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segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Micro e pequenas empresas podem aderir ao Simples Nacional até quarta

As micro e pequenas empresas de todo o país têm até esta quarta-feira (31) para optar pelo Simples Nacional, o Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições. Para participar é necessário que o empreendimento esteja regular com as obrigações previstas em lei, como estar em dia com pagamentos do programa e ter cumpridas as normas trabalhistas e previdenciárias.

 

Segundo a Receita Federal, até a última quarta-feira (24), dos 739.679 processos de opção iniciados, foram atendidos 258.620. Os outros 481.059 permaneciam pendentes por apresentarem irregularidades com a União, estados, Distrito Federal ou município.

 

A orientação nesses casos é que o contribuinte se informe pelo próprio sistema, no Portal do Simples Nacional, por meio da opção “Acompanhamento da Formalização da Opção pelo Simples Nacional”. Nela é possível acessar o Relatório de Pendências, que reúne as observações e instruções para resolver as irregularidades e ingressar no programa.

 

O prazo regulamentar vale para empresas que já estão em atividade e, após a confirmação da opção pelo Simples Nacional, tem efeito retroativo ao dia 1º de janeiro de 2024. Para novas empresas, é possível aderir ao Simples Nacional em até 30 dias após a inscrição municipal ou estadual, com limite máximo de 60 dias de abertura do CNPJ, data considerada para efeito retroativo. As informações são da Agência Brasil. 

 

MEI

Além de optar pelo Simples Nacional, os Microempreendedores Individuais (MEI) que queiram aderir ao regime também precisam solicitar enquadramento no sistema de recolhimento em valores fixos mensais, o Simei. O prazo limite é igual ao de adesão ao programa e também é necessário estar em dia com as obrigações legais.

 

REGIME ESPECIAL 

Para optar pelo Simples Nacional é necessário que a micro ou pequena empresa fature o limite de R$ 4,8 milhões, ao ano. Para o MEI o limite anual de faturamento é de R$ 81 mil.

 

A opção pelo regime especial permite ao contribuinte recolher em uma mesma guia, por meio de alíquota única, tributos federais junto com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), recolhido por estados e Distrito Federal, e o Imposto Sobre Serviços (ISS), recolhido pelo município.  

 Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/288555-micro-e-pequenas-empresas-podem-aderir-ao-simples-nacional-ate-quarta

sábado, 27 de janeiro de 2024

O que muda no IR 2024?

A correção da tabela do imposto de renda de pessoa física (IRPF) após 10 anos, trouxe mudanças consistentes para o IR de 2024. Com isso, muitas pessoas estão em dúvida, sobre a obrigatoriedade do documento, alíquota progressiva e desconto para a faixa de isenção.

Deste modo, levantamos essas informações de forma clara e resumida para te ajudar a entender melhor tudo o que vai mudar no IR 2024. 

Mudanças no IR 2024

Uma mudança, em especial, está movimentando o panorama do Imposto de Renda, sobretudo, no que se refere a declaração para este ano. A origem dessa mudança começa com a correção da tabela de Imposto de Renda de pessoa física, que isentará cerca de 13,7 milhões de contribuintes do IR.

A mudança é significa tendo em vista que essa correção já não acontecia há 10 anos. Vale lembrar que a nova faixa de isenção e a tabela de alíquotas atualizada entraram em vigor em maio de 2023, em caráter de medida provisória assinada pelo presidente Lula, e se tornaram permanentes a partir da sanção da Lei nº 14.663/23, no mês de agosto do mesmo ano.

Antes dessa nova medida, cidadãos que tinham uma renda de até R$ 1.903,98 não precisavam pagar IR. Agora, a isenção é de até R$ 2.112. Na segunda faixa, que incide a alíquota de 7,5%, também houve alteração, pois o valor passou a ser de R$ 2.112,01 a R$ 2.826,65, com a parcela a deduzir do IR de R$ 158,40.

Além disso, foi estabelecido um desconto mensal de R$ 528 na fonte, que juntos, os dois montantes atingem o valor de R$ 2.640 da faixa de isenção (valor referente a dois salários mínimos). 

Mas afinal, qual a faixa de isenção agora? Confira a seguir.

Qual a nova faixa de isenção para o IR 2024?

Devido ao desconto aplicado automaticamente de R$ 528 sobre o imposto que deveria ser pago pelo empregado, quem ganha até R$ 2.640 deixará de pagar IR em 2024.

De forma que o desconto irá ocorrer na chamada declaração simplificada do IR. Mas você deve estar se perguntando: – O que devo fazer para ter esse benefício já que recebo até R$ 2.640,00?

A resposta é a seguinte: Nada! Afinal, a pessoa física será contemplada automaticamente: deixará de ter imposto retido na fonte e não precisará fazer a declaração do IR.

A nova tabela possui quatro faixas de renda e tem uma alíquota progressiva que começa em 7,5% até 27,5%. Confira abaixo:

Tabela IR 2024 alíquotas
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Imagem Receita Federal

Haverá também alteração sobre fundos de investimentos e renda no exterior. De acordo com a nova Lei nº 14.754/23, acontecerá mudança na forma de tributação, que passa a ser pelo regime de competência e não pelo regime de caixa.

Deste modo, será apurado o resultado da offshore e a pessoa física titular das ações irá pagar uma alíquota fixa de 15% sobre os rendimentos. Além disso, a lei também tributa os rendimentos advindos dos fundos de investimento no exterior.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/01/27/pro/o-que-muda-no-ir-2024/

domingo, 14 de janeiro de 2024

Mega-Sena acumula e próximo prêmio será de R$ 21 milhões

Ninguém acertou as seis dezenas do concurso 2.675 da Mega-Sena, sorteadas nesse sábado (13) à noite em São Paulo - 01, 26, 31, 34, 42 e 45. Ficam acumulados para o próximo concurso R$ 21 milhões.

 

A quina teve 19 ganhadores que receberão o prêmio individual de R$ 125.186,63. Cada um dos 2.148 acertadores da quadra receberá o valor de R$1.581,90.  

 

O próximo sorteio da Mega-Sena será na terça-feira (16). As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet. O jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 5.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/288115-mega-sena-acumula-e-proximo-premio-sera-de-rdollar-21-milhoes 

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Brasileiros retiram R$ 87,8 bilhões da poupança em 2023

Os brasileiros sacaram R$ 87,8 bilhões a mais do que depositaram na caderneta de poupança em 2023, informou nesta segunda-feira (8) o Banco Central.
 

Esse foi o segundo maior resgate líquido de recursos nessa modalidade desde o início da série histórica, em 1995.
 

O recorde negativo foi registrado em 2022, quando foram retirados R$ 103,2 bilhões a mais do que o dinheiro depositado pelos correntistas em valores absolutos. Corrigido pela inflação a valor presente, o montante seria correspondente a cerca de R$ 108 bilhões.
 

O resultado do ano fechado não foi pior porque, em dezembro, a captação líquida (diferença entre entradas e saídas de recursos) foi positiva em R$ 13,77 bilhões. Normalmente, a caderneta de poupança tem resultado positivo no período em razão do pagamento do 13º salário.
 

No acumulado do ano passado, as retiradas totalizaram R$ 3,92 trilhões, enquanto os depósitos somaram R$ 3,83 trilhões.
 

Em 2023, foram registrados resultados negativos na caderneta de poupança em quase todo o ano, exceto em dezembro e junho –naquele mês houve entrada líquida de R$ 2,6 bilhões. O pior desempenho do ano ocorreu em janeiro, com a saída líquida de R$ 33,6 bilhões.
 

O fluxo de recursos na poupança passou a acumular retiradas significativas desde 2021, quando o poder de compra do brasileiro caiu diante de uma inflação de dois dígitos e de um intenso choque de juros.
 

O cenário hoje ainda é de juros elevados, apesar da redução da taxa básica (Selic), fixada em 11,75% ao ano depois da redução de 2 pontos percentuais no acumulado em quatro quedas consecutivas.
 

Atualmente, a caderneta de poupança rende 0,50% ao mês (ou 6,17% ao ano), mais a TR (taxa referencial), o que deixa a remuneração mais baixa do que outros investimentos de renda fixa. O indicador é calculado pelo BC com base nas taxas de juros das Letras do Tesouro Nacional e tem flutuação diária.
 

A regra da poupança mudou em dezembro de 2021 com a elevação da Selic acima de 8,5% ao ano. Quando a taxa de juros está menor ou igual a 8,5% ao ano, o investimento é limitado a 70% da taxa, acrescida da TR.
 

Em dezembro, o estoque (volume total aplicado) ficou em R$ 983 bilhões, ante R$ 963,9 bilhões no mês anterior.
 

O economista Mauro Rochlin, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas), considera que a atratividade de outros investimentos frente ao rendimento da poupança é um fator determinante para explicar o resultado da caderneta em 2023.
 

"O que tem maior peso nesse movimento é o diferencial de taxa de juros entre o que a poupança oferece e o que os produtos concorrentes oferecem. A gente ainda viu uma taxa de juros para títulos do governo, por exemplo, muito mais elevada do que uma aplicação em caderneta de poupança", afirma.
 

O economista ressalta que o superendividamento elevado da população também pode ter contribuído para esse cenário. Nesse sentido, aponta que o programa Desenrola Brasil, prorrogado pelo governo Lula (PT) até março deste ano, pode ter algum impacto positivo sobre a poupança e sobre o crédito, de forma geral.
 

Para ele, essa tendência de saque líquido na poupança pode ser mantida neste ano, apesar do ciclo de queda de juros. Rochlin pondera que a expectativa dos economistas para a Selic ao término de 2024 é de 9% ao ano, conforme o último boletim Focus divulgado pelo BC.
 

"A mudança só acontece quando a Selic cai abaixo de 8,5%. Até 8,5%, o rendimento da poupança é de 70% da Selic, o que –mesmo considerando a incidência de Imposto de Renda– torna outras aplicações mais atraentes e rentáveis do que a poupança", diz.
 

Uma mudança de cenário, segundo o especialista, pode se concretizar a partir de 2025.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/259505-brasileiros-retiram-rdollar-878-bilhoes-da-poupanca-em-2023


 

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Governo deve restringir pagamento de apostas esportivas a Pix e débito

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve autorizar apenas o uso do Pix e de cartões de débito como meios de pagamento para apostas de alíquota fixa, que englobam apostas esportivas (as chamadas bets) e jogos online.
 

A medida também deve determinar que, no caso do sistema de pagamentos instantâneos, a chave Pix precisará estar obrigatoriamente vinculada a dados do próprio jogador.
 

A intenção da medida é que o usuário só possa direcionar para apostas o dinheiro que já tem em sua conta bancária.
 

Ao vetar o uso do cartão de crédito no mercado das bets, o governo busca prevenir que essa atividade impulsione o superendividamento da população brasileira e o vício dos apostadores.
 

Já a restrição imposta ao uso de boletos bancários para apostas e jogos online é uma medida de prevenção à lavagem de dinheiro -considerando que esse meio de pagamento é muitas vezes vinculado a esse tipo de crime.
 

A discussão faz parte das tratativas lideradas pelo Ministério da Fazenda, em conjunto a Receita Federal e representantes das empresas do setor, para estabelecer os parâmetros que guiarão o funcionamento do mercado de apostas esportivas.
 

O próximo passo será consultar a PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) sobre a viabilidade jurídica da medida. Depois, a ideia ainda precisa ser chancelada pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda).
 

O projeto de lei que regulamenta as apostas esportivas foi aprovado pelo Congresso no fim do ano passado. No dia 30 de dezembro, em edição extra do DOU (Diário Oficial da União), Lula sancionou o texto, com alguns vetos.
 

O principal dispositivo derrubado determinava que apostadores seriam isentos de pagar tributos pelos ganhos obtidos com jogos e apostas abaixo de R$ 2.112.
 

Segundo despacho do presidente, manter esse trecho "ensejaria uma tributação de Imposto de Renda distinta daquela verificada em outras modalidades lotéricas, havendo assim distinção de conduta tributária sem razão motivadora para tal".
 

O veto do Executivo ainda será avaliado pelo Congresso e pode ser derrubado. Integrantes do setor veem com receio a decisão de Lula, pois entendem que a falta de isenção pode não só afastar usuários, mas também incentivá-los a migrar para mercados clandestinos e ilegais.
 

Após a aprovação da lei, o governo federal trabalha para emitir uma série de portarias que vão definir aspectos mais específicos do mercado de apostas.
 

Restam dúvidas sobre como será feita a fiscalização do setor, bem como quais serão as exigências e procedimentos para autorizar uma empresa a atuar no Brasil.
 

A lei traça diretrizes básicas e traz alguns critérios para exploração comercial desse mercado no país, como constituição de empresa com sede no Brasil, capital social mínimo para as companhias, implementação de call center em território brasileiro para atendimento aos apostadores, estrutura corporativa e o pagamento de outorga de R$ 30 milhões válida por atuação de até 5 anos.
 

Cabe agora ao governo, por meio de regulamentação, trazer um detalhamento das exigências esboçadas na lei.
 

A nova legislação prevê uma alíquota de 12% sobre a arrecadação das casas de apostas (descontado o pagamento dos prêmios). Já os apostadores deverão pagar 15% do valor obtido com a premiação.
 

Lula sancionou também o dispositivo autorizando, além das apostas esportivas, que os sites hospedem cassinos online. Esse trecho chegou a causar polêmica durante a tramitação do texto no Congresso e foi derrubado pelo Senado, mas depois recolocado na lei pela Câmara.
 

De acordo com estimativas do mercado, de 60% a 80% do dinheiro movimentado pelo setor de apostas de alíquota fixa vem, justamente, dos jogos online, categoria na qual se enquadram estes cassinos.
 

Por causa disso, a medida era vista pelo governo e pelo setor como importante para garantir atratividade. Os críticos, entretanto, argumentam que ela pode aumentar os riscos de superendividamento dos usuários e vício dos jogadores.
 

Em um chamamento prévio, aberto ainda antes da aprovação da lei, o Ministério da Fazenda recebeu mais de 130 manifestações de empresas interessadas em atuar no mercado de apostas brasileiro.
 

O montante foi registrado em um momento que os cassinos online constavam no texto em tramitação. O governo estima, a partir disso, que pode arrecadar cerca de R$ 3 bilhões apenas a título de outorgas.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/259213-governo-deve-restringir-pagamento-de-apostas-esportivas-a-pix-e-debito

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Concessão de benefícios do INSS cresce 12% e pressiona contas públicas

As investidas do governo para tentar reduzir a fila de espera do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) impulsionaram o volume de novas concessões de benefícios nos últimos meses, o que pressiona os gastos federais no curto prazo.
 

 

Ainda assim, o presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, diz à Folha que a economia de R$ 12,5 bilhões inserida na proposta de Orçamento de 2024 é factível. Para atingi-la, ele aposta no investimento em tecnologia para combater fraudes, especialmente cibernéticas. "Podemos melhorar o gasto na Previdência, mas sem loucura", diz.
 

 

De janeiro a outubro deste ano, foram concedidos 4,86 milhões de benefícios pelo INSS. A cifra é 11,85% maior do que em igual período do ano passado. A quantidade de indeferimentos, por sua vez, caiu 2,89% na mesma comparação.
 

 

Como resultado, o número de beneficiários alcançou 38,9 milhões em outubro. Desses, 33,2 milhões recebem benefícios previdenciários, uma alta de 3,9% em relação a igual mês de 2022.
 

 

Outros 5,67 milhões são contemplados pela assistência social, que inclui o BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. Nessa categoria, o total de beneficiários subiu 10,57% em outubro ante igual mês do ano passado.
 

 

Stefanutto reconhece que a aceleração nas concessões tende a pressionar os gastos no curto prazo. Mas ele pondera que o represamento da fila só adia uma despesa certa, uma vez que boa parte dos segurados têm direito efetivo a receber o benefício, mas hoje não o conseguem num tempo razoável.
 

 

"Nós não estamos concedendo mais benefícios. Nós estamos concedendo os benefícios no tempo que ele deveria ser concedido", afirma.
 

 

Só neste ano, a despesa com benefícios previdenciários saiu de R$ 864,6 bilhões aprovados no Orçamento para R$ 871,8 bilhões, segundo avaliação feita em novembro.
 

 

Já o gasto com o BPC passou de R$ 87,8 bilhões para R$ 93,7 bilhões. A diferença, somada, passa dos R$ 13 bilhões.
 

 

Embora represente um problema político e social, o represamento da fila foi, em diferentes gestões, um conveniente aliado para a gestão fiscal de curto prazo, uma vez que retarda o aumento nos gastos com a Previdência.
 

 

No fim do governo Jair Bolsonaro (PL), a aceleração das concessões gerou embates internos diante da falta de espaço no Orçamento para honrar os benefícios. No fim de 2022, o Executivo precisou recorrer ao TCU (Tribunal de Contas da União) para abrir um crédito extraordinário de R$ 7,5 bilhões, fora do teto de gastos, e honrar os pagamentos aos segurados.
 

 

Stefanutto diz que, apesar da pressão evidente sobre as despesas, não há sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) qualquer orientação para segurar as concessões, pelo contrário. A pressão interna é para resolver a situação.
 

 

"Quando eu não pago um benefício no próprio mês, não resolvo [o problema], eu empurro o gasto lá para frente. É quase uma fraude do ponto de vista contábil, fiscal. Agora, tudo leva a crer que a gente vai colocar o gasto no seu devido mês. No começo, tem um aumento [da despesa], mas quando o estoque estabilizar, aí vai ser o gasto real", afirma.
 

 

Hoje, o INSS ainda tem mais de 1,6 milhão de pedidos à espera de análise. Ele estima que o órgão ainda ficará até metade de 2024 organizando o passivo. No futuro, o presidente do órgão avalia que a regularização pode gerar economia para os cofres públicos.
 

 

Hoje, por causa do acúmulo de tarefas, o INSS chega a pagar por oito meses um benefício por incapacidade que deveria durar, na verdade, 45 a 90 dias. Os gargalos na análise e, principalmente, nas perícias médicas retardam não só a concessão dessa modalidade, mas também o retorno do segurado ao trabalho.
 

 

"Tem estudos que demonstram que o BI [benefício por incapacidade] inicial tem um prazo médio de duração que não supera 90 dias. O problema é que, para alguém que fraturou o pé e está curado com 45, 60 dias, eu acabo fazendo a perícia 7, 8 meses depois", afirma Stefanutto.
 

 

Como o INSS precisa garantir o pagamento até a chamada data de cessação (quando o benefício é extinto), a fatura fica maior. "O sistema funciona mal, o cidadão sofre com isso, e o INSS gasta mais por essa má gestão que se instalou ao longo de anos."
 

 

Uma das medidas para tentar mitigar esses custos foi o lançamento do Atestmed, uma plataforma online que viabiliza a concessão do benefício por incapacidade (como o auxílio-doença) por meio de análise documental.
 

 

O segurado apresenta o pedido de benefício e o atestado médico, que são avaliados pelos peritos, com apoio da inteligência artificial. A perícia presencial ficaria reservada para casos em que há dúvida ou suspeita de fraude, ou ainda quando o período concedido sob análise documental atinge 180 dias.
 

 

A dispensa da perícia presencial acelerou as concessões, dada a simplificação do processo, o que teve um impacto inicial sobre as despesas. No entanto, como a medida contribui para desafogar a fila de perícias, Stefanutto espera que a implementação do Atestmed viabilize a cessação dos benefícios no tempo certo, sem prorrogações que geram pagamentos indevidos.
 

 

Embora diga que são minoria, o presidente do INSS relata a existência de casos de pessoas que se aproveitam da fila enorme de perícias para agendar a consulta de retorno ao trabalho onde a espera é maior, contando com os pagamentos durante esse período.
 

 

"Começamos a ter um pouco mais de [vagas de] perícia sobrando. No 135, ligamos para as pessoas para antecipar. Uma boa parte sabe o que fala? 'Não tem que antecipar, não'. Vai ficar recebendo sem fazer nada. Legalmente", diz. "A maioria não é desobediente, mas algumas acabam marcando em lugares mais esticados."
 

 

Stefanutto avalia que o risco de concessão indevida é minimizado pelo uso de inteligência artificial.
 

 

O INSS já identificou, por exemplo, casos como o de uma médica que tinha registros de atestados com três caligrafias distintas, uma delas em documento de hospital no qual ela não trabalha, segundo os dados do CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais).
 

 

"Aquela pessoa que fraudar, for pega e já recebeu, nós vamos cobrar. Não tem como pagar? Vai para o cadastro de inadimplente, não consegue fazer nem financiamento nas Casa Bahia. Nós vamos ser implacáveis com o fraudador. Porque, se eu não for implacável com o fraudador, desmoraliza o modelo", afirma.
 

 

Segundo o presidente do órgão, o uso da tecnologia será essencial para cumprir a promessa de poupar R$ 12,5 bilhões. O governo conta com essa economia para fechar as contas do Orçamento de 2024 e manter espaço fiscal para demais despesas como investimentos.
 

 

"Tecnologia de segurança evita a invasão da minha rede. A grande fraude hoje não é mais colocar uma folha no processo, um documento falso. Isso é uma ou outra pessoa. A fraude hoje é a cibernética. Eu tenho uma rede enorme, eles [invasores] penduram um 'chupa-cabra' que copia senhas e credenciais de um funcionário e reativam 10 mil benefícios. E põem em uma agência bancária que é deles", diz Stefanutto.
 

 

Segundo ele, só no ano passado, o INSS teve um prejuízo de pelo menos R$ 1 bilhão com fraudes cibernéticas.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/258914-concessao-de-beneficios-do-inss-cresce-12-e-pressiona-contas-publicas