O ex-presidente cubano Fidel Castro, um dos mais importantes líderes
mundiais, morreu na noite desta sexta-feira aos 90 anos. Seu irmão mais
novo e atual presidente, Raúl Castro, anunciou a morte em um anúncio
oficial na TV estatal.
"O comandante-em-chefe da revolução cubana morreu às 22h29 desta noite
(01h29 de sábado em Brasília)", disse o presidente, que terminou o
anúncio gritando o slogan: "Até a vitória, sempre".
O governo cubano decretou sete dias de luto nacional.
Nas quase cinco décadas em que esteve à frente do governo de Cuba,
Fidel Castro viu dez presidentes americanos se revezarem na Casa Branca.
Inimigo declarado de todos eles, o líder comunista fez de sua ilha uma
base de resistência ao poder dos Estados Unidos, que nunca conseguiram
dobrar o regime incômodo a apenas 144 quilômetros de seu território.
Nascido em uma família de latifundiários, em 1926, o jovem advogado se
tornou líder revolucionário, dirigente comunista e terminou seus dias em
uma casa confortável em Havana, opinando sobre os mais diferentes
temas, na coluna que mantinha no jornal Granma.
Durante este período, sofreu várias tentativas de assassinato, foi
acusado de violar direitos humanos, viu sua principal aliada, a União
Soviética, entrar em colapso. Reconheceu, ao fim, erros na condução da
economia cubana, que só sobreviveu nos últimos tempos graças ao apoio de
outro amigo, o venezuelano Hugo Chávez, morto em março de 2013.
Para os Estados Unidos, Fidel sempre foi uma lembrança constante e
incômoda das idéias comunistas que, apesar de praticamente abandonadas
no resto do mundo, permaneceram vivas na ilha vizinha. Para setores da
esquerda mundial, tornou-se um símbolo de resistência.
Revolução
Fidel Castro liderou uma invasão ao quartel de Moncada, em Santiago de
Cuba, no dia 26 de julho de 1953. Apesar de fracassada, a iniciativa
marcou o começo da revolução que acabaria levando-o ao poder.
Depois de breve período preso, Fidel foi anistiado e se exilou no México, onde organizou uma expedição que voltou a Cuba.
Ao lado do argentino Ernesto "Che" Guevara, que conheceu durante o
exílio, o jovem cubano montou uma campanha de guerrilha a partir de sua
base, na Serra Maestra.
Em 1959, Fulgêncio Batista deixou o país e Fidel estabeleceu um novo
governo que prometia devolver a propriedade da terra aos agricultores e
defender o direito dos pobres.
Fidel comunista
Desde o começo, Fidel insistiu que sua ideologia era, acima de tudo,
cubana. "Não há comunismo nem marxismo em nossas ideias, só democracia
representativa e justiça social", dizia.
Criticado pelos Estados Unidos pela nacionalização de empresas de
americanos, foi alvo do embargo comercial que vigora até hoje.
Fidel disse que assim foi empurrado para os braços da União Soviética,
liderada por Nikita Kruchev. Com o novo aliado, Cuba virou mais um campo
de batalha da Guerra Fria.
Os Estados Unidos tentaram derrubar o governo de Fidel em abril de
1961, apoiando um grupo de exilados cubanos em uma desastrosa invasão à
praia de Girón, na baía dos Porcos.
A CIA, central de inteligência americana, foi acusada pelo líder cubano
de tentar assassiná-lo várias vezes, inclusive com um charuto
explosivo.
Em 1962, aviões de reconhecimento dos Estados Unidos detectaram um
carregamento de mísseis soviéticos rumo a Cuba, criando um impasse entre
o presidente americano, John F. Kennedy, e Kruchev.
Depois de 13 dias de impasse, os soviéticos desistiram de instalar
mísseis com potencial nuclear em Cuba, em troca de uma promessa secreta
americana de retirar suas armas da Turquia.
Colapso soviético
Cuba "exportou" a sua revolução para outras partes do mundo na forma do
apoio às guerrilhas marxistas em Angola e Moçambique. Sob embargo
econômico dos Estados Unidos, recebeu, em todo o tempo, ajuda soviética.
O colapso da União Soviética, em 1991, foi um duro golpe na economia
cubana, apoiada na cooperação com o antigo regime comunista.
A crise na qual o país mergulhou fez milhares de cubanos se lançarem ao
mar em embarcações precárias nos anos 1990, na esperança de chegar a
Miami.
O caso do menino Elián González ganhou as manchetes do mundo inteiro.
Ele perdeu a mãe em uma viagem perigosa e, depois de uma longa batalha
legal entre parentes em Miami e o pai, que morava em Cuba, foi levado de
volta para a ilha.
Entre os bons resultados domésticos de Fidel Castro estão o serviço de
saúde cubano, considerado um dos melhores da região, e o baixo índice de
mortalidade infantil, comparável ao dos países mais desenvolvidos.
O governo de Fidel, no entanto, foi acusado por organismos
internacionais de perseguição política contra os opositores do regime e
de violações dos direitos humanos.
Aposentadoria
Nos últimos anos, Fidel deu sinais de que teria moderado suas posições. Em 1998, recebeu no país o papa João Paulo 2º.
Após anos de grave crise social, o regime voltou a ganhar fôlego na
virada do milênio, com os generosos acordos de cooperação fechados com a
Venezuela do presidente Hugo Chávez, grande admirador de Fidel.
Em 31 de julho de 2006, Fidel surpreendeu o mundo ao deixar temporariamente o poder por motivos de saúde.
Por meses, sua saúde foi segredo de Estado, com rumores sobre sua
morte. Em fevereiro de 2008, a Assembleia Nacional de Cuba aprovou a
aposentadoria de Fidel, que oficialmente passou o poder ao irmão, Raúl
Castro.
Fidel trocou o traje militar por roupas casuais. Continuou a provocar
polêmica com suas opiniões sobre assuntos mais variados, publicados em
uma coluna no jornal Granma.
Nesse tempo, recebeu várias celebridades políticas em sua casa, como o
ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2011, foi
visitado pelo ex-presidente americano Jimmy Carter. Hugo Chávez sempre
foi uma visita frequente.
Em setembro de 2010, em uma entrevista à revista
The Atlantic
, Fidel reconheceu que o modelo cubano já não funcionava. No período,
seu irmão, Raúl, já esboçava uma série de reformas econômicas, aprovadas
posteriormente.
Diferentemente dos países do leste europeu, cujos governos ruíram após o
colapso da União Soviética, Fidel conseguiu manter Cuba sob o regime
comunista até sua morte. Apesar da transferência de poder ao irmão,
Raúl, a saída de cena de Fidel volta a jogar incertezas sobre o futuro
da ilha.
Segundo informações, O prefeito eleito de Inhambupe, Fortunato
Silva(PPS), já indicou e deve confirmar o nome da pedagoga Genaide Azevedo(PSB) como
a futura secretária municipal de Educação.
É um nome que tem sido comentado dentro e fora do grupo de Silva como o primeiro na lista de novos secretários.
Genaide Azevedo foi diretora do Colégio Estadual Professora Simone Neri,
num período de nove anos. Colégio este que se destacou muito nas ações da sua
direção.
Ao longo de sua vida profissional, a professora tem em seu currículo mais
de trinta anos dedicado a educação, lecionando e dirigindo escolas, entre
outras atividades.
Foi secretaria de Assistência Social no segundo mandato da ex-prefeita
Simone Neri.
A professora é formada em pedagogia e pós-graduada em metodologia do
ensino superior e em psicopedagogia. É especialista em gestão há 17 anos.
Na política, Genaide Azevedo é Presidente Municipal doPartido Socialista Brasileiro -
PSB. Ainda segundo as informações ao blog Ronaldo Leite, o convite foi
feito e aceito. A população deve aguardar a confirmação nos próximos dias.
Ministro da articulação política enviou carta de demissão a Michel Temer.
Ele havia sido acusado de pressionar Marcelo Calero para liberar obra na BA.
Acusado de ter pressionado o ex-titular da Cultura Marcelo Calero para
liberar uma obra em Salvador, o ministro da Secretaria de Governo,
Geddel Vieira Lima, enviou na manhã desta sexta-feira (25), por e-mail,
uma carta de demissão ao presidente Michel Temer.
Geddel, que está na capital baiana desde quarta (23), conversou por
telefone com o presidente depois de encaminhar a solicitação para se
desligar do primeiro escalão.
Segundo a assessoria do Palácio do Planalto, Temer aceitou o pedido de
Geddel, que era responsável pela articulação política do governo federal
com o Congresso Nacional.
Geddel é o sexto ministro a deixar o governo desde que Michel Temer
assumiu o comando do país em maio. Antes dele, caíram Romero Jucá
(Planejamento), Fabiano Silveira (Transparência), Fábio Medina Osório
(AGU), Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Marcelo Calero (Cultura).
Na carta de demissão, na qual se referiu ao presidente da República
como "fraterno amigo", Geddel escreveu que "avolumaram-se as críticas"
sobre ele e, em Salvador, vê o"sofrimento" de sua família, que é o
"limite da dor que suporta". Ele, então, diz ao presidente que "é hora
de sair".
Na mensagem, ele também pediu desculpas a Temer pela dimensão das
"interpretações dadas", referindo-se à acusação de Marcelo Calero de que
Geddel o pressionou para desembargar a construção de um condomínio de
luxo em um bairro nobre de Salvador que havia sido barrado pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão
vinculado ao Ministério da Cultura.
Em meio ao texto, o agora ex-ministro da Secretaria de Governo ainda
diz que retorna à Bahia, mas seguirá como "ardoroso torcedor" do
governo.
Ele também aproveitou a carta para fazer um afago na base aliada,
agradecendo o apoio e a colaboração na aprovação de "importantes
medidas" para o país.
Reprodução da carta de demissão apresentada por Geddel Vieira Lima ao presidente Michel Temer (Foto: Reprodução)
A queda de Geddel
Até então um dos homens forte de Temer no Planalto, Geddel começou a
balançar no cargo de ministro da Secretaria de Governo na semana
passada, quando Calero concedeu uma entrevista ao jornal "Folha de
S.Paulo" denunciando a pressão do ex-colega da Esplanada dos
Ministérios.
A turbulência política provocada pela denúncia chegou ao gabinete
presidencial nesta quinta (24), quando veio à tona o teor do depoimento
prestado nesta semana por Calero à Polícia Federal (PF). O ex-ministro
disse aos policiais que, durante uma audiência no Palácio do Planalto,
Temer interveio em favor dos interesses do então ministro da Secretaria
de Governo.
Calero, que pediu demissão na última sexta (18), gravou a conversa que
teve na semana passada com Temer no Planalto, informou o Bom Dia Brasil. Procurado pela TV Globo, Calero disse que não pode falar desse assunto. Segundo o G1 apurou, ele entregou cópia da gravação à PF, que encaminhou o material para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Depoimento à PF
No depoimento à PF prestado na última quarta (23), o ex-ministro disse
que Temer o "enquadrou" para que ele encontrasse uma "saída" para
desembargar a construção do condomínio La Vue, na capital baiana, no
qual Geddel comprou um apartamento.
Após o depoimento de Marcelo Calero à PF vazar na imprensa, o porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola,
afirmou que Temer procurou o ex-ministro da Cultura para resolver o
"impasse" entre ele, Calero, e o chefe da Secretaria de Governo (leia a
íntegra do pronunciamento de Parola ao final desta reportagem).
Segundo o colunista do G1 Matheus Leitão, a Procuradoria Geral da República (PGR) havia decidido pedir ao STF a abertura de uma investigação para apurar se Geddel fez tráfico de influência ao pressionar o ex-colega da Esplanadas.
A PGR recebeu nesta quinta-feira (24)
o depoimento que Calero prestou à Polícia Federal. O documento
inicialmente foi enviado ao Supremo, que o encaminhou para a análise dos
procuradores da República. A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia,
remeteu o depoimento à PGR antes de mandar sortear o caso para relatoria
de algum dos minstros do tribunal.
Na condição de ministro, Geddel tinha direito ao chamado "foro
privilegiado", ou seja, ser investigado e processado pelo STF, a mais
alta Corte do país. Agora, diante da demissão do ministro, o caso pode
ser remetido à primeira instância da Justiça
O colegiado fiscaliza eventuais conflitos de interesse envolvendo
integrantes do governo, mas não tem poder para punir nenhum servidor
público, apenas pode recomendar ao chefe do Executivo sanções a
integrantes do governo, entre as quais demissões.
Nos últimos dias, Geddel admitiu que é proprietário de um apartamento
no empreendimento, confirmou que procurou o então ministro da Cultura
para tratar do embargo à obra, mas negou que tivesse pressionado Calero para liberar a construção do edifício.
Projeto do condomínio La Vue (Foto: Reprodução)
A obra embargada
O empreendimento imobiliário pivô da saída de Marcelo Calero do Ministério da Cultura
foi embargado pela direção nacional do Iphan em razão de estar
localizado em uma área tombada como patrimônio cultural da União,
sujeita a regramento especial. Os construtores pretendem erguer um
prédio com 31 andares, mas o Iphan autorizou a construção de, no máximo,
13 pavimentos.
Com vista privilegiada para a Baía de Todos-os-Santos, o condomívio La
Vue começou a ser construído em outubro de 2015. O metro quadrado dos
apartamentos – um por andar – custa em torno de R$ 10 mil. O edifício
tem apartamentos com quatro suítes de 259m² e uma cobertura chamada "Top
House" de 450 m². Os imóveis no La Vue variam de R$ 2,6 milhões a R$ 4,5 milhões.
No sábado, o instituto informou que a obra foi embargada após estudos
técnicos apontarem impacto do empreendimento em cinco imóveis tombados
da vizinhança do condomínio: o forte e farol de Santo Antônio, o forte
de Santa Maria, o conjunto arquitetônico do Outeiro de Santo Antônio
(que inclui o forte de São Diogo), além da própria Igreja de Santo
Antônio (leia mais sobre os argumentos do Iphan ao final desta
reportagem).
Parentes
Familiares do ministro da Secretaria de Governo integram a defesa do
empreendimento imobiliário de Salvador barrado pelo Iphan, no qual ele
afirma ter comprado um imóvel, publicou na quarta-feira o jornal "Folha de S.Paulo".
Segundo o jornal, um primo e um sobrinho de Geddel atuam como
representantes do empreendimento La Vue Ladeira da Barra junto ao Iphan.
A publicação afirmou que, em um documento anexado ao processo
administrativo que tramitou junto ao Iphan, a empresa Porto Ladeira da
Barra Empreendimento – responsável pelo La Vue, interditado pelo órgão
ligado ao Ministério da Cultura – nomeou como procuradores os advogados
Igor Andrade Costa, Jayme Vieira Lima Filho e o estagiário Afrísio
Vieira Lima Neto.
Ainda de acordo com a "Folha", Jayme é primo de Geddel e também seria
sócio dele no restaurante Al Mare, em Salvador. Já o estagiáriao Afrísio
Vieira Lima Neto é filho do deputado federal Lúcio Vieira Lima
(PMDB-BA), irmão do ministro da Secretaria de Governo.
A procuração, informou o jornal, foi assinada em 17 de maio de 2016,
cinco dias depois de Geddel assumir o comando da Secretaria de Governo.
Avolumaram-se
as críticas sobre mim. Em Salvador, vejo o sofrimento dos meus
familiares. Quem me conhece sabe ser esse o limite da dor que suporto. É
hora de sair.
Diante da dimensão das interpretações
dadas, peço desculpas aos que estão sendo por elas alcançados, mas o
Brasil é maior do que tudo isso.
Fiz minha mais profunda
reflexão e fruto dela apresento aqui este meu pedido de exoneração do
honroso cargo que com dedicação venho exercendo.
Retornado
a Bahia, sigo como ardoroso torcedor do nosso governo, capitaneado por
um Presidente sério, ético e afável no trato com todos, rogando que, sob
seus contínuos esforços, tenhamos a cada dia um país melhor.
Aos
Congressistas, o meu sincero agradecimento pelo apoio e colaboração que
deram na aprovação de importantes medidas para o Brasil.