segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Por que a América Latina é a 'região mais desigual do planeta'

A América Latina é tão desigual que uma mulher em um bairro pobre de Santiago, capital do Chile, nasce com uma expectativa de vida 18 anos menor que outra de uma área rica da mesma cidade, segundo um estudo.
Em São Paulo, essa lógica também ocorre. Quem mora em Paraisópolis, uma das maiores favelas da cidade, vive em média 10 anos menos do que os moradores do Morumbi, bairro rico ao lado da comunidade, de acordo com o Mapa da Desigualdade, da ONG Rede Nossa São Paulo, que compila dados públicos.
A grande disparidade latino-americana também envolve a cor da pele ou a etnia: em comparação com os brancos, os negros e indígenas têm mais possibilidades de ser pobres e menos de concluírem a escola ou conseguirem um emprego formal.
A América Latina foi apontada como a região do mundo com a maior desigualdade de renda no relatório de desenvolvimento humano de 2019 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), lançado em dezembro.
Os 10% mais ricos da América Latina concentram uma parcela maior da renda do que qualquer outra região (37%), afirmou o relatório. E vice-versa: os 40% mais pobres recebem a menor fatia (13%).
Proteste no Chile sob um grafite que diz "Desigualdade".Alta desigualdade social gerou protestos recentes nos países da América Latina
Muitos têm apontado essa desigualdade como uma das explicações para a onda de protestos que varreu recentemente alguns países da América Latina, como Chile, Peru e Bolívia.
Apesar dos avanços econômicos e sociais nos primeiros anos deste século, a América Latina ainda é "a região mais desigual do planeta", alertou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) em várias ocasiões.
A questão, então, é por que esse cenário ainda continua.
A resposta, segundo historiadores, economistas e sociólogos, começa alguns séculos atrás.
"Pode-se dizer que o passado colonial criou as condições para a desigualdade", diz à Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia, à BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC.

Uma história antiga

Segundo Stiglitz, a exploração dos colonizadores semeou a desigualdade na América Latina, bem como a distribuição desigual de terras nas economias agrárias contribuiu para "a criação de algumas famílias muito ricas e muitas famílias muito pobres".
Em vários países da América Latina, assim como nos Estados Unidos, um grande elemento racial desempenhou um papel em pelo menos uma dimensão da desigualdade", diz o ex-economista-chefe do Banco Mundial e atual professor da Universidade de Columbia, em Nova York.
E isso parece longe de ser apenas uma questão do passado.



Na América Latina, a incidência de pobreza é ainda maior nas áreas rurais, e entre indígenas e negros, afirmou a Cepal em relatório de 2019 sobre o cenário social da região.
Mulheres indígenas na Guatemala.
Populações indígenas da América Latina são especialmente afetadas pela pobreza e pela desigualdade

De acordo com o documento, embora tenha havido uma leve redução recente, a taxa de pobreza dos indígenas em 2018 foi de 49%, o dobro do registrado para a população não indígena nem negra. E a taxa de extrema pobreza alcançou o triplo (18%).
No México, os indígenas representam aproximadamente 15% da população, e quase três quartos deles vivem na pobreza. Um estudo da organização Oxfam indicou, em agosto, que 43% dos indivíduos que falam um idioma nativo não concluíram o ensino fundamental, e apenas 10% têm trabalho formal ou é empregador.
Ciudad Bolívar, Bogotá.Nascer em um bairro rico ou pobre da América Latina pode mudar a expectativa de vida em vários anos

Círculo vicioso

Existem outros fatores por trás do abismo social na América Latina, que carrega a reputação de região "mais desigual" desde os anos 1980.
Hoje, a região também é uma das mais urbanizadas do mundo. As rápidas migrações da população rural para as cidades, porém, ocorreram no último meio século de maneira desordenada.
Em muitas áreas de expansão das cidades, o Estado não foi eficiente em promover serviços públicos como educação ou saúde.
Um estudo publicado pela revista The Lancet em dezembro descobriu grandes diferenças na expectativa de vida nas cidades da América Latina. E essas lacunas dependem, por exemplo, do bairro onde as pessoas moram: se ele for mais pobre, a tendência é de que seus moradores vivam menos do que os habitantes de regiões mais ricas.
Joseph Stiglitz
Joseph Stiglitz ressalta que 'um alto nível de desigualdade econômica cria sistemas políticos que ajudam a perpetuar essa economia'
Em Santiago, as mulheres mais pobres vivem quase 20 anos a menos que as mais ricas. Na Cidade do México, os homens de bairros mais pobres morrem 11 anos antes que os mais ricos.
Stiglitz, que escreveu vários livros sobre desigualdade, observa "um círculo vicioso" na região.
"Um alto nível de desigualdade econômica cria sistemas políticos que ajudam a perpetuar essa economia", explica. "Então esses sistemas não investem muito em educação, por exemplo."
Ele também afirma que economias baseadas em recursos naturais, como as da América Latina, tendem a ser caracterizadas pela desigualdade. "A riqueza do continente vem da renda associada aos recursos naturais", explica. "E, na sociedade, há uma briga por quem recebe a renda."
No entanto, outros países ricos em recursos naturais, como a Noruega ou a Austrália, escapam dos grandes problemas da desigualdade latino-americana.



A chave nesses casos, dizem os especialistas, é ter instituições que permitam um gerenciamento mais eficiente das receitas para impulsionar o desenvolvimento. E isso também é escasso na América Latina.
Manifestante no Chile
Milhões de pessoas protestaram no Chile nos últimos meses contra a desigualdade

Fim da festa

As evidências mostram que as classes médias latino-americanas pagam mais impostos do que recebem em serviços sociais como educação ou saúde. Em resposta, elas recorrem a provedores privados, o que tende a aumentar a desigualdade, segundo o relatório do PNUD sobre desenvolvimento humano.
"Uma resposta natural seria recolher mais recursos dos mais ricos. Mas esses grupos, embora sejam minoritários, costumam ser um obstáculo à expansão dos serviços universais, usando seu poder econômico e político por meio de mecanismos estruturais e instrumentais", diz o documento.
As políticas tributárias são uma fonte fundamental desses problemas.
Comparados a outros países em desenvolvimento, os sistemas tributários latino-americanos tendem a ter uma parcela maior de impostos indiretos (sobre consumo), que favorecem menos a igualdade do que os impostos diretos (sobre renda ou propriedade).



Assim, impostos e transferências diretas reduzem muito mais o coeficiente de desigualdade nas economias avançadas do que nas economias emergentes e em desenvolvimento, "incluindo países da América Latina com algumas das maiores desigualdades de renda do mundo", alertou no mesmo relatório David Coady, do departamento de assuntos tributários do Fundo Monetário Internacional (FMI).
HondurasHonduras é um dos países mais desiguais da América Latina

Apesar de tudo isso, cerca de 100 milhões de latino-americanos saíram da pobreza entre as décadas de 1990 e 2000, com base em programas sociais e políticas salariais em meio ao boom das commodities.
A desigualdade estrutural nesse período, no entanto, variou muito pouco.
E a disparidade de renda em países como Brasil, México, Colômbia ou Chile ofuscou os recentes avanços no índice de desenvolvimento humano da ONU, que inclui variáveis ​​como expectativa de vida ou qualidade da educação. No ano passado, a Venezuela, Nicarágua e Argentina tiveram recuos, mergulhando os países ainda mais em suas crises políticas e sociais.
Além disso, após o boom econômico, a taxa de pobreza na América Latina aumentou de 28%, em 2014, para 31% no ano passado, segundo dados da Cepal. Do total de pobres que a região "ganhou" nos últimos cinco anos, 26 milhões sofrem com a pobreza extrema, sendo o Brasil a principal fonte desse retrocesso.
Em meio a esse panorama, a inquietação social foi expressa recentemente através de votos contra os governo atuais em todo o subcontinente e, principalmente, com fortes protestos de rua em países como Chile, Colômbia ou Equador.



"Há um protesto generalizado contra aqueles que estão governando", diz Nora Lustig, profesdora de economia na Universidade de Tulane (EUA) e diretora do Instituto do Compromisso com a Igualdade. "Combina-se o fim da festa para todos com uma situação em que a distribuição de renda começa a piorar novamente."
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-51406474

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Ex-policial Adriano da Nóbrega esteve em Itabaiana e Lagarto

Nos últimos cinco meses, Adriano da Nóbrega, 43, ex-capitão do Bope do Rio de Janeiro, circulou por festas de vaquejada e praias da Bahia e de Sergipe, mesmo foragido da Justiça. A quem perguntasse quem ele era, apresentava-se: “Capitão Adriano”.
O miliciano ligado ao senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) foi morto no último domingo (9) em uma operação das polícias do Rio e da Bahia, em Esplanada (170 km de Salvador). Nos meses anteriores, participou de competições de vaquejada nos municípios de Lagarto e Itabaiana, em Sergipe, Serrinha e Inhambupe, na Bahia, mesmo diante de câmeras e de grandes públicos.
Andava muito bem e participava de vaquejadas na Bahia e em Sergipe.
Neste sábado, 15, a Folha de São Paulo informa:
Nos meses anteriores (à sua morte), participou de competições de vaquejada nos municípios de Lagarto e Itabaiana, em Sergipe, Serrinha e Inhambupe, na Bahia, mesmo diante de câmeras e de grandes público.

No último domingo, foi assassinado como “queima de arquivo”.

Fonte: http://93noticias.com.br/noticia/47279/ex-policial-adriano-da-nobrega-esteve-em-itabaiana-e-lagarto

Mega-Sena acumula de novo e prêmio é estimado em R$ 170 milhões



Sem sortudos em 2020! Mais um sorteio da Mega-Sena foi realizado na noite desse sábado (15) e, mais uma vez, ninguém acertou as seis dezenas sorteadas. Com isso, o prêmio estimado para o próximo concurso é de R$ 120 milhões.

O sorteio será realizado por volta das 20h de quarta-feira (19), no horário de Brasília.

Para participar, basta registrar uma aposta mínima, no valor de R$ 4,50, no portal Loterias Online ou em qualquer lotérica credenciada pela Caixa Econômica no país.

No sorteio de ontem, as dezenas sorteadas foram 04, 21, 27, 29, 42 e 47. A Quina foi acertada por 216 apostas, que levam prêmio de R$ 36.114,36 cada. Já a Quadra foi garantida por 13.800 apostas. Cada uma vai ganhar R$ 807,52.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/244116-mega-sena-acumula-de-novo-e-premio-e-estimado-em-r-170-milhoes.html

sábado, 15 de fevereiro de 2020

Acumulada há 13 concursos, Mega-Sena sorteia R$ 120 milhões neste sábado

Com prêmio acumulado há 13 concursos e valor estimado de R$ 120 milhões, a Mega-Sena terá um novo sorteio neste sábado (15). As seis dezenas do concurso 2234 serão sorteadas a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço Loterias Caixa, na cidade de São Paulo. O sorteio é aberto ao público.

As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) em qualquer casa lotérica credenciada pela Caixa em todo o país. A cartela, com seis dezenas marcadas, custa R$ 4,50.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/244096-acumulada-ha-13-concursos-mega-sena-sorteia-r-120-milhoes-neste-sabado.html

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

SSP-BA diz que revista Veja faz 'acusações infundadas' sobre morte de miliciano



A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) divulgou nota, nesta sexta-feira (14), em que reclama da reportagem da revista Veja sobre a morte do miliciano Adriano da Nóbrega. Em nota, o órgão afirma que as acusações são "infundadas". 

"Informa que as fotografias mostradas não são as imagens oficiais da perícia. Dessa forma, os peritos não podem afirmar se foram de alguma forma manipuladas ou não e, portanto, não podem se manifestar sobre as mesmas. Sobre a lesão arredondada na face anterior do corpo de Adriano, trata-se de equimose, não uma queimadura. É uma lesão contundente, obviamente feita com algo arredondado, que pode ter sido ativamente ou passivamente comprimido contra o corpo", diz a SSP-BA, em nota.

Segundo a revista, as imagens obtidas mostram o miliciano foi morto a curta distância, o que fortalece a tese de "queima de arquivo".

"As lesões de disparo de arma de fogo não foram feitas com proximidade. Essa afirmação só pode ser feita quando há, pelo menos, a zona de tatuagem de pólvora incombusta intradérmica, o que não ocorreu. É impossível afirmar distância dos disparos, sem a reprodução destes, promovida com a mesma arma e munição similar, contra um anteparo [alvo]. Por fim, acrescenta que o corte na cabeça foi por ação corto-contundente, também comum em casos de troca de tiros, onde quedas são frequentes", rebateu a SSP-BA. 

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/244066-ssp-ba-diz-que-revista-vejafaz-acusacoes-infundadas-sobre-morte-de-miliciano.html

São Sebastião do Passé: Cerca de 60 crianças passam mal após lanche em escola

Em torno de 60 crianças foram levadas para o Hospital Municipal de São Sebastião do Passé, no Recôncavo, nesta quinta-feira (13). A suspeita é que o problema ocorreu após elas consumirem um lanche na Escola Municipal João Paim, onde estudam. À Record Bahia, o prefeito Breno Konrad disse nesta sexta-feira que algumas das crianças foram encaminhadas para o Hospital do Subúrbio, em Salvador, e ao Hospital da Criança, em Feira de Santana.

Após consumirem o lanche, as crianças apresentaram sintomas como dor, febre, diarreia e vômitos. Não há mais detalhes sobre o estado de saúde das crianças. Ainda segundo o prefeito, uma comissão vai ser montada para investigar o que ocorreu e ocasionou o problema nas crianças. As aulas na Escola João Paim foram suspensas nesta sexta.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/municipios/noticia/19527-sao-sebastiao-do-passe-cerca-de-60-criancas-passam-mal-apos-lanche-em-escola.html

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

4º dia da Jornada Pedagógica em Inhambupe Bahia (13-02-2020)







































































































E nesse 4º dia da Jornada Pedagógica teve a palestra de Janecy Araújo dos Santos e o tema foi "Inteligência emocional no ambiente de trabalho".
E no final teve a participação de Rafael Nascimento que falou sobre o carnaval, e que a Escola Grande Rio irá homenagear o inhambupense Joãozinho da Goméia, também teve a professora Janete da APLB falando sobre as negociações do reajuste salarial e mudança de nível com a gestão.
Confira os vídeos de hoje: