sábado, 11 de abril de 2020

Pandemias do passado, velhas quarentenas e novos ensinamentos



Enfermeiras da Cruz Vermelha transportam vítima da gripe de 1918 em Sant 
As doenças existem desde que o mundo é mundo, mas as epidemias, como a que vivemos atualmente, ou algo parecido, ocorrem em populações que passam certo tempo sob circunstâncias anormais, por exemplo, sob o desgaste de uma guerra, quando os campos deixam de ser cultivados e a fome se espalha. Mas e agora, por que as andanças do coronavírus em uma cidade do Oriente ocasionou tamanha letalidade mundo afora? Quando foram inventadas as quarentenas? Os Governos se aproveitam das pandemias? Quais são os bodes expiatórios? O medo é manipulado? Ana María Carrillo Farga é historiadora da Medicina, especialista em pandemias e professora do departamento de Saúde Pública da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM). Conversar com ela é como participar de um jogo de perguntas e respostas sobre a história da ciência.

Os dias no deserto

Quem acha que vivemos algo excepcional atualmente deveria saber que as quarentenas existem desde a época dos Estados venezianos do século XIV. Na época se desconhecia o período de incubação das doenças (e muitas outras coisas de caráter científico e sanitário), de modo que se estabeleceu um isolamento arbitrário de 40 dias, um número bíblico, de fato, os que Jesus Cristo passou na sua travessia espiritual pelo deserto. A peste era o demônio da época. As quarentenas não só isolavam ao doente do saudável como também impediam o desembarque de navios que chegassem ao porto, e mesmo assim a população se contagiava misteriosamente… Só no final do século XIX, com o desenvolvimento da bacteriologia (os vírus ainda eram pequenos demais para serem detectados com a tecnologia disponível), o campo do conhecimento saltou da Bíblia para a ciência.

A infância da globalização: duas teorias

Marinheiros e exploradores estenderam os limites do mundo e levaram o comércio além dos estreitos horizontes então vislumbrados. As epidemias naquele tempo eram uma ferramenta de conquista ―por exemplo, a varíola no processo de colonização da Mesoamérica. E tiveram um papel determinante na drástica queda da população ocorrida nos séculos XVI e XVII. Mas quando não foram úteis, buscou-se uma forma de combatê-las. No final do século XVIII havia duas posições a respeito, duas escolas: uns acreditavam na teoria do contágio entre pessoas e defendiam o isolamento (chamado com razão de sequestro). Estes eram os conservadores, os que não queriam mexer em nada, só controlar. Os espanhóis eram destes, para proteger o comércio das suas colônias.
No outro grupo estavam os que defendiam a teoria miasmática, os ingleses entre eles. Acreditavam que os corpos em decomposição, o lixo e as águas residuais emanavam eflúvios que adoeciam a população ao serem inalados. Estes se inclinavam pelo saneamento das cidades e pela melhoria das condições trabalhistas e domésticas como medidas mais eficazes para a saúde pública. Ambos tinham parte da razão; os segundos, se não na causa, pelo menos a respeito das consequências de viver em cidades insalubres. Mas algo continuava escapando ao entendimento: se a tripulação de um navio permanece isolada e não há contato entre pessoas nem circunstâncias ambientais, por que a população em terra acabava se contagiando? Faltava um terceiro elemento: os vetores, geralmente insetos, mosquitos, pulgas…
Paciente com febre amarela em isolamento no ano de 1910.
Paciente com febre amarela em isolamento no ano de 1910.TIME LIFE PICTURES / GETTY IMAGES

Uma estratégia internacional

A saúde começou oficialmente a ser um assunto de todos em 1851, na primeira reunião internacional sobre ela realizada em Paris, ainda com uma aparência muito europeia. Em 1881 o evento ocorreu em Washington. “As primeiras convenções sanitárias buscavam proteger os países e regiões da chegada de epidemias, mas tratando de interferir o mínimo possível no livre comércio e no trânsito de pessoas”, diz Ana María Carrillo.
A pauta daqueles encontros tinha outros objetivos secundários, como impulsionar a criação de organismos de saúde nos Governos de cada país ou insistir em que, em caso de pandemia, o conveniente era informar com transparência à comunidade internacional, assim como a pertinência do saneamento de portos e cidades. Preocupavam especialmente naqueles anos o cólera e a peste, que causavam estragos desde meados do século XIX e que foram o estopim destas cúpulas sanitárias. Depois seria a febre amarela.
As duas Guerras Mundiais deixaram seus respectivos avanços neste campo. Depois da Primeira, criou-se a Liga das Nações, com sua respectiva área sanitária, e em 1948 surgiu a Organização Mundial da Saúde (OMS). México, Estados Unidos, Guatemala, Costa Rica e Uruguai já tinham fundado em 1902 a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) que, com o tempo, se tornaria uma filial da OMS. Todos estes organismos procuram respostas coordenadas em tempos de pandemia. Em 1969 foi redigido um primeiro regulamento sanitário internacional que insistia na não interrupção do trânsito de pessoas de forma radical. “É semelhante ao que faz o México hoje em dia. Aquele documento dizia que parar o comércio não detém as epidemias”, afirma Carrillo.

O peso do comércio

O equilíbrio entre a proteção da saúde e a estabilidade econômica, buscado de forma tão desesperada por muitos países atualmente, tem séculos de tradição. Naquelas reuniões internacionais de sanitaristas e higienistas do século XIX tinham muito peso as intervenções políticas e empresariais, a diplomacia comercial. “Os comerciantes sempre tratavam de ocultar as epidemias, e os Governos também preferiam evitar certo pânico, assim que os alarmes chegavam tarde para o controle efetivo da doença, que se espalhava cada vez mais. Foi preciso convencê-los de que a transparência ajudava o controle e, portanto, a economia.”
O comércio já estava globalizado, e a América Latina e o Caribe se incorporavam a esse negócio internacional quando se atravessava a segunda revolução industrial. O México, por sua vez, começa um intercâmbio de mercadorias muito desigual, mas intenso, com os Estados Unidos. Como nos tempos da conquista espanhola, as epidemias também se transformaram nesse período em uma ferramenta, neste caso de controle comercial, para fechar fronteiras e estigmatizar certos países. “O Texas mantinha o México sob quarentena permanente para atrapalhar o comércio, enquanto os Estados Unidos olhavam para o outro lado argumentando que cada um de seus Estados era soberano”, conta a professora da UNAM.
Um grupo de voluntárias da Cruz Vermelha durante a gripe espanhola em 1918.
Um grupo de voluntárias da Cruz Vermelha durante a gripe espanhola em 1918.GETTY IMAGES

O vírus como estilingue

A política clássica da OMS condena que países sejam estigmatizados por serem identificados como a origem de uma pandemia. Recrimina, assim, denominações como cólera asiática, vírus chinês, gripe mexicana, gripe espanhola… Há duas boas razões para isso. A primeira é que os vírus não são de ninguém, pois “é difícil determinar onde começa uma pandemia e possivelmente onde acaba”. Em segundo lugar, apontar um povo como o causador da desgraça não contribui para sua erradicação, porque “se alguém se sente marcado ou perseguido se esconderá, certo? E isso impede um melhor controle e um freio na transmissão da doença”.
Mas os direitos humanos não costumam estar em primeiro lugar na pauta, e poucos resistiram a utilizar as pandemias em benefício próprio. O México, por exemplo, tem uma triste historia de discriminação com a população chinesa em seu território, que não só contribuiu para a construção de ferrovias e outras obras públicas como também se integrou plenamente e se transformou em uma comunidade próspera dentro do país. Eis aí o pecado. “Sempre foram acusados de transmitir doenças. Inclusive a cor da sua pele acabou sendo associada à febre amarela, quando [o nome da doença] só tinha a ver com a icterícia que causa”. Também se atribuía a eles a peste que o México sofreu em 1092/1903, quando esse grupo étnico se mostrou imune.
Também o nome atribuído à mortífera gripe espanhola escondia certos interesses. “Tratava-se de evitar que o pânico se espalhasse entre as tropas [na Primeira Guerra Mundial], assim era muito mais simples circunscrevê-la à Espanha, ausente na luta”. Sempre houve bodes expiatórios ―os gays no caso do HIV, ou as prostitutas em tempos de sífilis. O H1N1 que circulou pelo México em 2009 foi fatal para o comércio da carne suína no país, que precisou de exibições públicas dos políticos comendo tacos para esconjurar os temores.

Manipular o medo

Esta pandemia que o mundo atravessa atualmente viaja de avião, o que se reflete num primeiro contágio entre pessoas ricas e uma segunda fase de contágio local que cedo ou tarde afetará em maior medida os mais pobres, como todas. “Nem sempre as pandemias têm sua origem nas classes superiores para passar depois às mais desfavorecidas. Houve um tempo em que chegavam de ferrovia ou de navio com o deslocamento da classe operária, os migrantes”. Por suas condições de vida e profissionais, os pobres sempre acabam sofrendo mais contágios e ficam em pior situação quanto à cura. E isso os torna bodes expiatórios como os que vimos anteriormente, porque a origem e a propagação da epidemia acabam sendo atribuídas a ele. Isto também se deve a interesses. Ana María Carrillo cita o exemplo do México. “No final do século XIX ocorreu a chamada peste cinza, transmitida por um piolho, e, embora houvesse infectados de todas as classes, manipulou-se o medo contra os pobres, que certamente foram mais afetados. Conseguiu-se expulsá-los do centro de várias cidades e se estabeleceram colônias [bairros] de ricos, como as hoje famosas e acomodadas colônias Condesa e Roma, na Cidade do México, enquanto as classes baixas foram deslocadas para a periferia.”
As pandemias são muito eficazes também para direcionar ou controlar o comércio. A professora Carrillo vê com receio a “insistência atual em criminalizar os chineses”, que circulou não só nas redes sociais com humor mais ou menos ácido, mas também pela boca de líderes políticos como Donald Trump, em cujos discursos não deixava de citar o “vírus chinês”. A insistência com a China, opina a professora, teria neste caso a ver “com a expansão do comércio nesse país, muito poderoso nos últimos anos. Não me atrevo a apontar a origem da pandemia, mas vejo pressões comerciais na denominação que lhe foi dada. Historicamente, as pandemias foram usadas para frear comércios florescentes. Os Estados Unidos já tinham feito isso com a febre amarela, por exemplo”.
Trabalhadores de saúde chineses da província de Shandong participam de uma cerimônia antes de deixar Wuhan.
Trabalhadores de saúde chineses da província de Shandong participam de uma cerimônia antes de deixar Wuhan.ROMAN PILIPEY / EFE

Ensinamentos para o futuro

Dizia-se no princípio deste artigo que as epidemias surgem quando uma sociedade está passando por um mau momento ―fome, guerras, fragilidade ou tudo junto. Mas o que está acontecendo agora para que a Covid-19 esteja ceifando uma população aparentemente sã e em perfeito desenvolvimento? A professora Carrillo se soma aos que opinam que “o neoliberalismo político” teve muito a ver com a transmissão e expansão do vírus.
“Por um lado, as sociedades estão mais empobrecidas devido às crises econômicas recentes, e isso é um caldo de cultivo para os contágios, como dizíamos. Em segundo lugar, os sistemas sanitários públicos sofreram com estas políticas durante muito tempo, foram privatizados, tiveram recursos cortados.” São fatores que não deixam de ser recordados nos países europeus e que alimentam a disputa política nas últimas semanas. Além disso, leva-se em conta que haverá os mesmos contágios em quase todos os países, e o que estes fazem então é tratar de que seus hospitais, tão carentes de recursos, não fiquem sobrecarregados.
Carrillo Farga cita em terceiro lugar as comorbidades que se destacam como um fator de risco acrescentado na letalidade do vírus. Todas essas doenças que agravam o risco de morrer de Covid-19 estão relacionadas com um mundo onde as classes pobres, sobretudo, foram perdendo a dieta tradicional para se integrar ao mercado das calorias vazias, dos refrigerantes borbulhantes no café da manhã, almoço e jantar. Obesidade, diabetes e hipertensão serão a gota d’água para muitos destes doentes que sucumbiram a necessidades geradas antes que o produto lhes fosse oferecido. “Acho que esta pandemia resultará em uma melhora dos sistemas sanitários públicos. O ensinamento que deixará será que é preciso reforçar os Estados nos recursos e serviços para a saúde pública”.
Fonte: https://brasil.elpais.com/sociedade/2020-04-09/pandemias-do-passado-velhas-quarentenas-e-novos-ensinamentos.html



Restituição do IRPF 2020 faz primeiro pagamento no próximo mês; confira calendário

Os contribuintes que estão enquadrados no perfil de declaração do Imposto de Renda para Pessoa Física, o IRPF 2020, devem ficar atentos. O calendário para este ano para o pagamento da restituição foi divulgado e os recebimentos devem chegar mais cedo.
Para esta edição, está programado para dia 29 de maio a entrega do primeiro lote, já o último é marcado para o dia 30 de setembro. As consultas serão liberadas logo depois que a janela de entrega das declarações for fechada; confira:

Calendário restituição IRPF 2020
  • 1° lote: 29 de maio
  • 2° lote: 30 de junho
  • 3° lote: 31 de julho
  • 4° lote: 31 de agosto
  • 5° lote: 30 de setembro
Mesmo assim, não se sabe qual é o lote no qual cada pessoa estará enquadrada. A Receita Federal destaca que há critérios pré-definidos, mas o repasse será realizado e informado com antecedência.
O recebimento será dado de forma prioritária para alguns grupos detalhados pela Receita Federal.Constituídos pelos seguintes perfis:
  • Idosos acima de 80 anoS;
  • Pessoas entre 60 e 79 anos;
  • Contribuinte com alguma deficiência física, mental ou doença grave;
  • Contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério
Para saber se teve a restituição liberada, o contribuinte deverá acessar a página da Receita Federal na internet. Através do serviço e-CAC é possível ver o extrato da declaração e consultar se há inconsistências de dados identificadas pelo processamento. Ainda é possível ligar para o Receitafone, no número 146.
Os valores de restituição ficam disponíveis para saque em até um ano. Caso não haja o recebimento dentro deste prazo, o contribuinte deverá fazer requerimento por meio da Internet, mediante o Formulário Eletrônico – Pedido de Pagamento de Restituição, ou diretamente no e-CAC, no serviço Extrato do Processamento da DIRPF.
Imposto de Renda 2020
Com mais um ano de declaração de Imposto de Renda para Pessoa Física, os contribuintes devem ficar atentos a alguns pontos. O mais importante é saber se você faz parte do perfil de contribuintes que irá declarar os ganhos do último ano.
De acordo com a Receita Federal, estes são os perfis que devem realizar o procedimento:
  • Brasileiros que tiveram rendimento tributável com valor igual ou acima de R$ 28.559,70;
  • Rendimentos tributáveis e não tributáveis vindo direto da fonte com valor igual ou acima de 40.000,00;
  • Brasileiros que chegaram a ter renda com valor igual ou acima R$ 142.798,50;
  • Quem passou a ter posse de bens cujo o seu valor seja igual ou maior a R$ 300.000,00;
  • Teve algum ganho de capital sobre alienação de bens e direitos;
  • Cidadãos que chegaram a fazer ações na bolsa de valores, mercados futuros ou atividades correlacionadas;
  • Cidadãos residentes em áreas rurais que tenham interesse em fazer alguma compensação de prejuízos ou perdas relacionadas ao ano anterior.
Este público, por sua vez, deve ficar atento e baixar o programa que realiza a declaração no seu computador. Nele serão imputadas as documentações referentes aos ganhos e investimentos no último ano.
Ainda há isentos de realizar o pagamento. Este público são pessoas com renda relativas a aposentadoria, pensão ou reserva/reforma (militares) e portadores de doenças específicas. Para ter conhecimento sobre cada uma delas, acesse o site da Receita Federal.
Fonte: https://fdr.com.br/2020/04/10/restituicao-do-irpf-2020-faz-primeiro-pagamento-no-proximo-mes-confira-calendario/

Coronavírus: Receita Federal vai regularizar CPF suspenso por "coronavoucher"

Você não consegue se cadastrar no auxílio emergencial de R$ 600 – o qual ficou conhecido como “coronavoucher” – devido a irregularidades do seu CPF? Nesta quinta-feira (9), a Receita Federal anunciou que irá regularizar a situação dos documentos suspensos por pendências eleitorais.
O registro fica irregular caso haja pendências na entrega de declarações de Imposto de Renda ou com a Justiça Eleitoral. Além disso, se o órgão identificar alguma espécie de fraude ou dados incorretos.
A Receita explica que a regularização excepcional será feita devido à suspensão das atividades dos cartórios eleitorais, durante este período de quarentena devido à pandemia de coronavírus.
Se você não sabe a situação do seu CPF, a orientação da entidade é que o requerente tente fazer o cadastro no site do auxílio emergencial para ver se gera algum tipo de irregularidade. O indivíduo também pode consultar por meio do site da Receita Federal (neste link).
Como solicitar a regularização?
 
Caso haja pendência no seu documento, você poderá solicitar – de graça – a regularização pela internet. São duas opções pricipais: pelo formulário eletrônico (aqui) ou por meio do chat da Receta (link).
O atendimento ainda pode ser feito por e-mail, basta mandar os documentos exigidos pelo site da Receita. O órgão público também indica que o contato deverá respeitar a região de onde você mora. Para cada localização, há um contato distinto. Confira:
  • 1ª Região Fiscal (DF, GO, MT, MS e TO): atendimentorfb.01@rfb.gov.br
  • 2ª Região Fiscal (AC, AM, AP, PA, RO e RR): atendimentorfb.02@rfb.gov.br
  • 3ª Região Fiscal (CE, MA e PI): atendimentorfb.03@rfb.gov.br
  • 4ª Região Fiscal (AL, PB, PE e RN): atendimentorfb.04@rfb.gov.br
  • 5ª Região Fiscal (BA e SE): atendimentorfb.05@rfb.gov.br
  • 6ª Região Fiscal (MG): atendimentorfb.06@rfb.gov.br
  • 7ª Região Fiscal (ES e RJ): atendimentorfb.07@rfb.gov.br
  • 8ª Região Fiscal (SP): atendimentorfb.08@rfb.gov.br
  • 9ª Região Fiscal (PR e SC): atendimentorfb.09@rfb.gov.br
  • 10ª Região Fiscal (RS): atendimentorfb.10@rfb.gov.br
Você teve problemas para solicitar o “coronavoucher” devido a irregularidades no seu CPF? Diga para a gente no espaço abaixo.
Fonte: https://www.tudocelular.com/android/noticias/n154991/receita-regulariza-cpf-suspenso-coronavoucher.html

sexta-feira, 10 de abril de 2020

MS repassa R$ 190.196,35 a Inhambupe para combater o Covid-19; Veja outros municípios

Os cofres públicos do estado e dos municípios baianos receberão um reforço para o combate ao coronavírus. Em edição extra do Diário Oficial da União, publicado na noite da última quinta-feira (9), o Ministério da Saúde publicou uma portaria que libera mais de R$ 100 milhões para a Bahia. Em âmbito nacional, o valor chega a R$ 4 bilhões.

O governo do estado contará com um reforço de R$ 114 milhões. Uma lista com os valores de todos os municípios foi disponibilizada pelo Ministério da Saúde.

Conforme a portaria, o dinheiro deverá ser utilizado para aquisição de materiais e insumos, abertura de leitos, além do custeio de profissionais de saúde, de acordo com a necessidade local.


RL News selecionou os valores do município de Itapicuru e os que integram a microrregião de Alagoinhas. 

Segundo o Ministério da Saúde, estes são os valores por município: Alagoinhas R$ 
1.242.870,59, Aporá R$ 46.721,54, Acajutiba R$ 210.960,40, Aramari R$  38.230,82, Itapicuru R$    167.695,56Inhambupe R$ 190.196,35, Araças R$  162.366,75, Crisópolis R$   112.496,96, Rio Real R$  318.826,65 e Sátiro Dias R$  95.359,22.

Na oportunidade, veja outros municípios da região:  Olindina R$ 276.423,91, Nova Soure R$  360.022,95 e Água Fria 232.335,42.

No incio do mês, Inhambupe já havia sido contemplado com outros repasses para combater o COVID-19, totalizando R$ 268.696,35.

Fonte: http://www.ronaldoleitenews.com.br/2020/04/ms-repassa-r-19019635-inhambupe-para.html

APP do governo da Bahia permite conferir preços em tempo real

Um novo aplicativo lançado pelo governo da Bahia permitirá ao consumidor baiano realizar cotações em segundos e sem sair de casa.  Denominado Preço da Hora Bahia, o app traz informações em tempo real extraídas das notas fiscais eletrônicas, bastando fazer a leitura do código de barras impresso na embalagem, usando o celular, ou digitar o nome do produto desejado. É possível comparar, por exemplo, os preços de itens hoje difíceis de encontrar, como álcool em gel, máscaras e luvas, em meio a seis milhões de produtos comercializados diariamente em toda a Bahia. 
 O Preço da Hora Bahia abrange todos os produtos vendidos no varejo, com destaque especial para combustíveis e medicamentos. Solicitada a pesquisa, o aplicativo irá apresentar os preços de venda do produto nas últimas horas, na região em que está o consumidor, utilizando a localização do seu celular. Estas informações têm como fonte exclusiva as notas fiscais armazenadas na SefazBa.
 As informações são fornecidas pelas cerca de 180 mil empresas presentes nos 417 municípios da Bahia, ao emitirem a Nota Fiscal do Consumidor Eletrônica (NFC-e) ou a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e). Diariamente, são mais de 3,2 milhões de notas fiscais processadas pela Sefaz-Ba, com picos superiores a 4,4 milhões. Só em Salvador são emitidas mais de 1,2 milhão notas fiscais eletrônicas todos os dias. O Interior, por outro lado, responde por 68% do total de produtos comercializados no varejo.
 Para utilizar o Preço da Hora Bahia bastará ao consumidor baixar o app e, ao abri-lo, informar o produto a ser pesquisado. O aplicativo irá utilizar a geolocalização do aparelho para encontrar os menores preços em um raio de até 30 quilômetros, que pode ser ajustado a parâmetros informados pelo usuário. Ao receber a relação de preços e locais onde eles estão sendo praticados, o consumidor terá na tela informações sobre quando foi realizada a última venda, telefone e rota para chegar ao estabelecimento. É possível, ainda, acessar um gráfico com o histórico de preços do produto. 
 O Preço da Hora Bahia baseia-se em uma solução desenvolvida pelo governo da Paraíba em parceria com o Tribunal de Contas do Estado  (TCE-Pb), cedida para a Bahia como parte da política de intercâmbio de boas práticas entre os estados no âmbito do  Consórcio Nordeste, presidido pelo governador Rui Costa. Disponível para celulares Android e iOS, a ferramenta permite ao usuário fazer suas próprias listas de compras e obter as melhores cotações para elas, possibilitando assim definir produtos favoritos para facilitar a pesquisa. Além do App, a solução inclui também uma página web, que amplia as possibilidades de navegação a partir do computador.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/246778-app-do-governo-da-bahia-permite-conferir-precos-em-tempo-real.html

Número de mortes por Covid-19 no Brasil passa de mil e casos confirmados são 19.638



O novo coronavírus já matou 1.057 pessoas no Brasil. O número foi divulgado pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira (10). Os dados apontam que o total de casos confirmados da doença chegou a 19.638 no país. 

Até esta quinta-feira (9), os casos confirmados eram 17.857 e os óbitos 941.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/saude/noticia/23977-numero-de-mortes-por-covid-19-no-brasil-passa-de-mil-e-casos-confirmados-sao-19638.html

Tráfego aéreo no Brasil tem queda de mais de 90% entre março e abril



O Brasil teve uma queda de mais de 90% do seu tráfego aéreo com a pandemia do coronavírus. Entre os meses de março e abril, o número de voos domésticos semanais no país saiu de 14.781 para 1.241.

De acordo com Eduardo Sanovicz, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), parte dos voos mantidos servem para manter o tráfego de transporte de cargas, levados nos porões dos aviões comerciais. 

Com a redução brusca no número de viagens, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), entrou em acordo com três companhias áreas para manter a circulação entre 46 localidades do Brasil. 

De acordo com o portal G1, através de informações do FlightRadar24, o número de voos em circulação no mundo teve uma redução de 64,86%. Já na América do Sul o fluxo atingiu cerca de menos 80%, em comparação entre os dias 7 de março e 7 de abril. “Frotas inteiras estão estacionadas. Nunca passamos por isso", declarou Ian Petchenik, o diretor de comunicação do FlightRadar24.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/246764-trafego-aereo-no-brasil-tem-queda-de-mais-de-90-entre-marco-e-abril.html

Casos de coronavírus aceleram em três capitais, e governo envia respiradores



Em meio ao avanço de casos do novo coronavírus, o Ministério da Saúde começou a distribuir nesta sexta-feira (10) um conjunto de 60 respiradores para atendimento de pacientes com quadro grave da doença em três capitais: Fortaleza, Manaus e Macapá.

Os equipamentos devem ser distribuídos pela Força Aérea Brasileira. Em nota, a pasta diz que a distribuição leva em conta a situação de "espiral" da epidemia, ou seja, um cenário de aumento acelerado de casos.

Isso significa que, nestas cidades, há "mais doentes indo aos hospitais ao mesmo tempo e ocupando toda a capacidade de assistência do sistema de saúde".

Atualmente, as regiões de saúde de Fortaleza, Manaus e Macapá estão entre as cinco do país com maior incidência de casos de Covid-19.

Um primeiro avião, com uma carga de 30 respiradores, estava previsto para sair às 15h do aeroporto de Guarulhos para Fortaleza, região cujo coeficiente de incidência do novo coronavírus já atinge 43,9 casos a cada 100 mil habitantes. O volume da carga dos equipamentos é de 1,5 tonelada.

A previsão é que o material chegue ao Ceará às 20h50 desta sexta. O equipamento deve ser distribuído ao hospital Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, referência para atendimento de casos da doença.

Outros 30 respiradores -20 para Manaus e 10 para Macapá- devem ser enviados em outro voo, cuja decolagem é prevista para a manhã de sábado (11).

Em Manaus, os equipamentos devem ser destinados ao Hospital Delphina Abdel Aziz, que entrou em colapso na madrugada desta sexta, segundo funcionários de plantão ouvidos pela Folha de S.Paulo.

Segundo o ministério, a rápida ocupação de leitos na capital do Amazonas tem sido verificada desde a última semana. Atualmente, o estado tem 899 casos confirmados do novo coronavírus, com 40 mortes.

Quando observado o coeficiente de incidência, que engloba o total de casos pela população, a região de saúde de Manaus está em terceiro lugar, com 28 casos a cada 100 mil habitantes.

Já os respiradores destinados a Macapá irão para a Maternidade Dra. Euclélia Américo, que fica na zona norte da cidade. Lá, o índice é 16,8 casos a cada 100 mil habitantes.

Para o ministério, o sistema de saúde do local "já começa a chegar a um nível de alerta".

Antes de iniciar a distribuição, os equipamentos estavam no aeroporto de Guarulhos, sob controle da Receita Federal. Desde o início de março, o governo determinou que cargas de empresas e destinadas a exportações seriam retidas.

Ainda segundo o ministério, esta é a segunda carga de respiradores enviadas a Manaus em menos de uma semana. No último domingo, uma carga de 10 destes equipamentos foi enviada a pedido da secretaria de Saúde.

Inicialmente, o plano de contingência havia reservado 69 leitos de UTI na rede pública para atendimento de casos do novo coronavírus. Em nota, o ministério diz que as cidades precisam ampliar "com urgência" o número de leitos de UTI para tratamento de doentes.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/74947-casos-de-coronavirus-aceleram-em-tres-capitais-e-governo-envia-respiradores.html

Mais da metade dos mortos por Covid-19 no Brasil se autodeclaravam brancos

Informações do Ministério da Saúde divulgadas nesta sexta-feira (10) contataram que 64,5% dos pacientes mortes em decorrência do novo coronavírus eram brancas, de acordo com o critério de autodeclaração utilizado no Brasil. A mesma estatística indica que 8,5% das vítimas eram pardas; 4,3%, pretas; 2,5%, amarelas e 1,2%, indígenas.

De acordo com o portal Metrópoles, a discriminação da cor das vítimas da Covid-19 foi uma demanda de movimentos sociais. Na  quinta-feira (9), um grupo de 150 entidades representando o movimento negro e as periferias enviou, em carta ao ministro da Saúde e às secretarias de saúde estaduais, um pedido pela divulgação das informações.

Há uma preocupação quanto à letalidade do vírus para a população negra, que vem se apresentando como a maior vítima do coronavírus nos Estados Unidos.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/246780-mais-da-metade-dos-mortos-por-covid-19-no-brasil-se-autodeclaravam-brancos.html

Brasil é país que menos testa entre mais afetados pela Covid-19



Na 14ª posição mundial em relação ao número de casos confirmados do novo coronavírus, o Brasil é o país que menos realiza testes entre as nações mais atingidas pelo vírus. O protocolo adotado em maior parte do Brasil é de testar apenas casos graves, mortos e profissionais de saúde. Nesta semana o Ministério da Saúde reconheceu que há subnotificação.

Reportagem do jornal O Globo destaca o déficit de testes no Brasil e faz comparações com outros países. Enquanto aqui são feitos 296 testes por milhão de habitantes, o Irã, o segundo que menos testa entre os mais afetados, faz 2.755 por milhão. Os EUA, 7.101 por milhão. A Alemanha, um dos países com menor taxa de mortalidade, testou 1.317.887 pessoas — 15.730 por milhão.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/saude/noticia/23975-brasil-e-pais-que-menos-testa-entre-mais-afetados-pela-covid-19.html

Bahia fecha Sexta-feira Santa com 616 casos confirmados do novo coronavírus



A Bahia fechou o feriado de Sexta-feira Santa (10) com registro de 616 casos confirmados do novo coronavírus. O número, de acordo com a Secretaria da Saúde representa 6,58% do total de casos notificados. 

Até o momento, 3.404 casos foram descartados e houve 19 óbitos, sendo 11 do município de Salvador e oito nos municípios de Lauro de Freitas (1), Itapetinga (1), Utinga (1) e Adustina (1), Araci (1), Itagibá (1), Uruçuca (1) e Ilhéus (1).

Este número contabiliza todos os registros de janeiro até as 17 horas desta sexta. 

O estado soma 146 pessoas recuperadas e 25 encontram-se internadas, sendo 11 em UTI. 

Os casos confirmados estão distribuídos em 67 municípios do estado, com maior proporção em Salvador (55,36%). 


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/saude/noticia/23978-bahia-fecha-sexta-feira-santa-com-616-casos-confirmados-do-novo-coronavirus.html

Termômetro da economia, consumo de energia caiu quase 15% nas últimas semanas



O consumo de energia elétrica caiu quase 15% no país nas últimas semanas, após a implantação de medidas de isolamento social contra o coronavírus. O cálculo é interpretado por analistas como um indicador preliminar da desaceleração da economia brasileira na crise.

Números do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) mostram que a carga de energia no país caiu 14,5% nas semanas em que governos estaduais e prefeituras editaram ou ampliaram decretos que limitavam o funcionamento de atividades comerciais e a circulação de pessoas.

Os dados englobam todo o sistema elétrico, o que indica que a desaceleração refletida na redução do consumo de energia do comércio e da indústria pode ser ainda maior -uma vez que as medidas de isolamento tendem a aumentar o uso de eletricidade nas residências.

Considerados apenas dias úteis, a carga do sistema elétrico nas semanas iniciadas em 23 e 30 de março foi de 61.857 MWmed. Nas duas semanas anteriores, quando ainda não havia medidas severas de isolamento, o consumo havia sido calculado em 72.377 MWmed.

Entre esses dois períodos, as restrições à atividade econômica se aprofundaram em estados populosos, que concentram parte da produção industrial e da movimentação do comércio.

As medidas seguem orientações de autoridades sanitárias e, embora sofram oposição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) devido a seu impacto sobre a economia, passaram a ser defendidas inclusive pelo Ministério da Saúde.

No Rio, o governador Wilzon Witzel (PSC) editou no dia 17 de março um decreto que suspendeu o funcionamento de shoppings, teatros e cinemas, além de impor uma redução da frota de ônibus em circulação -o que ocasionou uma limitação do transporte de funcionários de diversos setores.

No dia 24, o estado de São Paulo entrou em um período de isolamento. O governador João Doria (PSDB) determinou o fechamento do comércio e a manutenção do funcionamento de serviços considerados essenciais, como farmácias e supermercados.

Boa parte dos governos locais adotaram restrições semelhantes e ainda ampliaram a validade desses decretos ao longo dos últimos dias.

Os dados tabulados pelo ONS nesta semana indicam um ritmo de desaceleração ainda maior no consumo de energia. Na última terça (10), a carga do sistema elétrico foi de 60.702 MWmed, uma redução de 16,5% em comparação com as duas primeiras terças-feiras de março.

Medidas diariamente, as informações sobre consumo de energia são consideradas um termômetro do ritmo da economia durante a crise, uma vez que os indicadores mais robustos sobre a queda na atividade demoram para ser computados.

Fabio Silveira, sócio-diretor da consultoria MacroSector, estima que os próximos meses serão marcados por desacelerações severas na economia.

"Como outros indicadores, o consumo de energia é um antecedente do nível de atividade econômica. Vamos passar por um período, de março a maio, de quedas bastante fortes, na faixa de 20%, 30% ou até 40%", diz.

Analistas e instituições financeiras fizeram revisões drásticas de suas projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2020. O Itaú calcula que a atividade no país já encolheu 2,1% no primeiro trimestre e prevê uma retração ainda mais aguda, de 6,5%, no segundo trimestre. O banco estima que o país deve encerrar o ano com um recuo de 2,5%.

Já o BNP Paribas prevê uma queda de 4% do PIB em 2020, e o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) calcula a retração em 3,4%.

Especialistas apontam que a queda brusca de quase 15% no consumo de energia reflete o efeito imediato das medidas de isolamento sobre a atividade econômica.

O pesquisador Nivalde de Castro, professor do Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico, aponta que essa desaceleração ocorre "em degraus, e não como uma rampa".

"Grandes empresas pararam no tapa. Essa queda abrupta indica isso. Reconhecendo a importância dos protocolos da Organização Mundial de Saúde, elas pararam suas atividades", afirma.

Novas ondas de interrupção de atividades e redução de consumo de energia podem ser observadas nas próximas semanas, segundo Castro. Ele cita como exemplos as siderúrgicas, que ainda atendiam a demandas anteriores, mas começam a desligar seus altos-fornos.

"As coisas não param ao mesmo tempo, e algumas nem poderão parar, como o setor de alimentos. Mas outras atividades ainda vão parar. Isso ainda terá um efeito recessivo sobre a demanda de energia", diz o pesquisador.

Os números que apontam para uma desaceleração de 15% no consumo de eletricidade oferecem uma estimativa conservadora sobre o recuo da atividade econômica. O uso de energia nas residências, que representa um terço da operação no sistema, tende a aumentar com as medidas de isolamento -o que sugere que a redução no comércio e na indústria seria ainda maior.

Os dados de março sobre o consumo de eletricidade em cada setor só devem ser divulgados no fim de abril, em relatório da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), do governo federal.

O esfriamento da produção, em meio à incerteza sobre a duração da pandemia e das medidas de isolamento, amplia as dúvidas dos analistas sobre o momento da retomada da economia.

"A paralisação vem do lado real da produção, não do lado financeiro, como na crise de 2008 e 2009. Não temos certeza se, em junho, julho ou agosto haverá um sentido de recuperação firme. O mundo está viajando no escuro. Você continua voando sem saber se há uma montanha pela frente", compara o consultor Fabio Silveira.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/74922-termometro-da-economia-consumo-de-energia-caiu-quase-15-nas-ultimas-semanas.html