domingo, 7 de janeiro de 2024

Carro voador fabricado no Ceará custará R$ 2 milhões e terá velocidade de até 130 km/h

O veículo Gênesis-X1, o 'Carro Voador', tem previsão de lançamento para o segundo semestre de 2024 e custará R$ 2 milhões, segundo startup cearense Vertical Connect, responsável pelo projeto.


O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) apresentou imagens do modelo ao público e à imprensa no BS Design, no Bairro Aldeota, em Fortaleza.


De acordo com a empresa, os modelos não tripulados que prestam serviços para o agro, logística, polícia e bombeiro serão lançados no primeiro semestre de 2024. Os tripulados serão apresentados ao mercado no segundo semestre.


"Considerando uma economia e indicadores estáveis similares ao momento atual, o preço de venda estimado é de cerca de R$ 2 milhões ou US$ 400 mil", afirmou a Vertical Connect ao g1.


Para pilotar o veículo não é necessário habilitação. "O veículo é 100% autônomo, portanto, não há necessidade de saber pilotar o mesmo. Até o momento, para pilotar o 'Carro Voador' não é necessário nenhum tipo de habilitação."


Sobre os locais de estacionamento, as aeronaves Evtol's utilizarão "vertipontos", a versão do heliponto para os carros voadores. Porém, como os vertipontos ainda não estão disponíveis nas cidades brasileiras, os veículos voadores autônomos poderão utilizar helipontos, desde que tenham as exigências necessárias atendidas.
Outra característica do veículo é que não será necessário o pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). A empresa explica que trata-se de uma aeronave e nas regras atuais não paga IPVA. O eVTOL terá custos ligados a aviação, dessa forma não deverá ter impostos rodoviários.


Características do Gênesis-X1:


Terá capacidade para duas pessoas, com 5 metros de comprimento, largura de 4,8 metros e altura de 1,40 metros.


O tempo máximo de voo será de 60 minutos.


Alcançará velocidade máxima de 130 km/hora.


Contará com oito hélices e oito motores elétricos e terá fuselagem composta de fibra de carbono aeronáutico.


Velocidade de 130 km/h

 

O Gênesis tem diversas aplicações. O modelo principal é o G-XI é Dotado de oito motores elétricos, o veículo será construído em composto de fibra de carbono aeronáutico, conferindo baixo peso e alta resistência da estrutura.


Também há o GX-H, projetado para atuar como uma ambulância aérea em emergências, proporcionando rapidez e eficiência no transporte médico, com capacidade de transporte de uma maca hospitalar. Já o Gênesis-XF é pensado para o uso no combate a incêndios, sendo capaz de transportar até 200 litros de água.


O GX-P, por sua vez, é voltado para o uso policial, dotado de câmera 4K de monitoramento on-line, aumentando a eficiência das forças de segurança. Há também o modelo GX-L, projetado para revolucionar a logística de entregas com uma capacidade de carga útil de até 560 kg.


Além destes, um dos produtos mais aguardados é o GX-AB, que atenderá às necessidades dos agricultores e pecuaristas, também com capacidade de 200 litros e dois suportes para irrigação. Todas as variantes do Gênesis são veículos autônomos, com trem de pouso fixo do tipo esqui e altitude de cruzeiro de pouco mais de 1.640 pés (cerca de 500 metros).


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/287869-carro-voador-fabricado-no-ceara-custara-rdollar-2-milhoes-e-tera-velocidade-de-ate-130-kmh

sábado, 6 de janeiro de 2024

Marinha abre processo seletivo com 66 vagas para o Serviço Militar Voluntário na Bahia

Estão abertas as inscrições para o processo seletivo de convocação de profissionais de nível fundamental e médio para a prestação do Serviço Militar Voluntário como Praça temporário da Reserva de 2ª Classe da Marinha (RM2), que engloba Bahia e Sergipe, para o ano de 2024.

 

Os interessados podem se inscrever através do site até o dia 19 de janeiro, com taxa de R$ 65.

 

Ao todo, são 66 vagas para candidatos de ambos os sexos, com idade entre 18 e 41 anos. É preciso ter nível médio técnico ou nível fundamental com curso profissionalizante relativo à profissão a que concorre, além de preencher os demais requisitos previstos nos Avisos de Convocação.

 

O processo seletivo conta com uma prova escrita objetiva de língua portuguesa e formação militar-naval, verificação de dados biográficos, inspeção de saúde, teste de aptidão física, verificação documental e prova de títulos.

 

Confira abaixo detalhes das vagas:

 

Salvador

 

  • Administração: 8 vagas

  • Administração Hospitalar: 2 vagas

  • Ciências Contábeis: 4 vagas

  • Cozinheiro: 1 vagas

  • Eletrônica: 1 vagas

  • Eletrotécnica: 7 vagas

  • Enfermagem: 10 vagas

  • Higiene Dental: 1 vagas

  • Mecânica: 4 vagas

  • Motores: 9 vagas

  • Motorista de viaturas administrativa: 5 vagas

  • Patologia Clínica: 2 vagas

  • Processamento de Dados: 3 vagas

  • Técnico em Famácia: 1 vagas

 

Ilhéus, Porto Seguro, Juazeiro e Bom Jesus da Lapa

 

  • Na área de Higiene Dental: 1

  • Motorista de viaturas administrativa: 1

  • Enfermagem: 1

  • Eletrotécnica: 1

  • Motorista de viaturas administrativa: 1

 

SERVIÇO:
Processo Seletivo, de nível fundamental e médio, para Praça Temporário da Marinha
Inscrições: até 19 de janeiro
Vagas: 66 vagas
Taxa de inscrição: R$ 65
Data da prova: 17 de março


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/287873-marinha-abre-processo-seletivo-com-66-vagas-para-o-servico-militar-voluntario-na-bahia

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Governo deve restringir pagamento de apostas esportivas a Pix e débito

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve autorizar apenas o uso do Pix e de cartões de débito como meios de pagamento para apostas de alíquota fixa, que englobam apostas esportivas (as chamadas bets) e jogos online.
 

A medida também deve determinar que, no caso do sistema de pagamentos instantâneos, a chave Pix precisará estar obrigatoriamente vinculada a dados do próprio jogador.
 

A intenção da medida é que o usuário só possa direcionar para apostas o dinheiro que já tem em sua conta bancária.
 

Ao vetar o uso do cartão de crédito no mercado das bets, o governo busca prevenir que essa atividade impulsione o superendividamento da população brasileira e o vício dos apostadores.
 

Já a restrição imposta ao uso de boletos bancários para apostas e jogos online é uma medida de prevenção à lavagem de dinheiro -considerando que esse meio de pagamento é muitas vezes vinculado a esse tipo de crime.
 

A discussão faz parte das tratativas lideradas pelo Ministério da Fazenda, em conjunto a Receita Federal e representantes das empresas do setor, para estabelecer os parâmetros que guiarão o funcionamento do mercado de apostas esportivas.
 

O próximo passo será consultar a PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) sobre a viabilidade jurídica da medida. Depois, a ideia ainda precisa ser chancelada pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda).
 

O projeto de lei que regulamenta as apostas esportivas foi aprovado pelo Congresso no fim do ano passado. No dia 30 de dezembro, em edição extra do DOU (Diário Oficial da União), Lula sancionou o texto, com alguns vetos.
 

O principal dispositivo derrubado determinava que apostadores seriam isentos de pagar tributos pelos ganhos obtidos com jogos e apostas abaixo de R$ 2.112.
 

Segundo despacho do presidente, manter esse trecho "ensejaria uma tributação de Imposto de Renda distinta daquela verificada em outras modalidades lotéricas, havendo assim distinção de conduta tributária sem razão motivadora para tal".
 

O veto do Executivo ainda será avaliado pelo Congresso e pode ser derrubado. Integrantes do setor veem com receio a decisão de Lula, pois entendem que a falta de isenção pode não só afastar usuários, mas também incentivá-los a migrar para mercados clandestinos e ilegais.
 

Após a aprovação da lei, o governo federal trabalha para emitir uma série de portarias que vão definir aspectos mais específicos do mercado de apostas.
 

Restam dúvidas sobre como será feita a fiscalização do setor, bem como quais serão as exigências e procedimentos para autorizar uma empresa a atuar no Brasil.
 

A lei traça diretrizes básicas e traz alguns critérios para exploração comercial desse mercado no país, como constituição de empresa com sede no Brasil, capital social mínimo para as companhias, implementação de call center em território brasileiro para atendimento aos apostadores, estrutura corporativa e o pagamento de outorga de R$ 30 milhões válida por atuação de até 5 anos.
 

Cabe agora ao governo, por meio de regulamentação, trazer um detalhamento das exigências esboçadas na lei.
 

A nova legislação prevê uma alíquota de 12% sobre a arrecadação das casas de apostas (descontado o pagamento dos prêmios). Já os apostadores deverão pagar 15% do valor obtido com a premiação.
 

Lula sancionou também o dispositivo autorizando, além das apostas esportivas, que os sites hospedem cassinos online. Esse trecho chegou a causar polêmica durante a tramitação do texto no Congresso e foi derrubado pelo Senado, mas depois recolocado na lei pela Câmara.
 

De acordo com estimativas do mercado, de 60% a 80% do dinheiro movimentado pelo setor de apostas de alíquota fixa vem, justamente, dos jogos online, categoria na qual se enquadram estes cassinos.
 

Por causa disso, a medida era vista pelo governo e pelo setor como importante para garantir atratividade. Os críticos, entretanto, argumentam que ela pode aumentar os riscos de superendividamento dos usuários e vício dos jogadores.
 

Em um chamamento prévio, aberto ainda antes da aprovação da lei, o Ministério da Fazenda recebeu mais de 130 manifestações de empresas interessadas em atuar no mercado de apostas brasileiro.
 

O montante foi registrado em um momento que os cassinos online constavam no texto em tramitação. O governo estima, a partir disso, que pode arrecadar cerca de R$ 3 bilhões apenas a título de outorgas.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/259213-governo-deve-restringir-pagamento-de-apostas-esportivas-a-pix-e-debito

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Pesquisadores desenvolvem larvicida contra Aedes aegypti a partir de planta da mata atlântica

Cientistas do LPTN (Laboratório de Produtos Tecnológicos Naturais), da UFF (Universidade Federal Fluminense), e da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), dentre outras instituições, produziram um inseticida capaz de matar a larva do mosquito Aedes aegypti a partir de um óleo essencial de uma planta nativa da mata atlântica.
 

Com os extratos da canela-sassafrás (Ocotea indecora), uma planta endêmica da área de restinga, como é conhecida a vegetação que ocorre após a faixa de areia das praias e que faz parte do bioma mata atlântica, o grupo isolou uma molécula em escala nanométrica (muito pequena) que pode ser dissolvida na água, encerrando a fase larval do inseto.
 

A dengue é uma doença causada por um vírus e transmitida a partir da picada da fêmea do mosquito. Em 2023, o Brasil apresentou um aumento de cerca de 16% dos casos de dengue, com aumento também de mortes -a OMS (Organização Mundial da Saúde) classifica o país como o de maior incidência no mundo.
 

O composto é também biodegradável e não possui um acúmulo no meio ambiente, problema encontrado em inseticidas comuns no combate à dengue, como os organofosforados (como o DDT, que pode bioacumular em organismos e já foi encontrado no organismo de aves e outros vertebrados de grande porte).
 

O achado é fruto de mais de 25 anos de pesquisa no local e contou com a colaboração de pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), UFV (Universidade Federal de Viçosa) e UNIFAP (Universidade Federal do Amapá).
 

O mecanismo de ação do composto foi descrito em um artigo publicado na revista Sustainable Chemistry and Pharmacy.
 

A canela-sassafrás é encontrada na área do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, que representa a maior extensão contínua de restinga do país, um dos últimos redutos deste tipo de vegetação --ameaçada, porém, pela atividade de petróleo e gás na região.
 

A extração do óleo essencial utiliza somente partes da planta, sendo que não é necessário removê-la do ambiente para obter o produto, explica o professor e coordenador do LPTN, Francisco Machado. Segundo ele, esse seria um incentivo à preservação da mata, uma vez que o potencial biológico e químico das plantas da restinga ainda é algo a ser explorado.
 

"Com isso, nós acreditamos no conceito de 'floresta de pé', isto é, vale mais a pena preservar essa área de restinga com o potencial de obter um composto que pode ajudar na saúde de milhares de pessoas do que desmatar", disse.
 

Já o teste do nanobioinseticida em larvas do mosquito ficou a cargo do entomólogo Leandro Rocha, do Labi (Laboratório de Biologia de Insetos), também da UFF, que ajudou na análise dos efeitos do larvicida no ciclo de vida do A. aegypti.
 

Os cientistas observaram uma alta mortalidade das larvas do mosquito após a aplicação do produto. De acordo com Rocha, o inseticida age na última fase larval do inseto e tem uma alta especificidade, ou seja, só mata o mosquito, não sendo eficaz contra outras espécies testadas, como em abelhas.
 

O uso de inseticidas como forma de controlar a incidência de dengue é uma das estratégias do Ministério da Saúde para combate à doença. Porém, o órgão usa em sua maioria os inseticidas organofosforados.
 

Segundo Machado, essa pode ser uma alternativa natural, biológica e que valoriza a biodiversidade nacional. "A diferença entre o nosso produto e o disponível no mercado é que ele valoriza a biodiversidade brasileira, mais especificamente a Mata Atlântica, um dos biomas mais devastados do Brasil, e por ser um derivado de origem natural, tendo uma taxa de degradação interessante", afirmou.
 

Agora, a próxima etapa é conseguir o cultivo da planta, já que por enquanto o seu uso depende do extrativismo do parque. "Por enquanto, temos uma produção só laboratorial mesmo. Então o próximo passo seria fazer uma espécie de cultivo, com as condições controladas, e, se tivermos uma quantidade maior de material, conseguir até uma produção em escala", completa.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/259074-pesquisadores-desenvolvem-larvicida-contra-aedes-aegypti-a-partir-de-planta-da-mata-atlantica

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Concessão de benefícios do INSS cresce 12% e pressiona contas públicas

As investidas do governo para tentar reduzir a fila de espera do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) impulsionaram o volume de novas concessões de benefícios nos últimos meses, o que pressiona os gastos federais no curto prazo.
 

 

Ainda assim, o presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, diz à Folha que a economia de R$ 12,5 bilhões inserida na proposta de Orçamento de 2024 é factível. Para atingi-la, ele aposta no investimento em tecnologia para combater fraudes, especialmente cibernéticas. "Podemos melhorar o gasto na Previdência, mas sem loucura", diz.
 

 

De janeiro a outubro deste ano, foram concedidos 4,86 milhões de benefícios pelo INSS. A cifra é 11,85% maior do que em igual período do ano passado. A quantidade de indeferimentos, por sua vez, caiu 2,89% na mesma comparação.
 

 

Como resultado, o número de beneficiários alcançou 38,9 milhões em outubro. Desses, 33,2 milhões recebem benefícios previdenciários, uma alta de 3,9% em relação a igual mês de 2022.
 

 

Outros 5,67 milhões são contemplados pela assistência social, que inclui o BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. Nessa categoria, o total de beneficiários subiu 10,57% em outubro ante igual mês do ano passado.
 

 

Stefanutto reconhece que a aceleração nas concessões tende a pressionar os gastos no curto prazo. Mas ele pondera que o represamento da fila só adia uma despesa certa, uma vez que boa parte dos segurados têm direito efetivo a receber o benefício, mas hoje não o conseguem num tempo razoável.
 

 

"Nós não estamos concedendo mais benefícios. Nós estamos concedendo os benefícios no tempo que ele deveria ser concedido", afirma.
 

 

Só neste ano, a despesa com benefícios previdenciários saiu de R$ 864,6 bilhões aprovados no Orçamento para R$ 871,8 bilhões, segundo avaliação feita em novembro.
 

 

Já o gasto com o BPC passou de R$ 87,8 bilhões para R$ 93,7 bilhões. A diferença, somada, passa dos R$ 13 bilhões.
 

 

Embora represente um problema político e social, o represamento da fila foi, em diferentes gestões, um conveniente aliado para a gestão fiscal de curto prazo, uma vez que retarda o aumento nos gastos com a Previdência.
 

 

No fim do governo Jair Bolsonaro (PL), a aceleração das concessões gerou embates internos diante da falta de espaço no Orçamento para honrar os benefícios. No fim de 2022, o Executivo precisou recorrer ao TCU (Tribunal de Contas da União) para abrir um crédito extraordinário de R$ 7,5 bilhões, fora do teto de gastos, e honrar os pagamentos aos segurados.
 

 

Stefanutto diz que, apesar da pressão evidente sobre as despesas, não há sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) qualquer orientação para segurar as concessões, pelo contrário. A pressão interna é para resolver a situação.
 

 

"Quando eu não pago um benefício no próprio mês, não resolvo [o problema], eu empurro o gasto lá para frente. É quase uma fraude do ponto de vista contábil, fiscal. Agora, tudo leva a crer que a gente vai colocar o gasto no seu devido mês. No começo, tem um aumento [da despesa], mas quando o estoque estabilizar, aí vai ser o gasto real", afirma.
 

 

Hoje, o INSS ainda tem mais de 1,6 milhão de pedidos à espera de análise. Ele estima que o órgão ainda ficará até metade de 2024 organizando o passivo. No futuro, o presidente do órgão avalia que a regularização pode gerar economia para os cofres públicos.
 

 

Hoje, por causa do acúmulo de tarefas, o INSS chega a pagar por oito meses um benefício por incapacidade que deveria durar, na verdade, 45 a 90 dias. Os gargalos na análise e, principalmente, nas perícias médicas retardam não só a concessão dessa modalidade, mas também o retorno do segurado ao trabalho.
 

 

"Tem estudos que demonstram que o BI [benefício por incapacidade] inicial tem um prazo médio de duração que não supera 90 dias. O problema é que, para alguém que fraturou o pé e está curado com 45, 60 dias, eu acabo fazendo a perícia 7, 8 meses depois", afirma Stefanutto.
 

 

Como o INSS precisa garantir o pagamento até a chamada data de cessação (quando o benefício é extinto), a fatura fica maior. "O sistema funciona mal, o cidadão sofre com isso, e o INSS gasta mais por essa má gestão que se instalou ao longo de anos."
 

 

Uma das medidas para tentar mitigar esses custos foi o lançamento do Atestmed, uma plataforma online que viabiliza a concessão do benefício por incapacidade (como o auxílio-doença) por meio de análise documental.
 

 

O segurado apresenta o pedido de benefício e o atestado médico, que são avaliados pelos peritos, com apoio da inteligência artificial. A perícia presencial ficaria reservada para casos em que há dúvida ou suspeita de fraude, ou ainda quando o período concedido sob análise documental atinge 180 dias.
 

 

A dispensa da perícia presencial acelerou as concessões, dada a simplificação do processo, o que teve um impacto inicial sobre as despesas. No entanto, como a medida contribui para desafogar a fila de perícias, Stefanutto espera que a implementação do Atestmed viabilize a cessação dos benefícios no tempo certo, sem prorrogações que geram pagamentos indevidos.
 

 

Embora diga que são minoria, o presidente do INSS relata a existência de casos de pessoas que se aproveitam da fila enorme de perícias para agendar a consulta de retorno ao trabalho onde a espera é maior, contando com os pagamentos durante esse período.
 

 

"Começamos a ter um pouco mais de [vagas de] perícia sobrando. No 135, ligamos para as pessoas para antecipar. Uma boa parte sabe o que fala? 'Não tem que antecipar, não'. Vai ficar recebendo sem fazer nada. Legalmente", diz. "A maioria não é desobediente, mas algumas acabam marcando em lugares mais esticados."
 

 

Stefanutto avalia que o risco de concessão indevida é minimizado pelo uso de inteligência artificial.
 

 

O INSS já identificou, por exemplo, casos como o de uma médica que tinha registros de atestados com três caligrafias distintas, uma delas em documento de hospital no qual ela não trabalha, segundo os dados do CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais).
 

 

"Aquela pessoa que fraudar, for pega e já recebeu, nós vamos cobrar. Não tem como pagar? Vai para o cadastro de inadimplente, não consegue fazer nem financiamento nas Casa Bahia. Nós vamos ser implacáveis com o fraudador. Porque, se eu não for implacável com o fraudador, desmoraliza o modelo", afirma.
 

 

Segundo o presidente do órgão, o uso da tecnologia será essencial para cumprir a promessa de poupar R$ 12,5 bilhões. O governo conta com essa economia para fechar as contas do Orçamento de 2024 e manter espaço fiscal para demais despesas como investimentos.
 

 

"Tecnologia de segurança evita a invasão da minha rede. A grande fraude hoje não é mais colocar uma folha no processo, um documento falso. Isso é uma ou outra pessoa. A fraude hoje é a cibernética. Eu tenho uma rede enorme, eles [invasores] penduram um 'chupa-cabra' que copia senhas e credenciais de um funcionário e reativam 10 mil benefícios. E põem em uma agência bancária que é deles", diz Stefanutto.
 

 

Segundo ele, só no ano passado, o INSS teve um prejuízo de pelo menos R$ 1 bilhão com fraudes cibernéticas.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/258914-concessao-de-beneficios-do-inss-cresce-12-e-pressiona-contas-publicas