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quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

PARA SE ALIMENTAR, ASTRONAUTAS TERÃO QUE LEVAR MOSCAS EM EXPEDIÇÕES A MARTE

Já pensando nas futuras missões a outros planetas, uma preocupação para as agências espaciais tem sido a alimentação. Quem conhece a rotina das missões espaciais atuais sabe que muitos dos alimentos que os astronautas consomem são liofilizados, ou seja, comida desidratada em pó. Agora, uma nova solução foi acrescentada à produção de alimentos: moscas soldado-negro.

Calma, não estamos falando em algum tipo de "entomofagia", como a praticada em vários países da Ásia e da África. O interesse dos cientistas não é nas moscas em si, mas sim nas suas fezes. A ideia é que esse material orgânico seja usado como fertilizante em futuras expedições ao planeta Marte.

Missões de longa duração no planeta vermelho exigirão uma longa permanência em um mundo inóspito e constituído basicamente por rochas granulares e sedimentos de rocha. Nesse cenário, a única alternativa de sobrevivência viável é que os astronautas cultivem os seus próprios alimentos e gerenciem seus resíduos.

As moscas soldado-negro como solução para alimentação em Marte

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Para aprender a gerenciar o frass, nome dado ao resíduo fecal produzido pelas moscas, os cientistas alimentaram moscas soldado-negro (Hermetia illucens). Segundo a pesquisadora Hellen Elissen, da Universidade e Pesquisa de Wageningen na Holanda, "elas são comedoras muito vorazes. E se você as alimentar bem, produzirão muito frass."

Conforme a pesquisa, publicada no ano passado, "o frass da mosca soldado negro, resultante da bioconversão de materiais orgânicos pelas larvas de Hermetia illucens, pode ser usado como fertilizante". Isso acontece porque esse material é rico em nitrogênio, potássio, fósforo, quitina, além de mais bactérias.

O frass reflete exatamente o que as moscas comem, diz Elissen. Ou seja, quando elas comem apenas grama, o fertilizante não fica muito potente. Mas, quando ingerem alimentos mais energéticos, o frass produzido por esses insetos se torna de alta qualidade para o plantio.  

O uso do frass em outros planetas

(Fonte: Twentieth Century Fox/Reprodução)(Fonte: Twentieth Century Fox/Reprodução)

O uso de excrementos da mosca soldado-negro mostrou notáveis semelhanças com esterco de vaca, dejetos líquidos de suínos e esterco de aves, porém com maior teor de matéria orgânica do que todos os fertilizantes orgânicos citados. Para o estudante da Universidade A&M do Texas, Emmanuel Mendoza, essas características o animaram a utilizar o frass das moscas como um catalisador no campo da agricultura espacial.

Para testar suas hipóteses, Mendoza cultivou ervilhas em um solo parecido com o regolito marciano, misturado a rochas e minerais granulados. Nesse cenário hostil, o estudante adicionou o frass. 

A ideia é criar uma espécie de compostagem marciana, na qual as larvas seriam levadas ao espaço e comeriam os resto de alimentos dos astronautas, produzindo frass para fertilizar e "domesticar" o solo marciano, até que ele pudesse produzir alimentos. Moídas, as próprias larvas dos insetos poderiam ser utilizadas como fontes de nutrientes pelos astronautas, sugere o graduando.

Fonte: https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128490-para-se-alimentar-astronautas-terao-que-levar-moscas-em-expedicoes-a-marte.htm

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

GALÁXIA MAIS PRÓXIMA DA VIA LÁCTEA ESCONDE OUTRA 'POR TRÁS', DIZ ESTUDO

A Pequena Nuvem de Magalhães é uma galáxia próxima muito familiar aos astrônomos — ao menos, assim se pensava. Um novo estudo sugere que a galáxia satélite da Via Láctea, localizada a cerca de 199 mil anos-luz da Terra, parece estar escondendo um segredo inacreditável: ela, na realidade, seria feita de duas galáxias, uma atrás da outra.

Para fazer essa descoberta, uma equipe liderada por Claire Murray, astrônoma do Space Telescope Science Institute em Maryland, rastreou o movimento de nuvens de gás e estrelas jovens nascendo dentro delas em torno da Pequena Nuvem de Magalhães. Eles, então, descobriram que a pequena galáxia, com cerca de 18,9 mil anos-luz de largura, contém dois berçários estelares distintos. 

Galáxias 'naufragadas'

Parte da Pequena Nuvem de Magalhães capturada pelo telescópio Hubble. (Fonte: Wikimedia Commons/ESA/Hubble & NASA)Parte da Pequena Nuvem de Magalhães capturada pelo telescópio Hubble. (Fonte: Wikimedia Commons/ESA/Hubble & NASA)

Assim como a Grande Nuvem de Magalhães, a Pequena Nuvem de Magalhães é uma galáxia anã que está gravitacionalmente ligada à Via Láctea, e é constantemente atraída em nossa direção para uma colisão e fusão num futuro distante. Enquanto a primeira delas tem uma forma de disco semelhante à da Via Láctea, a Pequena Nuvem de Magalhães é mais irregular.

Ela possui apenas um terço da massa da galáxia anã maior, que tem uma massa equivalente a cerca de 7 bilhões de vezes a do Sol. Embora se pensasse anteriormente que a Pequena Nuvem de Magalhães consistia em múltiplos componentes, ela é um tanto ofuscada por nuvens interestelares de gás e poeira, o que significa que certas características são difíceis de distinguir.

No passado, Murray havia determinado que a Pequena Nuvem de Magalhães era um "naufrágio" de uma outra galáxia anã, cheia de gás interrompido por interações gravitacionais entre a Via Láctea e a Grande Nuvem de Magalhães. Com tudo, estudos feitos com o apoio da Agência Espacial Europeia (ESA) constataram que a galáxia apresentava duas nuvens de diferentes metais, sendo que uma delas parece estar mais distante da Terra do que a outra.

Escondendo outra galáxia

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Um mistério que os cientistas planejam desvendar no futuro é se as duas nuvens da Pequena Nuvem de Magalhães foram unidas pela gravidade ou se uma delas consiste em gás que foi libertado do outro por interações gravitacionais com a Grande Nuvem de Magalhães. Uma evidência que favorece a primeira hipótese é o fato de ambas as nuvens parecem ter massas semelhantes.

Se uma fosse separada da outra, seria razoável supor que a nuvem filha seria menor que sua progenitora. Além disso, se as duas nuvens não estiverem relacionadas, isso implicaria que a Pequena Nuvem de Magalhães é composta por dois objetos celestes e não apenas um só.

Nesse caso, os pesquisadores acreditam que a Pequena Nuvem de Magalhães provavelmente necessitaria de um novo nome. Inclusive, muitos cientistas já estão trabalhando isso. A galáxia anã tem atualmente o nome do explorador dos séculos XV e XVI, Fernão de Magalhães, que não descobriu nem a Pequena Nuvem de Magalhães, nem a Grande Nuvem de Magalhães, e também é responsável pela morte e escravização de milhares de indígenas durante suas missões. 

Fonte: https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128494-galaxia-mais-proxima-da-via-lactea-esconde-outra-por-tras-diz-estudo.htm