas. Em 2014,
última vez que o levantamento foi feito, o Brasil aparecia na quarta
posição. A queda só não foi maior, de acordo com a ONU, por conta da
desvalorização do real. A mudança cambial tornou atrativa a compra de
ativos de empresas nacionais por grupos estrangeiros. Por isso, o volume
de dinheiro entrando no País continua a aumentar. De fato, no primeiro
trimestre do ano, aquisições aumentaram na América Latina de forma
profunda, com um salto de 80%, graças a vendas maiores de ações no
Brasil, Chile e Colômbia. Em seus dados oficiais, o Banco Central aponta
que o País recebeu em agosto US$ 7,2 bilhões em investimentos. Nos
últimos doze meses, o volume chegou a US$ 74 bilhões, uma cifra que já
quase alcança a de todo 2015, quando a economia nacional recebeu US$ 75
bilhões.
O local preferido das multinacionais é a economia dos Estados
Unidos, com 41% respondendo que pretendem aumentar investimentos. Em
segundo lugar vem a China. Superam ainda o Brasil na preferência das
multinacionais Japão, Alemanha, Reino Unido e Índia. Segundo o
levantamento, a China também deve ser a maior fonte de investimentos nos
próximos dois anos, seguida pelos EUA e Reino Unido. Já a situação no
continente latino-americano não é das melhores. Em 2016, a projeção é de
que investimentos sofram queda de 10% na região, para um total de US$
140 bilhões a US$ 160 bilhões. "As condições macroeconômicas continuam
difíceis, com projeções do aprofundamento da recessão na região em
2016", indicou a entidade. "A demanda doméstica fraca, levada por queda
no consumo privado, somada à depreciação de moedas, vão pesar no
investimento domésticos em manufatura, assim como no setor de
serviços." A queda nos preços de commodities também deve "adiar projetos
de investimentos na indústria extrativa". Na região, o valor anunciado
de novos projetos caiu em 17% em comparação a 2014, para um total US$ 73
bilhões. No setor extrativo, a queda foi de 86%. Isso, segundo a ONU,
tem uma relação direta com a suspensão de planos de investimentos de
Petrobrás, Ecopetrol (Colômbia) e Pemex (México). "Dados preliminares
para o primeiro trimestre de 2016 sugerem que investimentos novos
continuam a ser fracos, com o número de projetos caindo em 19% e seu
valores em redução de 18%", indicou a ONU. No mundo, a projeção da ONU
também aponta para uma queda de 10% a 15% no fluxo de investimentos em
2016.
Fonte: http://www.bahianoticias.com.br/estadao/noticia/151748-brasil-cai-no-ranking-de-destinos-preferidos-por-multinacionais.html