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quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Bispo Edir Macedo agora fala em perdoar Lula, eleito por 'vontade de Deus'

O bispo Edir Macedo, líder de uma das igrejas evangélicas que fizeram oposição ferrenha a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defende agora que a posição mais cristã é perdoar o presidente eleito e "bola pra frente".

 

"Não podemos ficar com mágoa, porque é isso que o diabo quer", afirmou o fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, de acordo com a Folha de São Paulo. 

 

"O diabo quer acabar com sua fé, com seu relacionamento com Deus por causa de Lula ou dos políticos. Não dá, não dá, minha filha, bola pra frente, vamos olhar pra frente", comentou. 

 

A modulação no discurso foi feita numa live que o bispo postou em suas redes sociais. No vídeo, Macedo disse que orou por Jair Bolsonaro (PL), mas que a vitória de Lula foi uma escolha divina. "Eu orei, ‘ó, Deus, quero que Bolsonaro ganhe’. Mas seja feita Vossa vontade, sobretudo, porque o Senhor é quem manda."

 

O ex-presidente que voltará para um terceiro mandato "supostamente ganhou segundo a vontade de Deus, mas quem ganhou fomos nós, os que cremos", afirmou o líder neopentecostal. Macedo iniciou sua fala contando de um culto na véspera, em Genebra, em que a mensagem central foi o perdão. "Falamos que as pessoas devem perdoar para que possam ser perdoadas. É o que Jesus ensina, o que nós cremos."

 

Segundo o bispo, por carregarem muita mágoa e ressentimento, muitos têm dificuldade de perdoar, "e quanto mais tempo passa, mais difícil vai ficando".

 

Em seguida, ele afirmou que "não precisa sentir para perdoar", porque "o perdão é uma atitude pensada, raciocinada, é uma atitude racional, porque se você esperar sentir, no coração, vontade de perdoar, você não vai perdoar nunca, jamais, em tempo algum, porque o coração é indomável". Desculpar alguém que lhe feriu é possível, sim, portanto. "Mas como? Orando pela pessoa que nos fez mal."

 

Ex-aliado de Lula que em 2018 endossou o bolsonarismo, Macedo contou que, na reunião, uma fiel trouxe o tema político à tona: "Todo mundo ouve ela gritar, ‘eu perdoo você, Lula, que fez tanto mal para o Brasil, que fez o que fez’".

 

"E aí me veio o discernimento de quantas pessoas neste Brasil ou pelo mundo afora, especialmente cristãos, quantos devem ter ficado irados contra o Lula e magoados e agarraram um sentimento de mágoa contra ele. Ora, minha amiga e meu caro amigo, vamos colocar a cabeça no lugar, nós fizemos as nossas escolhas. Ei, e a escolha foi da maioria, obviamente, que votou." Completou: "Sua fé não vai valer de nada se você não perdoar".

 

Nos bastidores do poder evangélico, a adesão da Universal à candidatura vencedora, fosse a que fosse, era favas contadas. Macedo se alinhou a todos os presidentes desde Fernando Collor, em 1989.

 

Em 2018, Macedo a princípio optou por endossar Geraldo Alckmin. Declarou voto em Bolsonaro de última hora, quando ficou claro que o ex-governador paulista, hoje vice de Lula, não tinha chances naquele pleito.

 

A opção por perdoar Lula é vista como fisiológica por pares evangélicos. Após o triunfo lulista, vários pastores bolsonaristas baixaram o tom e lembraram que a Bíblia manda orar pela autoridade constituída, mas a sinalização de Macedo subiu alguns degraus nessa benevolência com o homem que até ontem era defenestrado por praticamente todas as lideranças de expressão nacional do país.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/274293-bispo-edir-macedo-agora-fala-em-perdoar-lula-eleito-por-vontade-de-deus.html 

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Entidades jurídicas brasileiras parabenizam Lula por vitória e elogiam TSE

Diversas entidades e personalidades jurídicas parabenizaram o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste domingo (30) e elogiaram o sistema eleitoral brasileiro. Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que participou da fiscalização das eleições, parabenizou Lula e os governadores eleitos em segundo turno. 


"A entidade representativa da advocacia nacional seguirá fiel à defesa do Estado Democrático de Direito, da liberdade de manifestações pacíficas e da posse dos eleitos pelo voto popular soberano", afirma a nota da entidade. A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) desejou "ao eleito tranquilidade para garantir o progresso do país e que se mantenha em defesa da Constituição, da Justiça e do Estado Democrático de Direito". A presidente da AMB, Renata Gil, afirmou que o “povo brasileiro exerceu sua cidadania e tudo que desejamos é que sua voz seja respeitada durante o mandato."


A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) parabenizou "os candidatos eleitos nos dois turnos para representar o povo brasileiro e deseja que exerçam da forma mais exitosa os seus mandatos" e destacou o trabalho do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) "pela condução do pleito deste ano com total transparência e serenidade".


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/justica/noticia/66477-entidades-juridicas-brasileiras-parabenizam-lula-por-vitoria-e-elogiam-tse.html


 

domingo, 30 de outubro de 2022

Lula é eleito para terceiro mandato e é o novo presidente do Brasil

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente neste domingo (30) ao derrotar no segundo turno o atual presidente Jair Bolsonaro do (PL). A votação de 2022 foi a maior da história do país, em número de votos. 

 

A vitória foi confirmada às 19h57 com 99% das das seções apuradas, com Lula chegando a 59.563.912 votos, representando 50,8%. Contra 49,2% de Bolsonaro, que obteve até o momento 57.627.462.

 

O embate ocorreu após a realização do primeiro turno, onde Lula teve 48,43% dos votos, totalizando 57.259.504 votos válidos. Já Bolsonaro atingiu 43,2% dos votos, com 51.072.345 votos válidos.

 

O petista conseguiu compor a maior coligação da corrida presidencial. Além do PSB, PV e PC do B (que fecharam uma federação com o PT), o grupo inclui Solidariedade, PSOL, Rede e Avante. Com Geraldo Alckmin (PSB) na vice, Lula teve o maior tempo de TV entre os candidatos - 3 minutos e 16 segundos, além de caixa reforçado para bancar a campanha. No segundo turno, Lula conseguiu o apoio de outras legendas, incluindo o PDT e do MDB, que tiveram candidatos na disputa. 

 

A eleição de 2022 foi a sexta vez disputada por Lula, que é o primeiro candidato de uma federação partidária, modalidade de aliança que consiste na união de duas ou mais partidos. O petista, que foi presidente do Brasil de 2003 a 2011, sucederá Jair Bolsonaro, eleito em 2018.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/273081-lula-e-eleito-para-terceiro-mandato-e-e-o-novo-presidente-do-brasil.html
 

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Genial/Quaest: Lula tem 53% dos votos válidos e Bolsonaro aparece com 47%

Uma pesquisa realizada pele Quaest e divulgada nesta quarta-feira (26) aponta que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está liderando a corrida presidencial no segundo turno com 53% das intenções para votos válidos. O atual presidente, Jair Bolsonaro (PL) tem 47%. O levantamento foi encomendado pela Genial Investimentos.

 

Para votos válidos, o cálculo é feito com a exclusão de brancos, nulos e indecisos. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

 

Em número total de votos, Lula aparece com 48% das intenções de voto e Bolsonaro 42% no cenário estimulado, quando os nomes dos candidatos são apresentados aos entrevistados. Brancos e nulos são 5% e os indecisos somam 5%.

 

O instituto entrevistou 2.000 pessoas de forma presencial entre os dias 23 e 25 de outubro. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada no TSE sob o número BR-00470/2022.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/273912-genialquaest-lula-tem-53-dos-votos-validos-e-bolsonaro-aparece-com-47.html

sábado, 8 de outubro de 2022

Lula e Bolsonaro confirmam presença em primeiro debate do 2ª turno

Os candidatos à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) confirmaram presença no debate presidencial organizado por Folha de S.Paulo, UOL, TV Bandeirantes e TV Cultura, o primeiro do 2ª turno das eleições. O evento será no dia 16 de outubro, um domingo, às 20h.
 

Na próxima terça (11), haverá uma reunião com as campanhas de Lula e Bolsonaro para definir as regras do debate.
 

Em agosto, o mesmo pool de veículos promoveu o primeiro debate entre os presidenciáveis do primeiro turno, que contou com a presença de Lula, Bolsonaro e outros quatro candidatos.
 

O segundo turno da eleição será realizado no próximo dia 30.
 

No último domingo (2), o petista recebeu 48,4% dos votos válidos, ante 43,2% do presidente.



Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/188527-lula-e-bolsonaro-confirmam-presenca-em-primeiro-debate-do-2-turno.html

domingo, 2 de outubro de 2022

Com 70% das urnas apuradas, Lula vira contra Bolsonaro e lidera corrida ao Palácio do Planalto

Com 70% das urnas apuradas, o candidato do PT para a Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, virou contra Jair Bolsonaro (PL), que seguia liderando desde o início da apuração.

 

Às 20h02, Lula tem 45,74% dos votos contra 45,51% de Bolsonaro. Até o momento, o petista tem 37.265.102 de votos e o atua presidente, 37.074.784. Simone Tebet (MDB) tem 4,45% e Ciro Gomes (PDT) 3,08%.

 

Na Bahia com 54,37% das urnas apuradas, Lula tem 68,24% dos votos contra 25,39% de Bolsonaro. Ciro aparece na terceira colocação com 2,78% e Tebet 2,52%.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/273104-com-70-das-urnas-apuradas-lula-vira-contra-bolsonaro-e-lidera-corrida-ao-palacio-do-planalto.html

Com 50% das urnas apuradas, Bolsonaro segue liderando, mas diferença para Lula cai

Com pouco mais de 50% das urnas apuradas, Jair Bolsonaro (PL) segue liderando a corrida para o Palácio do Planalto, mas vê a distância par ao segundo colocado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diminuir.

 

Às 19:42, com 54,59% das urnas apuradas, Bolsonaro tinha contabilizado 29.079.829 votos contra 28.175.139 do petista, uma diferença de menos de 1 milhão de votos. As regiões onde as urnas estão com a apuração mais avançada seguem no Norte, Centro-Oeste e Sul do Brasil. Simone Tebet (MDB) tem 4,52% e Ciro Gomes (PDT) tem 3,08%.

 

Com 40% das urnas apuradas na Bahia, Lula lidera continua liderando com folga no estado com 67,88% contra 25,60% de Bolsonaro. Ciro aparece na terceira colocação com 2,87% e Tebet 2,57%.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/273100-com-50-das-urnas-apuradas-bolsonaro-segue-liderando-mas-diferenca-para-lula-cai.html

domingo, 11 de setembro de 2022

Reforma no teto de gastos é meta de todos os presidenciáveis

Não importa quem vença a eleição presidencial, a regra do teto de gastos (que impede as despesas federais de crescerem além da inflação) dificilmente será a mesma a partir de 2023.
 

Os quatro candidatos à Presidência com melhor desempenho nas pesquisas eleitorais avaliam mudanças na estrutura que rege o gasto público. A leitura geral é que o teto, como foi criado, já não existe.
 

Um de seus pais, o economista Marcos Mendes, colunista do jornal Folha de S.Paulo, avalia que a norma foi eficiente para deter a pressão por gastos no curto prazo. Quando apareceu alguma demanda inusitada por recursos, foi possível justificar que ela não cabia no teto. No entanto, a regra não resistiu às mudanças nas relações de poder.
 

Na avaliação de Mendes, houve, nos últimos quatro anos, uma forte deterioração das condições políticas que determinam o gasto público --com o Congresso ganhando poder em detrimento do Executivo e aprovando aumentos de gastos sem estabelecer fontes de receitas, por exemplo.
 

Para piorar, diz ele, o presidente Jair Bolsonaro (PL) virou sócio do expansionismo fiscal, fragilizando quem quer segurar as despesas no governo. Um exemplo disso foi aprovação, a toque de caixa, da PEC (proposta de emenda à Constituição) que abriu espaço para elevar o Auxílio Brasil e conceder outros benefícios em plena campanha à reeleição.
 

Nesse aspecto, o teto deixou de ser um instrumento de ancoragem das expectativas de médio e longo prazo e, segundo Mendes, nenhuma outra regra de gasto sobreviverá muito tempo nesse ambiente.
 

"Fica muito difícil controlar gastos se não mudar isso. No regime presidencialista, quem tem poder sobre o Orçamento é o Executivo, e ponto final. Não há no mundo um Congresso que possa incluir tantas emendas e mexer com tal nível de detalhamento em um Orçamento como o nosso. Não se vê isso nem em países parlamentaristas."
 

O economista Edmar Bacha, um dos pais do Plano Real, e que atua na campanha da candidata a presidente Simone Tebet (MDB), identifica outro desafio relacionado aos limites do Orçamento. Ele se declara "horrorizado" com o conteúdo do PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) de 2023.
 

Nas contas dele, o déficit primário deve ser de pelo menos 2% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2023, o que representa um resultado de quase R$ 200 bilhões no vermelho.
 

Descontado o período da pandemia, que levou o déficit primário a 10% em 2020, a última vez que se viu um déficit desse tamanho foi em 2015 e 2016, respectivamente de 2% e de 2,6%.
 

"Na proposta orçamentária, falam que vão manter o Auxílio Brasil em R$ 600, mas colocam na conta previsão para R$ 400. Falam que vão reajustar a tabela do Imposto de Renda, mas também não tem recurso previsto para isso. Fazem uma compressão das despesas não obrigatórias que é irrealista --simplesmente, metade do que gastaram neste ano", diz Bacha. "Não dá para o governo funcionar com a previsão de dinheiro que está lá. Será preciso retirá-la do Congresso e refazê-la até 31 dezembro."
 

O líder nas pesquisas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi o primeiro a deixar claro que vai abolir o teto de gastos, considerado muito restritivo especialmente para a política social.
 

"Vamos tirar o teto que está aí e construir um novo arcabouço fiscal", diz o economista Guilherme Mello, um dos responsáveis pelo programa de governo do PT. "Apresentamos as diretrizes no programa, mas a nova regra para o fiscal terá de ser negociada porque toda mudança depende de uma PEC e de um debate maior com a sociedade e o Congresso."
 

O programa de governo de Lula também trabalha com a perspectiva de revisão de limites da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece regras para o planejamento, o controle, a transparência do gasto público) e da chamada Regra de Ouro (que proíbe endividamento para pagar despesas correntes, como salários e aposentadorias).
 

Nas discussões internas há quem defenda uma meta de crescimento real para o gasto primário, deixando o resultado primário flutuar dentro de certo intervalo --em um funcionamento similar ao das metas de inflação. Já se discutiu também metas específicas para crescimento do gasto com investimento, com saúde, com educação, com folha de pagamentos, entre outros itens.
 

Existe também quem considere estabelecer a possibilidade de abatimento de algumas despesas da meta de resultado primário (conta de receitas menos despesas que o governo deve perseguir anualmente), como foi no período petista com os investimentos do PAC (Plano de Aceleração de Crescimento).
 

Existe um certo consenso de que, seja qual for a regra de curto prazo, é recomendável que ela considere cenários de longo prazo para evolução da dívida líquida e bruta.
 

O economista Nelson Barbosa, colunista da Folha de S.Paulo e ex-ministro da Fazenda e do Planejamento, não faz parte dos grupos que elaboram o programa, mas está entre os petistas que defendem a necessidade haver alguma regra para controle de gastos.
 

"Previsibilidade, transparência e eficiência recomendam metas de crescimento do gasto", diz Barbosa. "Sinalizar a evolução do gasto, mesmo que seja para aumentá-lo, evita corrida por criação de receitas, estimula o debate sobre eficiência da alocação dos recursos públicos e evita política fiscal pró-cíclica, que acaba desestabilizando em vez de estabilizar a economia."
 

Na gestão bolsonarista, não se fala em desistir do teto, mas o próprio Bolsonaro já deu entrevista dizendo que a regra pode ser alterada em um eventual segundo mandato. O ministro Paulo Guedes também já declarou que a regra atual tem imperfeições e é preciso aprimorá-la.
 

Um exemplo recorrente de problema citado por Guedes é o caso da cessão onerosa. A União entendeu que teria de transferir parte dos ganhos a Estados e municípios. Apesar de ser uma transferência pontual, era vetada pelo teto. Foi feita, então, a primeira alteração na regra, por meio de uma PEC.
 

No final de agosto, o Tesouro Nacional anunciou que já colocou em discussão um novo modelo de controle dos gastos considerado mais flexível, conforme detalhou a Folha. A despesa poderia crescer mais a depender do nível de endividamento e do PIB.
 

O crescimento do gasto poderia superar a inflação quando a dívida estivesse abaixo de determinado patamar desde que o percentual acima do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ficasse abaixo do crescimento do PIB.
 

A cúpula do Ministério da Economia fala em um sistema de metas para o endividamento. Não foram apresentados números oficialmente, mas envolvidos nas discussões chegam a mencionar que o objetivo seria aproximar o endividamento brasileiro do patamar de países emergentes --em torno de 60% do PIB. Hoje, a dívida bruta representa 77,6% do PIB.
 

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) é outro presidenciável que fala abertamente em revogar o teto atual. Na manifestação mais recente, na sexta-feira (9), ele mencionou que a revisão da norma beneficiaria a educação.
 

O economista Nelson Marconi, que está na coordenação do programa de governo, diz que está em estudo uma regra de limite para o gasto associada ao PIB.
 

"Da forma como ele está, o teto virou uma obra de ficção", diz Marconi. "Estamos avaliando uma regra que inclua um adicional além da inflação, atrelado ao PIB, mas com caráter contracíclico." Ou seja, que permita elevação de gasto em momentos de retração econômica, especialmente para que o Estado possa ter uma política social eficientes em períodos mais críticos.
 

De certo, até agora, é que o investimento vai ficar fora dessa nova regra de controle de gastos.
 

"Entendemos que investimentos precisam ser excluídos do teto, porque esse gasto tem um efeito multiplicador na economia, ajuda a melhorar a produtividade e reduzir desigualdades sociais", afirma Marconi.
 

As despesas correntes seriam atreladas ao PIB, com crescimento mais limitado. Já os investimentos seriam corrigidos com base na expansão real da arrecadação federal, que proporcionaria uma expansão maior, uma vez que, normalmente, a receita cresce mais do que o PIB.
 

A equipe econômica de Tebet também pretende fazer alterações na regra do teto, mas para resgatá-lo.
 

"A importância do teto no controle da despesa é inegável. A gente viu como ele foi importante para derrubar a taxa de juros de dois para um dígito e para reduzir a inflação", diz economista Elena Landau, coordenadora do programa econômico de Tebet.
 

"A gente precisa deixar bem explícito que qualquer flexibilização de despesa precisa estar vinculado a ganhos com reformas, e não é aquela reforma para o cara dizer que fez porque é liberal, é fiscalista, mas aquela reforma que gera recursos para economia verde, para novas tecnologias, para a recuperação do aprendizado e valorização do professor."
 

No grupo de Tebet, a discussão do teto é um pedaço de um debate maior que vai buscar a reorganização da estrutura orçamentária. Toda e qualquer economia, diz Landau, será canalizada para educação, saúde, ciência e tecnologia, consideradas as bases de um crescimento sustentável de longo prazo.
 

O QUE É O TETO DE GASTOS
 

Regra que limita as despesas do governo federal ao IPCA (índice oficial de inflação) do ano anterior. Inicialmente, aplicava-se o IPCA nos 12 meses encerrados em junho. A regra foi alterada e passou a considerar o IPCA de janeiro a dezembro. Como a proposta orçamentária é enviada antes da divulgação do IPCA oficial do ano, parte do reajuste é uma projeção do IPCA
 

O QUE ESTÁ SOB O TETO
 

Despesas obrigatórias da máquina pública (como salários) e as despesas discricionárias, que podem ser cortadas (como investimentos). Ambas fazem parte da chamada despesa primária (aquela que não considera gastos com juros)
 

O QUE ESTÁ FORA DO TETO
 

Despesas financeiras, como o pagamento de juros da dívida pública, créditos extraordinários (liberados, por exemplo, em situações de calamidade), transferências constitucionais para estados, municípios e Distrito Federal, capitalização de estatais, despesas com eleições da Justiça Eleitoral e complementação de Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica)


 Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/183369-reforma-no-teto-de-gastos-e-meta-de-todos-os-presidenciaveis.html

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

TSE aprova candidatura de Lula à presidência da República

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, na manhã desta quinta-feira (8), por unanimidade, o pedido de candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para concorrer ao cargo de Presidente da República. O seu vice, ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), também foi aprovado.

 

A Corte analisou pedido para impugnar a candidatura de Lula apresentado por Pablo Marçal, que teve a candidatura à Presidência da República barrada pelo TSE na terça-feira. 

 

O relator dos pedidos de registro de candidaturas, ministro Carlos Horbach, descartou irregularidades nos registros e afastou ocorrência de inelegibilidade contra Lula. O voto pela aprovação da candidatura foi seguido por pelos ministros Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Benedito Gonçalves, Raul Araújo, Sergio Banhos e Alexandre de Moraes.

 

Além disso, o plenário do TSE aprovou a entrada do PROS na coligação Brasil da Esperança, que reúne os partidos: PT; PCdoB; PV, PSB, Federação PSOL-Rede, Solidariedade, Agir e Avante.

 

Em busca do seu terceiro mandato, o ex-presidente Lula é líder nas pesquisas de intenção de voto. Em 2018, Lula chegou a ser registrado no TSE como o candidato do PT ao cargo, mas o tribunal barrou sua candidatura por 6 votos a 1 por considerar que o petista não era elegível, pois na ocasião, o ex-presidente já estava preso após condenação em segunda instância na Operação Lava Jato.

 

Porém, em agosto do ano passado, as condenações envolvendo o ex-presidente foram anuladas pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro considerou que os casos envolvendo Lula deveriam ter sido julgados em Brasília, e não em Curitiba. Com a decisão, os direitos políticos do petista foram reestabelecidos, tornando-o novamente elegível e abrindo uma série de vitórias que levou ao arquivamento de processos relacionados à Lava Jato.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/272259-tse-aprova-candidatura-de-lula-a-presidencia-da-republica.html
 

sábado, 20 de agosto de 2022

Debate presidencial terá Bolsonaro ao lado de Lula e estúdio sem plateia

O primeiro debate presidencial teve regras acertadas entre a organização e as equipes dos candidatos. O evento do próximo dia 28, um domingo, é promovido por Folha, UOL, TV Bandeirantes e TV Cultura, que formaram um pool, e será exibido às 21h.

Sorteios na quinta (18) definiram a localização dos candidatos e a ordem das perguntas. Os líderes nas pesquisas Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) estarão lado a lado. O petista ficará entre o atual presidente e Ciro Gomes (PDT), terceiro colocado nas enquetes divulgadas até agora.

Além dos três, foram convidados os candidatos do Novo, Luiz Felipe d’Avila, do MDB, Simone Tebet, e do União Brasil, Soraya Thronicke, de partidos com representantes na Câmara de Deputados.

Assessores de todos os candidatos estiveram na reunião em que as regras foram definidas. Ficou acertado que não haverá plateia no estúdio. Apenas quatro assessores por campanha e os jornalistas credenciados poderão assistir no local a atração, que terá três blocos:

  • No primeiro, haverá perguntas sobre temas sorteadas. Depois, os candidatos, poderão questionar seus adversários.
  • No segundo, jornalistas fazem perguntas. No questionamento, fica definido um adversário para o candidato debater sobre o tema após a resposta.
  • No terceiro, os convidados podem fazer perguntas entre si. Haverá também uma rodada de perguntas sobre temas sorteados e as considerações finais, de 2 minutos para cada.

Caso um candidato desista de ir ao debate, a cadeira destinada a ele ficará vazia.

Questionadas pela reportagem, as campanhas comemoraram a confirmação do debate.

“As soluções para a vida do nosso povo estão muito acima de paixões cegas ou de personalismos rasos. A grande tarefa é o debate de projetos e ideias para superarmos o fracasso do modelo econômico e de governança que nos levaram a uma década perdida”, afirmou Ciro Gomes (PDT).

“Os debates são, ao mesmo tempo, dever e direito. Quem foge a esse tipo de situação, pode fugir a qualquer outro tipo de compromisso com a democracia”, disse Simone Tebet (MDB.

“O debate é um dos mais importantes momentos da democracia. É onde os candidatos podem apresentar suas propostas e debater frente a frente com os demais candidatos. É uma importante prestação de serviço da imprensa para a sociedade, uma contribuição para o fortalecimento da democracia.”, opina Luiz Felipe D’avila (Novo).

“É indispensável oferecer o debate a quem vota, em nome da democracia. Nos debates, pretendo mostrar que tenho um diferencial no que tange os outros candidatos – a substituição dos tributos federais por um só imposto”, afirmou Soraya Thronicke (União Brasil).

Procuradas, as campanhas de Lula e Bolsonaro preferiram não se pronunciar.

No primeiro turno, o jornal Folha de S.Paulo ainda promoverá ao menos outros dois debates em parceria com o UOL.

No dia 19 de setembro está marcado debate para o Governo de São Paulo.

Fernando Haddad (PT), Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Rodrigo Garcia (PSDB), os três candidatos mais bem colocados na pesquisa Datafolha mais recente para o Governo de São Paulo, confirmaram presença. O encontro acontecerá entre 10h e 11h30.

Folha/UOL também irão promover debate com os candidatos a vice-presidente da República. O evento está agendado para 29 de setembro.

DEBATES PRESIDENCIAIS
(data, dia da semana, organizador e local do evento)

  • 28.ago, às 21h (domingo) – Pool Folha/UOL/Band/TV Cultura (São Paulo)
  • 02.set (sábado) – Rede TV! (Osasco/SP)
  • 13.set (terça-feira) – TV Aparecida (Aparecida/SP)
  • 24.set (sábado) – CNN, Veja, SBT, O Estado de S. Paulo, Nova Brasil FM e Terra (São Paulo)
  • 29.set, às 10h (quinta-feira) – Folha/UOL com os candidatos a vice-presidente (São Paulo)
  • 29.set (quinta-feira) – TV Globo (Rio de Janeiro)

Fonte: https://politicalivre.com.br/2022/08/debate-presidencial-tera-bolsonaro-ao-lado-de-lula-e-estudio-sem-plateia/#gsc.tab=0 

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Alckmin indica a aliados estar propenso a ser vice de Lula


 Ao comunicar que iria se desfiliar do PSDB, o ex-governador Geraldo Alckmin deixou mais claro a pessoas próximas que hoje está propenso a encampar o projeto de ser candidato a vice ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

Segundo relatos, o agora ex-tucano verbalizou que precisa pensar no país e que se aliar a uma chapa com o petista pode trazer a candidatura de Lula para o centro, afastando tentativas de atrelar a ela a pecha de radical de esquerda.
 

Aliados de Alckmin que conversaram com ele nos últimos dias o veem maduro na decisão.
 

O ex-governador paulista chegou a dizer, em encontro com um prefeito paulista, que já havia recebido convite de Lula para se juntar à chapa. E, de acordo com pessoas próximas ao ex-tucano, o ex-presidente e Alckmin têm se falado com frequência.
 

Embora reconheça haver conversas, uma parte da cúpula do PT não confirma o convite e trata a possibilidade da chapa com cautela.
 

"Não tem nenhuma conversa formal na mesa com a gente", diz a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
 

Segundo ela, o partido está em processo de conversa com outras siglas e de decisão interna a respeito da formação de federações --quando as legendas se unem nacional e regionalmente por quatro anos.
 

O PT discute a possibilidade de se unir a PSB, PC do B e PSOL.
 

"Caso seja formada [a federação], a decisão passa a não ser só do PT. Claro que temos uma preponderância na montagem da chapa, mas tem que ouvir a todos [os partidos], senão é desconsideração", diz.
 

Apesar da cautela de Gleisi, nos bastidores, alas do PT dizem que Lula está entusiasmado com a ideia de se unir a Alckmin e que as tratativas estão avançadas.
 

As conversas entre petista e ex-tucano ocorrem pelo menos desde novembro, com antecipou a coluna Mônica Bergamo e tem como entusiastas membro de PT e PSB.
 

A definição do partido para o qual Alckmin migraria para se juntar ao petista, no entanto, não está fechada. O destino mais provável do ex-tucano é o PSB.
 

Porém, como o jornal Folha de S.Paulo mostrou, dirigentes do PSB têm condicionado a filiação de Alckmin e formação da chapa ao apoio ao nome de Márcio França (PSB-SP) como candidato ao governo no estado.
 

Para isso, o PT deveria renunciar à candidatura de Fernando Haddad (PT-SP), ex-prefeito paulistano, o que sofre resistências internas.
 

Alckmin indicou ter ficado chateado com a condição imposta pelo PSB e passou a considerar outras opções de partidos para migrar, como Solidariedade e PSD. No caso deste último, o convite está inicialmente atrelado à candidatura do ex-tucano ao Governo de São Paulo.
 

Ou seja, seria necessário haver uma construção para o presidente da sigla, Gilberto Kassab, topar unir-se a Lula. Isso porque Kassab lançou a pré-candidatura à Presidência de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado.
 

De toda forma, no PSB, a aposta é que a aliança sairá e que Alckmin se filiará à sigla. A decisão de o PT abrir mão de Haddad, avaliam pessebistas, não será fácil de ser concretizada, mas nascerá, mesmo que a fórceps.
 

O PSB paulista, inclusive, elaborou e mostrou ao ex-tucano pesquisas para embasar a decisão e mostrar que ele poderia agregar votos a Lula.
 

Nesta semana, Alckmin participou de reunião no PSB paulista onde discutiu o ingresso de um aliado na legenda.
 

Como mostrou a Folha de S.Paulo, o ex-tucano e o médico Sandro Lindoso, que foi candidato a prefeito de Osasco em 2020 pelo Republicanos, foram recebidos na sede estadual do partido por França, que é líder do PSB no estado de São Paulo, próximo de Alckmin e entusiasta do arranjo com o PT.
 

Integrantes do PSB leram no gesto do ex-governador uma sinalização de que ele quer se aproximar do partido.
 

Alckmin se desfiliou nesta quarta-feira (15) do PSDB e afirmou, em mensagem nas redes sociais, que deu o melhor de si durante os 33 anos em que foi filiado ao partido.
 

"É um novo tempo! É tempo de mudança", escreveu o ex-governador.
 

"Um soldado sempre pronto a combater o bom combate com entusiasmo e lealdade. Agora, chegou a hora da despedida. Hora de traçar um novo caminho."
 

O ex-tucano afirmou que anunciará em breve os próximos passos. A expectativa entre pessoas próximas é que o anúncio de para qual partido migrará ficará para o ano que vem.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/145748-alckmin-indica-a-aliados-estar-propenso-a-ser-vice-de-lula.html

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Datafolha: Lula tem 58% contra 31% de Bolsonaro no 2º turno

O presidenciável Luís Inácio Lula da Silva (PT) mantém confortável vantagem sobre Jair Bolsonaro (sem partido) e outros eventuais adversários na preferência do eleitorado na disputa pelo Palácio do Palnalto em 2022, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira  (17).

 

De acordo com o levantamento, em simulação estimulada no primeiro turno, o petista lidera as intenções de voto com 42%, seguido de Bolsonaro (24%), Ciro Gomes (PDT) (10%), João Doria (PSDB) (5%), José Luiz Datena (PSL) (4%), Simone Tebet (MDB) (4%), Aldo Rebelo (sem partido) (1%) e Rodrigo Pacheco (DEM) (1%). Já no segundo turno, o ex-presidente venceria Bolsonaro por 56% a 31%, Doria por 55% a 23% e Ciro por 51% a 29%.

 

A mais recente pesquisa Datafolha foi feita de forma presencial nos dias 13 a 15 de setembro, na qual foram ouvidos 3.667 eleitores em 190 cidades. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/262071-datafolha-lula-tem-58-contra-31-de-bolsonaro-no-2-turno.html

sexta-feira, 16 de abril de 2021

STF confirma anulação de condenações da Lava Jato contra Lula — entenda

Quatro processos criminais da Operação Lava Jato que tramitaram contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na 13ª Vara Federal de Curitiba terão que ser refeitos

A maioria do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou nesta quinta-feira (15/04) que os quatro processos criminais da Operação Lava Jato que tramitaram contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na 13ª Vara Federal de Curitiba terão que ser refeitos. Com isso, duas condenações contra Lula, nos casos Triplex do Guarujá e Sítio de Atibaia, estão anuladas.

Por oito votos a três, a Corte confirmou decisão individual do ministro Edson Fachin que, no início de março, considerou a Justiça Federal do Paraná incompetente para julgar as ações. O STF, porém, ainda vai se pronunciar sobre se os processos serão refeitos na Justiça Federal do Distrito Federal ou na de São Paulo.

Com a decisão desta quinta-feira, fica confirmada a recuperação dos direitos políticos do petista, o que significa que Lula poderá concorrer na eleição de outubro de 2022, a não ser que sofra novas condenações em segunda instância antes do pleito.

Além de analisar na próxima quinta-feira (22/04) onde os processos serão refeitos, o Supremo também julgará se a decisão de anular os quatro processos derruba o julgamento da Segunda Turma da Corte que considerou o ex-juiz Sergio Moro parcial ao julgar Lula no caso Triplex do Guarujá.

Isso porque Fachin argumenta que o reconhecimento de que Moro não poderia julgar o petista por não ser o juiz competente da causa derrubaria a necessidade de decidir se ele foi parcial ou não.

Edson Fachin, ministro do STF

CRÉDITO,

CARLOS MOURA/STF

Legenda da foto,

Por maioria, plenário da Corte referendou decisão de Fachin nesta quinta-feira (15/04)

Essa questão é relevante porque a decisão de considerar o ex-juiz suspeito no processo contra Lula tende a dificultar o reaproveitamento de provas nos processos que serão refeitos.

Embora a decisão sobre sua parcialidade seja referente apenas ao caso do Triplex do Guarujá, esse entendimento sobre a conduta ilegal de Moro ainda pode ser estendida aos outros três processos.

Votaram pela incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba os ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso.

Ficaram vencidos os ministros Kassio Nunes Marques, Marco Aurélio Mello e Luiz Fux, que defenderam que os processos tramitaram corretamente na Justiça Federal do Paraná.

Críticas ao Ministério Público: 'ligação distante com Petrobras'

Os quatro processos contra Lula tramitaram na 13ª Vara Federal de Curitiba, até novembro de 2018 comandada por Moro, sob o argumento de que envolviam desvios de recursos da Petrobras.

Isso porque, no início Lava Jato, o STF decidiu que crimes envolvendo desvios da estatal apurados na operação seriam julgados na mesma jurisdição.

Com o passar dos anos, porém, a Corte entendeu que estavam sendo julgados em Curitiba ações que tinham ligação distante com a Petrobras e que, na verdade, envolviam crimes sem relação com a empresa. Por isso, outros processos já vinham sendo redistribuídos pelo país, como casos contra a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), o ex-ministro Paulo Bernardo e o ex-ministro Guido Mantega, enviados para São Paulo ou Brasília.

Foi a essa conclusão que a maioria da Corte chegou agora também em relação aos processos de Lula.

"O Ministério Público acabou colocando (a estatal) em todas as denúncias, jogava o nome da Petrobras e pedia prevenção da 13ª vara de Curitiba, exatamente como no caso em questão", criticou Alexandre de Moraes.

Nos quatro processos contra Lula, o petista foi acusado de ter sido ilegalmente beneficiado por empreiteiras, como OAS e Odebrecht, a partir de uma "conta geral de propinas" que era abastecida por recursos desviados de contratos superfaturados da Petrobras e de outras empresas e obras públicas.

Homem em frente ao STF com braço erguido e, com a outra mão, segurando bandeira com desenho de Lula

CRÉDITO,

EPA/JOEDSON ALVES

Legenda da foto,

Apoiador de Lula em frente ao STF na quarta-feira (14/4)

Na visão da maioria do STF, porém, o Ministério Público não conseguiu provar que o ex-presidente recebeu recursos desviados especificamente da Petrobras.

"Do enredo narrado nas imputações, extraio uma ligação muito distante entre as condutas imputadas (a Lula) e sua repercussão sobre o patrimônio da Petrobras SA, insuficiente para atrair a incidência das regras de conexão e continência quando interpretadas em conformidade com os parâmetros definidos pela jurisprudência desta Suprema Corte", votou Rosa Weber.

'Retrocesso depois de anos', diz Fux

Os três ministros que ficaram vencidos, por sua vez, consideraram que os crimes narrados pelo Ministério Público estavam relacionados ao esquema de corrupção que vitimou a Petrobras e, por isso, poderiam ser julgados em Curitiba. Eles também ressaltaram que pedidos da defesa para declarar a incompetência da vara de Moro foram recusados nas instâncias inferiores, inclusive pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em diversas decisões ao longo de cinco anos.

Com a "perpetuação da competência (da 13ª vara de Curitiba) por cinco anos", Nunes Marques argumentou ser "irrazoável se concluir em sentido contrário, tratando-se a Lava Jato de um conjunto complexo e dinâmico de atos ilícitos praticados no contexto de organizações criminosas estruturalmente ordenadas e caracterizadas por múltiplas divisões de tarefas onde foram desviados mais de R$ 4 bilhões em contratos firmados com a Petrobras".

Para Fux, a decisão de retirar os processos de Curitiba "promoveu um verdadeiro retrocesso depois de anos". Apesar disso, ele ressaltou que o julgamento não tem "efeito sistêmico" de derrubar outros casos dada operação julgados no Paraná: "Não acaba com a Lava Jato", disse.

O presidente do STF também argumentou que os advogados de Lula não demonstraram como sua defesa foi prejudicada pelo julgamento em Curitiba, ressaltando que o petista apresentou um número grande de recursos durante os processos. "Ofereceu petições não só no Brasil, como alhures. Foi a cortes internacionais", ironizou.

Moraes, por sua vez, disse que o "princípio do juiz natural", segundo o qual o local de julgamento é estabelecido por regras claras e prévias ao processo, é "uma das mais importantes garantias do devido processo legal".

"A competência garante exatamente uma neutralidade do juiz. O juiz não pode escolher a causa que quer julgar, nem as partes podem escolher o juiz que julgará. São regras objetivas que levam à escolha de um determinado juiz. Isso garante neutralidade, imparcialidade do Poder Judiciário e segurança de toda a sociedade contra o arbítrio estatal", sustentou.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-56768338