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segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Objetos misteriosos encontrados na Praia do Flamengo pertenciam a navio nazista

Os objetos misteriosos encontrados no último final de semana na Praia do Flamengo, em Salvador, se tratam de um material advindo da carga de um navio nazista afundado 4 de janeiro de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial. As informações são do jornal O Globo.

 

Os oito fardos encontrados na praia, que pesam cerca de 200 kg, são "folhas" de látex dobradas diversas vezes. Segundo o oceanógrafo Carlos Peres Teixeira, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), trata-se de matéria prima para borracha utilizada nos pneus e armas do exército alemão.

 

“Esse navio foi afundado por um Destroyer americano e está afundado a 1 mil quilômetros de Recife, em linha reta, a 5,6 mil metros de profundidade. Até o ano passado era o naufrágio mais profundo já alcançado por um robô. Para se ter uma ideia, o Titanic está a 2 mil metros de profundidade”, explicou.

 

A correlação entre os fardos e a marinha nazista foi identificada em 2018, quando os materiais começaram a ser encontrados no litoral da Bahia e do Maranhão.  Nos meses seguintes, chegaram até a Flórida, nos Estados Unidos.

 

A descoberta ocorreu a partir de uma inscrição que continha nos fardos, dizendo: “Made in Indochina”. Era nessa ex-colônia francesa - desmembrada nos países Laos, Camboja e Vietnã - que as forças nazistas recorriam às matérias-primas como a borracha. Nesse navio naufragado, também há carga de cobalto e estanho.

 

“Não acreditamos que essas caixas que estão aparecendo agora sejam novas. Pelo aspecto delas, acredito que sejam as mesmas. Elas chegam às praias quando a maré está mais alta, com ondas fortes”, disse Teixeira.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/260879-objetos-misteriosos-encontrados-na-praia-do-flamengo-pertenciam-a-navio-nazista.html

quinta-feira, 22 de abril de 2021

9 fantásticas curiosidades sobre a descoberta do Brasil


 

Brasil, o nosso país irmão, tem uma história riquíssima, antes e depois da chegada dos portugueses. Um território imenso repleto de beleza natural e talvez a melhor coisa que Portugal deu ao mundo. Saber mais sobre a história do Brasil é saber mais sobre nós próprios, os portugueses.

Afinal de contas, milhões de brasileiros descendem de portugueses e a nossa alma, os nossos sentimentos são, em grande parte os mesmos. Viaje connosco e descubra um país fantástico, repleto de cultura e história, de tradições e contradições. Descubra 9 fantásticas curiosidades sobre a descoberta do Brasil.

 

1. Portugal ameaçou enviar uma frota à região descoberta por Colombo (actuais Américas Central e do Norte), e a Espanha propôs discutir um acordo sobre as terras a descobrir. Essa foi a origem do Tratado de Tordesilhas (7 de Junho de 1494).

Duarte Pacheco Pereira, nomeado “Cavaleiro da Casa Real”, participou como negociador português. Reivindicou para Portugal as terras que fossem descobertas a até 370 léguas a oeste de Cabo Verde. Historiadores sustentam a hipótese de Duarte Pacheco ter sido o verdadeiro “descobridor do Brasil”, em 1498, viajando em segredo.

Brasil
Brasil

 

2. O único registo desse feito é um trecho obscuro do livro “Sobre os Mares do Mundo”, escrito pelo próprio Pacheco entre 1505 e 1508. Nesse relato, ele conta que, em 1498, explorou a “parte ocidental” do Oceano Atlântico, encontrando “uma grande terra firme, com muitas ilhas adjacentes” e coberta de “muito e fino brasil”.

Isso reforça a tese de que a viagem de Pedro Álvares Cabral tenha sido uma operação arquitectada pela Coroa portuguesa, dois anos depois da verdadeira descoberta, para formalizar a posse das terras.

Brasil
Brasil

 

3. Em 26 de Janeiro de 1500 (mais de três meses antes do descobrimento oficial do Brasil), o navegador espanhol Vicente Pinzón teria chegado a um novo território no além-mar, desconhecido pelos reinos de Portugal e Espanha.

Rio de Janeiro (Brasil)
Rio de Janeiro (Brasil)

 

4. Pinzón partiu em Novembro de 1499 do Porto de Palos e, em sua jornada pelo Atlântico, passou pelas Ilhas Canárias e Cabo Verde. Veterano explorador que comandou a caravela Niña na descoberta da América, em 1492, Pinzón disse que seguiu viagem ao largo de um litoral com poucas baías seguras para ancoragem e desembarque.

Diamantina
Diamantina

 

5. Quando enfim conseguiu chegar à terra, o espanhol e seus homens enfrentaram a fúria dos índios. “Mataram oito dos nossos soldados e mal houve um que não tivesse sido ferido”, descreveu.

O local seria Cabo de Santo Agostinho, no litoral pernambucano. Ele costeou o litoral até a foz do Rio Amazonas, descoberta por ele. Ali, encontrou-se com outro espanhol, Diego de Lepe, e juntos avançaram até o rio Oiapoque.

Tiradentes
Tiradentes

 

6. Pedro Álvares Cabral saiu da praia do Restelo, em Lisboa, ao meio-dia do dia 9 de marco de 1500, uma segunda-feira. Ele tinha 32 anos. Trouxe um total de 1500 pessoas, que vieram em 10 naus e 3 caravelas. A nau capitânia, comandada por Cabral, tinha capacidade para 250 tonéis. Ao todo, havia 190 homens a bordo. Uma das naus desapareceu no dia 23 de Março de 1500. Era a comandada por Vasco de Ataíde e tinha 150 homens.

Os outros barcos fizeram dois dias de buscas, mas nada encontraram. A viagem levou 44 dias. No dia 22 de Abril de 1500, Cabral ancorou em frente ao Monte Pascoal, na Bahia, a 36 quilómetros do litoral brasileiro.

Igreja Nossa Senhora do Pilar - Ouro Preto
Igreja Nossa Senhora do Pilar – Ouro Preto

 

7. Pedro Álvares Cabral recebeu 10 mil cruzados pela viagem. Cada cruzado valia 3,5 gramas de ouro. Ele ainda ganhou o direito de transportar 30 toneladas de pimenta gratuitamente no navio. A Coroa se comprometia a comprar o produto pelo preço de mercado em Lisboa (sete vezes mais alto do que nas Índias).

Cada marinheiro poderia trazer 600 quilos de pimenta e fazer o mesmo. Entretanto, poucos voltaram. Além da nau que desapareceu e da outra que voltou a Portugal com a notícia do descobrimento, outras seis afundaram. Das treze, portanto, apenas cinco conseguiram retornar para casa.

Olinda
Olinda

 

8. Em 26 de Abril de 1500, mais precisamente num lugar conhecido por Coroa Vermelha, foi rezada a primeira missa em terras brasileiras. Era o primeiro domingo após a Páscoa, conhecido como Pascoela.

Havia um total de oito frades na frota de Cabral, liderados por frei Henrique de Coimbra. Cabral levava uma imagem de Nossa Senhora da Boa Esperança, colocada numa capela especialmente construída no convés de sua embarcação.

Paraty
Paraty

 

9. No dia 6 de maio de 1500, o astrónomo da frota de Pedro Álvares Cabral registou a latitude da Baía de Cabrália, actual Porto Seguro. Este o documento é considerado o trabalho cartográfico mais antigo do Brasil.

São Luís do Maranhão
São Luís do Maranhão

Fonte: https://www.vortexmag.net/9-curiosidades-sobre-a-descoberta-do-brasil/

sexta-feira, 9 de abril de 2021

Do revisionismo histórico ao negacionismo: por que o holocausto é questionado nas redes

Um país inteiro parado por dois minutos completos. Nesta quinta-feira (8), Dia da lembrança do Holocausto no calendário judaico, Israel homenageou os seis milhões de judeus mortos durante a Segunda Guerra Mundial. Atualmente, menos de 180 mil sobreviventes do genocídio proporcionado por Hitler e o nazismo moram no país.

 

Nas redes sociais, contudo, ainda há comentários questionando informações históricas sobre o Holocausto, ou até mesmo criticando os judeus. "6 milhões? Tem certeza?", diz uma pessoa, em resposta a uma postagem feita pela Globo News no Twitter sobre o acontecimento desta quinta em Israel. 

 

Outro usuário da rede questiona: "E quando eles vão parar pelos milhares de palestinos mortos?". Ainda há quem negue a existência do Holocausto, chamando-o pejorativamente de "holoconto". 

 

Na visão do historiador Carlos Zacarias, professor na Universidade Federal da Bahia (UFBA), esse negacionismo surge a partir de um movimento da academia, liderado pelo historiador alemão Ernst Nolte: o revisionismo histórico do nazismo. Nolte faz um paralelo entre o bolchevismo, que deu origem à Revolução Russa, em 1917, com o nazismo. Ele acreditava que entre 1917 e 1945 houve uma "segunda guerra de 30 anos" causada pelo bolchevismo.

 

O ponto de partida para essa análise seria o fato de que os bolcheviques desejavam o extermínio de classes, enquanto os nazistas tinham o objetivo de exterminar as raças. Neste caso, há uma diferença clara de ideologia entre os escritos de Marx, pai do comunismo, e as práticas nazistas de Hitler. O primeiro acreditava que o fim das classes provocaria a igualdade, e que o estado era um intermediário para aplicar este regime. O segundo pregava a morte de outras raças que não fossem a ariana, para que o estado fosse uma unidade homogênea e, portanto, um fim. 

 

"Um dos objetivos de Hitler, um dos motivos do nazismo e fascismo era exterminar o bolchevismo, a ameaça que eles acreditavam existir do comunismo. E que, efetivamente, no final da década de 1920 e 1930, se configurava com uma coisa potencialmente real. O movimento operário ascendia, nos marcos de uma crise profunda do regime liberal burguês, e havia uma conjuntura revolucionária. Mas o nazismo não se resume a isso. Nem se pode justificar o nazismo pela existência do bolchevismo. Se os processos de causa e efeito forem tomados dessa forma, tudo tem uma motivação, porque tudo é efeito de uma causa. E não é exatamente isso. O nazismo é um episódio absolutamente singular na história", afirma Zacarias.

 

O historiador acrescenta que negar o holocausto é como questionar se a Terra é redonda. "Alguém questionar isso é confrontar uma tese estabelecida, instituída, sobre a qual não há discussão na academia. Os revisionistas não negam a existência do Holocausto. Eles tentam diminuir o número de mortes, dizem que a economia foi salva, associam ao bolchevismo, etc. O problema é quando o debate estrapola os muros da academia, e vai para essa discussão ideológica, de questionar algo que está assentado em base científica", pontua.

 

CONFRONTO ISRAEL-PALESTINA

A ocupação do território de Israel é um dos conflitos que mais causa temores no mundo. Desde a segunda metade do século XIX, grande parte dos judeus migrou em direção aos territórios da Palestina, que era ocupado por 500 mil árabes. A região é reivindicada pelos judeus por conta da diáspora ocorrida no século III D.C., após a expulsão deles pelo Império Romano. 

 

Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu um Estado duplo entre as duas nações, deixando metade do território para cada um dos povos. Jerusalém, a capital, ficou sob administração internacional. No ano seguinte, contudo, Israel declarou independência e começou a ocupação da região da Palestina. Inúmeros conflitos se sucederam a isso, e a tensão nunca deixou a região. Atualmente, Israel é reconhecido pela ONU como um país. A Palestina, é um "Estado-observador". 

 

O atual regime israelense, comandado por Benjamin Netanyahu, tem política de extrema-direita, expansionista e mira ocupar ainda mais a região palestina. Porém, apesar de ter pontos comparáveis com o nazismo, na opinião de Carlos Zacarias, isso não pode ser utilizado como justificativa para negar ou diminuir o Holocausto. 

 

"Palestinos são vítimas, mas isso não diz para gente que podemos olhar hoje e falar que os judeus não foram vítimas. Não podemos justificar o negacionismo pelo que o governo pratica com os palestinos", pondera.

 

FENÔMENO NO BRASIL 

Zacarias acrescenta que o fenômeno negacionista no Brasil é de extrema preocupação, e que ideologias como o supremacismo branco e o fascismo são frequentemente incorporadas por membros do governo. O caso mais recente é o do assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Felipe Martins, que fez um gesto supremacista durante uma sabatina de parlamentares com o então ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Martins nega a motivação do gesto.

 

Em janeiro de 2020, o agora ex-secretário Especial da Cultura, Roberto Alvim, utilizou um discurso com estéticas nazistas para fazer um pronunciamento. A fala dele se assemelhava à do ministro da propaganda de Hitler, Joseph Goebbels. 

 

"Temos um governo que é o mais próximo do que tivemos do fascismo na história do Brasil. Com exceção do Estado-novo, instaurado em 1937. Depois do Estado Novo, que estava num contexto de regimes fascistas, o que temos mais próximo é o governo atual. Repleto de gente que apoia extrema-direita, supremacistas, acordos absurdos com teocracias fundamentalistas. Isso envergonha o Brasil. Eu sou historiador, e meus livros de fascismo estavam empoeirados. Hoje, eu vejo o fascismo fungar no nosso cangote", aponta o historiador baiano. 

 

Ele também lembra o caso que ocorreu na noite desta terça-feira, na cidade de Santa Cruz do Capibaribe, em Pernambuco. Um estúdio de rádio foi invadido e um radialista ameaçado por quatro homens que se declararam apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. O jornalista Júnior Albuquerque fazia críticas à política sanitária do Governo Federal na pandemia (lembre aqui).

 

"Eu não gosto de pontuar de modo taxonômico. Mas se você olhar, vai ver o ódio pelo outro, a busca de responsáveis, a não aceitação da existência do seu opositor como legítimo, o culto à figura do líder messiânico, o discurso nacionalista. Apesar de que ser capacho da bandeira norte-americana, ele faz um discurso nacionalista e envolve a patriotada burra. A milicianização da política do estado também. Se não temos as SA ou as SS, fardadas, temos no estado, nas instituições, grupos armados cada vez mais bolsonaristas. Isso dimensiona essa relação do nosso fascismo contemporâneo com o fascismo histórico. O fascismo não se repete em lugar nenhum do mundo porque a história não se repete, mas é importante esse trabalho de compreender que há traços marcados e evidentes de fascismo no presidente", afirma. 

 

 

 

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/258048-do-revisionismo-historico-ao-negacionismo-por-que-o-holocausto-e-questionado-nas-redes.html

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Morre aos 95 anos o ex-deputado Alencar Furtado, ícone da oposição à ditadura

Morreu na madrugada de hoje (11), o ex-deputado federal José Alencar Furtado, um dos ícones da luta contra a ditadura e o último político cassado no governo de Ernesto Geisel. 

Alencar tinha 95 anos e foi vítima de insuficiência renal. O sepultamento aconteceu no Cemitério Campo da Esperança, em Brasília, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo. 

O MDB, partido pelo qual ele exerceu três mandatos de deputado federal, lamentou a morte do ex-parlamentar. Em nota, a legenda disse que ele foi "um grande militante em defesa da democracia".

Fonte: https://www.metro1.com.br/noticias/brasil/102033,morre-aos-95-anos-o-ex-deputado-alencar-furtado-icone-da-oposicao-a-ditadura


 

sábado, 7 de novembro de 2020

Em meio a 'cemitérios de papel', iniciativa recupera manuscritos históricos da Bahia

Um Livro de Termos, de 1848, registra a briga entre membros da Irmandade de Nossa Senhora dos Desvalidos, o que levou a uma divisão interna e à saída de um grupo que criou a Sociedade Protetora dos Desvalidos (SPD), cortando as relações que existiam com os Irmãos. Essa parte da história da Bahia está em um manuscrito que, em meio a mais de uma dezena de documentos de importância cultural e histórica para o estado, será recuperado através da iniciativa “Salvaguarda de manuscritos históricos - patrimônio documental da história da cidade do Salvador”. Tocada pelo ateliê Memória e Arte, a ação vai durar 12 meses e será financiada por um fundo emergencial holandês (leia aqui).

 

Coordenado pela professora Vanilda Salignac, doutora em Letras e Linguística, o projeto selecionou escritos de três instituições: a Sociedade Protectora dos Desvalidos, o Congregação de Nossa Senhora dos Humildes e a Irmandade do Santíssimo Sacramento e Nossa Senhora da Conceição da Praia.

 

Além do Livro de Termos, uma carta de uma freira solicitando sua saída, de 1910, e um Livro de Registro do cotidiano do Recolhimento dos Humildes, de Santo Amaro, do século XIX, também vão ser recuperados.

 

Além disso, constam no acervo selecionado pelo projeto documentos da Biblioteca Monsenhor Manoel de Aquino Barbosa, pertencente à Irmandade do Santíssimo Sacramento e Nossa Senhora da Conceição da Praia, que datam de 1782 a 1846, e tratam de assuntos diversos - que, conforme afirma a estudiosa responsável, "vão desde Breves Apostólicos, uma carta sobre um atentado que um pároco de Itaparica sofreu, autorizações para uso do dinheiro da Irmandade, autorizações para visitação da Igreja da Conceição da Praia nas festividades de dezembro e autorização para o Padre Dendê Bus assumir a Freguezia da Conceição da Praia".

 

De acordo com a professora, registros históricos como estes estão em diversas instituições aguardando pela recuperação. "Essas instituições, assim como muitas outras, nos solicitam ajuda sempre, e como temos vários documentos deles aguardando editais para serem inscritos, a priori, eu desconheço o conteúdo deles, só fico sabendo quando os pego para descrevê-los a fim de inseri-los nos projetos", afirma a especialista, apontando que o critério inicial que costuma utilizar é o de dar prioridade para os papéis que estão mais degradados. 

 

No decorrer da sua atuação outros tantos já foram recuperados. Todos eles estão disponíveis, digitalizados e transcritos no site do ataliê pelo qual Salinac é responsável - assim como os documentos dessa iniciativa mais recente também serão. No repertório de acervos recuperados estão manuscritos do século 19 e dos livros cartoriais do Tribunal de Justiça da Bahia, o Livro de Teses da Faculdade de Medicina da Bahia, e de cartas de alforria do Museu Casa do Sertão. 

 

"CEMITÉRIOS DE PAPEL"
"Personagem" relevante na história do país, a Bahia tem instituições seculares com acervos que carregam escritos de total importância para a memória de toda América Latina. Ainda assim no estado, conforme Salignac, 80% do acervo documental está em estado de degradação. Os arquivos, aponta a professora, parafraseando o escritor Monsenhor Aquino, se assemelham a "cemitérios de papel". 

 

E foi exatamente essa classificação do religioso que atraiu a sua preocupação para que se atentasse a essa problemática prejudicial à história. "Aquilo me tocou muito e quando olhei em volta do nosso ateliê de restauração foi exatamente isso que vi: centenas de documentos deixados pelas instituições em busca de auxílio porque eles não têm como pagar para restaurar tão grande volume, e absolutamente todos em avançado estado de degradação, seja por essa falta de verba alegada, seja por desconhecimento do tratamento, seja por descaso, enfim, são vários os motivos. E não cuidar dessa documentação traz como impacto maior a perda de parte da história. E sabe o que significa? Uma lacuna histórica jamais recuperada, fica um 'buraco' em período ou em uma querela ou um caso, que ficará alí, sem solução. Um manuscrito perdido é um manuscrito perdido!". 

 

"Muitas vezes, por tristeza nossa, chegam documentos irrecuperáveis, cujo conteúdo está perdido para sempre devido ao avançado estado de degradação, sequer conseguimos manipulá-los. É muito triste não só para nós, restauradores, mas para historiadores, pesquisadores, público em geral que ama a história da Bahia e do Brasil, pois estamos falando de manuscritos que cobrem 3 períodos políticos: Colônia, Império e República do país", discorre. 

 

Registros históricos como os da construção da Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia, que demorou mais de 100 anos para ser finalizada, por exemplo, tiveram partes perdidas. E nesse contexto em específico, perder um pedaço do que foi escrito é perder parte da trajetória de um fato histórico.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/cultura/noticia/39137-em-meio-a-cemiterios-de-papel-iniciativa-recupera-manuscritos-historicos-da-bahia.html 

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Na era das lives, Brasil celebrará 70 anos da primeira transmissão de TV

 Lançamento da televisão no Brasil, do periódico “Diário de Notícias”, de 17 de setembro de 1950

A pandemia do novo coronavírus está levando artistas de todo o mundo e de segmentos diversificados a se apresentar através das “lives” (em livre tradução, "ao vivo"). São transmissões de conteúdo digital – comumente de forma simples e informal – que, em geral, usam redes sociais e plataformas de streaming para transmitir. Com o confinamento, artistas, empresas, empreendedores, professores, religiosos e prestadores de serviço descobriram nas lives uma nova forma de interação. Mesmo não sendo uma novidade, ganharam uma dimensão nunca vista, e são atualmente um grande concorrente do mais popular meio de comunicação em massa: a televisão. 


A origem da televisão é polêmica. 

O engenheiro russo Vladimir Zworykin foi inicialmente apontado como o pioneiro, por ser o inventor do iconoscópio – uma espécie de conversor de imagens e precursor dos televisores – e detentor do registro da primeira patente sobre o invento em 1923. Contudo, após uma batalha judicial, o aparelho desenvolvido pelo estadunidense Philo Farnsworth foi reconhecido como sendo o primeiro televisor, de 1922.

O primeiro registro de um aparelho de televisão no Brasil é de junho de 1939, quando em uma feira, houve a exibição de um aparelho da empresa alemã Telefunken. O início das transmissões de TV no Brasil ocorreu com a inauguração da TV Tupi, na cidade de São Paulo, em 18 de setembro de 1950. Fundado por Assis Chateaubriand, foi o primeiro canal de televisão do país, tendo sua filial no Rio de Janeiro sido inaugurada em 20 de janeiro de 1951. Chateaubriand instalou 200 aparelhos pela capital paulista e foi exibido um show ao vivo – considerado o primeiro programa da televisão brasileira – chamado “TV na Taba”, cuja temática eram os indígenas, que já habitavam as terras brasileiras no período pré-cabralino. O símbolo da emissora era um pequeno índio, que apareceu nas telas anunciando: "Boa noite. Está no ar a televisão do Brasil". Essa é considerada a primeira fala da televisão brasileira, protagonizada pela atriz Sonia Maria Dorce, então com seis anos de idade. O programa teve duração de aproximadamente uma hora e contou com a participação de várias celebridades da época como os atores Mazzaropi, Lima Duarte, Lia de Aguiar e Lolita Rodrigues; os cantores Hebe Camargo, Vadeco, Ivon Cury e Wilma Bentivegna; o jogador Baltazar; e a orquestra de George Henri.

Inicialmente sempre com programas ao vivo, a televisão não contava com propagandas comerciais. Assim, o intervalo entre um programa e outro era preenchido com números musicais, para dar tempo de se modificar o cenário para a atração seguinte. Em 1952, passou a ser transmitido na televisão o noticiário do rádio “Repórter Esso” e no mesmo ano entrava no ar a TV Paulista canal 5, a segunda emissora de televisão brasileira. Em 1953 estreou o programa “Alô, Doçura!”, com os atores Eva Wilma e John Herbert. O programa era apresentado em São Paulo pelo canal 3 e no Rio pela TV Tupi Rio canal 6. Como naquela época não havia vídeo tape nem transmissão direta entre cidades, os artistas tinham que viajar de uma cidade para outra para representar o programa na mesma semana. Em 1955 estreou "O Mundo é das Mulheres" – com Hebe Camargo – considerado o primeiro programa feminino da televisão brasileira. Em 1964, a TV Tupi de São Paulo e a TV Rio se uniram para exibir a novela “O Direito de Nascer”, considerado o maior sucesso da televisão em todos os tempos, com um índice de audiência de 99,75% dos televisores ligados durante o último capítulo. Foi só em 1968 que surgiu a primeira emissora de TV educativa do Brasil: TV Universitária, da Universidade Federal de Pernambuco.

A televisão brasileira só passou a ser colorida na década de 1970. Porém, em 1967, a TV Globo – inaugurada 2 anos antes – fez as primeiras experiências com imagens em cores, utilizando o sistema americano NTSC. No entanto, o governo federal oficializou o sistema alemão PAL-M, proibindo aquele utilizado pela emissora. Em 19 de fevereiro de 1972, foi feita a primeira transmissão colorida – a Festa da Uva em Caxias do Sul (RS) – ainda em fase de testes. Só em 31 de março foi inaugurada oficialmente a TV em cores no Brasil, com um pronunciamento do Ministro das Comunicações.

Em 2 de dezembro de 2007 entrou no ar no Brasil o sistema digital de televisão e a partir de 2016 os sinais de televisão analógica começaram a ser desligados em várias cidades. Nos dias de hoje, com a massificação da Internet, as TVs abertas e por assinatura passaram a disputar a audiência com os serviços dhttps://www.bn.gov.br/acontece/noticias/2020/05/era-lives-brasil-celebrara-70-anos-primeirae streaming. Essa tecnologia possibilita a pessoas, em qualquer parte do mundo, terem acesso a diversos tipos de conteúdo de diferentes países, 24 horas por dia, e com maior liberdade e flexibilidade de horário.

Fonte: https://www.bn.gov.br/acontece/noticias/2020/05/era-lives-brasil-celebrara-70-anos-primeira


segunda-feira, 7 de setembro de 2020

O QUE A HISTÓRIA NÃO CONTA: 5 CURIOSIDADES SOBRE A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

18 Curiosidades sobre Dom Pedro I e a Independência do Brasil - YouTube
O dia 7 de setembro marca a Independência do Brasil, lembrada sempre pelo brado retumbante de D. Pedro I, “Independência ou Morte”, às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo. Mas será que aconteceu isso mesmo? Confira abaixo 5 curiosidades da proclamação da Independência do Brasil:

1. O Dia do Fico

a
Quando a nobreza portuguesa decidiu que seria melhor mandar D. Pedro I de volta a Portugal para recolonizar o Brasil, o príncipe-regente recebeu milhares de assinaturas pedindo que ficasse no país. Por conta disso, dia 9 de janeiro de 1822, ele teria dito a famosa frase: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico”.

2. O alerta de Maria Leopoldina

a
A esposa de D. Pedro I teria conseguido alertar previamente o marido sobre a intenção de Portugal de recolonizar o Brasil. Na ocasião, enviou uma carta ao príncipe-regente explicando o ocorrido.

3. Marquesa de Santos

a
Acredita-se que D. Pedro I estava na casa de sua amante, Domitila de Castro, a Marquesa de Santos, quando recebeu a carta de sua esposa. Logo em seguida, iniciou sua viagem para São Paulo.

4. O preço da Independência

a
Acredita-se que o Brasil teve que pagar 2 milhões de libras a Portugal por sua independência.

5. Quadro Independência ou Morte

a
Produzido pelo pintor Pedro Américo, em 1888 (66 anos após a data oficial do acontecimento), em Florença, na Itália, é considerado o retrato oficial da Independência do Brasil e está, atualmente, exposto no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.
Fonte: https://www.megacurioso.com.br/educacao/103907-o-que-a-historia-nao-conta-5-curiosidades-sobre-a-independencia-do-brasil.htm

sábado, 22 de agosto de 2020

22 de Agosto - Dia do Folclore

Criação do termo folklore por William John Thoms

folclore é comumente entendido como um conjunto de práticas e saberes de determinado povo, que é transmitido de geração para geração. Essa definição está correta, mas quando observamos a história da origem do termo “folklore”, ela fica ainda mais precisa.
Folclore é uma palavra que deriva do termo inglês folklore, que une os radicais “folk”, que significa povo, e “lore”, que significa instrução, aprendizado, sabedoria. Nesse sentido, folclore pode ser entendido literalmente como sabedoria popular. Quem criou esse termo foi o arqueólogo William John Thoms, quando enviou uma carta ao periódico inglês Athenaeum, em 22 de agosto de 1846, na qual sugeria que todo o conjunto de tradições ou “antiguidades” populares poderia ser definido pela palavra “folklore”.
Os estudos sobre folclore têm como objeto: festas (como as festas juninas no Brasil e a festa do dia de São Patrício, na Irlanda), comidas típicas, lendas, contos e cantos populares, sincretismo religioso e religiosidade popular, além das diversas superstições e crendices associadas a esse conjunto.

Dia do Folclore, 22 de agosto

A carta de John Thoms em pouco tempo popularizou-se e o termo “folklore” tornou-se usual em grande parte do mundo ocidental pelos estudiosos de cultura popular. Partindo disso, muitas nações elegeram o dia 22 de agosto (data da carta de Thoms) como o dia oficial do folclore.

O Folclore no Brasil

No Brasil, o dia do folclore foi oficializado em 1965 por meio de um decreto federal. Tal oficialização ocorreu em virtude da grande massa de estudos sobre cultura popular que já havia no país desde o século XIX. Entre os estudiosos desse tema, destacaram-se nomes como o de Mário de Andrade e de Câmara Cascudo.
Em 1951, foi realizado o I Congresso Brasileiro de Folclore, no qual foi elaborada a Carta do Folclore Brasileiro, um documento que foi (e continua sendo) de suma importância para o desenvolvimento das pesquisas sobre a cultura popular brasileira. Tal carta trazia em seu conteúdo tanto o reconhecimento do estudo folclórico quanto uma definição particular dele, como podemos ver abaixo:
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[O documento] … reconhece o estudo do Folclore como integrante das ciências antropológicas e culturais, condena o preconceito de só considerar como folclórico o fato espiritual e aconselha o estudo da vida popular em toda sua plenitude, quer no aspecto material, quer no aspecto espiritual”.
Constituem o fato folclórico as maneiras de pensar, sentir e agir de um povo, preservadas pela tradição popular e pela imitação e que não sejam diretamente influenciadas pelos círculos eruditos e instituições que se dedicam ou à renovação e conservação do patrimônio científico e artístico humanos ou à fixação de uma orientação religiosa e filosófica.”
São também reconhecidas como idôneas as observações levadas a efeito sobre a realidade folclórica, sem o fundamento tradicional, bastando que sejam respeitadas as características de fato de aceitação coletiva, anônima ou não, e essencialmente popular”.
Bumba meu boi é uma das festas folclóricas do Brasil
Bumba meu boi é uma das festas folclóricas do Brasil
Entre as principais lendas, superstições e festas populares do Brasil, temos: Saci-pererê, Curupira, Iara, Bumba meu boi (que também é celebrado em festa), LobisomemMula sem cabeça, Carnaval, frevo e maracatu rural, o forró, a catira, a quadrilha, e por aí vai. Frequentemente podemos encontrar nessas lendas resquícios de mitologias europeias, asiáticas e africanas. Práticas como a de “benzer” um doente, de “fechar o corpo” contra males e outras variações disso também estão dentro do universo folclórico brasileiro e remetem também a tradições populares de outros continentes.

Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-folclore.htm