As fontes de energia renováveis ganharam destaque especial
entre as propostas de candidatos à Presidência da República no que se
refere ao setor elétrico. Todos os presidenciáveis que incluíram
propostas nessa área nos programas entregues à Justiça Eleitoral
reconhecem a necessidade de aumentar a oferta em função do consumo
crescente de energia, mas defendem que o país explore seus potenciais
naturais para reduzir prejuízos ambientais e riscos de racionamento.
Conheça as propostas dos candidatos à Presidência para o setor de energia:
Aécio Neves
(PSDB) promete incentivar distribuidoras e geradoras elétricas para
instalação de unidades de geração de energia a gás natural e cogeração e
viabilizar novas fontes de financiamento para o investimento e expansão
do sistema elétrico brasileiro. Ele promete estimular a economia de
baixo carbono e reorientar a matriz energética, buscando diversificar as
fontes de energia. Aécio defende a ampliação da participação da energia
solar e da energia eólica na matriz e o estímulo para que todos os
setores econômicos adotem programas de eficiência energética e
conservação de energia. Na valorização da diversidade de fontes, o
presidenciável ainda propõe que sejam consideradas as características
regionais na redefinição da matriz energética e, para atrair novas
empresas e investimentos, o candidato promete criar um ambiente
regulatório seguro e equalizar regras de incentivos, subsídios e
financiamentos públicos para as diversas fontes de energia.
Dilma Rousseff
(PT) garante que vai dar continuidade ao processo de expansão do parque
gerador e transmissor para garantir a segurança do suprimento e a
modicidade tarifária. Segundo ela, é preciso manter a qualidade da
matriz energética brasileira, baseada em hidroelétricas e
termoelétricas, fontes renováveis limpas e de baixa emissão de carbono,
complementada por fontes alternativas, como a eólica, a solar e a
originária da biomassa. Dilma promete dar prioridade à ampliação e
modernização do parque de transmissão de energia instalado e apresenta
um balanço dos últimos dez anos apontando a retomada da construção de
usinas hidrelétricas e de linhas de transmissão.
Eduardo Jorge
(PV) alerta, em seu programa de governo, que a expansão do sistema de
produção de energia elétrica está causando problemas ambientais e
sociais crescentes com o deslocamento de empreendimentos para a Amazônia
e o uso das termelétricas que deveria ter caráter emergencial. Eduardo
Jorge reconhece que o consumo de energia tende a crescer, mas defende
que o aumento da oferta siga padrões de eficiência para não comprometer
recursos naturais ou aumentar emissões de gases de efeito estufa. Ele é
favorável à substituição das fontes que emitem mais carbono por fontes
renováveis, como a hidráulica, a eólica, a solar e a biomassa moderna,
que “além de poluírem menos, têm seu fornecimento perene, aumentando a
segurança energética e reduzindo a dependência de custos com as
importações”.
Eymael (PSDC) quer priorizar a
ação do governo federal em infraestrutura nacional, incluindo a geração
de energia como uma das prioridades, ao lado da construção de estradas,
ferrovias e do sistema portuário.
Levy Fidelix (PRTB)
acredita que a capacidade de fornecimento de energia pode ser ampliada a
partir do aproveitamento do potencial hídrico amazônico e a implantação
de pelo menos dez novas usinas atômicas espalhadas pelo país. Fidelix
também é favorável a avançar no aproveitamento de energias renováveis e
defende o barateamento dessas fontes.
Luciana Genro
(PSOL) destaca o setor energético como fator crítico da soberania e do
desenvolvimento de qualquer país. A candidata ataca a política adotada
pelos governos tucano e petista nesse setor afirmando que ambos
transformaram um “sistema público, planejado e cooperativo, em um
sistema privado, mercantil, concorrencial, caro, ineficiente e
devastador do meio ambiente”.
Marina Silva (PSB)
afirma que vai retomar o planejamento de médio e longo prazos e
investir em fontes modernas, limpas e renováveis. A ambientalista afirma
que é preciso aumentar a oferta para permitir o crescimento econômico e
afastar constantes riscos de racionamento. Segundo ela, o Brasil é um
dos únicos países do mundo que podem ter uma matriz elétrica otimizada
segura e competitiva do ponto de vista socioambiental. Entre suas
promessas de governo, Marina afirma que vai apliar a participação da
eletricidade na matriz energética, aumentar a proporção de energias
renováveis e reduzir o consumo absoluto de combustíveis fósseis. A
candidata ainda garante que vai alinhar interesses de geradores,
distribuidores e consumidores e criar mecanismos de expansão do mercado
livre de energia. Marina Silva também pretende recuperar a produção de
biocombustíveis e garantir que 1 milhão de hectares de concessões
florestais tenham fins energéticos.
Mauro Iasi
(PCB) se compromete a estatizar setores estrate gicos e a reverter as
privatizações da área de energia, assim como propõe nos casos de
comunicação, mineração, recursos naturais, transporte e logística de
distribuição e produção.
Pastor Everaldo (PSC)
quer revisar o modelo de partilha adotado para a exploração de petróleo
no país, mas promete cumprir os contratos que estão vigorando. O
candidato prefere desestatizar o setor e abrir mercado para produção e
distribuição de energia, buscando variedade de matrizes para baratear o
serviço. Everaldo destaca o potencial brasileiro em relação a fontes
solar, hidrelétrica, eólica, nuclear e biomassa.
Zé Maria (PSTU)
afirma que o setor de energia é estratégico para o desenvolvimento do
país. Mas ressalta que nas mãos das grandes construtoras, empreiteiras e
grupos internacionais, a preocupação não é garantir energia para o povo
brasileiro, mas com seus lucros. Para o candidato, reestatizadas e sob o
controle dos trabalhadores, essas empresas estariam a serviço dos
interesses e da necessidade dos trabalhadores. Ele defende a
reestatização completa do setor de energia elétrica, privatizado pelo
governo de Fernando Henrique Cardoso, e mantido pelos governos do PT.
Rui Costa Pimenta (PCO) não apresentou proposta específica sobre o tema.
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2014-09/conheca-propostas-dos-candidatos-presidencia-para-o-setor-de-energia