No agreste de Inhambupe, Olindina, Crisópolis e outras pelo qual passamos, a realidade é bem outra. Graças a Deus e ao trabalho dos homens.
A despeito da paisagem seca, do clima quentíssimo e da falta de verde, algumas cidades do semi árido podem deixar um baiano do sul besta de vergonha. Passando por Inhambupe, o que vi foi um município modesto mas sem demonstrações de miséria. Ruas limpas, casas bem construídas, situação social razoável para todos.
Em Crisópolis, crianças bem vestidas passeando à rua, clima de tranquilidade. De novo não vimos favela, nem gente pedindo na beira da pista. O que acontece ali naquele sertão que não acontece por aqui? Será que esse tempo todo estavam filmando outro sertão?
Em Olindina, a mesma coisa. Ruas limpas, residências bem cuidadas, praças muito bem conservadas. Sinais de prosperidade por toda parte, ou seja: nada a ver com o que a maioria pensa por aí, inclusive eu.
O sertão ( ou pelo menos a parte que vimos ) está é bem, na dignidade do trabalho, no associativismo de sol a sol, com pé no chão e humildade. E isso há muito tempo, diga-se de pasagem.
Eles vivem de poços artesianos e muita coragem. Então, como explicar o contraste de tanta miséria na nossa região se contamos com fartura de água, chuvas o ano todo, mata atlântica ( ou parte dela )e solo propício para o cultivo ?
Como entender o fato de que uma região cacaueira que já respondeu por mais de 40% do Produto Interno Bruto da Bahia viver sufocada pelo grito dos desempregados, dos viciados em crack e dos falidos, cultivando o crescimento desordenado de favelas e lixões à beira da estrada?
Em nossa região há quem diga que estamos ganhando muito dinheiro. Estão quem? Ainda convivemos com bairros sem água encanada e em certas cidades o que mais se ouve falar é de famílias que poderiam passar fome ( e rotineiramente passam ) se não fosse acudidas pela cesta básica.
Que comparação desproporcional, não é mesmo?