Notas por competência e cópia do texto podem ser vistas pela internet.
Consulta é individual e exige CPF ou número de inscrição e a senha.
Os candidatos que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em
2012 já podem acessar o espelho da correção de sua redação. Os
documentos foram divulgados pelo Ministério da Educação nesta
quarta-feira (6) no site de resultados do exame.
O acesso, porém, é só para consulta individual. É preciso inserir o CPF
ou número de inscrição e a senha cadastrada para visualizar os dados.
(Correção: mais cedo, às 6h04, o G1 errou ao noticiar que a redação do Enem já estava liberada. Na verdade ela só foi liberada por volta das 11h30.)
De acordo com a assessoria de imprensa do Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), cada candidato poderá
ver a versão digitalizada de seu texto e a nota de cada uma das cinco
competências avaliadas na prova, acompanhada de um parágrafo que explica
o significado da competência.
Além disso, os estudantes poderão ver um gráfico comparativo entre o
seu desempenho individual e o desempenho médio de todos os candidatos do
Brasil.
Segundo o MEC, o acesso ao espelho da correção da redação serve apenas para fins pedagógicos. Conforme as regras do edital do Enem
2012, não existe possibilidade de recurso administrativo para os
candidatos que discordam de sua nota. Para tentar solicitar uma nova
correção, o estudante deve entrar na Justiça.
A divulgação do espelho da correção faz parte do Termo de Ajustamento
de Conduta (TAC) assinado pela Subprocuradoria Geral da República, pela
União e pelo Inep em 2012, no qual o MEC se comprometeu a divulgar a
"vista pedagógica" da redação a todos os candidatos.
A nota final corresponde à média aritmética simples das notas
atribuídas pelos dois corretores. Caso haja discrepância de 200 pontos
ou mais na nota final atribuída pelos corretores (em uma escala de 0 a
1.000), ou de 80 pontos ou mais em pelo menos uma das competências, a
redação passa por um terceiro corretor, em um mecanismo que o Inep chama
de "recurso de oficio".
Se a discrepância persistir, uma banca certificadora composta por três
avaliadores examinará a prova. Os candidatos poderão solicitar vistas da
correção, porém não poderão pedir a revisão da nota.
Dados divulgados pelo MEC em janeiro mostram que 4.113.558 redações
foram corrigidas no exame deste ano, e 826.798 entraram no sistema de
terceira correção.
Ainda de acordo com o MEC, 1,82% das redações foi entregue em branco e
1,76% teve nota zero, o que acontece caso o estudante quebre uma das
regras da prova (como escrever com caneta preta, com um número mínimo de
linhas ou copiar os textos usados como base). Das mais de 826 mil
redações com discrepância, 100.087 redações, após a terceira correção,
foram encaminhadas ainda para uma banca examinadora, caso previsto para
as provas que mantêm uma discrepância mesmo após a terceira correção.
A redação do Enem teve como tema "Movimento imigratório para o Brasil no século 21". A realização da prova de redação deveria cumprir as exigências de cinco competências determinadas no edital do MEC:
1ª competência: Demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita.
2ª competência: Compreender a proposta de redação e
aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o
tema dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
3ª competência: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
4ª competência: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários à construção da argumentação.
5ª competência: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
Reclamações
A nota final do Enem foi divulgada pelo MEC em 28 de dezembro do ano
passado. A prova de redação foi novamente alvo de críticas por parte de
estudantes. Indignados com a nota, eles iniciaram, no mesmo dia, um
movimento para acionar a Justiça e conseguir uma nova correção.
Centenas de candidatos conseguiram liminares judiciais para obter a
vista antecipada da correção. Segundo informações confirmadas pelo
Ministério da Educação, pelo menos duas pessoas chegaram a ver a prova, mas, nos demais casos, a Justiça aceitou o recurso da Advocacia-Geral da União (AGU) e suspendeu as liminares.
No dia 3 de janeiro, o Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE)
ajuízou uma ação civil pública, em caráter de urgência, para que a
Justiça determinasse ao Inep a divulgação imediata das provas de
redação, e não somente nesta quarta. Porém, no dia seguinte, o
presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), Paulo
Roberto de Oliveira e Lima, acatou o recurso da AGU e indeferiu o pedido.
Fonte: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/02/candidato-ja-pode-conferir-correcao-da-redacao-do-enem-2012.html