O conservador Mauricio Macri foi eleito ontem presidente da Argentina.
Com 50,8% dos votos apurados, havia uma tendência irreversível de
vitória sobre o governista Daniel Scioli, admitida até por canais de TV
kirchneristas. O empresário e prefeito de Buenos Aires vencia por 54% a
46%. Tão logo a votação em segundo turno para presidente foi encerrada,
às 18 horas (19 horas em Brasília), militantes de Macri começaram a
celebrar. Boca de urna divulgada pela coalizão que ele lidera, a
Cambiemos, apontava vantagem de 10 pontos sobre Scioli. Buzinaços foram
ouvidos em redutos macristas. A campanha do representante do
kirchnerismo pediu cautela e disse que só se manifestaria após dados
consolidados serem divulgados. Em sua sede, os militantes mostravam-se
pacientes. Macri, de 56 anos, é filho de um dos mais importantes
empresários do país, Franco, e tornou-se conhecido em 1991, aos 32 anos,
quando foi alvo de um sequestro que durou 14 dias. Um grupo de
ex-policiais federais o manteve no sótão de uma casa na zona norte da
capital argentina. Ao ser capturado, foi agredido e transportado em um
caixão. Foi libertado depois de a família pagar US$ 6 milhões. Quatro
anos depois, tornou-se presidente do Boca Juniors, clube com mais
torcedores do país, ao comando do qual esteve até 2007. Um dos maiores
desafios da campanha de Macri foi atenuar a imagem de herdeiro abastado,
ligado ao universo dos milionários. "Essa mudança ocorre há dois anos.
Acho que rompeu o preconceito de que trabalhava para o que mais têm pelo
trabalho na cidade de Buenos Aires", disse ao Estado Mariel Fornoni,
diretora da consultoria M&F. Macri começou a governar a capital
argentina em 2007 e foi reeleito em 2011 - ano em que desistiu de
concorrer contra Cristina Kirchner, aconselhado por marqueteiros que
viram a presidente mais forte após a morte de Néstor, em 2010.
Fonte: http://www.bahianoticias.com.br/estadao/noticia/106701-conservador-mauricio-macri-e-eleito-presidente-da-argentina.html