Terceiro teste nuclear foi realizado com sucesso nesta terça, diz Pyongyang.
País afirmou que 'não vai se curvar' a resoluções da ONU e criticou EUA.
A Coreia do Norte afirmou nesta terça-feira (12) que o teste nuclear
desta manhã é só uma "primeira etapa" e advertiu sobre ações "mais
fortes", se houver novas sanções contra o país no âmbito das Nações
Unidas.
A ameaça foi feita em um comunicado divulgado pela agência oficial norte-coreano.
Ao mesmo tempo, um diplomata do país disse, no fórum de desarmamento
das Nações Unidas, que Pyongyang não vai se curvar a resoluções que
limitem seu programa nuclear, e que as perspectivas são "ruins" para a
desnuclearização da Península da Coreia, por conta do que chamou de
"política hostil" dos Estados Unidos.
"Os Estados Unidos e seus seguidores estão tristemente enganados se
acreditam que a Coreia do Norte iria respeitar as inteiramentes
desarrazoadas resoluções contra ela. A Coreia do Norte nunca vai se
curvar a nenhuma resolução", disse Jon Yong Ryong, primeiro-secretásrio
da missão norte-coreana em Genebra.
"Se Seul (a Coreia do Sul) realmente quer paz e segurança na Península
da Coreia, ela deve pedir que os EUA encerrem sua política hospital em
relação à Coreia do Norte, em uma base imparcial", disse.
Terceiro teste
As declarações foram feitas no mesmo dia em que a Coreia do Norte
anunciou ter feito seu terceiro teste nuclear, em descumprimento às
resoluções da ONU. A atitude gerou reprovação da comunidade
internacional.
O país disse que foi feito com sucesso um teste nuclear subterrâneo em
seu território, usando o que chamou de um artefato "miniaturizado",
confirmando a suspeita levantada pouco antes pela vizinha e rival Coreia
do Sul, após o registro de um terremoto provocado por causas
"artificiais".
O governo norte-coreano disse que o ensaio atômico tem como objetivo
"proteger sua segurança nacional e soberania" contra o que chamou de a
"hostilidade" dos EUA, seu inimigo declarado.
“Verificou-se que o ensaio nuclear que foi realizado a um nível elevado
de segurança, utilizando um dispositivo miniaturizado e sem impacto
negativo sobre o ambiente”, diz a agência estatal.
A Coreia do Norte disse que o teste teve "maior força explosiva" do que
os de 2006 e 2009, que foram amplamente analisados como de pequena
escala.
Preocupação internacional
O teste foi criticado duramente pelo secretário-geral da ONU, pelo presidente dos EUA, pela União Europeia e pela Otan.
Em Viena, a Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes
Nucleares afirmou que a explosão constituiu uma "clara ameaça à paz e à
segurança".
O Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência para as 14h GMT (12h de Brasília), em Nova York.
O Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês)
detectou um tremor de magnitude 4,9 na região de Sungjibaegam.
O sismo ocorreu às 10h57 da manhã (horário local).
O USGS informou que o epicentro terremoto ocorreu a apenas 1 quilômetro de profundidade.
Seus sismógrafos registraram o tremor nas coordenadas geográficas
41.299 graus norte e 129.081 graus leste. O epicentro se situou a 24 km
de Sungjibaegam, 34 km de Hau-ri, 42 km de Kilju, 51 km de Hoemul-li e
378 km de Pyongyang.
A exemplo da Coreia do Sul,
a Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares,
agência de monitoramento nuclear internacional ligada à Organização das
Nações Unidas (ONU), informou em Viena, na Áustria, que sua rede de
estações de medição detectou um “evento sísmico incomum” na Coreia do
Norte.
TV em estação de trem de Seul mostra telejornal noticiando teste nuclear na Coreia do Norte. (Foto: Lee Jin-man / AP Photo)
De acordo com a Yonhap, a explosão, segundo estimativa da Coreia do
Sul, teria potência entre 6 e 7 quilotons. Segundo o serviço de
inteligência sul-coreano, a região onde o sismo ocorreu abriga a base de
Punggyer-ri, onde a Coreia do Norte realizou ensaios atômicos em 2006 e
2009.
O presidente de Coreia do Sul, Lee Myung-bak, convocou reunião de
emergência de seu Conselho de Segurança Nacional para analisar a
questão. O Exército sul-coreano entrou em alerta, e o governo anunciou
que vai posicionar mísseis em todo o território com capacidade para atingir a Coreia do Norte.
A Coreia do Norte havia ameaçado, em 24 de janeiro, realizar sua
terceira prova atômica como resposta à resolução tomada dois dias antes
pelo Conselho de Segurança da ONU, que ampliou as sanções ao país
comunista como castigo ao recente lançamento de foguete de longo
alcance.
Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/02/apos-teste-nuclear-coreia-do-norte-diz-que-nao-vai-se-curvar-onu.html