Depois de descobrir que está grávida, toda mulher precisa passar pelo
pré-natal, período de acompanhamento médico no qual são realizados
diversos exames essenciais para garantir a saúde da mamãe e do bebê. O
mais conhecido deles é o ultrassom, que consegue, através de ondas
sonoras de alta frequência, gerar imagens do feto para que o médico
possa analisar o desenvolvimento da criança.
Apesar de muito
popular, algumas mulheres ainda têm dúvidas sobre a ultrassonografia.
Para esclarecer, o obstetra Dr. Victor Bunduki, especialista em medicina
fetal e ultrassonografia do CDB Premium, responde às dez perguntas mais
comuns sobre o ultrassom na gravidez.
Esse é um exame seguro?
De
acordo com o obstetra, sim! “É um exame isento de contraindicações
tanto para a mãe quanto para o feto”. Apenas em um caso é preciso mais
cuidado. “O ultrassom com dopplerfluxometria colorida, que analisa o
fluxo sanguíneo em diferentes vasos do corpo humano, recomendamos que
seja realizado somente após a 9ª semana de gestação, para maior
segurança”.
O feto ouve o som emitido pelo equipamento?
O
aparelho gera imagens através de ondas sonoras, o que preocupa muitas
mamães. Mas não há motivo para acreditar que o bebê possa ser afetado.
“No ultrassom, lidamos com mais de três milhões de hertz, enquanto o
ouvido humano escuta até dois mil hertz. Portanto, essa questão está
totalmente descartada”.
A partir de quando é possível ver a imagem do bebê?
Quem
consegue segurar a ansiedade de ver o rostinho e o corpinho do bebê
pela primeira vez? Mas essa curiosidade tem um tempo certo para acabar.
“É possível enxergar o embrião a partir da quinta semana – pelo
ultrassom transvaginal – ou ainda a partir da sexta semana via
suprapúbica. É nessa fase que, apesar de o embrião medir poucos
milímetros, podemos identificar e ouvir seus batimentos cardíacos”.
Quantas ultrassonografias são recomendadas às gestantes?
“Quatro
exames seria o mínimo necessário durante uma gestação normal”, afirma o
médico. Segundo ele, o primeiro confirma o tempo de gestação, o segundo
(também chamado de morfologia do primeiro trimestre) mede a
translucência nucal (entenda o que é abaixo), enquanto o terceiro avalia
o crescimento e a morfologia fetal e o quarto tem o objetivo de
avaliar, entre outras coisas, a quantidade de líquido e a placenta.
“Vale ressaltar que quem determina os pedidos de exame é o obstetra da
paciente, de acordo com as características da gestação”.
O que significa “translucência nucal”?
“Trata-se
de um exame de rastreamento de alterações genéticas (cromossomopatias)
como a Síndrome de Down, por exemplo, em que medimos a região da nuca do
bebê”, esclarece Dr. Bunduki. Em bebês que têm alterações
cromossômicas, essa medida pode estar aumentada. A finalidade não é
diagnosticar o problema, mas pode indicar as pacientes que necessitem de
um estudo do cariótipo (colhido por punção de vilosidade coriônica ou
do líquido amniótico).
Quais doenças o ultrassom gestacional pode identificar?
Muitos
tipos de malformações estruturais podem ser detectados pelo ultrassom.
“Entre os mais recorrentes estão a hidrocefalia – que é o acúmulo de
fluido cérebro-espinhal nas cavidades ventriculares do cérebro – e
outros distúrbios do sistema nervoso central, além de alguns tipos de
malformações cardíacas”.
Existem exames mais sofisticados, como o Doppler, 3D e 4D. Quando o obstetra opta por esses tipos?
Segundo
o especialista, o exame com doppler é indicado para avaliar a
circulação da mãe para o bebê e para checar o fluxo nos vasos internos
do bebê. “É importante nos casos de diabetes, hipertensão e retardo de
crescimento fetal, por exemplo”, afirma. Já o ultrassom 3D permite
enxergar as estruturas fetais em três dimensões, melhorando muito a
visão do rostinho do bebê. Também é muito útil como complemento do
ultrassom convencional em caso de diagnóstico de malformações. No 4D,
além das imagens bastante reais, também é possível acompanhar os
movimentos do bebê.
É possível que o ultrassom não detecte alguma malformação?
Sim,
a sensibilidade ou taxa de detecção do ultrassom gira em torno de 90%
na identificação de malformações estruturais. Além disso, há
malformações muito discretas, de difícil identificação. Por isso em
alguns casos há indicação de um acompanhamento rigoroso, com a
realização de exames complementares.
Esse exame pode identificar a necessidade de intervenções na hora do parto?
Pode
sim, “especialmente em casos de cardiopatias e doenças do tórax. Há
intervenções que podem ocorrer inclusive no ambiente intrauterino, como
transfusões de sangue, derivações (ventriculares, renais), punções de
líquido amniótico com finalidade terapêutica, entre outros”.
Quando posso descobrir o sexo do bebê?
Não
há uma regra. Mesmo o sexo sendo definido no momento da concepção, o
órgão genital se desenvolve entre nove e doze semanas de gravidez. A
partir da 14ª, até a 16ª semana, dependendo da posição do bebê, é
possível identificar o sexo da criança. “Quando o bebê está sentado
sobre as perninhas ou quando está de pernas cruzadas, é mais difícil a
visualização de sua genitália, obrigando os pais a terem um pouco mais
de paciência para obter essa informação”.
Fonte: http://camacarinoticias.com.br/leitura.php?id=222953